Governo Trump dá carta branca à CIA para agir pela queda de Maduro na Venezuela

Governo Trump dá carta branca à CIA para agir pela queda de Maduro na Venezuela

JULIA CHAIB E VICTOR LACOMBE WASHINGTON, EUA E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) O governo Donald Trump autorizou oficialmente a CIA, a agência de espionagem dos Estados Unidos com longo histórico de interferência na América Latina, a realizar operações secretas e letais dentro da Venezuela com o objetivo de derrubar o ditador Nicolás Maduro do poder. A informação foi antecipada pelo jornal The New York Times nesta quarta-feira (15) e confirmada por Trump horas depois. Em conversa com a imprensa na Casa Branca, o republicano disse que a Venezuela "está sentindo a pressão" e não descartou operações em terra. Horas mais tarde, Maduro reagiu. "Não à guerra no Caribe. Não à mudança de regime, que nos lembra tanto as eternas guerras fracassadas no Afeganistão, no Irã, no Iraque. Não aos golpes de Estado dados pela CIA", disse em um discurso. "A América Latina não os quer, não precisa deles e os repudia." Dois americanos ligados a discussões sobre Venezuela no governo Trump disseram à reportagem que o presidente tem em mãos uma série de planos de como asfixiar o regime de Maduro. A estratégia seria alinhavada com o general Dan Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, em quem Trump teria grande confiança. A ideia seria ampliar a pressão nas próximas semanas com operações militares nos arredores da Venezuela, sem invadir o país, e trabalhar com a inteligência americana para capturar Maduro. O sinal que os EUA dariam é que estão dispostos a tirar o líder do poder preso ou mesmo morto, para que o ditador se entregue e abandone o comando do país voluntariamente. Um desses interlocutores ligados à ala linha-dura do governo comparou a operação à mesma que levou ao assassinato do major-general Qassim Suleimani, chefe da máquina de segurança do Irã morto por um ataque de drone dos EUA perto do aeroporto de Bagdá em 2020, no primeiro mandato de Trump. Essa estratégia de ampliar a pressão com o intuito de mudar o regime tem o apoio do secretário de Estado, Marco Rubio, e se sobrepõe, ao menos por ora, à de Richard Grenell, enviado para missões especiais de Trump, que defende uma abordagem mais focada em negociar com Maduro. Além da mudança no regime, a operação contra a Venezuela teria ainda outros objetivos, como mandar sinais a toda a América Latina, incluindo o Brasil, de que se não houver controle da atuação do crime organizado latino-americano em território dos EUA, a reação será dura. O principal destinatário do recado seria o México. Outro objetivo seria mostrar também a característica do rebatizado Departamento de Defesa, renomeado por Trump de Departamento de Guerra, e enviar o sinal de que os EUA agem na ofensiva. A autorização formal dada por Trump significa que a CIA tem agora permissão de agir com autonomia na Venezuela ou em conjunto com uma operação militar de larga escala -isto é, uma invasão, cenário extremo temido por Caracas. O New York Times afirma que Trump decidiu autorizar as operações secretas depois de abandonar esforços diplomáticos, avaliando que pouco progresso foi feito nesse sentido. A Casa Branca chegou a recusar um acordo que daria aos EUA participação dominante na indústria de petróleo da Venezuela, país com as maiores reservas petrolíferas do mundo, em favor de perseguir uma estratégia de derrubar Maduro do poder por meio da força. Essa seria a opção preferida por Rubio e pelo diretor da CIA, John Ratcliffe. O secretário de Estado, filho de cubanos exilados, fez carreira política como forte opositor de regimes de esquerda na América Latina e defende há tempos a retirada de Maduro do poder. Recentemente, Rubio chamou o ditador de governante ilegítimo e narcoterrorista -Maduro diz ter sido reeleito em 2024 em pleito repleto de acusações de fraude. Ainda não há informações indicando que Trump tenha tomado a decisão de invadir o país sul-americano. Nos últimos meses, seu governo aumentou consideravelmente a presença militar no Caribe, e o país hoje conta com mais de 10 mil soldados, oito navios de guerra e um submarino mobilizados na região. No total, é mais poder de fogo do que toda a Venezuela. O governo Trump considera autorizar também bombardeios, ataques aéreos e operações terrestres em território venezuelano, o que quase certamente significaria um estado de guerra aberta contra o país. Mas essa possibilidade pode esbarrar em questões jurídicas. A Constituição americana estabelece que o poder de declarar guerra é exclusivo do Congresso, o que exigiria apoio do Partido Democrata. Também por essa razão, a Casa Branca busca justificar ações contra a Venezuela afirmando que são parte de uma campanha contra o narcotráfico -como os ataques que mataram 27 pessoas nas águas internacionais próximas ao país desde setembro. Recentemente, de acordo com a imprensa americana, o governo Trump comunicou formalmente ao Congresso que os EUA estão "em situação de conflito armado" com narcotraficantes latino-americanos. Essa notificação permitiria ataques unilaterais em contextos em que não há perigo para forças americanas, como é o caso dos barcos destruídos. Nesta quarta, Trump disse que, se as embarcações estão carregando drogas, elas são "alvos legítimos", mas o Pentágono não apresentou provas de que os barcos estavam levando substâncias ilícitas aos EUA. A principal rota do tráfico de cocaína em direção à América do Norte passa pelo Oceano Pacífico e pela fronteira com o México, não pelo Caribe. Também como parte da pressão exercida contra a Venezuela, o governo Trump diz que Maduro é o chefe do suposto Cartel de los Soles, que especialistas afirmam não existir, e sustenta que o ditador teria ligações com a facção Tren de Aragua, uma hipótese questionada por relatórios da própria inteligência americana. Além disso, em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, oferecendo agora US$ 50 milhões (R$ 272 milhões) e classificando o ditador de um dos maiores narcotraficantes do mundo e ameaça à segurança americana. A CIA e o governo dos EUA têm longo histórico de interferência e patrocínio a golpes na América Latina, incluindo aquele que removeu João Goulart da Presidência em 1964 e instalou a ditadura militar no Brasil, período marcado por tortura, assassinatos e desaparecimentos contra dissidentes políticos.

Cebolinha tem suspeita de lesão na coxa e passará por reavaliação no Flamengo

Cebolinha tem suspeita de lesão na coxa e passará por reavaliação no Flamengo

O Flamengo recebeu uma má notícia durante a vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo, no Nilton Santos, nesta noite de quarta-feira. Everton Cebolinha, que entrou no jogo no segundo tempo, precisou ser substituído com uma suspeita de lesão na coxa esquerda. Amanhã, o camisa 11 precisará por reavaliação no CT e ser submetido a exame de imagem para descobrir a gravidade do problema. — Parece ter sido uma lesão muscular. Vamos fazer exames amanhã para saber o alcance. Outro que teve uma semana fantástica nessa Data Fifa. Infelizmente, no momento que vinha crescendo, teve essa lesão. Esperamos que se recupere o quanto antes — comentou Filipe Luís em coletiva. "O atacante Everton Cebolinha, substituído no segundo tempo de Botafogo 0 x 3 Flamengo, deixou o campo com dores no músculo anterior da coxa esquerda. Ele fará exame de imagem nesta quinta-feira (16) e será reavaliado pelo Departamento Médico do clube", disse o clube em nota. Cebolinha entrou bem no jogo e iniciou a jogada do segundo gol. Ele trabalhou pela esquerda e tocou para Pedro, que deu assistência para Luiz Araújo marcar. Agora, deve ser desfalque no jogo de líderes contra o Palmeiras, neste domingo, às 16h, no Maracanã.

Empresas são condenadas por perda de 9,6 mil kits de teste da Covid-19 doados pela China

Empresas são condenadas por perda de 9,6 mil kits de teste da Covid-19 doados pela China

A Justiça do Distrito Federal condenou as empresas Titanlog Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo Ltda. e GRU Airport – Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos S.A. pela perda de 9.600 kits de detecção da Covid-19, doados pela China ao Governo do DF em maio de 2020. O valor total da indenização solidária foi fixado em R$ 1.466.487,85, contemplando danos materiais, morais coletivos e sociais. De acordo com informações do TJDFT, os testes foram enviados pela Fundação Fosun de Xangai, avaliados em cerca de R$ 530 mil, e exigiam armazenamento entre -25°C e -10°C. A Ethiopian Airlines contratou a Titanlog para gerenciar o transporte e repassar a carga à GRU Airport, responsável pelo armazenamento. No entanto, uma série de falhas logísticas levou à perda total do material. Na sentença, o magistrado da 7ª Vara da Fazenda Pública apontou culpa concorrente das duas empresas por não observarem as obrigações contratuais e o alerta contido no código da carga. Ele destacou que “se qualquer dos representantes tivesse observado a sinalização de condição especial, o dano poderia ter sido evitado”. Como consequência, a Justiça determinou que o valor de R$ 1.066.487,85 será ressarcida ao Governo do DF, enquanto as quantias destinadas a reparações morais (R$ 250 mil) e sociais (R$ 150 mil) serão direcionadas ao Fundo de Direitos Difusos, responsável por financiar políticas públicas de interesse coletivo.

Uruguai aprova lei de eutanásia por ampla maioria no Senado

Uruguai aprova lei de eutanásia por ampla maioria no Senado

O Uruguai aprovou nesta quarta-feira (15) uma lei que autoriza a eutanásia em certas condições, após um reflexivo e extenso debate no Senado. A câmara alta do Poder Legislativo aprovou o texto intitulado "Morte Digna" com 20 votos a favor de um total de 31 senadores presentes. Assim, o Uruguai passa a fazer parte de uma pequena lista de países que permitem a morte assistida. Na América do Sul, Colômbia e Equador já haviam descriminalizado a eutanásia por meio de decisões judiciais, mas esta é a primeira vez na região que ela é aprovada por meio de legislação. © Agence France-Presse

Serras Gerais descortinam a exuberância natural do Tocantins

Serras Gerais descortinam a exuberância natural do Tocantins

Em um paredão de rocha calcária que se ergue a pouco mais de 100 metros de altura, a água se precipita pelas fendas, captando a luz do sol e se transformando em múltiplos reflexos que formam pequenos arcos-íris. No cume de uma das quedas, dois casais de arara-azul, de plumagem intensa, cruzam o céu, flanando de um lado ao outro do cânion, como se o tempo se suspendesse ali. Leia mais (10/15/2025 - 23h00)