“COP é o lugar para resolver financiamento climático”, diz economista

“COP é o lugar para resolver financiamento climático”, diz economista

O economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia e integrante do conselho consultivo de finanças da presidência brasileira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), afirma que o multilateralismo é o espaço para solucionar o desafio sobre o fluxo de financiamento climático dos países em desenvolvimento. “A COP é o caminho. É um ótimo lugar para ter ideias, criar e tentar propor ideias”, afirmou durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (14), durante a Pré-COP, em Brasília. O especialista acredita que antes de definir valores para o financiamento climático dos países em desenvolvimento é preciso definir etapas anteriores, portanto o valor de US$ 1,3 trilhões que vem sendo discutido nos encontros multilaterais pode não ser um número real. “Um economista pensa numa meta onde quer chegar. Neste caso é alcançar netzero [neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa]. Depois a gente vem com projetos baratos, já que a quantidade de dinheiro é escassa, e depois a gente descobre quanto custa”, diz. Essa é uma das estratégias sugeridas pelo grupo de economistas que dão suporte à presidência da COP30 sobre o tema. O grupo também sugeriu projetos como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) (Cinco países aderem a fundo para conservação de florestas tropicais | Agência Brasil) , o Ecoinvest (Brasil quer capital estrangeiro para financiar transformação ecológica | Agência Brasil), a coalizão aberta de países para um mercado de carbono global (Brasil apresenta soluções de financiamento climático em Nova York | Agência Brasil ) e a transferência de subsídios globais do setor de combustíveis fósseis para setores da energia renovável (Subsídio para energia limpa precisa superar o de fósseis, diz Marina | Agência Brasil). Segundo Scheinkman, a ideia que ainda não foi formalmente adotada pelos países que fazem parte do Acordo de Paris, mas podem contribuir de forma eficaz para a redução das emissões de gases do efeito estufa, desde que haja adesão de países onde essas ferramentas podem gerar efeito. “O lugar onde a gente corta emissões é completamente irrelevante. O importante é quanto você corta no agregado de emissões. Uma tonelada de gás carbônico equivalente (CO2e) que você corta no Brasil, tem o mesmo impacto de uma tonelada de CO2e na China”, diz De acordo com o economista, o modelo adotado pela União Europeia, pode inspirar um modelo global no sentido de que os países mais capazes em termos financeiros saem na frente com cotas maiores de obrigações e também dando suporte aos países com menos capacidade financeira. “A União Europeia definiu o valor das emissões que querem ter até um determinado ano e eles têm uma maneira de distribuir essas cotas [de redução de emissões] que privilegiam países menos desenvolvidos. Esse processo permite uma redistribuição e ao mesmo tempo atinge eficiência,” explica. Apesar de haver modelos ideais, o andamento desses projetos podem esbarrar em interesses nacionais ou regionais que inviabilizem um modelo global. Segundo Scheinkman, países até mesmo da própria União Europeia podem não se interessar por uma coalizão aberta de mercado de carbono global ou de um fundo como o TFFF. Um dos limitadores, poderia ser a não admissão de crédito gerado por captura de carbono a partir de florestas restauradas, já que ainda não há um cálculo padrão para calcular projetando a captura de carbono para um futuro após a restauração. “Para isso funcionar você teria que ter alguém para medir carbono, com uma certa independência, um padrão standard de medição. Criar uma espécie de comissão para fazer toda a contabilidade, acesso ao risco e verificação da contabilidade”, explicou. Há ainda fatores ideológicos como ocorre nos Estados Unidos, que impedem países de participar de uma iniciativa como essas, diz o economista. Por outro lado, Scheinkman diz que países podem ser atraídos por vantagens como a facilidade de gerar crédito de carbono em áreas naturais amplas, como as florestas tropicais. Ou ainda, gerar crédito mais facilmente com baixos investimentos em emissões mais fáceis de serem mitigadas. “Na África, as pessoas ainda cozinham com lenha, o que tem custo ambiental, sem falar no custo de saúde altíssimo. É muito barato parar, mas eles [os países africanos] não têm orçamento para isso e eles ainda precisam gastar dinheiro com adaptação”. Gerar crédito de carbono fora do próprio país pode ser uma forma mais barata de investimento que parar uma produção eficiente em termos econômicos para gerar carbono, diz o economista. Mas, apesar de ser uma ferramenta que pode viabilizar uma transição justa, isso não é garantia de interesse dos países por esse mercado. “Nosso papel é gerar ideias e a factibilidade é um problemas dos negociadores”, diz. Com informações da Agência Brasil

STF: Lula promete “boa escolha” a ministros para vaga de Barroso e ouve ponderações sobre indicado

STF: Lula promete “boa escolha” a ministros para vaga de Barroso e ouve ponderações sobre indicado

Na reunião que teve com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de terça-feira (14), o presidente Lula sinalizou aos magistrados que seu processo de escolha para o substituto de Luís Roberto Barroso está em andamento, mas não deu pistas sobre quem será o indicado. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Investigado por comprar gabarito do CNU diz que tirou nota baixa na redação por ter letra horrível

Investigado por comprar gabarito do CNU diz que tirou nota baixa na redação por ter letra horrível

JÚLIA GALVÃO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) Um dos investigados na Operação Última Fase, que apura um esquema de fraudes em concursos públicos, afirma ter tirado uma nota baixa na redação do CNU (Concurso Nacional Unificado) por ter uma letra "horrível", além de rasuras na prova. Valmir Limeira de Souza, 53, é irmão do ex-policial militar Wanderlan Limeira de Sousa, apontado pela PF (Polícia Federal) como um dos líderes do esquema que teria ligação com praticamente todos os nomes citados no inquérito. De acordo com a investigação, Valmir foi aprovado para o cargo de AFT (auditor-fiscal do trabalho), que tem remuneração inicial de R$ 22.921,71, com um gabarito que apresentava padrões idênticos aos de outros investigados e familiares. O fato de pelo menos três pessoas da mesma família terem sido aprovadas chamou a atenção da PF e foi um dos indícios para o início da apuração. A reportagem procurou a defesa de Valmir, que não foi localizada. Em nota, a defesa de seu irmão —Wanderlan Limeira— diz que "aguarda o desfecho da investigação e o desenrolar processual para ter conhecimento dos fatos supostos e poder exercer seu trabalho". Segundo a Polícia Federal, a análise do celular de Valmir indica que ele não tinha familiaridade com o concurso para o qual foi aprovado. No aparelho, não foram encontrados registros de estudo nem conversas sobre os conteúdos da seleção, segundo a investigação. Após a divulgação das notas da fase discursiva, Wanderlan orienta Valmir a entrar com um recurso (fase de concursos públicos em que os candidatos podem solicitar à banca examinadora a revisão de questões e gabaritos) para tentar aumentar sua pontuação, aponta a investigação. Segundo o relatório da PF, é o ex-policial quem redige os textos do pedido de revisão e depois utiliza o ChatGPT para revisar um modelo de recurso. O texto revisado é então enviado a Valmir, com a instrução para que ele o utilize. As mensagens entre os irmãos mostram ainda que Valmir não sabia o motivo para entrar com recurso. Ele não questiona nenhum erro da banca na correção, mas segue a recomendação do irmão para tentar elevar sua nota. A PF destaca também que as mensagens redigidas por Valmir continham erros de português considerados incompatíveis com o nível de domínio da língua esperado de um candidato aprovado para o cargo de auditor-fiscal, um dos mais concorridos da edição do ano passado do CNU. Apesar de ter sido aprovado para o cargo, o candidato não foi convocado na primeira lista para participar do curso de formação. Segundo a PF, no entanto, era provável que ele fosse chamado para participar em outra convocação. Durante a conversa que consta na investigação, Wanderlan se irrita com o irmão por ele insistir em colocar "revisão" no campo de assunto do recurso. Em áudio, ele diz: "Não, não é solicitação de revisão não, porra. Eu já não disse a você? É elevação da nota", afirma. "Lá no assunto você botou errado de novo. Tira aquele nome de revisão, em nome de Jesus." Após receber os textos do recurso prontos, Valmir agradece a ajuda do irmão. "Valeu aí pela força, né? A gente precisa, às vezes, e eu sou muito ansioso mesmo. Mas vai dar certo, se Deus quiser. E Deus quer. Eu estou com o joelho no chão. Estou orando, estou jejuando. Eu tenho certeza que Deus não vai me desamparar, não", diz, em mensagem de áudio. Depois, Wanderlan, que também foi aprovado no cargo de AFT, afirma que cederia sua vaga se fosse necessário para garantir a aprovação do irmão. Atualmente, o suspeito é servidor público da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), onde ocupa o cargo de assistente administrativo, com remuneração bruta de R$ 5.763,65. Em nota, a universidade diz que tomou conhecimento, por meio da imprensa, das investigações conduzidas pela Polícia Federal na Operação Última Fase, que envolvem o servidor. "A UFPB esclarece que não recebeu, até o momento, qualquer notificação oficial sobre o caso. Portanto, o servidor, que se encontra atualmente, a pedido, em licença de suas funções, permanece vinculado ao quadro de servidores técnicos desta universidade", diz a instituição. O relatório da PF também aponta Valmir como um dos responsáveis por captar interessados em comprar gabaritos e fraudar outros certames. A investigação diz ter reunido evidências de que Valmir tentou convencer Wanderlan a passar integralmente a responsabilidade pelos crimes a seu filho, Wanderson Gabriel (que havia sido preso em julho deste ano por fraude no concurso da Polícia Militar da Paraíba), ou transferi-la a uma terceira pessoa, já falecida. Em nota, a defesa de Wanderson diz que não se manifestará sobre pontos isolados que, segundo eles, podem está fora de contexto. "É sempre necessário acesso aos autos completos para que o trabalho possa ser realizado", diz o advogado do caso.

Polícia de SP indicia gêmea de 'serial killer' por 4 homicídios ao ajudar irmã a cometer crimes

Polícia de SP indicia gêmea de 'serial killer' por 4 homicídios ao ajudar irmã a cometer crimes

Universitária é presa acusada de ser 'serial killer' e matar 4 pessoas envenenadas em SP. A Polícia Civil indiciou na terça-feira (14) a irmã gêmea da "serial killer" acusada de envenenar e matar quatro pessoas, entre janeiro e maio, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 36 anos, foi interrogada no 1º Distrito Policial (DP) de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde também acabou responsabilizada criminalmente pelos quatro homicídios. Ela é suspeita de ajudar a irmã Ana Paula Veloso Fernandes a cometer os assassinatos. Ana Paula é universitária e apontada pela investigação como assassina em série. De acordo com a polícia, a estudante de direito contou também com a ajuda de Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, filha de uma das vítimas, nos homicídios. Ela também está presa. Esta reportagem começa com um novo formato de vídeo. Diga o que você achou. Defesa das irmãs As irmãs gêmeas Roberta Cristina Veloso Fernandes (à esquerda) e Ana Paula Veloso Fernandes (no centro) estão presas por homicídios Reprodução Roberta foi presa em agosto pela polícia. Fernanda foi detida em julho e já foi interrogada. A universitária é ré na Justiça por todos os homicídios. A defesa das irmãs informou que ainda não há provas concretas do envolvimento de seus clientes nos crimes pelos quais elas são acusadas. "Reconhecemos a gravidade dos fatos investigados e a comoção social que geram. No entanto, o dever desta defesa é acompanhar a investigação com a seriedade e a discrição exigidas, zelando estritamente pelos direitos de Ana Paula. Nesta fase, em que as provas ainda estão sendo formadas e examinadas, não é possível, e (seria temerário), afirmar ou negar categoricamente qualquer tese defensiva", informa trecho da nota do advogado Almir da Silva Sobra, que defende Roberta e Ana Paula. O g1 não conseguiu localizar a defesa de Michelle para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Laudo aponta 'chumbinho' Filha é suspeita de matar pai envenenado com feijoada Laudo da Polícia Técnico-Científica confirmou a presença de inseticida em grãos em um frasco transparente de vidro apreendido na casa onde a "serial killer" mora em Guarulhos. Segundo a Polícia Civil, o objetivo da universitária era ficar com os bens e dinheiro das vítimas. Documento do Instituto de Criminalística (IC) informa que o veneno identificado na perícia tem a substância "terbufós" _composto químico usado na agricultura contra insetos. Sua venda é permitida no Brasil. Mas seres humanos e animais não podem ter contato com o produto sob o risco de intoxicação e até morte. A Polícia Civil investiga se Ana Paula usou esse agrotóxico em lanche, bolo, feijão e milkshake para envenenar as vítimas. A universitária é ré na Justiça pelos assassinatos de Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres. Todas as quatro vítimas morreram com edemas nos pulmões e outros sinais internos característicos de envenenamento, segundo as autoridades. Três dos quatro corpos foram exumados para análise pericial complementar. Exames periciais Ana Paula Veloso Fernandes foi presa acusada de envenenar e matar quatro pessoas. Laudo do IC confirmou presença de inseticida (à esquerda e à direita) em frasco encontrado na casa onde estudante morava em Guarulhos, Grande São Paulo Reprodução O 1º DP de Guarulhos aguarda outros exames periciais para saber se o veneno encontrado na casa da assassina em série também foi usado para matar as quatro vítimas. Ou se outra substância foi dada a elas. Os resultados ainda não ficaram prontos. "Nossa investigação nos levou a crer que Ana Paula matou quatro pessoas envenenadas", disse ao g1 o delegado Halisson Ideiao Leite, que apura o caso. "Aguardamos os exames para saber qual substância ou quais substâncias foram usadas." O que as vítimas comeram antes de morrer Ana Paula Veloso Fernandes (ao centro) é acusada de matar Marcelo Hari Fonseca (no alto à esquerda), Maria Aparecida Rodrigues (no algo à direita), Neil Corrêa da Silva (abaixo à esquerda) e Hayder Mhazres (abaixo à direita) Reprodução Veja abaixo, segundo a investigação, quem são as quatro vítimas, o que cada uma comeu antes de morrer, quando faleceram e onde: Marcelo Hari Fonseca: dono de um imóvel em Guarulhos, onde alugava os fundos para Ana Paula. Morreu em casa em 31 de janeiro após comer um sanduíche que pode ter sido envenenado. Após sua morte, a universitária passou a exigir da família do homem que ela tinha direito a continuar na residência. A mulher alegou que teve envolvimento amoroso com ele, o que é mentira, segundo a polícia; Maria Aparecida Rodrigues: uma amiga virtual. Conheceu Ana Paula por um aplicativo de relacionamento. Depois foi até a casa da estudante onde comeu um bolo que estaria com veneno. Voltou para sua residência em Guarulhos, se sentiu mal e morreu em 11 de abril; Neil Corrêa da Silva: pai de Michelle, que é amiga de Ana Paula e ex-colega de faculdade dela. Segundo a polícia, a filha pagou R$ 4 mil para a "serial killer" ir até Duque de Caxias, no Rio, onde o homem de 65 anos morava. Depois, a universitária colocou veneno no feijão dele. O idoso passou mal e morreu em 26 de abril; Hayder Mhazres: tunisiano de 21 anos, morador da capital paulista, conheceu Ana Paula por um aplicativo de encontros. Segundo a polícia, após se envolver com ela, quis terminar o namoro, o que levou a estudante a querer matá-lo. A "serial killer" estava com ele quando o rapaz tomou um milkshake, passou mal e parou num hospital. Para a investigação, a bebida foi envenenada. Após a morte, familiares da vítima disseram que Ana Paula dizia estar grávida do rapaz e que os procurou para pedir dinheiro. De acordo com a investigação, ela mentiu sobre a gestação. Polícia, MP e Justiça Estudante de Direito é suspeita de envenenar e matar pelo menos quatro pessoas Em todos esses casos acima, Ana Paula estava com as vítimas ou procurou a polícia para contar sobre as mortes delas. Isso acabou chamando a atenção dos policiais, que passaram a desconfiar da universitária. A Justiça ainda não marcou a audiência para decidir se leva Ana Paula a júri popular pelos assassinatos. O Ministério Público (MP) deverá denunciar Roberta também pelas quatro mortes, mas como coautora dos crimes. Sobre Michelle, a Promotoria deverá acusá-la por ter participado do homicídio do seu pai. As três presas continuam sendo investigadas pela Polícia Civil, que apura se há mais vítimas. Ana Paula está presa preventivamente numa unidade prisional na capital paulista. Roberta e Michelle estão detidas temporariamente em presídios de Guarulhos. LEIA MAIS: 'Serial killer' acusada de matar 4 pessoas é estudante de Direito e já tentou envenenar colegas com bolo em faculdade em SP Restaurante Jamile não tinha autorização da prefeitura para reformas, incluindo mezanino que desabou e matou cozinheira

Perda de visão por intoxicação com metanol persiste por anos, e chances de reversão são pequenas

Perda de visão por intoxicação com metanol persiste por anos, e chances de reversão são pequenas

SAMUEL FERNANDES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) Pacientes intoxicados por metanol em São Paulo na onda de contaminação com bebidas adulteradas tiveram comprometimento parcial ou até mesmo total da visão. As chances de reversão dessa sequela são baixas e a melhora na condição clínica depende principalmente do tratamento precoce após a ingestão da substância. Assim como para outras complicações causadas pelo metanol, a perda na visão ocorre a partir da metabolização da substância no organismo humano, processo que dá origem ao formaldeído e ao ácido fórmico. Esse ácido afeta o metabolismo de oxigênio –em outras palavras, é como se ele asfixiasse as células por diminuir sua capacidade de respiração. "Os nervos do corpo, em especial o nervo óptico, são os mais sensíveis a isso, então essas células acabam entrando em sofrimento e morrem, comprometendo a visão", explica Marcus Gaz, cardiologista e gerente médico das unidades avançadas do Einstein Hospital Israelita. Estudos científicos já investigaram o tema para entender se o comprometimento na visão continuou mesmo após a fase aguda da intoxicação. Uma dessas pesquisas acompanhou por seis anos 27 pacientes que sobreviveram após ingerir metanol em uma crise na Estônia em 2001. Sobre as sequelas, incluindo visuais, os autores da pesquisa concluíram que todas elas "ainda estavam presentes seis anos após o envenenamento inicial, sugerindo que se tratavam de danos irreversíveis". Outra pesquisa analisou o afinamento da retina após ingestão de metanol. No total, foram 83 participantes: 42 deles com histórico de intoxicação, e um grupo de controle que não havia ingerido a substância. Os participantes foram submetidos a testes até quatro anos após o incidente com o metanol. Os autores concluíram que os malefícios neurológicos causados pela substância tóxica podem continuar a desencadear o afinamento da retina mesmo anos depois da ingestão do metanol, levando a continuidade ou piora das sequelas na visão. Mesmo pequenos, esses estudos apresentam resultados que estão de acordo com a prática clínica, afirma Flavio Mac Cord, diretor da SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia). "Os achados são muito consistentes com os relatos de diferentes países ereforça que os danos causados pelo metanol são muitas vezes estrutural e irreversível", afirma. É POSSÍVEL EVITAR OU REVERTER? A melhor forma para deter o aparecimento de complicações visuais causadas pelo metanol é o tratamento com etanol farmacêutico ou fomepizol. Essas substâncias bloqueiam o caminho pelo qual o metanol se transforma em ácido fórmico. Dessa forma, ambos são eficazes para evitar os problemas relacionados ao metanol, incluindo as sequelas na visão. Mas é necessário ser ágil. Segundo Fábio Ejzenbaum, professor e chefe do Departamento de Neuroftalmologia da Santa Casa de São Paulo, "é importante retirar o metanol o mais rápido possível do corpo do paciente". Ao fazer isso, diminui-se as chances do aparecimento de danos irreversíveis no nervo óptico. Emerson Castro, oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês, chama atenção para o fato de que esse nervo é um tecido neurológico, um indicativo da baixa possibilidade de recuperação. "É como se fosse uma lesão cerebral. É muito difícil você recuperar", resume. Mas existem casos de reversão nas sequelas visuais. No entanto, elas são raras. Alguns fatores influenciam essa potencial recuperação. O principal aspecto é, como já indicado, ter iniciado o tratamento de forma precoce. Outro fator é a quantidade de metanol ingerida –quanto maior a dose, menores as chances de reversão. EXISTEM TRATAMENTOS PARA AS SEQUELAS VISUAIS? Pesquisadores vêm investigando algumas formas de tratar as complicações na visão derivadas do metanol, mas faltam evidências científicas. Castro menciona o uso de corticoide intravenoso que aparenta levar a benefícios na capacidade visual. Isso pode acontecer por conta da capacidade anti-inflamatória da substância. No entanto, os reais benefícios são pouco conhecidos, e os relatos são de melhoria na fase aguda da intoxicação, afirma Ejzenbaum. Ou seja, mesmo que benéfico, a substância não seria eficaz a longo prazo. Outra possibilidade mencionada por Castro é o uso de antioxidantes e vitaminas, incluindo aquelas do complexo B. Os benefícios poderiam ser sentidos por conta da melhoria no funcionamento celular proporcionada por essas substâncias. Mas, novamente, faltam evidências sólidas.

Sam Raimi retorna ao terror com Rachel McAdams em trailer de Send Help

Sam Raimi retorna ao terror com Rachel McAdams em trailer de Send Help

Sam Raimi, diretor conhecido por seu estilo único e inovador, deixou uma marca indelével no gênero de terror ao longo de sua carreira. Desde seu início com o clássico cult “The Evil Dead” em 1981, Raimi se destacou por sua abordagem criativa, combinando elementos de horror e comédia de maneira magistral. Com “The Evil Dead“,... The post Sam Raimi retorna ao terror com Rachel McAdams em trailer de Send Help appeared first on O Antagonista .

Veja novo cronograma do concurso do IFPB, com 53 vagas e salários iniciais de até R$ 4,9 mil

Veja novo cronograma do concurso do IFPB, com 53 vagas e salários iniciais de até R$ 4,9 mil

IFPB IFPB/Divulgação O cronograma do concurso do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) foi atualizado. As provas do concurso, previstas para acontecer no dia 7 de dezembro, agora acontecerão no dia 14 de dezembro. O resultado final, previsto para o dia 14 de abril de 2026, agora será divulgado no dia 24 de abril de 2026. Ao todo, o concurso oferece 53 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior. Os salários iniciais vão de R$ 2,4 mil a R$ 4,9 mil, a depender do nível do cargo. Também haverá auxílio alimentação de R$ 1 mil. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp Veja a lista de cargos com vagas abertas: Assistente de Aluno – 1 vaga Assistente em Administração – 16 vagas Técnico em Contabilidade – 2 vagas Técnico em Enfermagem – 1 vaga Técnico de Laboratório – Área: Edificações – 4 vagas Técnico de Laboratório – Área: Física – 1 vaga Técnico de Laboratório – Área: Informática – 4 vagas Técnico de Laboratório - Área: Mineração – 2 vagas Técnico de Laboratório – Área: Química – 1 vaga Técnico de Laboratório - Área: Recursos Pesqueiros - 1 vaga Técnico de Tecnologia da Informação – 7 vagas Administrador – 1 vaga Analista de Tecnologia da Informação – 2 vagas Arquivista – 1 vaga Assistente Social – 1 vaga Bibliotecário-Documentalista – 1 vaga Enfermeiro - 1 vaga Médico Psiquiatra – 1 vaga Nutricionista – 1 vaga Pedagogo – 1 vaga Psicólogo – 1 vaga Técnico em Assuntos Educacionais – 2 vagas Edital de concursos – saiba como ler O período de inscrições não sofreu alterações e continua até o dia 5 de novembro. A inscrição deve ser realizada pelo site da banca organizadora do concurso, o Instituto AOCP. As taxas de inscrição variam entre R$ 100 e R$ 150, conforme o nível de classificação dos cargos, que estão distribuídos entre os níveis C, D e E O certame terá apenas a etapa de prova objetiva, aplicada no dia 14 de dezembro. Por fim, o resultado final do concurso será divulgado no dia 24 de abril de 2026. Concurso do IFPB Nível: médio, técnico e superior Salário: vencimento básico de R$ 2,4 mil a R$ 4,9 mil Inscrições: até 5 de novembro Provas objetivas: 14 de dezembro Resultado final: 24 de abril de 2026 Edital do concurso do IFPB Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

Santa Casa de Sorocaba lança campanha para arrecadar água de coco para pacientes oncológicos; saiba como doar

Santa Casa de Sorocaba lança campanha para arrecadar água de coco para pacientes oncológicos; saiba como doar

Santa Casa de Sorocaba pede por doações de água de coco Devido ao estoque crítico, a Santa Casa de Sorocaba (SP) lançou uma campanha para arrecadar caixinhas de água de coco para pacientes em tratamento contra o câncer. Por não ser um suplemento obrigatório, o alimento não é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme a TV TEM, apesar de não ser um medicamento ou suplemento essencial, o líquido ajuda na hidratação, reposição de vitaminas e alívio de desconfortos durante os processos de quimioterapia e radioterapia. Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O hospital distribui cerca de 200 caixinhas de água de coco por dia aos pacientes, totalizando aproximadamente 4 mil unidades por mês. Neste ano, até o mês de agosto, foram realizadas mais de 7 mil sessões de quimioterapia e radioterapia no hospital. A melhor forma de contribuir é com caixinhas de 200 ml, que são distribuídas individualmente. As doações podem ser entregues das 8h às 17h, no Centro de Doações da Santa Casa, localizado na Avenida São Paulo, número 750. Santa Casa de Sorocaba (SP) recebe doações de água de coco TV TEM/Reprodução Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM