Barroso deixa STF com segurança vitalícia garantida pelo tribunal

Barroso deixa STF com segurança vitalícia garantida pelo tribunal

O ministro Luís Roberto Barroso encerra sua trajetória no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. Mesmo fora da Corte, ele deve permanecer com o mesmo protocolo de segurança que utilizava no exercício do cargo. Uma decisão unânime do tribunal garante o benefício a magistrados aposentados. + Leia mais notícias de Política em Oeste Barroso contará com uma equipe do STF durante deslocamentos e compromissos públicos. A proteção seguirá ativa em qualquer região do país. O modelo é o mesmo aplicado a outros ex-ministros que solicitaram o serviço. A Corte justificou a medida com base no aumento de supostas ameaças, xingamentos e tentativas de agressão contra seus membros. O STF trata a segurança institucional como um serviço contínuo, mesmo quando os ministros deixam o cargo. Em voos comerciais e eventos públicos, por exemplo, os magistrados continuam expostos, segundo a administração do tribunal. https://www.youtube.com/watch?v=07iuVQWGRz4 STF amplia segurança e garante escolta permanente a ex-ministros Até 2024, o protocolo previa a proteção por três anos. O STF poderia prorrogar por mais três, se houvesse solicitação. Essa regra mudou em junho. Durante sessão administrativa virtual, os ministros aprovaram a oferta de segurança vitalícia para quem desejar. O pedido partiu do ex-ministro Marco Aurélio Mello, que defendeu a manutenção indefinida do serviço. Como resultado, o STF acatou. Desde então, os aposentados podem manter escolta por tempo indeterminado. Barroso defendeu a medida em voto favorável. A Corte não divulgou quanto custa o novo modelo. + Leia também: "Barroso assina aposentadoria do STF, que ocorre na próxima sexta, 17" “Com efeito, desde 2014, a exposição pública e os riscos a que estão sujeitos os ministros do Supremo aumentaram consideravelmente, o que se evidenciou por meio de episódios recentes de ameaça e tentativa de agressão contra membros desta Corte”, escreveu Barroso na ocasião. Entre os aposentados, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski solicitaram a continuidade da proteção. Por outro lado, Rosa Weber e Celso de Mello optaram por abrir mão do benefício. O post Barroso deixa STF com segurança vitalícia garantida pelo tribunal apareceu primeiro em Revista Oeste .

Universitários suspeitos de traficar drogas de dentro da Casa do Estudante da UFSM são alvo de operação da PF

Universitários suspeitos de traficar drogas de dentro da Casa do Estudante da UFSM são alvo de operação da PF

Universitários são suspeitos de traficar drogas de dentro da casa do estudante da UFSM Polícia Federal/Divulgação A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta terça-feira (14), dois mandados de busca e apreensão na Casa do Estudante da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contra universitários suspeitos de traficar drogas dentro do campus. De acordo com o delegado Arthur Miranda, responsável pela investigação, a dupla reside na Casa do Estudante Universitário e responde em liberdade pelo crime. As identidades deles não foram divulgadas. "São dois suspeitos de organizar pedidos e repasses de drogas no ambiente acadêmico. Durante as buscas, foram apreendidos um aparelho celular e uma pequena quantidade de substância análoga à maconha", conta o delegado Miranda. O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da UFSM em busca de uma posição a respeito da ação da PF, e a universidade se manifestou dizendo que se posicionará futuramente. Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A investigação começou em outubro de 2024 após uma denúncia anônima feita à PF. Os policiais descobriram a existência de grupos em redes sociais onde "cardápios" e "anúncios" de drogas eram divulgados. Os grupos reuniam centenas de membros. Um dos universitários investigados teria contato com fornecedores, que disponibilizavam as drogas que eram comercializadas para os integrantes do grupo em ambiente acadêmico. "[O grupo era] utilizado para a solicitação coletiva e a comercialização de entorpecentes entre estudantes", explica o delegado Miranda. A PF já tem uma estimativa de valores que foram movimentados com o crime, mas prefere não divulgar porque isso pode atrapalhar a investigação que busca, agora, "aprofundar a identificação de outros envolvidos no esquema, com a coleta de novos elementos de prova". Universitários são suspeitos de traficar drogas de dentro da casa do estudante da UFSM Polícia Federal/Divulgação VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Tiny Desk Brasil avança pela música alternativa/experimental em episódio com Metá Metá e Negro Leo

Tiny Desk Brasil avança pela música alternativa/experimental em episódio com Metá Metá e Negro Leo

Depois de uma estreia, na semana passada, com um dos artistas mais populares da MPB — o astro pernambucano do piseiro João Gomes —, o projeto Tiny Desk Brasil voltou esta terça-feira, às 11h, com Metá Metá e Negro Leo, com a liberação em seu canal do YouTube, do segundo episódio da série: um grande encontro da música alternativa/experimental brasileira, que reuniu pela primeira em uma apresentação o grupo Metá Metá e o cantor Negro Leo. Análise: Acanhado no começo, João Gomes se solta na estreia do Tiny Desk Brasil Zaynara: Diva do beat melody reúne as novidades do Pará em ‘Amor perene’ Trio composto por Kiko Dinucci (violão e guitarra, criador de uma sonoridade única que une o peso do hardcore ao lirismo do violão brasileiro), Thiago França (saxofone, estudioso da cultura popular e exímio saxofonista e arranjador) e Juçara Marçal (cantora singular, em constante reinvenção artística, com premiada carreira solo), o Metá Metá passa pela MPB, free jazz, música africana e rock. Já ganhou um prêmio de melhor disco da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e coleciona elogios na imprensa musical no Brasil e no exterior. Já Negro Leo, uma referência da moderna música experimental brasileira tem 12 discos lançados desde 2012 (o mais recente é “Rela”, de 2024) e já se apresentou em palcos importantes pelo mundo, como Cafe Oto (Londres), Counterflows Festival (Glasgow), ADR Lincoln Center (Nova Iorque), Festival NRMAL (CDMX), Virada Cultural Paulista (SP), Modern Skylab (Xangai) e Le Guess Who Festival (Utrecht). “Com Kiko, Juçara e Thiago já desfrutei de momentos maravilhosos em palcos e discos, mas nunca com todos eles ao mesmo tempo, nessa que é uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos. Pra mim foi uma glória!", comemora Negro Léo. O Metá Metá aponta o valor documental da gravação no Tiny Desk: “O encontro com Negro Leo é um registro único e especial, que acontece pela primeira vez no Tiny Desk Brasil. É a música brasileira pelo olhar de quatro figuras marcantes da música de invenção.” Produzido desde 2008, o programa Tiny Desk, da NPR (organização de radiodifusão pública americana com sede em Washington, DC), é hoje um dos formatos de maior sucesso da internet: em apresentações intimistas junto a uma pequena mesa de escritório e algumas estantes, artistas dos mais diferentes estilos, países e níveis de sucesso encontram abertura para mostrar seus dotes puramente musicais, sem efeitos especiais. É um palco despojado e descontraído por onde já passaram de Sting, Taylor Swift, Bono e The Edge (do U2) a Alicia Keys, Milton Nascimento & Esperanza Spalding, Billie Eilish e os personagens de Vila Sésamo. O Tiny Desk Brasil é a versão nacional feita pela Anonymous Content Brazil (responsável pelo licenciamento e pela produção) e pelo YouTube Brasil (que faz a promoção e distribuição e o desenho do modelo comercial do projeto). Até o fim do ano, chegam à rede 10 shows com artistas brasileiros, em cenário com mesa e estantes, montado com toques nacionais (discos, livros, filtro de barro, cobogó) e gravados segundo as regras do Tiny Desk americano, no escritório do Google, no 20º andar de um prédio da Avenida Faria Lima. A filosofia do Tiny Desk Concerts tem regras simples e claras que ilustram como a limitação de recursos tecnológicos pode inspirar a criatividade, revelando experiências sonoras únicas e autênticas. A voz não é amplificada no ambiente e o espaço pequeno une os músicos em coesão sonora e estimula arranjos mais criativos. O objetivo do programa é capturar a energia real de uma performance ao vivo, com suas nuances e imperfeições, valorizando a essência da música em seu estado natural e respeitando a organicidade de volumes de vozes e instrumentos, semblantes e ritmos da apresentação.

Crusoé: A treta entre os ‘prezados’ Ciro Nogueira e Eduardo Bolsonaro

Crusoé: A treta entre os ‘prezados’ Ciro Nogueira e Eduardo Bolsonaro

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trocaram farpas pelas redes sociais após o presidente nacional do PP dizer que o parlamentar causou um “prejuízo gigantesco” para o “projeto político” da direita. “Foi um prejuízo muito grande. Eu não condeno o Eduardo porque eu não sei o que que eu faria... The post Crusoé: A treta entre os ‘prezados’ Ciro Nogueira e Eduardo Bolsonaro appeared first on O Antagonista .

Sora: por que o app de vídeos da OpenAI gerou tanto burburinho e como ele funciona

Sora: por que o app de vídeos da OpenAI gerou tanto burburinho e como ele funciona

Este conteúdo faz parte da newsletter IAí?, que existe para te guiar no universo da inteligência artificial. Assine aqui para receber toda terça-feira no seu e-mail. Com um gerador de vídeos por inteligência artificial e uma rede social ao estilo TikTok, a OpenAI tenta repetir o feito de emplacar, pela segunda vez, uma IA entre os aplicativos mais acessados do mundo. A nova investida responde pelo nome de Sora, palavra japonesa para “céu". Ainda restrito aos EUA e ao Canadá, e só acessível por convite, o app chegou a 1 milhão de downloads em cinco dias — ritmo mais rápido que o do ChatGPT após o lançamento. Na mesma velocidade, a ferramenta também inundou as redes com uma nova safra de vídeos de IA, marcados por uma marca d’água que entrega a origem. Initial plugin text Criar um vídeo já era simples na versão anterior do Sora via web. Agora, a atualização aprimora a coerência das imagens e a relação com som, entre outros avanços. Usar o próprio rosto para criar também é mais simples (e realista). Por enquanto, a maior parte do conteúdo fica entre memes, experimentos visuais e paródias de humor. Mas não demorou muito até que o movimento reacendesse o debate sobre os limites éticos que a ferramenta cruza - e o quanto a OpenAI parece disposta a cruzar essas linhas. Pais deveriam monitorar uso do ChatGPT pelos filhos? Especialistas dizem que sim Abaixo, entenda como funciona o app do Sora e também o barulho (e as críticas) após a atualização. Para fechar, um mini guia sobre quem é quem no universo competitivo das IAs que geram e editam vídeos. 1. Sora: uma rede social e um 'ChatGPT’ de vídeos Para quem não tinha ouvido falar do Sora antes, vale lembrar que a OpenAI testa o modelo há algum tempo. A primeira apresentação dele foi feita em fevereiro de 2024, mas ainda em fase de testes e sem acesso público. A demonstração chamou atenção pela qualidade cinematográfica das imagens e fez os concorrentes correrem para reagir - caso do Google, que lançou o Veo2 e depois o Veo3. Em dezembro, o Sora enfim foi lançado com uma versão pública, ainda restrita à web e com uma série de limitações. Quer receber a newsletter de IA no seu e-mail? Inscreva-se no cardápio do GLOBO O que a OpenAI fez no último dia 30 foi um movimento duplo: lançou uma versão mais potente do modelo, chamado Sora 2, e também um aplicativo, em que usuários geram vídeos de até 10 segundos e acompanham (no estilo TikTok) o que outros estão fazendo. Também é possível usar rostos de amigos ou celebridades nas criações, além de facilmente criar cenas com a própria imagem e voz. O recurso que é uma espécie de “upload de si mesmo” é chamado de “cameos". Símbolo do aplicativo Sora, lançado pela OpenAI Reprodução/OpenAI Ao explicar o avanço técnico do modelo, a OpenAI citou que o Sora 2 tem “capacidades mais avançadas de simulação de mundo", incluindo de movimentos físicos que antes não eram possíveis de ser criados com realismo - como movimentos mais complexos na água. Na parte de áudio, a criação de cenas com áudios foi aprimorada. Na camada social, os vídeos podem ser remixados e publicados por outras pessoas - algo parecido com o Vibes, app lançado pela Meta dias antes. O app, no entanto, vai além: ao criar uma versão digital de si mesmo, o tal “cameo”, o usuário pode autorizar que amigos usem sua imagem, para gerar memes ou cenas em que aparecem juntos, por exemplo. 2. Por que muita gente não está feliz com o app (e com a OpenAI) Uma das novidades do Sora a facilitar a “injeção” de elementos da vida real nos vídeos. Isso significa que é possível usar imagens verdadeiras para gerar as cenas de IA - o vídeo de um grupo de amigos pode ser usado para fazer essas pessoas estarem em outro lugar em outro contexto, por exemplo. Segundo a OpenAI, essa capacidade se aplica a pessoas, animais e objetos. Mas esse terreno da personalização acessível (o app é gratuito) também tem elevado os debates sobre uso ético de imagem, sobretudo quando envolve figuras públicas e direitos autorais. Testamos o Modo IA do Google: veja o que muda e por que a Web está em alerta Um dos debates mais fortes envolveu a “ressuscitação” de pessoas com a IA, após vídeos (alguns deles ofensivos) de figuras como Robin Williams, Michael Jackson, Tupac Shakur e Martin Luther King Jr. As cenas geraram reação de familiares. Zelda Williams, filha do ator, pediu publicamente que parassem de enviar recriações do pai, chamando-as de exploração emocional. Imagem do app do Sora, com as chamadas: "Coloque você e seus amigos nos vídeos"; "Dê o seu toque aos vídeos com o recurso"; Conecte-se com amigos e colaboradoresde remix."; "" Reprodução/Sora Os questionamentos também se voltaram para violação de direitos autorais, após a circulação livre de vídeos de personagens como o Pokémon e heróis da Disney. Estudos acusaram o Sora de violar propriedade intelectual. A repercussão levou a OpenAI a anunciar que permitiria que representantes de pessoas falecidas e detentores de direitos autorais pedissem a exclusão de suas imagens ou personagens (opt-out). No jornal britânico The Guardian, a colunista Marina Hyde resumiu o clima: a OpenAI vai além de uma lógica de "primeiro pedir perdão e depois pedir permissão". O verdadeiro lema, ao que parece, é “vamos fazer o que quisermos e vocês vão nos deixar fazer”. 3. Além do Sora: quem é quem entre as IAs para vídeo Enquanto o novo app Sora não chega ao Brasil, é possível testar a versão web original do modelo pelo site (https://sora.chatgpt.com/). O acesso é gratuito mediante criação de conta, mas há limite de gerações de vídeos e a qualidade é inferior à da nova versão. Além do Sora, alguns outros serviços oferecem a possibilidade de criar vídeos a partir de textos. Esses são alguns: Veo3 (Google): Gera vídeos em 4K com som e movimento sincronizados. Usuários do Google AI Plus (R$24,00) têm acesso ao modo Veo 3 Fast (dentro do app Gemini) com gerações diárias limitadas. É possível testar o serviço por um mês gratuitamente. Runway Gen-4: Plataforma de geração e edição com IA, costuma ser usada por criadores independentes e produtores. Permite controlar câmera e estilo visual, e fazer edições como remoção de objetos e mudanças de cor. O modelo é de assinatura com créditos mensais e uma versão gratuita limitada. Pika 2 (Pika Labs): Focada em vídeos curtos mais voltados para redes sociais, gerados a partir de texto ou imagens. Oferece controle de personagem e edição de voz. Acessível via web (pika.art), tem plano gratuito limitado e versões pagas que partem de US8. Synthesia: Especializada em vídeos com “avatares” que reproduzem pessoas reais ou completamente geradas por IA. Suporta mais de 140 idiomas e oferece voz realista, com expressões faciais ajustáveis. Com uso via web, tem teste gratuito limitado e planos a partir de US$ 18/mês. Meta AI (Meta): Ferramenta experimental integrada ao app Meta AI e ao site meta.ai, voltada à criação e remixagem de vídeos curtos. Tem menos recursos. O uso é gratuito.

Filho do maior bicheiro de São Paulo é acusado de assédio

Filho do maior bicheiro de São Paulo é acusado de assédio

A jornalista, roteirista e poeta gaúcha Fernanda Bastos denunciou ter sido vítima de importunação sexual dentro do elevador do prédio onde mora, em São Paulo. O boletim de ocorrência foi registrado por ela e pelo marido, o pesquisador da Unicamp e crítico literário Luís Maurício Azevedo, contra Ivo Noal Filho, identificado como filho de um dos maiores bicheiros do estado. O caso foi registrado n 77º Distrito Policial (Santa Cecília). Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Cientistas recebem prêmio de R$ 78 milhões para mapear o ‘sexto sentido oculto’ do corpo; entenda

Cientistas recebem prêmio de R$ 78 milhões para mapear o ‘sexto sentido oculto’ do corpo; entenda

Cientistas do Scripps Research e do Instituto Allen, ambos nos Estados Unidos, receberam o Prêmio de Pesquisa Transformadora dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) para criar o primeiro atlas da interocepção, rede neural descrita como o “sexto sentido oculto” do corpo humano. Eletrodos no cérebro, 5 horas de duração: Conheça a cirurgia que Moacyr Luz fará hoje em SP contra o Parkinson avançado Nunca faça isso com um tomate: O erro que todo mundo comete na cozinha Os pesquisadores receberão 14,2 milhões de dólares (o equivalente a cerca de R$ 78,2 milhões na cotação atual) em financiamento ao longo de cinco anos. A equipe será liderada pelo neurocientista que ganhou o Prêmio Nobel em 2021 pela descoberta de sensores celulares do toque, Ardem Patapoutian. “Minha equipe está honrada pelo apoio do NIH ao tipo de ciência colaborativa necessária para estudar um sistema tão complexo”, afirma Patapoutian, titular da cadeira presidencial em Neurobiologia no Scripps Research, em nota. Leia a entrevista: 'Viver dói. Nem todo sofrimento é explicado ou resolvido pela medicina', afirma psiquiatra da USP A interocepção é um processo pouco estudado pelo qual o sistema nervoso mantém as funções vitais do corpo humano funcionando de forma adequada. É por ela, por exemplo, que o cérebro coordena a respiração, monitora a circulação do sangue, a digestão e a atividade do sistema imunológico, percebendo sensações como aceleramento dos batimentos cardíacos, frio, calor, fome e sede. Ela é frequentemente descrita como o “sexto sentido oculto”. Mas, de modo diferente dos sentidos clássicos, como olfato, visão e audição, que são externos e ligados a partes específicas do corpo, como língua e orelhas, a interocepção funciona por meio de uma rede de vias neurais internas. Veja a lista: Mais de 99% das pessoas que sofreram ataque cardíaco ou AVC tinham um desses 4 fatores de risco Os cientistas afirmam que esse mecanismo é extremamente importante, porém tem sido negligenciado nas pesquisas científicas devido à sua alta complexidade. Entre outros motivos, porque é difícil medir os sinais fisiológicos emitidos por cada órgão interno. Agora, o objetivo da equipe é mudar esse cenário e mapear como os neurônios sensoriais se conectam aos órgãos e catalogar a anatomia e composição molecular dessas vias neurais. Com isso, poderão gerar um mapa 3D detalhado dos caminhos que os neurônios percorrem da medula para os diferentes órgãos e identificar geneticamente os diferentes neurônios que enviam sinais a partir de cada órgão. “A interocepção é fundamental para quase todos os aspectos da saúde, mas continua sendo uma fronteira largamente inexplorada da neurociência. Ao criar o primeiro atlas desse sistema, nosso objetivo é estabelecer a base para uma melhor compreensão de como o cérebro mantém o corpo em equilíbrio, como esse equilíbrio pode ser prejudicado em doenças e como podemos restaurá-lo”, explica Xin Jin, professor do Scripps Research que conduzirá a parte do projeto que a envolve identificação genômica e de tipos dos neurônios. Saiba quais: 37 condições neurológicas afetam 42% da população mundial, diz OMS Ao decodificar a interocepção, a equipe também espera descobrir princípios fundamentais da comunicação corpo-cérebro que possam orientar novas abordagens para o tratamento de doenças. A desregulação dessas vias tem sido um fator que aparece em condições que vão de distúrbios autoimunes e dor crônica a neurodegeneração e hipertensão. “Esperamos que nossos resultados ajudem outros cientistas a fazer novas perguntas sobre como os órgãos internos e o sistema nervoso permanecem sincronizados”, acrescenta Li Ye, titular da cadeira N. Paul Whittier em Química e Biologia Química no Scripps Research e um dos líderes do projeto.