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Em cada esquina deste azulado globo você encontra um profeta ululante pra te informar sobre o óbvio: a inteligência artificial vai mudar tudo. Já está mudando. Vai mudar muito mais. Para o torcedor de futebol isso pode ser uma má notícia. Porque se há algo que deve mudar radicalmente é a madalena macabra de nossos dias: a arbitragem. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Números inflados, prejuízo bilionário e investigações: entenda a crise na concessão da Cedae no RJ

Números inflados, prejuízo bilionário e investigações: entenda a crise na concessão da Cedae no RJ

Antes de leilão, estudo do BNDES alertou Cedae e governo do RJ que rede de saneamento de municípios estava superdimensionada O Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e as empresas privadas que assumiram os serviços de saneamento vivem um dos maiores impasses desde a privatização do setor. A disputa, que envolve bilhões de reais, gira em torno de supostos erros e inconsistências nos dados de cobertura de água e esgoto usados no edital de concessão. A polêmica já resultou na suspensão de um acordo de R$ 900 milhões pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e na abertura de inquérito pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) para investigar possível prejuízo aos cofres públicos. Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Um estudo feito a pedido do BNDES já havia alertado sobre dados superdimensionados antes da concessão dos serviços públicos. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 2,7 bilhões, valor que pode impactar diretamente os gastos do Governo d. Estado. Acordo de R$ 900 milhões O caso ganhou força no fim de setembro, quando a Cedae — que até então negava qualquer responsabilidade sobre erros nos dados — mudou de posição e aceitou um acordo com a concessionária Águas do Rio, que atua nos blocos 1 e 4 da concessão. Em apenas quatro dias, a estatal passou de uma defesa formal contra o pagamento para um termo de conciliação que previa R$ 900 milhões em compensações, via desconto nas faturas de compra de água. Cedae Reprodução/TV Globo A Águas do Rio alegou que encontrou uma cobertura de esgoto muito inferior à prevista no edital, com municípios como Cantagalo, Itaocara, Magé, Queimados e Rio Bonito apresentando zero cobertura, apesar de índices estimados entre 40% e 90%. A Agenersa considerou juridicamente viável o ressarcimento. O subsecretário de Concessões e Parcerias do Rio de Janeiro, Cássio Castro, reconheceu a responsabilidade da Cedae pelos dados incorretos. O acordo foi firmado em 3 de outubro de 2025, poucos dias depois de o então presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, enviar à Agenersa um ofício afirmando que os dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) eram autodeclaratórios e, portanto, não poderiam ser usados para responsabilizar a estatal. Para técnicos e sindicatos do setor, a rapidez da mudança levantou suspeitas. "Nós entendemos que uma medida como essa tem que ser precedida de um estudo detalhado. Uma decisão desse nível pode comprometer toda a estrutura da empresa", afirmou Vítor Duque, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento. TCE suspende o acordo O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) suspendeu o pagamento e determinou que governo e Cedae se abstenham de aplicar qualquer desconto nas faturas da Águas do Rio até o julgamento do mérito das denúncias. Números inflados e prejuízo bilionário: entenda a crise na concessão da Cedae Reprodução/ TV Globo A decisão, do conselheiro José Gomes Graciosa, atendeu a pedidos dos deputados Luiz Paulo (PSD) e Jari Oliveira (PSB). Eles argumentaram que o acordo, além de volumoso, foi aprovado de forma “relâmpago” e sem mecanismos adequados de governança e transparência. O TCE deu prazo de 15 dias para que as partes apresentem documentos técnicos e jurídicos que embasaram a decisão — entre eles o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal, que poderia ser afetado. Entre as irregularidades apontadas estão: Ausência de parecer jurídico da Procuradoria-Geral do Estado; inexistência de deliberação do Conselho de Administração da Cedae; denúncias de coação de diretores em reunião convocada à noite. Além disso, o tribunal solicitou cópias de todos os processos à Agenersa e ao BNDES, responsável pela modelagem da licitação. MP apura possível lesão ao erário Após a decisão do TCE, o Ministério Público do Rio instaurou um inquérito civil para apurar um possível prejuízo de mais de R$ 900 milhões aos cofres públicos. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A investigação é conduzida pela 2ª Promotoria de Tutela Coletiva do Patrimônio Público e da Cidadania da Capital, que analisa se o acordo pode configurar ato de improbidade administrativa ou violar a Lei Anticorrupção. "O MP está investigando sob o viés tanto da lei de improbidade quanto da lei anticorrupção. Mas o momento agora é de estabelecer os fatos e atribuir responsabilidades", afirmou o promotor Alberto Flores Camargo, ao RJ2. Segundo ele, o procedimento busca identificar se houve dano ao erário e qual foi o papel da Agenersa na fiscalização do contrato. “Depois de tantos anos fazendo o que eu faço, posso te afirmar que em 99,99% dos casos é o povo que paga no final”, acrescentou o promotor. Dados superdimensionados Um estudo técnico contratado pelo BNDES, a pedido do governo do estado, já havia apontado fragilidades nos dados da Cedae antes do leilão de 2021. Segundo o documento, os índices de coleta e tratamento de esgoto apresentados pela estatal estavam muito acima da realidade. Mesmo com o alerta, o edital seguiu com os números originais, e as concessionárias — inclusive as que hoje pedem compensações — tiveram acesso ao estudo. O consultor ambiental Luiz Renato Vergara afirmou que os índices autodeclarados não condiziam com a realidade. "A Cedae faltou com a verdade. Não tenho dúvida em relação a isso", disse Vergara. Em vários municípios, as diferenças entre o prometido e o encontrado são gritantes. Veja alguns casos: Município - Cobertura de esgoto (Cedae) - Cobertura real (concessionária) Duque de Caxias - 40% - 16% Belford Roxo - 38,2% (coleta) / 11,8% (tratamento) - 16% / 8% Magé - 33% - 0% Nilópolis - 87% - 0% Queimados - 40% - 0% Rio Bonito - 40% - 0% Miracema - 65% - 0% Paty do Alferes - 23% - 3,89% São Fidélis - 48% - 0% Sumidouro - 10% - 0% Prejuízo pode ultrapassar os R$ 2,7 bilhões O impacto financeiro da disputa é bilionário. Somados, os pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro apresentados pelas três concessionárias ultrapassam R$ 2,7 bilhões. Águas do Rio (Blocos 1 e 4): R$ 900 milhões Iguá (Bloco 2): R$ 1,5 bilhão Rio Mais Saneamento (Bloco 3): R$ 325 milhões As empresas alegam que os investimentos adicionais não estavam previstos nas propostas vencedoras da licitação e que a variação nos dados ultrapassou o limite contratual de 18,5%. A Iguá, por exemplo, identificou uma diferença de 19,11 pontos percentuais em Paty do Alferes. Já a Rio Mais Saneamento afirma que, com exceção de Rio de Janeiro e Rio das Ostras, todos os municípios do Bloco 3 apresentaram índices de esgoto muito inferiores ao previsto. O que dizem os citados Em nota, o Governo do Estado informou que aguarda o resultado da análise dos pleitos das concessionárias Iguá e Rio+ Saneamento. Segundo o Estado, o edital de licitação prevê a possibilidade de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos caso seja comprovado que a discrepância dos dados de cobertura supera 18,5% em relação ao que foi apresentado na licitação dos serviços. O governo destacou ainda que o Termo de Conciliação firmado com a Águas do Rio é preliminar e teve como objetivo “evitar, de imediato, o aumento da tarifa para a população”. Sobre o inquérito aberto pelo Ministério Público, o governo afirmou que ainda não foi notificado, mas está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários. Já a Cedae declarou que ainda não foi chamada para nenhum acordo com as concessionárias Iguá e Rio Mais Saneamento . A estatal também informou que não foi notificada pelo Ministério Público sobre a investigação, mas que está à disposição para colaborar com o órgão e prestar todos os esclarecimentos solicitados. A Águas do Rio informou que está à disposição do Ministério Público para fornecer quaisquer informações ou documentos que forem solicitados. Já a Iguá esclareceu que cumpre rigorosamente o contrato de concessão e apresentou suas considerações dentro dos prazos previstos. Segundo a empresa, entre os pontos levados à análise estão a variação da cobertura de rede em Paty do Alferes e o número de beneficiários da tarifa social, que teria superado as estimativas iniciais. A concessionária ressaltou que os contratos de concessão são “instrumentos dinâmicos”, sujeitos a ajustes ao longo da execução, como nas revisões ordinárias quinquenais. A Iguá afirmou ainda manter o compromisso com a qualidade dos serviços prestados e com o bem-estar dos cerca de 1,2 milhão de clientes em sua área de atuação, e que já investiu mais de R$ 900 milhões nos três primeiros anos de operação, quase metade do total previsto para os 12 anos de contrato. Em contato com a reportagem, Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) informou que os processos para analisar os pedidos de reequilíbrio das concessionárias Iguá e Rio+ Saneamento e verificar possíveis divergências nos índices de cobertura estão em andamento, sem prazo definido para conclusão. A agência também declarou que não foi notificada sobre o inquérito civil aberto pelo Ministério Público.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

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Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Corinthians e Deportivo Cali decidem final da Libertadores feminina em novo capítulo da rivalidade entre Brasil e Colômbia

Um mês depois de vencer o Brasileirão pela sétima vez, sexta consecutiva, o Corinthians pode ampliar seus triunfos em sequência em outra competição. Hoje, às 16h30 no Estádio Florencio Sola, o time paulista encara o colombiano Deportivo Cali na decisão da Libertadores feminina. À primeira vista, o caminho das equipes até a final é bastante similar: duas vitórias e um empate na primeira fase, um triunfo nas quartas sem grandes emoções, e a classificação à final através de disputa de pênaltis. Mas, olhando mais de perto, as Brabas acumularam duas goleadas (11 a 0 no Always Ready-BOL e 4 a 0 sobre o Boca Juniors), enquanto o Deportivo Cali precisou suar mais a camisa para vencer seus duelos. Esta será a segunda final continental disputada por Brasil e Colômbia no ano: em agosto, a seleção brasileira venceu as adversárias na final da Copa América. Izabela Baeta, repórter do No Ataque, analisa o domínio dos dois países no cenário do futebol de mulheres na América do Sul. — Brasil e Colômbia têm uma larga vantagem, devido aos investimentos e à força das ligas. No ano passado, a final foi entre Corinthians e Santa Fe, outro clube colombiano. É um padrão que se repete e demonstra o crescimento dessas ligas, que estão mais à frente no futebol feminino e, consequentemente, têm um desempenho melhor em campo. Os números corroboram a afirmação: esta é a 17ª edição da Libertadores feminina, e 13 dos 16 títulos foram conquistados por clubes brasileiro. Além dos cinco do Corinthians (o primeiro, em 2017, foi durante a parceria com o Audax), outros cinco clubes têm a taça guardada em sua sala de troféus. Os multicampeões incluem Santos (3 vezes); São José e Ferroviária (os dois são bicampeões); e Palmeiras e Internacional completam a lista. As exceções foram o Colo-Colo, do Chile (2012); Sportivo Limpeño-PAR (2016) e Atlético Huila-COL (2018). De 2018 para cá, no entanto, a Colômbia emplacou suas equipes em quatro finais: além do título do Atético Huila, em 2020, o América de Cali perdeu para a Ferroviária na decisão; e o Santa Fe foi vice-campeão duas vezes diante do Corinthians, em 2021 e 2024. Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino e comentarista do Canal GOAT, avalia a diferença do nível de competitividade dos clubes de cada país, mas ressalta que, nos últimos anos, a tendência é de uma competição mais parelha. — O Brasil tem uma vantagem sobre a Colômbia, que evem diminuindo. E, por sua vez, a Colômbia já abriu uma frente em relação aos demais países, especialmente sobre os clubes, que vem ganhando notoriedade — analisa. — A competitividade não está só nas semifinais, mas na competição como um todo: se tirarmos algumas goleadas, a maioria das partidas foi vencida por um ou dois gols de diferença. Para além disso, mostrou como equipes fora do eixo Brasil-Colômbia fizeram frente, como o Independiente Del Valle-EQU, Alianza Lima-PER e o próprio Colo-Colo. Saí com uma impressão muito melhor desta Libertadores do que da passada, gostei do que vi. De olho no hexa Apesar do desenvolvimento do futebol praticado pelas mulheres nos últimos anos, uma coisa permaneceu na útima década: o Corinthians é o time a ser batido na América do Sul. É verdade que a equipe cometeu alguns deslizes do ano passado para cá, mas os 21 títulos desde 2016 e uma equipe experiente e acostumada a levantar troféus dão uma confiança extra que estabelece as Brabas como as favoritas absolutas para a decisão. — Por mais que a gente veja o crescimento de outras equipes, às vezes algumas delas dão passos para trás. Temos o Flamengo como exemplo, que teve notícias de corte de investimentos — conta Izabela. Na última semana, a treinadora deixou o rubro-negro após seis meses de trabalho, e o clube alegou o motivo da demissão como "readequação financeira". — O Corinthians, por outro lado, segue como um exemplo, demonstrando que o investimento não para. É um clube que coloca o futebol feminino como prioridade. Se outras equipes cortarem ou reduzirem o investimento, nunca conseguirão manter o nível e sempre verão o Corinthians na frente — conclui Izabela. A falta de priorização do futebol feminino está longe de ser um problema apenas dos clubes. A própria Conmebol, que organiza todos os torneios continentais, também é alvo constante de críticas. Em relação à Libertadores, a principal é a do formato. São duas semanas de competição em uma única cidade — neste ano, foram só dois estádios, com capacidades entre 32 e 35 mil torcededores. A nível de comparação, nas últimas três finais do Brasileirão, o público passou das 40 mil pessoas. Para Rafael, o número de 16 equipes participantes é o ideal, mas a competição perde por não ser mais exensa. Ele acredita que uma final disputada em ida e volta, ao contrário do modelo de jogo único adotado atualmente, poderia contribuir para o aumento do interesse dos torcedores. — Talvez fosse interessante ter uma fase qualificatória para selecionar melhor as equipes, mas, honestamente, acredito que não temos mais do que 16 equipes em alto nível na América do Sul. Uma mudança seria esticar o calendário, fazendo com que todos pudessem jogar dentro e fora. Isso tem um grande potencial de atrair público, basta olhar as finais das competições na Colômbia ou no Peru — opina. O uso de dois estádios para as 32 partidas da competição representa ainda um novo desafio: o desgaste do gramado. A preocupação com a segurança física das atletas também foi uma questão para Arthur Elias, treinador da seleção brasileira, durante a Copa América. — A competição poderia ser mais bem-sucedida se fosse mais longa, o formato atual tem falhas que prejudicam o desempenho das atletas e o crescimento do torneio. Sair do Brasil para assistir a uma Libertadores feminina em um curtíssimo período de tempo, com jogos tão longe, limita muito a maioria dos torcedores. Falta um cuidado da CONMEBOL e da CBF, considerando não só as jogadoras, mas também os torcedores e o próprio crescimento do futebol feminino — afirma Izabela. A programação do último dia de Libertadores começa às 11h. No mesmo palco da final, no estádio Florencio Sola, Colo-Colo e Ferroviária disputam o terceiro lugar. Apesar da eliminação, o time chileno manteve uma impressionante sequência de 37 jogos de invencibilidade com 36 vitórias e um empate: a última partida contra o Cali, que levou o duelo para os pênaltis. A responsável pelo feito é a treinadora Tatiele Silveira, que reencontrará as Guerreiras Grenás. Em 2019, ela venceu o Brasileirão A1 no comando da Ferroviária e se tornou a primeira e única treinadora a levantar a taça do torneio.