Crianças de 9 e 10 anos são acusadas de estupro e tentativa de homicídio contra menina de 5 nos EUA

Crianças de 9 e 10 anos são acusadas de estupro e tentativa de homicídio contra menina de 5 nos EUA

Um menino de 9 anos e uma menina de 10 anos, ambos de Ohio, estão enfrentando acusações de estupro e tentativa de homicídio após um ataque a uma menina de 5 anos em um campo de Cleveland, informaram as autoridades nesta quarta-feira (15). Leia também: Uruguai aprova lei que legaliza a eutanásia e se torna pioneiro na América Latina Saiba mais: Em caso raro, cientistas investigam encalhe de 26 orcas na Argentina As crianças foram formalmente acusadas de tentativa de homicídio, quatro acusações de estupro, duas de agressão criminosa, estrangulamento e sequestro, em relação ao ataque ocorrido no mês passado, segundo o Gabinete do Promotor Público do Condado de Cuyahoga. Relato da mãe e estado da vítima Em uma publicação no Facebook neste mês, a mãe da vítima fez um relato comovente sobre os ferimentos sofridos pela filha. Ela contou que, em 13 de setembro, a menina foi encontrada “sem reação, ensanguentada, com o cabelo arrancado do couro cabeludo” e “coberta de hematomas”, entre outros ferimentos graves. “Minha filha não parecia ela mesma”, escreveu a mãe na postagem. O New York Times optou por não divulgar o nome da mulher nem da criança, seguindo sua política de não identificar vítimas de crimes sexuais. Segundo o relato, a menina de 5 anos estava sob os cuidados de um familiar enquanto a mãe passava por um procedimento médico. A criança teria saído de casa e desaparecido por um período até ser encontrada. Quando a mãe retornou, a filha já estava sendo atendida por socorristas. O estado atual da menina não foi divulgado. Investigação e acusações formais Em 7 de outubro, a Divisão de Polícia de Cleveland publicou um comunicado nas redes sociais afirmando estar ciente de postagens sobre o caso e que o episódio estava sendo “investigado ativamente”. O órgão ressaltou que, devido à natureza sensível do caso, não poderia compartilhar mais informações. O departamento confirmou que iniciou as investigações em 13 de setembro, envolvendo “várias crianças menores de 10 anos, tanto como vítimas quanto como suspeitas”. Em nota, a polícia se recusou a comentar detalhes adicionais, alegando risco de comprometer o andamento das apurações e de violar a privacidade dos envolvidos. O Ministério Público do Condado de Cuyahoga anunciou as acusações formais nesta quarta-feira, informando que ainda está reunindo provas e recebendo novos relatos. A porta-voz do órgão, Lexi Bauer, disse que as denúncias foram apresentadas no tribunal juvenil e que as duas crianças acusadas serão indiciadas posteriormente. Em Ohio, apenas suspeitos com 14 anos ou mais podem ter o caso transferido para um tribunal de adultos, explicou Bauer.

Fast food prejudica a memória em apenas quatro dias, aponta estudo

Fast food prejudica a memória em apenas quatro dias, aponta estudo

Quatro dias são suficientes para que o consumo de fast food comece a afetar o cérebro. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, concluiu que uma dieta rica em gordura e ultraprocessados, típica do padrão ocidental, prejudica rapidamente as células cerebrais responsáveis pela memória — embora o dano seja reversível. Uruguai aprova lei que legaliza a eutanásia e se torna pioneiro na América Latina O alimento que é uma alternativa ao arroz branco, com mais vitaminas e minerais A pesquisa, publicada na revista científica Neuron, identificou que o excesso de gordura reduz a disponibilidade de glicose no cérebro, afetando diretamente os interneurônios CCK do hipocampo, área responsável pela formação e consolidação das memórias. — Não esperávamos que essas células fossem tão vulneráveis, nem que a alteração ocorresse em tão pouco tempo, afirmou Juan Song, pesquisadora do Centro de Neurociências da universidade. O hipocampo é uma das regiões mais sensíveis do cérebro e também uma das primeiras afetadas em doenças como o Alzheimer. A glicose é sua principal fonte de energia; quando escasseia, a comunicação entre neurônios se deteriora, comprometendo as funções cognitivas. Nos testes, ratos alimentados com comidas gordurosas por apenas quatro dias apresentaram déficits de memória e atividade anormal dos interneurônios CCK. O estudo também identificou o papel da proteína piruvato quinase M2 (PKM2), que regula o uso de glicose pelos neurônios. Quando há desequilíbrio, as células entram em um estado de hiperatividade, interferindo no processamento de informações. Os pesquisadores acreditam que o mecanismo é semelhante em humanos, o que reforça os alertas sobre o impacto de alimentos ultraprocessados e ricos em gordura saturada no aumento do risco de demência e Alzheimer. Boa notícia: cérebro pode se recuperar Ao suspender a dieta gordurosa e restaurar os níveis normais de glicose, a atividade cerebral voltou ao padrão normal. Os ratos recuperaram a função das células piramidais, essenciais à memória de curto prazo, e os déficits cognitivos desapareceram. Curiosamente, o jejum intermitente também se mostrou eficaz: períodos controlados sem alimentação ajudaram a restaurar a atividade normal das células cerebrais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de alimentos ultraprocessados já representa mais da metade das calorias ingeridas em diversos países ocidentais. Além da obesidade e das doenças cardiovasculares, essa dieta pode acelerar o declínio cognitivo — uma tendência que, segundo os cientistas, pode ser revertida com mudanças simples na alimentação.

Lula e Trump: saiba o que Rubio e Vieira discutem hoje nos EUA em prévia do encontro presidencial

Lula e Trump: saiba o que Rubio e Vieira discutem hoje nos EUA em prévia do encontro presidencial

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vai se reunir nesta quinta-feira, dia 16, à tarde com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington. A expectativa de realização do encontro, preparado há uma semana com discrição pelas burocracias de Estado brasileira e americana, foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Departamento de Estado também confirmou a programação e o local. O encontro ocorre às 15h (horário de Brasília), na Casa Branca, uma forma de mostrar que o tema está sendo conduzido pela presidência americana. Além de chefe da diplomacia, o anfitrião Rubio exerce a função de conselheiro de Segurança Nacional. A proposta é que Rubio e Vieira conversem reservadamente primeiro e, em seguida, realizem um diálogo ampliado com suas respectivas equipes presentes. A reunião vai discutir encaminhamentos para a maior crise entre Brasil e EUA em dois séculos de relações diplomáticas, com foco especial no tarifaço de Donald Trump sobre exportações brasileiras, sobretudo a sobretaxa de 40%. O encontro em Washington marca a retomada oficial das negociações bilaterais, após a primeira interação entre Lula e o presidente Donald Trump, em 23 de setembro, nos bastidores das Nações Unidas, em Nova York. O encontro de 39 segundos foi precedido de uma série de contatos secretos para aproximá-los, como revelou o Estadão. “Quando eu fui falar com o Trump na ONU eu não o conhecia, mas a gente estava de mal. Ele me ligou, eu falei ‘presidente, eu queria estabelcer uma conversa sem liturgia. Vamos nos tratar como você’. Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã (hoje) vamos ter a conversa de negociação”, disse Lula, nesta quarta-feira, dia 15, em evento no Rio, cintando a “excelente química” entre eles, relatada por Trump na Assembleia Geral da ONU. Rubio e Vieira, interlocutores indicados pelos presidentes, fazem uma espécie de prévia da futura reunião presencial entre Lula e Trump, cuja primeira janela para ocorrer é a Cúpula da Asean, bloco econômico do Sudeste Asiático. Ambos foram convidados e preparam a viagem para a Kuala Lumpur, na Malásia, entre 26 e 28 de outubro. O governo brasileiro quer aproveitar o bom momento e a interação pessoal para acelerar a reunião em nível de presidentes. A expectativa é de que haja uma sinalização sobre o encontro na Malásia, organização dos temas sobre os quais os presidentes poderão falar e algum grau de negociação prévia. Se não ocorrer em território malaio, o encontro pode ter lugar nos Estados Unidos ou no Brasil futuramente, como Lula e Trump indicaram em telefonema recente. Uma semana atrás, Vieira e Rubio conversaram ao telefone por 15 minutos para agendar a reunião prévia de negociação. Em um gesto que revela sua origem familiar cubana, Rubio falou com o ministro em espanhol em vez de usar o inglês. O chanceler está acompanhado de embaixadores de confiança da cúpula do Itamaraty e assessores próximos, entre eles Mauricio Lyrio, chamado por Lula de “negociador de todas as causas difíceis”, e Philip Fox-Drummond Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros. Lyrio é atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, mas iniciou as negociações em março e Fox-Drummond deu continuidade. A embaixadora Maria Luiza Viotti também irá à reunião. Na véspera da conversa, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, voltaram a justificar as tarifas recíprocas de 10% e a sobretaxa de 40% no Brasil. Eles disseram que a aplicação da lei visa a “cortar totalmente” o comércio, bem como países, empresas ou pessoas do sistema financeiro dos EUA. “Isso está relacionado a preocupações extremas com o Estado de Direito, censura e direitos humanos no Brasil, onde um juiz brasileiro tomou para si a responsabilidade de ordenar que empresas dos EUA se autocensurem, dando-lhes ordens secretas para gerenciar o fluxo de informações e o Estado de Direito com respeito aos oponentes políticos no Brasil”, afirmou Greer. “Se o presidente pode cortar completamente o comércio, ele certamente pode impor uma tarifa, que é uma medida menos drástica do que uma sanção total.” “E (está relacionado) à detenção ilegal de cidadãos dos EUA que estavam no Brasil”, complemetou Bessent. Comércio no topo da pauta Os ministros devem abordar, sobretudo, aspectos econômicos e comerciais, inclusive parcerias de interesse mútuo, bem como algumas questões políticas e geopolíticas. Na esfera comercial, o governo brasileiro - e o setor privado - possuem um diagnóstico de que, embora permitam um “alívio tarifário”, todos os acordos anteriores fechados pela administração Trump se mostraram “assimétricos”. Um documento obtido pelo Estadão diz que esses acordos revelam “reciprocidade à moda Trump” - e cita os casos das tarifas finais de 19% com a Indonésia e 15% com União Europeia, e zerada para os EUA. Entre os fatores de risco, o governo avalia que os acordos são frágeis (suspensão pode ocorrer a qualquer momento) e superficiais – “permitem ao governo americano cantar vitória mesmo sem detalhes técnicos definidos”. Como elemento novo e atípico para acordos tradicionais de governo a governo, Trump tem celebrado e envolvido anúncios de investimentos privados nos EUA e compromissos de compra de produtos americanos. Riscos envolvidos nas conversas O documento relata que os acordos vêm sendo “negociados ao arrepio de regras da OMC” e repactuam acordos de livre comércio dos EUA. Outro aspecto considerado pela equipe comercial brasileira é que eventuais acertos possam se chocar com regras internas do Mercosul e da OMC, internalizadas pelo País. A depender do desenho da negociação, um eventual acordo para aliviar as tarifas entre os dois países pode requerer no Brasil aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, outro risco político previsto. Os dois cenários se aplicariam se o caminho for um pacote de acordos setoriais para eliminação de tarifas do dois lados, em vez de barganhas pontuais. O Brasil pode ser forçado a fazer barganhas entre setores, envolvendo, por exemplo, concessões em etanol, que hoje não é considerado como especialmente prejudicado pelas medidas americanas. Por isso, deseja envolver o açúcar em eventual contrapartida. China e Brics Outro fator na mesa é que o governo poderá ter que lidar são os chamados temas “não-comerciais”. Os principais deles são a influência geoeconômica da China no País, além da pauta da desdolarização discutida dentro do Brics- que teve incentivo direto de Lula e incomoda Trump. Interlocutores do governo afirmam que o presidente Lula pode buscar uma “acomodação” e desacelerar seu incentivo político à criação de mecanismos alternativos ao dólar, como o País já fez ao tirar o tema do foco no Brics. E ponderar que o papel brasileiro dentro do grupo tem sido buscar um equilíbrio nas pautas sem adotar um viés anti-ocidental. A diplomacia brasileira também está preparada para ressaltar que o efeito do tarifaço é a busca de alternativas de mercado e uma aproximação comercial maior com a China, uma consequência que o Planalto gostaria de evitar para não ampliar uma dependência comercial de Pequim. Por isso, se o assunto surgir, o governo está preparado para enfatizar que Lula não autorizou a adesão por completo à Nova Rota da Seda, iniciativa que é a ponta de lança da projeção geoconômica chinesa, sob liderança de Xi Jinping. Venezuela Integrantes do governo também viram nas conversas anteriores o desejo de abordar assuntos prioritários para a região, o que dá margem a que os governos tratem das crises na Venezuela e no Haiti. Eis uma lista de tópicos apurada pelo Estadão sobre objetivos do País e o que equipe negociadora brasileira preparou nos bastidores para a negociação: Revogar o decreto presidencial com a sobretaxa de 40% sobre exportações brasileiras, com base em na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA) Suspender a aplicação da Lei Magnitisky ao ministro Alexandre de Moraes e esposa, bem como negócios do casal, como o Instituto Lex Suspender a cassação de vistos a autoridades do Judiciário e do Executivo, entre as quais ministros do STF e de Estado, como Jorge Messias (AGU) Parceria para exploração e processamento no País de minerais críticos (reservas de terras raras) Reduzir ou eliminar tarifas sobre setores específicos Isenção de tarifas sobre o café e a carne, sem que o Brasil coloque concessões na mesa de partida, por entender que aumentam inflação nos EUA Possível acordo sobre taxas aplicadas no etanol americano no Brasil e tentativa de contrapartida ao açúcar brasileiro nos EUA, que funciona com sistema de cotas Alternativas de acordo com barganhas pontuais ou tarifa zero x zero entre setores inteiros Supensão das investigações da Seção 301 contra o Brasil por parte do Escritório do Representante Comercial (USTR) e das medidas na Seção 232 Proposta de regulação e taxação sobre big techs - plataformas americanas são as maiores do mundo e Trump acusa o governo Lula de censura e de prejudicar interesses econômicos do país no meio digital Consultas perante a Organização Mundial do Comércio como método de resolução de contenciosos Operação militar contra o narcotráfico e ameaças de intervenção na Venezuela Nova força de segurança em apoio à missão policial no Haiti

Protesto de motoristas de micro-ônibus interdita faixas da Avenida Juscelino Kubitschek, em SP

Protesto de motoristas de micro-ônibus interdita faixas da Avenida Juscelino Kubitschek, em SP

Protesto de motoristas de micro-ônibus interdita faixa da Avenida Juscelino Kubitschek Um protesto de motoristas de micro-ônibus interdita na manhã desta quinta-feira (16) duas faixas de um trecho da Avenida Juscelino Kubitschek, uma das principais vias do Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo, na altura da Passarela Marcelo Fromer. Os veículos estão estacionados na faixa da direita no sentido Marginal na altura do número 1.726, em frente ao prédio do escritório do Consórcio Metropolitano de Transporte (CMT). Segundo os manifestantes, há cerca de cem micro-ônibus parados. Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Polícia Militar também estão no local. As três faixas da direita da avenida estão liberadas e com fluxo normal. A manifestação, pacífica, não causa por enquanto grande impacto no trânsito na região. De acordo com os manifestantes, o CMT, formado por 24 empresas de ônibus que operam em 39 municípios da Grande São Paulo, não paga os motoristas há mais de 30 dias, sem uma explicação, o que torna a operação difícil. Diariamente, em torno de 80 mil passageiros utilizam os micro-ônibus. O atraso, segundo os motoristas, tem relação direta com a decisão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de extinguir Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) e passar os contratos da companhia para a responsabilidade da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Os manifestantes afirmam que o CMT quer que eles assinem um novo modelo contrato para receber os valores, mas eles temem que essa renegociação possa representar o fim do trabalho de muitos deles. Os micro-ônibus são da Reserva Técnica Operacional e regulamentados pela Artesp. Essas linhas operam em Santa Isabel, Arujá, Guarulhos, São Paulo - Estação Armênia e outros locais, Cotia, Carapicuiba, Barueri, Itapevi, Osasco, Jandira e Santana de Parnaíba, entre outros. A TV Globo tenta contato com a CMT e a Artesp, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem. Protesto de micro-ônibus interdita faixa da Avenida Juscelino Kubitschek Reprodução/TV Globo Veja também: Veja os vídeos que estão em alta no g1

Justiça americana liberta condenado por agressões antissemitas: “crime de ódio repulsivo”

Justiça americana liberta condenado por agressões antissemitas: “crime de ódio repulsivo”

A Justiça americana libertou um homem condenado por participar de um ataque antissemita em São Francisco após apenas 83 dias de prisão. Juan Diaz-Rivas, 36 anos, recebeu ainda dois anos de liberdade condicional, 80 horas de serviços comunitários e 16 horas de controle de agressividade. Segundo a Promotoria de São Francisco, Diaz-Rivas integrou um grupo... The post Justiça americana liberta condenado por agressões antissemitas: “crime de ódio repulsivo” appeared first on O Antagonista .

Uruguai aprova lei que legaliza a eutanásia e se torna pioneiro na América Latina

Uruguai aprova lei que legaliza a eutanásia e se torna pioneiro na América Latina

O Senado do Uruguai aprovou nesta quarta-feira, por ampla maioria, uma lei que legaliza a eutanásia sob determinadas condições, tornando o país o primeiro da América Latina a aprovar a medida por via legislativa. 'Morte Digna': projeto chega ao Senado, e Uruguai pode aprovar lei sobre eutanásia Batizada de “Lei da Morte Digna”, a proposta recebeu 20 votos favoráveis entre 31 parlamentares presentes. Até agora, apenas Colômbia e Equador haviam despenalizado a eutanásia, mas por decisões judiciais — nunca por aprovação direta do Parlamento. Após mais de dez horas de debate, marcado por tom respeitoso e momentos de forte emoção, o plenário aprovou a norma que permite aos pacientes em estado terminal, com doenças incuráveis ou sofrimento insuportável, solicitar ajuda médica para encerrar a própria vida. O pedido deve ser feito por escrito, com avaliações prévias e garantias jurídicas para médicos e pacientes. A votação foi acompanhada por ativistas, entre eles Beatriz Gelós, de 71 anos, paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma das principais vozes em defesa da causa. — “É uma lei de compaixão, muito humana. Me daria uma paz impressionante ver isso aprovado”, disse ela dias antes da votação. O Uruguai, tradicionalmente laico e pioneiro em legislações progressistas — como o casamento igualitário, a legalização do aborto e a regulamentação da maconha —, soma agora mais uma lei de caráter liberal à sua história. Entre os requisitos para ter acesso à eutanásia, estão: ser maior de idade, cidadão ou residente no país, estar psiquicamente apto e em fase terminal de doença incurável ou de sofrimento extremo com grave deterioração da qualidade de vida. Para o senador Daniel Borbonet, da base governista, a norma é “sólida e juridicamente segura”. Já o opositor Pedro Bordaberry classificou o texto como “uma lei que estimula a morte assistida”. O Colégio Médico do Uruguai preferiu não adotar posição oficial, mas participou da elaboração do texto para garantir “o máximo de segurança tanto aos pacientes quanto aos médicos”, afirmou o presidente da entidade, Álvaro Niggemeyer. A Igreja Católica manifestou “tristeza” com a aprovação e mais de dez organizações civis se declararam contrárias à redação final, considerando-a “deficiente e perigosa”. Ainda assim, o governo uruguaio considera a decisão um marco histórico no avanço dos direitos individuais na região.

CPI do INSS vota requerimento de convocação de irmão de Lula e quebras de sigilo de Lupi

CPI do INSS vota requerimento de convocação de irmão de Lula e quebras de sigilo de Lupi

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) votará nesta quinta-feira, 16, requerimentos para convocar José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e para quebrar os sigilo bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi. A CPI também deverá votar requerimento que pede a prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, também conhecido como Milton Cavalo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), o qual Frei Chico é vice-presidente. Frei Chico está na mira da CPI desde o primeiro dia. Um acordo feito entre os membros o protegia. Até então, o acordo entre os integrantes da CPI do INSS é o de não convocar para prestar depoimento as camadas inferiores do comando dos sindicatos e associações investigadas, a menos que haja um fato concreto que justifique a convocação. O Sindnapi, escritório o qual Frei Chico faz parte, teve um salto de mais de 500% entre 2020 e 2024, período em que também cresceu o volume de descontos associativos não autorizados em aposentadorias. “A oitiva de Frei Chico, como dirigente, é necessária para detalhar como o sindicato conseguiu tamanho incremento e se havia controle sobre os convênios firmados”, argumenta o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Na semana passada, durante o depoimento de Milton Cavalo, Gaspar ameaçou usar o silêncio dele para justificar uma convocação de Frei Chico à CPI, causando o protesto de governistas. O dirigente só quebrou o silêncio para responder ao ex-ministro de Lula e deputado do PT Paulo Pimenta (RS) sobre a atuação do irmão do presidente da República no sindicato. “Contrariando o meu advogado, quero dizer que ele nunca teve esse papel administrativo no sindicato. só político, de representação sindical. Nada mais do que isso”, disse. “Não precisei em nenhum momento solicitar a ele que abrisse qualquer porta do governo.” A CPI pediu, além disso, a prisão de Milton Cavalo. Trata-se de um pedido do próprio relator. “Milton comandou esquema criminoso que desviou milhões de reais dos benefícios previdenciários de aposentados entre 2015 e 2025, mediante fraude massiva”, afirma Gaspar, que menciona o “risco concreto” de fuga do presidente do Sindnapi para o exterior. Em outro golpe contra o governo Lula, a CPI também quer quebrar os sigilos bancário, fiscal e telemático de Lupi. Era Lupi o ministro da Previdência quando a Polícia Federal iniciou a operação Sem Desconto, que investiga o esquema fraudulento que estaria em curso no INSS. Ele renunciou pouco tempo depois do início da operação. Oposicionistas dizem que Lupi tinha conhecimento das irregularidades dos descontos desde junho de 2023 e nada fez. “A inação foi tão evidente, uma vez que não apontou, em depoimento perante esta CPI, de que exerceu a supervisão ministerial para realizar o controle finalístico do INSS na gestão de consignações em folha de pagamento”, justifica o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), autor de um dos requerimentos. “A falta da supervisão culminou na liberação de milhares descontos em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas.” CPI ouve presidente da Conafer nesta quinta-feira Depois de votar os requerimentos, a CPI do INSS ouvirá Cícero Marcelino de Souza Santos, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). A Conafer é uma das campeãs de arrecadação com descontos a aposentados suspeitos de serem ilegais.