Bateria de notebook explode após mordida de cachorro: entenda riscos

Bateria de notebook explode após mordida de cachorro: entenda riscos

Um vídeo de câmera de segurança que viralizou nas redes sociais flagra o momento exato em que a bateria de um notebook pega fogo após ser mordida por um cachorro de estimação. O incidente ocorreu em uma residência em Chapel Hill, na Carolina do Norte (EUA), e foi divulgado pelo departamento de bombeiros local na última segunda-feira (13). No vídeo, é possível ver o cão, chamado Colton, mastigando o componente até que ele começa a soltar fumaça e pega fogo. Felizmente ninguém ficou ferido, mas o caso serve como um alerta sobre os perigos ocultos nas baterias de íon de lítio, a tecnologia que alimenta a maioria dos nossos eletrônicos portáteis. Embora acidentes como este sejam considerados raros, a onipresença desses componentes em nosso cotidiano torna fundamental entender por que eles falham e como podemos minimizar os riscos. As baterias de íon de lítio são "reservatórios químicos de energia", como define o especialista em tecnologia Paulo Ferreira em entrevista prévia ao TechTudo. A seguir, entenda em detalhes como essas baterias funcionam, por que podem explodir e quais os cuidados para evitar acidentes. Veja sinais de que o celular vai explodir e o que fazer se pegar fogo Canal de ofertas no WhatsApp: confira promoções, descontos e cupons a qualquer hora Cão chamado Colton provocou um incêndio após morder uma bateria de lítio Reprodução/Chapel Hill Fire Department Celular caiu na água – o que fazer? Veja no Fórum TechTudo Assista ao vídeo do momento do incêndio: Initial plugin text Como funcionam as baterias de íon de lítio? Para entender por que uma bateria pode falhar de forma tão "explosiva", primeiro é preciso olhar para dentro dela. Uma bateria de íon de lítio é composta por quatro componentes principais: o cátodo (polo positivo), o ânodo (polo negativo), um eletrólito (um meio de transporte para os íons) e um separador poroso. Durante o carregamento, uma corrente elétrica força os íons de lítio a migrarem do cátodo para o ânodo. Quando usamos o dispositivo, o processo se inverte: os íons fluem de volta, liberando a energia que alimenta o aparelho. O equilíbrio delicado desse sistema depende do separador, uma membrana extremamente fina que impede o contato físico direto entre o ânodo e o cátodo, o que causaria um curto-circuito catastrófico. A segurança de toda a bateria depende, em última instância, da integridade dessa finíssima barreira. Qualquer evento que a comprometa, como a perfuração causada pela mordida do cão, transforma instantaneamente a fonte de energia em uma bomba-relógio, iniciando uma reação em cadeia de superaquecimento. Baterias podem estufar e causar acidentes Reprodução/uBreakiFix Em quais equipamentos elas são usadas? A tecnologia de íon de lítio tornou-se o "padrão ouro" para energia portátil, e a lista de dispositivos que dependem dela é vasta e continua a crescer. O ponto de partida são os itens mais óbvios do nosso dia a dia: smartphones, notebooks, tablets, smartwatches e fones de ouvido sem fio. A lista, no entanto, se estende muito além, incluindo câmeras digitais, drones, caixas de som portáteis, power banks e uma gama crescente de ferramentas elétricas sem fio, como furadeiras e parafusadeiras. Nos últimos anos, as baterias de lítio se tornaram a força motriz da revolução da mobilidade urbana, alimentando bicicletas e patinetes elétricos, além de hoverboards. O passo mais significativo, porém, é sua aplicação em larga escala em veículos elétricos (EVs), onde pacotes massivos dessas baterias substituem o tanque de combustível tradicional. Essa versatilidade, que vai do relógio em nosso pulso ao carro em nossa garagem, demonstra a profunda dependência da sociedade moderna nesta tecnologia e amplia a exposição coletiva aos seus riscos. Bateria de lítio para notebook é similar ao modelo mordido pelo cão chamado Colton Reprodução/Mercado Livre Por que esse tipo de bateria explode? A "explosão" de uma bateria de lítio é o clímax de um processo chamado fuga térmica (thermal runaway), uma reação em cadeia violenta que libera calor e se auto-sustenta. Tudo começa com um gatilho. No caso do cão, foi o dano físico da mordida, que perfurou a bateria e rompeu o separador. Esse rompimento causa um curto-circuito interno massivo, criando um ponto de calor intenso. Quando a temperatura nesse ponto dispara, o material do separador ao redor derrete, o que amplia drasticamente a área do curto-circuito e acelera o processo. A partir daí, a reação em cadeia se torna imparável. O calor extremo provoca a decomposição química dos materiais internos da bateria. Como explica o professor Hercules Lima Ramos, em entrevista anterior ao TechTudo, "a causa principal é a degradação dos componentes químicos internos, que geram gases. Como a bateria é uma unidade selada, esses gases não têm por onde escapar e a estufam". Esse inchaço, conhecido como "estufamento", é o sinal visual mais claro de perigo. Se a pressão interna se torna grande demais, o invólucro se rompe, liberando violentamente os gases superaquecidos e inflamáveis, o que resulta em fogo ou explosão. Notebook pode explodir durante o carregamento Reprodução/G1 Quais outras situações podem fazer uma bateria explodir? Além do dano físico direto, a causa mais comum é o superaquecimento. Deixar um notebook ou celular sob a luz direta do sol, dentro de um carro quente, ou usá-lo sobre superfícies macias como camas e cobertores bloquando a ventilação, são atitudes que elevam perigosamente a temperatura interna. O estresse elétrico também é um grande vilão. O uso de carregadores "paralelos" ou não certificados é particularmente nocivo, pois muitos não possuem os circuitos de segurança necessários para evitar a sobrecarga. Com o tempo, toda bateria de íon de lítio se degrada naturalmente, o que aumenta a probabilidade de falhas internas. Ocasionalmente, defeitos de fabricação podem ocorrer, como no notório caso de recall do Samsung Galaxy Note 7. Por fim, o fator humano é decisivo. Tentar consertar, abrir ou remover uma bateria estufada por conta própria, ou perfurá-la, mesmo que acidentalmente, é uma ação de altíssimo risco que pode iniciar uma fuga térmica de forma instantânea. Modelo Galaxy Note 7 ficou conhecido por pegar fogo no bolso dos usuários Reprodução/Android Authority Cuidados importantes para evitar danos maiores Uma bateria raramente falha sem antes dar alguns sinais de alerta. O sinal mais óbvio é o inchaço (estufamento), que pode deformar a carcaça do aparelho. Outros sinais incluem o dispositivo esquentar muito mais do que o normal, uma queda abrupta na capacidade de manter a carga, ou a presença de barulhos de estalos. O especialista Paulo Ferreira, em entrevista prévia, destaca o alerta máximo: um odor químico. "Se a bateria soltar um cheiro estranho, é preciso parar de usar imediatamente. O risco de explosão é real", adverte. Ao notar qualquer um desses sinais, a ação deve ser imediata: desligue o aparelho e desconecte-o do carregador. Coloque-o com cuidado em uma superfície fria e não inflamável, como um piso de cerâmica, longe de materiais combustíveis. É crucial nunca tentar perfurar ou "desinchar" a bateria. Se o aparelho já estiver em chamas e conectado à tomada, jamais jogue água, pelo risco de choque elétrico. Se for seguro, desligue a chave geral de energia da casa e, em qualquer situação de fogo, evacue o local e acione o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193. Veja na tabela abaixo o que fazer e o que não fazer com as baterias de íon de lítio: Principais cuidados com a bateria Com informações de NBC News, Dell, USA Today, Independent e PC Mag Mais do TechTudo Assista no vídeo abaixo: notebook com formigas? Saiba como evitar — ou se livrar delas Notebook com formigas? Saiba como evitar — ou se livrar delas

Rioprevidência investiu mais R$ 1 bi em aplicações atreladas ao Banco Master após alerta do TCE

Rioprevidência investiu mais R$ 1 bi em aplicações atreladas ao Banco Master após alerta do TCE

O Rioprevidência, fundo que gere os recursos que pagam aposentadorias e pensões de mais de 235 mil servidores públicos estaduais, investiu nos últimos meses cerca de R$ 1 bilhão em aplicações do Banco Master. Os aportes foram feitos mesmo após alertas do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ) e em meio à crise envolvendo a instituição financeira.   A entidade já tinha cerca de R$ 960 milhões, cerca de 8% do patrimônio do fundo, alocado em letras financeiras do Master, títulos sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Em maio, após encontrar "graves irregularidades" nas aplicações, o TCE fez um alerta aos gestores do fundo de pensão, informando que novas operações resultariam "na integral assunção do risco de possíveis irregularidades pelo Rioprevidência e por seus agentes, pessoalmente".  Apesar disso, um monitoramento de técnicos do tribunal constatou que, entre maio e julho, cerca de R$ 1 bilhão foi aportado no Banco Master. A análise observou que há uma "concentração crítica" do patrimônio do Rioprevidência no Master, com R$ 2,6 bilhões, mais de 25% do fundo, "expostos a títulos emitidos ou fundos administrados pela instituição financeira". Para a relatora do caso no TCE, conselheira Mariana Montebello Willeman, os novos aportes apontam para um "agravamento do cenário e irregularidades" e evidenciam "uma gestão possivelmente irresponsável dos recursos". Em decisão unânime dos conselheiros durante sessão no último dia 8, o TCE determinou que o fundo de pensão estadual se abstenha de realizar novos investimentos em instrumentos financeiros emitidos, administrados ou geridos por empresas do Banco Master e outras instituições financeiras que "não atendem aos princípios de segurança, proteção e prudência financeira".  Além disso, os conselheiros decidiram intimar o governador Cláudio Castro para que ele avalie intervenção no fundo de pensão "de modo a adotar medidas céleres e efetivas para sanar as falhas descritas e evitar problemas similares em futuras alocações de recursos por aquela entidade". O GLOBO procurou a RioPrevidência na manhã desta sexta-feira e aguarda retorno. Investigação após denúncia A investigação do TCE sobre os investimentos do Rioprevidência no Master começou, no ano passado, a partir de denúncia do deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSD-RJ). Em audiência pública em novembro de 2024, o diretor-presidente do fundo, Deivis Antunes, afirmou que a entidade tinha cerca de R$ 960 milhões alocados em letras financeiras do Master.  Em dezembro passado, o TCE-RJ apontou indícios de irregularidade nos investimentos. Representação aberta pela Secretaria Geral de Controle Externo (SGE) sustentava que investimentos em letras financeiras do banco foram feitos sem autorização do conselho de administração e a partir de justificativas inconsistentes.  Durante audiência do processo no TCE, o ex-diretor de investimentos do Rioprevidência, Euchério Lerner Rodrigues, contou que, até 2023, os investimentos do fundo estavam concentrados em grandes instituições financeiras, e que bancos menores foram cadastrados para diversificar as aplicações. Segundo ele, a decisão pelos aportes no Master ocorreu por dois fatores. Um deles foram as taxas de rendimento das LFs, que passavam de 130% do CDI, acima das usualmente praticadas no mercado. O outro é que a instituição tem um contrato com o Governo do Rio e oferece crédito consignado aos servidores ativos e inativos.

População de Trinidad e Tobago reclama de ataque americano: 'Estamos no Afeganistão?'

População de Trinidad e Tobago reclama de ataque americano: 'Estamos no Afeganistão?'

"Estamos no Afeganistão? Aqui estamos no Caribe", diz indignado um pescador de Trinidad e Tobago, após a suposta morte de dois colegas em um ataque dos Estados Unidos a um navio que, segundo Washington, transportava drogas da Venezuela. A comunidade de Las Cuevas, no norte do arquipélago, ficou chocada nesta quinta-feira após receber relatos de conhecidos na Venezuela de que dois de seus compatriotas estavam viajando no último barco atacado por Washington. A polícia de Trinidad abriu uma investigação. 'Guerra psicológica': Trump tenta fraturar regime Maduro ao confirmar missão secreta da CIA e ameaçar ataques dentro da Venezuela Estado de Emergência, 'Geração Z', queda de presidente: entenda a crise política no Peru Em agosto, os Estados Unidos anunciaram uma operação antidrogas envolvendo navios de guerra em águas internacionais ao largo do Caribe, perto da Venezuela, logo após acusar o presidente Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas. Caracas nega essas acusações e denuncia uma "ameaça" de "mudança de regime". Pelo menos cinco navios foram bombardeados desde então, deixando 27 mortos, de acordo com Washington. Segundo o anúncio do presidente Donald Trump, seis pessoas foram mortas no último ataque, na terça-feira. A AFP não conseguiu verificar esses números de forma independente. Várias pessoas em Las Cuevas afirmam ter sido avisadas de que Chad Joseph e Rishi Samaroo estavam a bordo do último barco atacado. "Estamos em Israel? Estamos no Afeganistão? Naqueles lugares ou o quê? Aqui estamos no Caribe, meu amigo. Aqui há paz e amor, meu amigo. Aqui há paz e amor", disse o pescador, que não quis se identificar. Captura de tela de um vídeo postado por Trump mostra o que o presidente diz ser forças militares dos EUA conduzindo um ataque a um barco que transportava supostos traficantes de drogas no Mar do Caribe Reprodução de vídeo A situação é tensa em Las Cuevas, uma vila de pescadores com cerca de 150 casas e uma baía paradisíaca de águas cristalinas e vegetação selvagem, localizada a cerca de uma hora de carro de Port of Spain. "Se estiverem transportando drogas (...) eles poderiam ir ao encontro daquele barco, capturá-lo e detê-lo", acrescenta o pescador, parado à sombra de outros colegas que jogam cartas e se recusando a deixar a equipe jornalística entrar. Outros estão consertando motores e redes sob um galpão. "A lei do mar" De acordo com o especialista em segurança de Trinidad e Tobago, Garvin Heerah, o arquipélago é um ponto de trânsito de drogas. "O país é mais do que uma simples escala. Ele funciona como um centro de transbordo onde cargas a granel são recebidas, armazenadas, reembaladas e preparadas para posterior transporte", explicou ele à AFP. "De Trinidad, as drogas fluem para o norte, para os Estados Unidos, para o leste, para a Europa e África Ocidental, e por todo o Caribe. Trinidad e Tobago serve de base para uma cadeia de tráfico mais ampla e bem estruturada", acrescenta Heerah, que afirma que o meio de transporte preferido são as lanchas rápidas. Trump afirmou na quarta-feira que o tráfico marítimo de drogas está "sob controle" e anunciou que está considerando atacar cartéis venezuelanos em terra. Ele também afirmou ter autorizado a CIA a agir contra o país caribenho. Parentes dos supostos trinitários falecidos também refutam as acusações de tráfico de drogas. Lynette Burnley, tia de Chad Joseph, afirma que seu sobrinho era "pescador desde pequeno". "Ele foi para a Venezuela e nunca mais voltou por causa de todos os tipos de problemas com o barco. (...) Ele ajudou as pessoas, limpou a terra, trabalhou a terra. Fez todos os tipos de pequenos trabalhos para que pudessem viver lá", diz ele. Ela diz que José tinha uma personalidade "charmosa" e "simples". "Se ele tinha dinheiro, ele o compartilhava, ele o dava a todos. Todos podiam receber algo dele", diz ela. Moradores de Las Cuevas também falam de um sequestro, alegando que os dois homens foram sequestrados quando voltavam para casa e o barco foi atacado. A mãe de Joseph disse à AFP na quarta-feira que seu filho estava na Venezuela há três meses e expressou arrependimento pelas acusações de tráfico de drogas. "Não tenho nada a dizer (a Trump). A lei do mar é que, se você vir um navio, deve pará-lo e interceptá-lo, não apenas explodi-lo", disse Lenore Burnley. "As pessoas dizem coisas e não sabem nada sobre você. Deixo tudo nas mãos de Deus. Somente Deus."

Lei proíbe reconhecimento facial em pessoas com Transtorno do Espectro Autista, na Paraíba

Lei proíbe reconhecimento facial em pessoas com Transtorno do Espectro Autista, na Paraíba

Câmeras de reconhecimento facial em ruas, terminais de ônibus e prédios públicos Divulgação/Sesp Foi publicada na edição desta sexta-feira (17) do Diário Oficial do Estado (DOE-PB) uma lei que proíbe o reconhecimento facial em pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou que tenham Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Down ou Dislexia, na Paraíba. A lei nº 14.033 é de autoria do deputado Jutay Meneses. Com a medida, fica proibido usar reconhecimento facial ou cadastramento biométrico para identificar pessoas que fazem parte desses grupos, em estabelecimentos públicos e privados na Paraíba. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp Para garantir a aplicação da lei, o acompanhante responsável pela pessoa com deficiência, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Down ou Dislexia, deverá comprovar a condição ao chegar no estabelecimento por meio de laudo médico ou carteira de identificação. A medida considera o reconhecimento facial e biométrico como sendo "qualquer programa de computador que realize o reconhecimento facial e biométrico com tecnologias capazes de realizar várias tarefas, para captar, processar, armazenar, recuperar e comparar dados biológicos, com finalidade de identificação e autenticação de indivíduos". A lei foi sancionada pelo governador da Paraíba, João Azevêdo, e entra em vigor a partir desta sexta (17), data de sua publicação. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba

Ronaldinho Gaúcho lança ‘Bruxaria 051’, seu primeiro álbum musical

Ronaldinho Gaúcho lança ‘Bruxaria 051’, seu primeiro álbum musical

Consolidado no futebol, Ronaldinho Gaúcho, aos 45 anos, aventura-se agora no universo musical com o lançamento de seu primeiro álbum, "Bruxaria 051". Disponibilizado nesta sexta-feira, 17, o projeto conta com 22 faixas que misturam trap, rap e funk, e traz parcerias com artistas como MC Hariel e Dexter. O título do disco é uma homenagem direta ao seu famoso apelido "Bruxo" e ao código de área de Porto Alegre (051), sua cidade natal, refletindo o que o ex-atleta descreve como "um sonho que nasceu nas ruas e virou arte".

'Falsa couve': Paciente de 60 anos é extubado e apresenta melhoras, aponta boletim médico em MG

'Falsa couve': Paciente de 60 anos é extubado e apresenta melhoras, aponta boletim médico em MG

Morre mulher que comeu ‘falsa couve’ em MG O home de 60 anos, internado na Santa Casa de Patrocínio desde 9 de outubro, foi extubado na manhã desta sexta-feira (17), segundo o boletim médico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde da cidade. O paciente está consciente, orientado, com oxigênio sob máscara. Ele segue sob cuidados intensivos, apresentando melhoras. Já o homem de 64 anos, segue em leito de enfermaria com quadro estável, sem intercorrências, mas ainda confuso. Santa Casa de Patrocínio Paulo Barbosa/TV Integração ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Triângulo no WhatsApp Na segunda-feira (13), Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, morreu após piora no estado de saúde por causa de uma lesão grave no cérebro. Um homem, de 67 anos, também foi internado, mas recebeu alta em 9 de outubro, um dia após a intoxicação. Claviana Nunes da Silva morreu após ingerir "falsa couve" em Patrocínio. Redes Sociais/Reprodução Família socorrida com sintomas de envenenamento Na quarta-feira (8), por volta das 15h, Claviana e os três homens passaram mal pouco depois do almoço em família em uma chácara na zona rural. Eles foram atendidos por equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar. No momento do socorro, as vítimas chegaram a sofrer parada cardiorrespiratória, mas os socorristas conseguiram reverter o quadro ainda no local. Elas foram encaminhadas em estado grave para a Santa Casa de Patrocínio e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Uma criança de 2 anos também foi hospitalizada, mas apenas para observação, já que não chegou a ingerir a planta. Nicotiana glauca Corpo de Bombeiros/Divulgação Vítimas confundiram planta com couve A "falsa couve" foi colhida no próprio terreno e servida refogada na refeição. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a família havia se mudado recentemente para a chácara e acreditava que a planta era couve, devido à semelhança com o vegetal. A Secretaria de Saúde informou que parte da “falsa couve” foi encontrada na arcada dentária da mulher e encaminhada, junto com outras folhas da planta, para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. A principal linha de apuração é envenenamento acidental. Como diferenciar a 'falsa couve' da verdadeira A Nicotiana glauca, planta conhecida como "falsa couve", tem características físicas que podem diferenciá-la da couve verdadeira. Entre elas, estão: folhas um pouco mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. As informações foram confirmadas pela professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). "Enquanto a couve que a gente consome tem a folha mais grossa e nervuras bem marcadas, a Nicotiana glauca tem um verde mais vivo. Mas, ainda assim, se você não tem uma do lado da outra, fica bastante difícil a diferenciação. A dica é não consumir nada que você não tenha certeza da procedência", afirmou a especialista. Ainda de acordo com a professora, a ingestão da Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até levar à morte. Falsa couve tem folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. Polícia Militar/Divulgação LEIA TAMBÉM: Festa termina com convidado morto e outros internados por suspeita de intoxicação Morte de funcionário após churrasco de empresa foi causada por agrotóxico Homem apanha de paciente e acaba preso após importunação sexual em UBS Preparo influencia na toxicidade da planta A Nicotiana glauca, também chamada de charuteira, tabaco-arbóreo ou popularmente como "fumo bravo", é uma planta extremamente tóxica, comum em áreas rurais e à beira de estradas em todo o Brasil. Conforme a professora da UFU, a planta contém uma substância chamada anabazina, um alcaloide que pode causar paralisia muscular, respiratória e até levar à morte. A especialista alerta que o modo de preparo também influencia na gravidade da intoxicação. "Ela é bastante comum em áreas rurais, em todo o Brasil, na beira de estradas. Infelizmente, ela é bem comum e facilmente confundida com a couve. Dependendo da forma como é consumida, crua ou cozida, isso vai alterar a quantidade dessa substância tóxica que a pessoa vai consumir, podendo levar a efeitos ainda mais graves", explicou. Em casos de ingestão da 'falsa couve', não existe nenhum tipo de antídoto que possa ser administrado em casa. A indicação é procurar imediatamente atendimento médico, pois quanto mais rápido for o socorro, maiores são as chances de evitar complicações graves da intoxicação. Três pacientes seguem internados na Santa Casa de Patrocínio Paulo Barbosa/TV Integração VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas