Motociclista morre após ser atingido no pescoço por linha com cerol em Campinas

Motociclista morre após ser atingido no pescoço por linha com cerol em Campinas

Um motociclista morreu, na noite deste domingo (24), após ser atingido no pescoço por uma linha com cerol no bairro DIC 4, em Campinas (SP). O caso ocorreu na Avenida João Prata Vieira, sentido bairro, no cruzamento com a Rua Anita Malfatti. A vítima tinha 45 anos, segundo a Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp A Emdec informou que a ocorrência foi registrada por volta de 19h20 e os agentes chegaram às 20h. Até esta publicação, a faixa da direita da avenida estava interditada para o trabalho da perícia e remoção do corpo. A identidade da vítima não foi informada até a última atualização desta reportagem. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

Da bicicleta ao carro voador: a revolução na China que atropela o ocidente

Da bicicleta ao carro voador: a revolução na China que atropela o ocidente

Da bicicleta ao carro voador: a revolução na China que atropela o ocidente Reprodução A China, um país de contrastes e inovações aceleradas, redefine o futuro da mobilidade com tecnologias automotivas de ponta. De carros voadores a táxis autônomos, o "Código Chinês" explora como a nação se tornou uma potência global no setor automotivo. Imagine um futuro onde você se desloca em carros voadores de um lado para o outro da cidade. Na China, essa visão já está em desenvolvimento. As turbinas começam a acelerar rapidamente, e "uau!", um carro que hoje chamamos de carro voador decola. Mas essa não é a única novidade por aqui. Já pensou em um carro que pula quando vê um buraco? Ou um que vai de 0 a 100 km/h em apenas 3 segundos? Há também um veículo que consegue fazer o retorno sem sair do lugar. Basta colocar o ângulo desejado para que ele gire 360 graus. Para quem não gosta de fazer baliza, os problemas acabaram, pois a tecnologia chinesa oferece soluções. Os carros chineses, que já foram vistos como cópias baratas, hoje ostentam tecnologia de ponta e são muito acessíveis. Este episódio da série "O Código Chinês" é dedicado exclusivamente aos carros. Ninguém está aqui para se gabar, mas quando Brasília estava sendo construída, o Brasil já tinha um milhão de carros que rodariam por essas ruas, projetadas especialmente para eles. Na China, quantos havia? Apenas um: o do líder supremo Mao Tsé-Tung. Na verdade, nem ele possuía um carro. Havia alguns veículos de propriedade do Partido Comunista, usados pelos poderosos e para visitantes importantes. Era uma outra China, uma época em que 30 milhões de pessoas morreram de fome. O sonho de consumo de um chinês era a bicicleta Pombo Voador, fabricada pelo estado. Ela era o maior símbolo de status, pois era preciso aprovação do patrão e do governo para comprá-la, e ainda se enfrentava anos na fila de espera. Nos anos 1990, as ruas de Pequim ainda eram assim. Pessoas comuns só puderam comprar seu primeiro carro em 2003, quando o governo decidiu que, a partir daquele momento, todos teriam um carro. Em 2025, a realidade é outra. Na Feira do Automóvel de Xangai, onde uma variedade de carros é apresentada, há hoje mais de cem marcas de carro na China, contra treze nos Estados Unidos. Ao entrar em um desses carros chineses, a sensação é de muito conforto, com painéis gigantes que integram comandos, música, mapa e entretenimento. Muitos utilizam o carro como uma segunda casa, passando muito tempo nele. Há poltronas que, por exemplo, oferecem massagem. A inovação por aqui não é brincadeira. Existem carros de pelúcia rosa, carros estilo Lego. Um carro de seis rodas surpreende: em seu bagageiro gigante, ele carrega um helicóptero de braços dobráveis, permitindo ao proprietário sair do veículo, embarcar no helicóptero e voar para onde quiser. Mas como a China chegou a esse ponto? O governo chinês assinou um contrato milionário com uma montadora estrangeira, a General Motors, que iria produzir carros na China, mas metade da empresa seria de propriedade do governo. Ronaldo Znidarsis, diretor de operações da Zeekr, que antes era executivo da GM, lembra que “todas as decisões eram negociadas. Da cor do carpete até o modelo a ser colocado”. Houve muita discussão, mas o negócio deslanchou. “Você tinha colaboradores, trabalhadores vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana para construir a fábrica”, afirma Ronaldo. Ele acrescenta que “foi a planta até então mais rápida e com o menor orçamento já feito na história da GM”. Assim, entre as bicicletas, começaram a aparecer os primeiros Buicks, o primeiro carro produzido em larga escala. Ainda assim, era muito caro para um chinês comum. Por isso, o próprio governo começou a abrir suas fábricas, que inicialmente faziam, digamos, “homenagens” a carros fabricados em outros países. Ronaldo Znidarsis explica que “eles atuaram por uma década como esponjas. Eles começaram a ter acesso a fornecedores internacionais. Eles localizaram muitos desses fornecedores na China. E gradativamente foram adquirindo a capacidade tecnológica. Treinando engenheiros. Treinando designers. Treinando administradores”. Ele reflete sobre o erro de avaliação ocidental: “qual foi, na minha humilde opinião, o racional equivocado? Que nós sempre estaríamos à frente”. A China superou a fase de apenas copiar e começou a apostar em designs exclusivos. O grande salto foi a decisão de trocar os motores a combustão por motores elétricos. Ronaldo Znidarsis observa que “a China tomou uma decisão consciente, ela não tem os recursos de petróleo suficientes para a frota que ela tem e decidiu investir na eletricidade”. A infraestrutura que a China construiu para suportar o crescimento dos carros elétricos é fenomenal: são 3,5 milhões de carregadores elétricos públicos e, juntando com os que as pessoas têm em casa, somam 11 milhões. Em comparação, os Estados Unidos têm 196 mil, e o Brasil, 12 mil. Além disso, a China conta com hidroelétricas gigantes para produzir cada vez mais energia. Em Wuhan, uma cidade da qual todos já ouvimos falar, esses carros elétricos estão sendo testados como em um laboratório. Não tem como pensar em Wuhan e não lembrar da pandemia do coronavírus, cujo mercado, onde muitos especialistas acreditam que o vírus pulou de um animal para humanos, foi totalmente fechado e transferido. Mas isso não significa que Wuhan parou no tempo. O novo mercado ainda vende sapos e tartarugas que vão para a panela. A China tradicional ainda está nas ruas com suas explosões, como a pipoca crocante, semelhante à de saquinho vermelho que comemos no Brasil. Não muito longe dali, moram símbolos da China: os pandas vermelhos, ameaçados de extinção, que vivem no zoológico de Wuhan. E a forma de chegar até lá também é inovadora: um trem que corre de cabeça para baixo e tem o chão panorâmico, parte de um grande projeto de revitalização da cidade devastada pela pandemia. Esse mesmo projeto fez com que fossem liberados ali primeiro 600 dos táxis mais modernos do país. Jessica, uma estudante que às vezes chama um carro autônomo, explica o processo: “é esse carro!” Ela insere os quatro últimos dígitos do celular, a porta abre, e então diz: “eu só preciso falar e o táxi começa a andar”. Jessica conta que, da primeira vez que pegou um carro sem motorista, estava com muito medo. O banco faz massagem, e ela comenta: “ele não vai muito rápido, então eu acho muito seguro!”. Jessica afirma que Wuhan se recuperou rapidamente da pandemia: “na verdade a gente já está melhor do que antes... você vê robôs na rua o tempo todo. Às vezes eles fazem um show pra gente. Muito simples, mas muito chique!”. A empresa dona desses robotáxis comemorou este ano ter gasto vinte e sete mil dólares para produzir um desses veículos autônomos, enquanto seus "primos" americanos, que operam em cidades como São Francisco, custam cerca de duzentos mil dólares cada para serem produzidos. A guerra das tarifas Os carros chineses, tão baratos, tornaram-se um problema, deixando outros países de cabelo em pé. Os trabalhadores nas fábricas chinesas ganham de 3 a 6 dólares por dia, enquanto um trabalhador sindicalizado de montadoras americanas ganha 35 dólares, dez vezes mais. Muitas dessas fábricas de carros chineses são de propriedade do governo. Desde o começo, elas foram pensadas para fazer tudo internamente, desde a extração dos metais necessários da terra até a produção de chips, baterias e motores. Stella Li, vice-presidente executiva da BYD, a maior montadora de carros chinesa, afirma: “nós produzimos muitos componentes na própria fábrica. Isso também nos ajuda a sempre inovar”. Ela complementa: “nós emitimos 45 patentes de novas tecnologias por dia. Isso nos dá muita vantagem”. Essa é a grande diferença das fábricas nos Estados Unidos, que precisam importar de outros países grande parte das peças necessárias para entregar o carro pronto. O carro mais barato da China custa trinta mil reais. Para se ter uma ideia, o carro mais barato no Brasil custa 75 mil reais, e nos Estados Unidos, 115 mil reais. Por isso, os carros foram o primeiro alvo do presidente americano Donald Trump. Para um carro chinês ser vendido nos Estados Unidos, é preciso pagar 250% de tarifas, duas vezes e meia o valor do carro, resultando na ausência de carros elétricos chineses nas ruas americanas. Agora, o presidente americano quer fazer a mesma coisa com todos os produtos chineses. Trump diz que a China trapaceou, copiando tudo o que os americanos inventavam, e que agora que estão bem, não vão vender nos Estados Unidos. Aqui começa um jogo de pôquer entre Estados Unidos e China. Virou uma mesa de apostas. Trump colocou 25% de tarifas, e a China respondeu. Quanto mais Trump aumentava, mais a China pagava para ver. Até o momento em que Trump colocou todas as fichas, equivalentes a 145% de tarifas sobre tudo o que entra nos Estados Unidos. Xi Jinping pagou para ver. Mas tirou da manga uma carta que ninguém esperava: o super trunfo chinês, a carta dos ímãs. A China tem a maior reserva do mundo de neodímio, um dos metais que chamamos de terras raras. O metal existe em outros países, mas a China detém a tecnologia para transformá-lo em ímã. Não percebemos no dia a dia como eles são importantes, mas estão em quase todos os equipamentos eletrônicos. E são fundamentais para o tema desta reportagem. Para ilustrar, imagine uma pilha como a bateria de um carro elétrico, e cabos de metal levando a energia às rodas, conectados ao eixo. Um elemento crucial é o ímã. O ímã cria um campo eletromagnético, e a roda começa a girar. Essa é uma representação muito básica de como funciona o motor de um carro elétrico, por isso a operação é tão silenciosa. Aquele carro super rápido que fez barulho no começo da reportagem, na verdade, tinha o som vindo de alto-falantes, um barulho de mentira, só para dar frio na barriga. A carta na manga do presidente chinês Xi Jinping foi proibir a exportação desses ímãs para os Estados Unidos, o que levou as montadoras americanas ao pânico, pois as rodas de seus carros ficariam sem girar. Foi a carta dos ímãs que fez Donald Trump recuar e pausar as tarifas por 90 dias, e agora a aplicação foi adiada mais uma vez. O futuro chinês atropela o ocidente Enquanto isso, os chineses, que têm a maior reserva de ímãs e outros minérios raros do mundo, continuam avançando. A China produz hoje três vezes mais carros que os Estados Unidos, tem mais de um bilhão de consumidores, muitos que ainda não tiveram o primeiro carro. Com o mercado americano fechado, para onde os chineses estão exportando? Stella Li, da BYD, afirma que “o Brasil é muito importante para nossa estratégia global”. Essa empresa, a maior exportadora chinesa, comprou os maiores navios transportadores de carros do mundo, com capacidade para 7 mil carros, como grandes estacionamentos de shopping. E Ronaldo, que trabalhava para uma montadora americana, hoje é diretor de uma grande montadora chinesa. Ele acredita que “eletrificação não tem volta. A China é uma prova disso. Dos trinta milhões de veículos vendidos no ano passado, mais da metade foram eletrificados”. Na China, os carros elétricos estão subindo a outro patamar. Várias montadoras chinesas estão desenvolvendo carros voadores, buscando tirar os carros do chão. Um desses modelos será testado pela primeira vez no segundo semestre. O desafio é manter a segurança no ar com tantos carros autônomos voadores. Quem vai controlar o tráfego aéreo de carros? É o governo quem vai decidir. Uma empresa, em parceria com o governo local, é a primeira a ter licença para operar na cidade de Cantão. Outras três montadoras que fabricam carros voadores também são de propriedade do governo. Por isso, elas têm a chance de tomar os céus antes de qualquer outro lugar do mundo. O plano é que em 2030, ou seja, em cinco anos, cem mil desses carros estejam voando pelos céus da China, fazendo entregas e levando passageiros. E que em 2050, qualquer chinês possa comprar um. Enquanto as tarifas americanas atrasam ainda mais a produção dos carros que rodam no chão, a ideia chinesa do futuro, com estratégia, hoje atropela o Ocidente. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts.

‘Bloodline’: dez anos de sucesso

‘Bloodline’: dez anos de sucesso

A série Bloodline está em cartaz pela Netflix há uma década. Sua mistura de policial com novela pegou os telespectadores em cheio. Funciona muito bem, mesmo não tendo qualquer pretensão. Ou talvez por isso mesmo. A série é passada numa das cidadezinhas ao sul da Flórida onde a família Rayburn vive feliz e bem-sucedida. O casal Robert (Sam Shepard) e Sally (Sissy Spacek) tem uma pousada e chama os filhos para comemorar o aniversário de casamento: o policial John (Kyle Chandler), a advogada Meg (Linda Cardelli) e o dono de uma loja de aluguel de barcos Kevin (Norbert Leo Butz). Mas surge um quarto filho - Danny (Ben Mendelsohn), o mais velho, renegado pela família por ser encrenqueiro e problemático. A série mostra a tentativa de Danny de se reintegrar aos Rayburn. Não dá certo. Ele se mete com traficantes e bandidos e coloca a própria família em perigo. Mas a sua situação de rejeitado esconde os podres passados dos Rayburn. https://youtu.be/o2GUR9zKxzQ?si=EumMlyoxi7wtVTtO O post ‘Bloodline’: dez anos de sucesso apareceu primeiro em Revista Oeste .

De briga de trânsito a crime encomendado: Fantástico revela reviravolta em caso de tentativa de homicídio em SP

De briga de trânsito a crime encomendado: Fantástico revela reviravolta em caso de tentativa de homicídio em SP

13868775 Reviravolta em investigação de tentativa de homicídio em São Paulo Reviravolta na investigação de ataque cercado de mistério em São Paulo. Um atirador descarregou a arma em um carro onde estavam um casal e uma criança. Por sorte, todos sobreviveram. Os investigadores chegaram a tratar o caso como briga de trânsito. Mas, oito meses depois do atentado, descobriram que o crime está ligado a um desvio milionário em uma das principais cooperativas de saúde do país. Era sábado, 14 de dezembro do ano passado. Um carro preto seguia pela zona leste de São Paulo. Outro veículo ia atrás dele. O sedã estacionou. O carro cinza parou no meio da rua. Depois, tudo aconteceu muito rápido. Foram dez segundos que redefiniram a história de um casal e o filho de dez anos. Logo após os tiros, a polícia começou a buscar imagens registradas por câmeras de segurança da região. Não demorou para os investigadores terem em mãos uma sequência de cenas, antes e depois do crime. Às 3h47, meia hora antes do atentado, um homem de agasalho e calça jeans caminhava por uma rua próxima. A câmera registrou bem o rosto dele. Segundo as investigações, ele era um dos ocupantes do carro que seguia a família. “A gente estava em um evento no clube de futebol do meu filho. E, ao sair do clube, a gente estava indo para casa”, lembra a vítima. “Aí eu presenciei um carro tentando me ultrapassar. Eu achei uma manobra arriscada. E eu bloqueei, não deixei que ele ultrapassasse. Mas ali, naquele momento, não houve nenhuma discussão, não houve nenhum xingamento, não houve nada”, diz outra vítima. “Se fosse uma briga de trânsito, naturalmente ele teria que atirar no motorista. Não tinha fundamento para que ele atirasse na passageira.", diz o advogado da família. Às 4h18, o homem de agasalho desceu com a arma na mão. “E aí, quando eu percebi, ele já tava aqui, já disparando, já contra a minha esposa. E ele descarregou a arma", diz o homem. “A única coisa que veio na cabeça foi o meu filho, no momento. E mais nada”, diz a mulher. Foram 11 tiros. Sete atingiram a mulher — no rosto, no ombro, no braço e na mão. O atirador entrou no carro, que voltou de ré pela rua. Mesmo ferido, o marido gritou por socorro. “Você tá numa situação ali, desesperadora. Eu nem percebi que eu tava ferido. Meu filho tava no banco de trás. Graças a Deus, não acertou nenhum disparo nele. Ele tocou a campanha do vizinho, pedindo socorro lá pra poder ajudar a gente, né? Depois ali foi um milagre de Deus pra ela sobreviver e ficar bem, sabe?”, diz o homem. Na fuga, os criminosos bateram o carro em frente a uma delegacia, a um quilômetro da casa da família, e fugiram a pé. Foi justamente o veículo que permitiu à polícia descobrir a motivação do crime. As informações da placa levaram os investigadores ao dono do carro. Segundo a polícia, Júlio César Benício de Medeiros emprestou o carro para que outros dois homens executassem o atentado. Tiago Ferreira foi flagrado correndo um minuto após o crime, perto do local onde o carro foi abandonado. Os policiais acreditam que ele dirigia o veículo. Já Rafael Rosa da Silva seria o atirador. Ele aparece antes e depois do atentado, usando a mesma roupa de quem efetuou os disparos. Mas Júlio César, Tiago e Rafael seriam apenas parte da organização criminosa. Depois de oito meses de investigação, a polícia descobriu que o crime não tinha relação com briga de trânsito. A verdadeira motivação estava no trabalho da vítima, que atuou como analista financeira por 17 anos. A mulher trabalhava na sede da Unimed Nacional, no centro de São Paulo, uma das principais cooperativas de saúde do país. “A minha esposa tinha uma conversa no WhatsApp com a gerente dela. E lá ela mencionava um suposto desvio de dinheiro que estava acontecendo lá na empresa”, diz o homem. A suspeita partiu de um e-mail a que o Fantástico teve acesso, que cobrava R$ 800 mil para um fundo de investimentos. A mensagem trazia a assinatura e a marca da concessionária Comgás. Mas, na verdade, a Comgás não tinha relação com a cobrança. O dinheiro ia para uma empresa fantasma com nome parecido: “C-Gás Fundo de Investimentos Ltda.” “Queria ali, camuflar esse nome pra que ninguém percebesse que o dinheiro que tava sendo gasto na verdade não era pra concessionária de serviço público e sim pra empresa montada por ela e pelo contador”, diz o delegado. A vítima percebeu o truque. “Saiu da nossa conta, indo pra esse C-Gás. E o CNPJ tá diferente também", diz ela. Ela avisou à gerente que uma colega estaria envolvida no desvio, mas não adiantou. “Ela simplesmente acreditou nessa outra funcionária e não deu andamento na denúncia que eu fiz na época”, diz a vítima. Bruna Perugine Teixeira era analista financeira no mesmo setor da Unimed. Segundo a polícia, ela arquitetou os desvios de dinheiro e também planejou a morte da colega. “Pra tirar eu do caminho ali que eu tava, que eu que descobri esse desvio, ela solicitou fazer esse homicídio contra mim”, diz a vítima. “Ela mostra a frieza de mandar uma mensagem, um vídeo para essa vítima e se solidarizando”, diz o delegado. A investigação descobriu que Bruna montou a “C-Gás Fundo de Investimentos” junto com o contador Danilo Araújo de Souza. Nas redes sociais, Danilo gostava de postar fotos aproveitando a vida em viagens ao exterior. Extratos bancários mostram várias transferências da Unimed nacional para a empresa fantasma. Em 8 de outubro do ano passado, a cooperativa pagou R$ 145 mil para a C-gás. No mesmo dia, Danilo recebeu da c-gás um pix de R$ 146 mil. Extratos bancários mostram várias transferências da Unimed Nacional para a empresa fantasma. Em outubro do ano passado, a cooperativa pagou R$ 145 mil à C-Gás. No mesmo dia, Danilo recebeu da C-Gás um Pix de R$ 146 mil. Ao todo, Bruna e Danilo teriam desviado mais de R$ 4,8 milhões da Unimed. “Eu, de início, não acreditava. Eu não acreditava que tinha partido dali, que foi alguma colega dela de trabalho", diz o homem. A polícia comprovou a ligação entre os desvios e o atentado contra a família. A empresa C-Gás fez várias transferências para Maurício Mafran Bonfim, apontado como laranja. Segundo a investigação, foi ele quem pagou os dois autores do atentado. O extrato mostra que, logo depois de receber dinheiro da C-Gás, Maurício repassou valores para Rafael Rosa da Silva, o atirador. "Não há dúvida alguma que o intuito era ceifar a vida, pelo menos dela, mas acredito que dos dois”, diz o delegado. Ao saber que poderia ser presa, Bruna Perugine desapareceu. O carro dela foi abandonado e a família chegou a pedir informações sobre o paradeiro. Para a polícia, tudo era encenação. “Ela também efetuou essa falsa comunicação de crime, o desaparecimento, pra também tentar escapar do crime”, diz o delegado. O sócio da C-Gás, Danilo, o atirador Rafael e o motorista Tiago também estão foragidos. A defesa de Bruna e Danilo sustenta a presunção de inocência dos dois. Os advogados afirmam que Danilo só vai se apresentar se for revogada sua prisão temporária e que Bruna encontra-se desaparecida. Já os defensores de Rafael e Tiago disseram que vão provar a inocência de seus clientes. Maurício Mafran, apontado como laranja do esquema, responde em liberdade. A defesa dele não foi encontrada para comentar. O único preso é Júlio César, dono do carro usado no atentado. “Posso falar, senhor, que eu não tenho envolvimento nenhum com isso”, diz Júlio César. A Unimed afirma que instaurou uma apuração interna rigorosa, que resultou no desligamento dos profissionais envolvidos. “Um crime desse sem esclarecimento, por exemplo, jamais saberíamos o que aconteceu, né? A gente consegue dar essa resposta pra família, pra que ela consiga, mesmo depois dessa tragédia, sobreviver e continuar sua vida”, diz o delegado. Mas, para seguir em frente, a família espera que todos os envolvidos sejam presos. Quem tiver informações sobre os foragidos pode ligar para o Disque Denúncia, no número 181. Não é preciso se identificar. Hoje, oito meses depois do crime, o casal ainda se recupera dos ferimentos. “Ela já fez três cirurgias para reconstrução da mandíbula. Ela tá sem o movimento da mão direita, né?”, diz Eduardo. As sequelas não são apenas físicas. “Meu filho passa por um psicólogo, a minha esposa, eu também passo. A gente mudou de cidade por conta de tudo isso aí. É superar tudo isso, né? Começar a reconstruir, voltar a sonhar. Viver a vida que nós vivíamos, sabe?” Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts.

Erika Hilton aciona o Itamaraty por proteção de braseira trans detida nos EUA

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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou o Itamaraty neste domingo, 24, para pedir proteção à brasileira trans detida nos Estados Unidos. Alice Barbosa, uma brasileira de 28 anos e mulher transexual, foi presa no país norte americano por agentes não identificados. Vídeos publicados em rede social mostram uma abordagem violenta. Segundo informações do jornal […]

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