
Inflação ao consumidor da Alemanha sobe 2,4% ao ano em setembro
Em setembro de 2025, a inflação ao consumidor (CPI...
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Brasil enfrenta o Japão nesta terça-feira em amistoso preparatório para a Copa do Mundo
Fãs de dinossauros e geologia têm até o dia 28 de outubro para visitar o Museu de Ciências da Terra, na Urca. Instalado em um belo prédio neoclássico, tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), o espaço vai fechar temporariamente para uma grande obra de reestruturação. A previsão é que a reforma dure de dois a três anos. Mês das crianças: Rio recebe circos tradicionais e até um temático de dinossauros em outubro Choveu? Exposições e museus curiosos e divertidos para visitar com crianças Segundo informações internas, serão grandes obras estruturais, que irão ampliar o espaço do museu de 2,4 mil m² para mais de 15 mil m² . A parte atingida pelo incêndio de 1973, que destruiu e inutilizou quase a metade da sua área útil, será reconstruída e, outra parte será restaurada, com a construção de amplos e modernos laboratórios de pesquisa. "Ao final, teremos um complexo de altíssimo nível, com foco em pesquisa, cultura e salvaguarda de acervo", afirmou a página insitucional do museu nas redes sociais. Durante as obras, o acervo será exibido em ações e exposições itinerantes. O Museu de Ciências da Terra, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), no bairro da Urca, Zona Sul do Rio Divulgação/Amanda Rosa/SGB O que encontrar no Museu de Ciências da Terra? Com entrada gratuita, o museu, que funciona no Palácio da Geologia, abriga o maior acervo de fósseis do país, inclusive de paleontologia. A exposição “Brasil Glacial” propõe uma imersão nas eras do gelo, ressaltando como esses eventos glaciais contribuíram para o mundo de hoje, e mostra as transfrmações radicais da Terra ao longo de seus 4,5 milhões de anos, desde que era coberta por lava até bombardeios de corpos celestes e climas extremos. Há ainda outras salas e mostras com fósseis, paleoesculturas e réplicas, que contam a história do planeta desde o início até a época dos grandes mamíferos, como os mastodontes que viveram na Era do Gelo. Há fósseis de animais que viveram no Brasil, como as preguiças gigantes e o titanossauro Austroposeidon, e algumas réplicas inteiras de esqueletos. O acervo do museu traz também coleções que reúnem 10 mil amostras de minerais e de meteoritos, além de 12 mil rochas e documentos únicos relacionados à memória geológica. Outra atração do espaço é a biblioteca infantil, com acervo de livros e histórias em quadrinhos, especialmente sobre ciências da Terra. O espaço abriga também atividades de contação de histórias, mediação de leitura, desenhos, manuseio de fósseis, rochas e minerais, teatro, quebra-cabeças, fantasias, além de oficinas que trabalham com a divulgação científica e a formação de leitores de maneira lúdica. Av. Pasteur 404, Urca. Qua a sáb, das 10h às 16h. Grátis.
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Nem parece que Itamar Vieira Junior saiu da Bahia. Há dois anos no Rio, o autor do premiado best-seller “Torto arado” aparece na tela com uma fitinha vermelha do Senhor do Bonfim no punho e de costas para uma estante com obras de Jorge Amado e Pierre Verger e estatueta de uma baiana. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.
Vencedor de quatro estatuetas do Oscar pelos trabalhos em “Birdman ou (a inesperada virtude da ignorância)” (2014) e “O regresso” (2015), Alejandro González Iñárritu ajudou a abrir as portas de Hollywood para o cinema mexicano e para nomes como Guillermo del Toro e Alfonso Cuarón. Um marco importante, há 25 anos, foi o lançamento de “Amores brutos” (2000). 'Uma ferida que não curou': Cinema brasileiro volta a olhar para período da ditadura em seis novos filmes; conheça Wagner Moura: ‘Tem uma parte do Brasil que ainda acha que o país não merece fazer sucesso’ Exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes, o longa pegou o público de surpresa pelo estilo frenético e pela trama multientrelaçada ao contar a história de um terrível acidente de carro que conecta três narrativas na Cidade do México. Além da estreia de Iñárritu, o filme marcou o primeiro trabalho como protagonista de Gael García Bernal. Em comemoração pelos seu quarto de século, “Amores brutos” passou por processo de restauração e digitalização em 4K e está em cartaz nos cinemas brasileiros. No dia 24, ficará disponível na plataforma Mubi. — Acho que uma das qualidades mais milagrosas de “Amores brutos” é a atemporalidade — diz Iñárritu, de 62 anos, em coletiva de imprensa on-line acompanhada pelo GLOBO. — Tenho muita confiança de que quem ainda não viu o filme vai sentir o mesmo impacto emocional e visual que a audiência sentiu no verão de 2000. Ver na tela grande é uma experiência muito poderosa. O filme não perdeu força. Tem músculo, narrativa implacável, personagens que continuam vivos e conflitos humanos profundos e atuais. Gael Garcia Bernal em cena de "Amores brutos", de Alejandro González Iñárritu Divulgação Visão compartilhada Gael García Bernal, que voltaria a trabalhar com o cineasta em “Babel” (2006), lembra o impacto do longa. — Iniciou uma onda que ultrapassou o México, com um reflexo muito pessoal e em toda a América Latina. “Amores brutos” não mostrava apenas a Cidade do México, mostrava realidades latino-americanas, uma cosmovisão compartilhada. E isso deu origem a muitas outras coisas culturalmente significativas — diz o ator de 46 anos. — Me atrevo a dizer que o filme se tornou quase um ritual de passagem para os jovens latino-americanos. Chega um momento da vida em que você “tem que ver ‘Amores brutos’”. Como aconteceu comigo, por exemplo, com “Laranja mecânica”. Tive a sorte de vê-lo no cinema, na Cinemateca Nacional, e lembro até hoje da volta pra casa, completamente absorvido pelo filme. Diretor Alejandro Gonzalez Iñárritu ISABEL INFANTES/AFP Orgulhoso de seu primeiro filme, Iñárritu fala com admiração, e um pouco de surpresa, sobre o que conseguiram fazer especialmente nas filmagens do acidente de carro que marca o pontapé inicial da trama. — Hoje em dia, eu diria: “Vamos precisar de 10 dias e 20 vezes mais orçamento, além de muito mais treinamento.” O que quero dizer é que vejo isso com admiração pela juventude que tínhamos: com as vísceras, o coração, os músculos, a inocência, a loucura, a irresponsabilidade total. Porque realmente poderíamos ter tido muitos acidentes, e não tivemos. É uma cena cheia de adrenalina, que me enche de orgulho. Me surpreende ainda hoje como conseguimos fazer aquilo com tão poucos recursos — observa o cineasta. O protagonista concorda: — Eu nunca vi, em nenhum filme antigo ou moderno, uma batida de carro como aquela. Com aquele impacto narrativo, quero dizer. Não é só o acidente em si, a batida abre uma porta para a questão central do filme. Te joga diretamente na história. Nunca vi um acidente fazer isso em outro filme — diz Bernal.
A menos de um mês do início da COP 30, a conferência do clima de Belém, só 31% dos países atualizaram as suas promessas de corte de emissão de CO2, um atraso que já começa a atrapalhar as negociações do encontro. Nesta segunda-feira (13), apenas 62 dos 197 países signatários do Acordo de Paris tinham submetido suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), os documentos que detalham essas promessas para a Convenção do Clima da ONU (UNFCCC). Brasil: Citada por Lula na ONU, meta de reduzir emissões de gases de efeito estufa é vista como insuficiente por ambientalistas Com grandes países ainda em dívida, as promessas entregues cobrem apenas 31% das emissões de efeito estufa globais. Grandes emissores — incluindo China e Índia, ainda estão em dívida. Os países da União Europeia, que entregam a NDC em bloco, seguem atrasados também. As NDCs, que deveriam ter sido entregues até fevereiro deste ano, são a terceira versão do documento desde, e cobrem o período 2030-2035. Estados Unidos: Estados, prefeituras e empresas tentam salvar política de clima ameaçada por Trump A importância de ter esses números todos agrupados é que só com eles é possível calcular se o mundo como um todo está em vias de frear a emissão de gases estufa a ponto de conter o aquecimento global em no máximo 1,5°C, objetivo primário assinado em Paris. As NDCs não estão na pauta oficial de itens que devem ser debatidos oficialmente em Belém, mas segundo especialistas, o cenário de incerteza que a ausência delas produz pode prevenir o avanço de outros temas relevantes, como o financiamento de países em desenvolvimento combaterem a crise do clima. — As NDCs são o coração do Acordo de Paris, porque o atingimento das metas assinadas só acontecerá se os países signatários implementarem ações de política doméstica, que são ações de redução de emissões de gás de efeito estufa, de adaptação, de financiamento e de transição justa — explica Miriam Lia Garcia, gerente de políticas climáticas da ONG World Resources Institute (WRI) no Brasil. A entidade tem acompanhado de perto o tema e criou um banco de dados independente, o ClimateWatch, que monitora quais países estão com NDCs em dia e quais dessas promessas têm avançado ou não. Segundo os cálculos da ONG (que antecipa um relatório-síntese que a própria ONU deve soltar no final do mês), as NDCs atuais preveem uma redução de apenas 1,4 gigatoneladas de CO2/ano até 2035, sendo que as primária de Paris requer uma redução de 25 gigatoneladas aproximadamente. O problema no atraso das NDCs, em essência, é que o maior impasse das conferências do clima tem a ver com elas. Sem NDCs fortes de países desenvolvidos, aqueles ainda em desenvolvimento relutam em elevar a ambição de suas próprias NDCs. E sem compromissos fortes das nações pobres, as nações ricas relutam em transferir recursos climáticos, o que alimenta um círculo vicioso. O problema não é de agora, mas desta vez, a conta pode cair para o Brasil. — É importante destacar que toda essa relevância do tema das NDCs, de uma certa forma, cai no colo da presidência brasileira da COP30, mesmo não fazendo parte da agenda negociadora agora — diz Garcia. — Existe uma resposta política que precisa ser dada a partir do fim da COP30, e ela vai mostrar não só como a gente lida com o problema da lacuna de ambição, mas também a lacuna de implementação das NDCs. Elefantes na sala Dos países em dívida, a ausência mais sentida por enquanto é a da China, que sozinha tem um quarto das emissões mundiais. Os chineses anunciaram no mês passado informalmente qual é o teor do compromisso que vão submeter, que é o de reduzir entre 7% e 10% das emissões "em relação ao pico histórico", o que foi considerado vago por especialistas. — Isso é como alguém dizer que vai parar de fumar depois dia em que fumar mais cigarros. Qual é esse dia? Ninguém sabe. É uma NDC enigmática — afirma Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, a maior coalizão de ONGs do Brasil. — O problema do atraso na entrega das NDCs, é que enquanto elas não são entregues, fica muito difícil discutir a qualidade delas. A ONU gente precisa, pelo menos, das NDCs dos países do G20, para conseguir o relatório síntese. Um outro problema na mesa é que o maior emissor histórico do planeta, os EUA, entregou sua NDC na administração passada, de Joe Biden, e o sucessor Donald Trump está tirando os país do Acordo de Paris. — Nenhum outro país seguiu o Trump até agora, e ninguém mais saiu do Acordo de Paris, mas a chegada dele foi como se alguém tivesse jogado uma pedra em cima do tabuleiro da negociação climática, fazendo todas as peças voarem — afirma Natalie Unterstell, presidente do think tank Instituto Talanoa, que também monitora o assunto. — Depois disso todo mundo ficou nessa contenção de danos, controlando a ambição. A própria China, que poderia ir muito adiante, não foi. Ainda resta um mês para que outros países entreguem NDCs, mas dado o cenário geopolítico muito desfavorável, poucos especialistas acreditam que a COP30 verá todas as promessas na mesa. Mais descrença ainda existe em relação à qualidade das NDCs. — A COP30, de todo modo, precisa dar uma resposta, qualquer que seja o número de NDCs que está na mesa. Essa resposta tem que ser coletiva e ela tem que dizer o que a gente faz agora — diz Unterstell. — Uma das ideias que está colocada na mesa é que se chame todos os países para novamente fazer mais uma rodada de apresentação de NDCs. É meio um default, mas não vai resolver absolutamente nada.
Com 28 casos confirmados de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas em São Paulo e outras centenas de casos em investigação, além de ao menos cinco mortes, bares e baladas da capital paulista têm adotado diversas medidas para evitar a perda de clientes. As iniciativas vão desde mudança no cardápio até publicidade com influenciadores para divulgar as medidas de segurança dos estabelecimentos na escolha das bebidas, em uma parceria com a indústria. Em casas noturnas famosas da cidade, os drinques deram lugar ao vinho, à cerveja e aos coquetéis enlatados, já prontos para beber. O Grupo Tokyo, por exemplo, suspendeu a venda de qualquer bebida destilada incolor, tanto em doses quanto em drinques, em todos os seus cinco estabelecimentos, que incluem as baladas Tokyo e Selva, o rooftop do Edifício Martinelli e os bares Alto e Trópico. Cervejas, vinhos, drinques enlatados e não alcoólicos seguem no cardápio. Fábio Floriano, sócio do Grupo Tokyo, afirma que adotou a precaução após recomendação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de evitar destilados por enquanto. Ele relata que, mesmo antes da decisão, o público dos estabelecimentos já vinha apresentando mudanças no consumo: houve uma queda perceptível na venda de destilados e uma substituição por cerveja e vinho. Mas, sem tantas opções, o nível de consumo acabou sendo menor. — Decidimos, em uma medida de extremo cuidado, suspender a venda desses produtos enquanto durar essa crise. Parece que agora (as investigações) começaram a chegar aos locais onde estava ocorrendo a adulteração, mas ainda vamos aguardar mais algumas semanas antes de voltar com os destilados, para ter certeza de que não estamos colocando nossos clientes em risco — relata. — Mas, quando você fica restrito a cerveja e vinho, o que aconteceu no primeiro momento, as pessoas bebem menos. Então, incluímos no cardápio uma série de drinques prontos para beber, que já vêm envasados de fábrica. Outro local que alterou o cardápio devido à crise do metanol é a Casa Fluida, na Consolação. O bar, que recebe apresentações artísticas e tem público majoritariamente LGBTQIA+, viu a venda de drinques cair 85% na semana passada — o que fez o faturamento diminuir cerca de 30%. — Já foi um público menor, e quem foi bebeu cerveja e vinhos. Drinque, só raramente. Foi aí que decidimos pensar em alguns drinques para complementar, não tiramos os tradicionais do cardápio, mas incluímos quatro novos, à base de espumante, vinho branco, vinho tinto e licor — conta Matheus Nahas, um dos sócios da Casa Fluida. As novas opções foram divulgadas em um vídeo publicado nas redes sociais do estabelecimento, que, segundo Nahas, ajudou a tranquilizar os clientes. Neste fim de semana, o movimento melhorou, mas longe de chegar aos patamares anteriores à crise. — A venda de drinques continua baixa, mas não tão baixa como no primeiro fim de semana. Está em torno de 45% menor que o normal. Muita gente que bebeu pediu esses drinques novos. Mas afetou bastante. Por mais que as pessoas estejam bebendo cerveja e vinho, tem impactado o faturamento, porque são os drinques que dão mais margem para os bares — comenta. O VenTu Bar, em Perdizes, o Mitte, na República, o Barouche, na Vila Madalena, e o Al Janiah, na Bela Vista, foram outros estabelecimentos que suspenderam a venda de destilados ou adicionaram opções de coquetéis já envasados como medidas de segurança. Movimento bebida segura Em outra frente, a indústria e o varejo têm se movimentado para criar o Movimento Bebida Segura, uma série de ações que envolvem comunicação nas redes, treinamento de donos de estabelecimentos e parcerias governamentais. Nesse fim de semana, já começaram a ser publicados conteúdos nas redes sociais de influenciadores mostrando as características que comprovam que uma bebida não foi adulterada — como o selo da Receita Federal ou do Ministério da Agricultura e Pecuária, a presença de lacres e dosadores. Nos vídeos, os criadores de conteúdo mostram também onde se pode consumir essa bebida de maneira segura. Segundo o GLOBO apurou, a iniciativa é capitaneada pela indústria de bebidas e inclui grandes bares de São Paulo. Em uma dessas publicações, uma influenciadora mostra como as bebidas servidas no Bar Astor, que tem cinco unidades em São Paulo, têm procedência certificada e são preparadas na frente dos clientes. Nesta toada, surgiu nos últimos dias um site colaborativo no qual clientes podem denunciar bares suspeitos de venderem bebidas contaminadas com metanol. Em um dos casos, os clientes podem reportar um local suspeito e informar os motivos que levam a essa suspeita — de lacres violados até preços muito abaixo do mercado, por exemplo. Em um mapa, são marcados os locais considerados de risco, com níveis que vão de baixo a crítico, mas com a ponderação se houve ou não verificação dessas denúncias, com base em informações oficiais do governo estadual ou da imprensa. Neste mapa, os três locais confirmados são os bares nos Jardins, na Mooca e em São Bernardo do Campo, onde três pessoas intoxicadas com metanol beberam. O movimento de dar garantia a estabelecimentos e consumidores encontra coro no governo de São Paulo. Na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que pretende criar, em parceria com a indústria de bebidas, uma espécie de selo que indica que os estabelecimentos vendem bebidas de procedência. Entidades do setor já se reuniram ao menos duas vezes com integrantes do governo para discutir esses protocolos, que incluem treinamentos de agentes públicos e de donos de bares, além da certificação dos estabelecimentos que seguem determinadas regras. A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) têm promovido treinamentos de donos de bares e restaurantes sobre como evitar a adulteração de bebidas, também numa tentativa de trazer mais credibilidade ao setor formal.
A crise do metanol deve adiar a volta das bebidas alcoólicas aos estádios de São Paulo, onde são proibidas desde 1996. Um projeto de lei sobre o tema em tramitação na Assembleia Legislativa (Alesp), de autoria do deputado estadual Delegado Olim (Progressistas) e apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seria discutido nesta terça-feira (14) na Comissão de Assuntos Desportivos em uma audiência pública, que acabou remarcada para o dia 21. Segundo o GLOBO apurou, a onda de intoxicação causada por bebidas adulteradas com metanol, que provocou críticas e um pedido de desculpas do governador, ajudou a "esfriar" o tema, mas não a ponto de inviabilizar a tramitação nas próximas semanas. – Não é o timming (momento) ideal para se tocar no assunto, que deverá ser retomado em breve – diz um aliado de Tarcísio com conhecimento do processo. Uma minuta do governo do estado feita em parceria com Ministério Público, Polícia Militar e Defensoria Pública, ao qual o GLOBO teve acesso, foi enviada ao Delegado Olim com diretrizes para o projeto. Elas incluem a limitação da gradação alcoólica em 14 graus, a proibição das bebidas em partidas de categorias de base e a obrigatoriedade de pontos fixos de vendas, entre outras (veja ao final do texto). – (O projeto) vai sair, mas precisa ser uma construção coletiva. Há algumas resistências, como a dos evangélicos, mas eles gostam de beber, também. Vai dar tudo certo. Precisamos acertar com o governador, que diz haver interesse, para poder entrar em pauta – afirma Olim, que recebe apoio de diversos parlamentares, incluindo da oposição. O Ministério Público (autor da medida que obriga jogos de futebol de times grandes de São Paulo a terem torcida única) diz ser favorável à venda de bebidas nas arenas. "O Ministério Público de São Paulo informa que participou de um grupo de trabalho para discutir a volta da venda de bebidas alcoólicas nas praças esportivas, não tendo expressado qualquer restrição quanto à iniciativa", diz o órgão, em nota. Além do desgaste do governador, marcado pela declaração, em tom de brincadeira, de que "se importaria quando adulterarem Coca-Cola", os deputados também olham para as suas próprias bases, onde o assunto metanol ainda repercute. Segundo um parlamentar que conhece o andamento da Casa, "o ambiente político" provocado pela crise da adulteração de bebidas não é propício para a apreciação do tema neste momento. O presidente da comissão de Assuntos Desportivos, Danilo Campetti (Republicanos), onde o tema seria discutido nesta terça, diz que o relatório que será votado deverá ser o mais amplo possível para em seguida, na apreciação do plenário, serem feitas as adequações solicitadas e acatadas pelos colegas. – Quero que todos os deputados, não só aqueles que participaram da comissão, tenham oportunidade de se manifestarem – diz Campetti. Essa não é a primeira vez que a volta da venda de bebidas nos estádios está em pauta em São Paulo. Em 2019, a Alesp chegou a aprovar a venda de cerveja nas arenas, mas o então governador João Doria vetou o texto, provocando críticas da Federação Paulista de Futebol e dos clubes, interessados não só na receita das vendas, mas com a publicidade das marcas. O ex-governador ainda é contrário à liberação. – Não há limite para o excesso no consumo de bebida, dentro e fora dos estádios. Tenho muita consciência de que essa medida (a proibição) tem que ser mantida. Recentemente alguém me disse que a cerveja tem um teor alcoólico mais baixo. Tem, de fato, mas os que tomam duas, três garrafas de cerveja ficam com o teor alcoólico mais alto e podem, na falta de controle, terem atitude, gestos e comportamento agressivo. Quem quiser beber, se divertir, faça isso em casa, num bar, num restaurante, num clube, num local onde o efeito da bebida não possa gerar nenhuma atitude hostil e violenta – afirma Doria, ao GLOBO. Veja os principais pontos da minuta elaborada pelo governo de São Paulo: "- Artigo 4º - A comercialização, a distribuição e o consumo de bebidas alcóolicas nas arenas esportivas serão permitidos desde que observadas as seguintes regras: I - não será permitido o ingresso dos espectadores com bebidas alcoólicas adquiridas no exterior da arena esportiva; II - é proibida a venda ou oferta de bebidas alcóolicas a menores de 18 (dezoito) anos; III - será permitida a comercialização e o consumo, no interior das arenas esportivas, de bebidas cuja gradação alcoólica não exceda a 14º GL (14 graus Gay-Lussac); IV - as bebidas a serem comercializadas devem estar acondicionadas em vasilhames de plástico ou metal e somente devem ser disponibilizadas aos consumidores em copos descartáveis de plástico ou de material biodegradável, cuja capacidade não exceda o volume de 600 ml (seiscentos mililitros); V - cada consumidor poderá comprar até 2 (duas) unidades de bebida alcóolica por vez, devendo apresentar documento de identidade no ato da compra ou ser submetido a processo prévio de identificação etária, com a colocação de pulseira inviolável, de modo a comprovar ser maior de 18 (dezoito) anos; VI - a comercialização será iniciada com a abertura dos portões da arena esportiva, devendo ser encerrada até o término da partida, podendo haver definição de limites temporais mais rígidos, quando necessário, conforme parâmetros estabelecidos em norma regulamentar ou no plano de ação de segurança do evento; VII - a comercialização da bebida alcóolica será realizada nos pontos fixos de venda, observada a legislação sanitária e consumerista aplicável; VIII - não será permitida a comercialização e o consumo de bebidas alcóolicas em eventos de formação esportiva e nas competições das categorias de base que englobem exclusivamente atletas menores de 18 (dezoito) anos. § 1º - As restrições a que se referem os incisos III, IV e V deste artigo são aplicáveis, nos dias de eventos esportivos, ao comércio praticado no entorno da arena esportiva, inclusive o ambulante, considerando-se o perímetro previamente definido em ato normativo da Secretaria de Segurança Pública, que levará em conta, dentre outros critérios, a capacidade da arena e a espécie de evento esportivo nela desenvolvido. § 2º - A comercialização de bebidas alcóolicas na arena esportiva, por meio de pontos de venda móveis, será permitida, desde que observadas as restrições estabelecidas no plano de ação de segurança do evento e adotada a pré-identificação dos consumidores com pulseiras invioláveis, nos termos do inciso V deste artigo. § 3º - As restrições constantes deste artigo não se aplicam a eventos culturais como “shows”, concertos e espetáculos congêneres, salvo quando tenham natureza de elemento acessório à programação de evento esportivo." Procurado, o Palácio dos Bandeirantes não quis comentar o projeto e a minuta.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira o núcleo quatro da trama golpista, acusado de ser responsável pela tática de desinformação do grupo que tentou um golpe de Estado. Caso eles sejam considerados culpados, será a primeira condenação na Corte por desinformação contra o sistema eleitoral, criando um precedente sobre o tema. Já houve punições na seara eleitoral por mensagens falsas sobre as urnas eletrônicas, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Fernando Francischini, mas não na área criminal. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.
Um cantor com sete ouvintes mensais no Spotify tem sido contratado com frequência pela Secretaria de Cultura da prefeitura de São Paulo para realizar shows em quermesses com cachê de R$ 50 mil. Desde junho de 2023, Davi Goulart já recebeu R$ 880 mil da gestão Ricardo Nunes (MDB), sempre sem licitação, sob a justificativa de ser um artista “consagrado” — o total deve subir para R$ 930 mil após apresentação feita anteontem e que ainda não foi paga. CPI do INSS: Ex-presidente se recusa a responder a perguntas do relator e gera tumulto Supremo: Lula deve aguardar saída de Barroso para anunciar indicado para o STF Ele é primo de Rodrigo Goulart, secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da prefeitura. Nos documentos que justificam a contratação como artista consagrado, os técnicos sempre citam que Davi supostamente foi elogiado por Neymar por uma música gravada em 2013. Consagrado, ele não precisa se encaixar no teto de R$ 3,5 mil por apresentação, previsto em portaria municipal. “Sempre um fã desse meu primo querido, que desde criança é atração das reuniões de família. Ele ainda é afilhado do meu pai, então a gente tem esse carinho especial”, disse Rodrigo, em vídeo nas redes sociais, ao agradecer o apoio do primo cantor nas eleições do ano passado — a postagem foi apagada logo depois do GLOBO acionar a Secretaria de Comunicação da prefeitura, e republicada 12 minutos após nova mensagem da reportagem à Ascom. Em nota, a Secretaria de Cultura disse que “todas as contratações artísticas seguem rigorosamente os critérios legais” e que “cada processo inclui a comprovação de valores compatíveis e a documentação que atesta a consagração dos artistas”. Rodrigo Goulart disse que seu posicionamento é o da Secretaria de Comunicação da prefeitura e não compartilhou os contatos de seu primo, que não respondeu a mensagens enviadas pelas redes sociais. Davi tem sido contratado pela Secretaria de Cultura em projetos que receberam emenda do primo, vereador licenciado. No ano passado, Rodrigo destinou R$ 700 mil em duas emendas ao Circuito Cultural de Rua, programa da prefeitura que paga por shows em quermesses e festas de bairro. Nos dois meses seguintes aos repasses, Davi foi procurado pela Cultura para três contratos que somaram R$ 425 mil em cachês. No Instagram, agradeceu ao primo pelo “apoio”. Nos últimos anos, Rodrigo tem concentrado suas emendas em eventos e artistas da Fino Tom, a produtora que representa Davi. Entre 2023 e 2024, foram 47 emendas, de mais de R$ 3 milhões, condicionadas à contratação de artistas predeterminados. O vereador diz o artista que deve ser contratado, a empresa intermediária e o valor do show. Entre 2023 e 2024, 11 emendas tinham como objetivo a contratação de Nandu Carvalho, cinco o grupo de forró Os Disponíveis e seis a banda Fun7. Esses três agenciados da Fino Tom levaram R$ 1,1 milhão em emendas impositivas de Goulart em dois anos. Divulgação de evento com patrocínio da prefeitura e de Rodrigo Goulart no qual o parente foi contratado Reprodução / Redes Sociais Animador de churrasco Procurada, a Fino Tom disse que só responderia perguntas após ler a matéria publicada. Em nota, disse que “observa integralmente todos os requisitos e limites legais, com a devida diligência, seja na prefeitura de São Paulo ou em qualquer outro município”. Davi foi contratado pela prefeitura pela primeira vez em junho de 2023, para duas apresentações da dupla de viola caipira David & Nélio durante o rush no centro antigo de São Paulo. A dupla recebeu R$ 5 mil por show, teto da Tabela de Referência de Contratações Artísticas da pasta de Cultura. Até então, Davi animava churrascos e musicava pedidos de casamento, como mostra seu Instagram. Menos de um mês depois dessa primeira apresentação, a Secretaria de Cultura o procurou para dois shows no “circuito quermesses”, de apresentações em pequenos palcos de festas católicas. A partir dali, nas nove vezes que contratou Davi para tocar em quermesses — às vezes com mais de um show por contrato —, a gestão Nunes sempre adotou a inexigibilidade de licitação, autorizada pela legislação federal quando o artista é “consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”. Por determinação do Tribunal de Contas do Município, isso deve ser demonstrado por documentos e por parecer técnico de um servidor que atesta a “consagração” e analisa a justificativa de preços. Em todas as vezes, a documentação foi colocada em sigilo e a justificativa técnica foi um texto retirado do site do artista. Os pareceres dizem que “Davi participou de um álbum experimental em 2014 voltado ao pop sertanejo, produzido pelo maestro Ney Marques, onde destaca-se a música ‘Taça de Vinho’, que rodou o mundo sendo elogiado até pelo jogador do Barcelona Neymar JR, entre outros artistas e atletas. Em 2017 gravou o clipe da música ‘quando o amor maltrata’ canção composta pelo Hudson (da dupla sertaneja Edson e Hudson)”. Os pareceres ainda explicam, desde 2023, que “atualmente Davi Goulart está em turnê por São Paulo, e se preparando para gravar alguns singles acústicos”. A agenda do artista, compartilhada nas redes, envolve só apresentações em barzinhos da zona sul e os shows em quermesses. Quando um órgão público deseja contratar um artista consagrado, é o músico quem dá o preço, que deve ser referenciado por contratações semelhantes. Normalmente, isso é checado no Portal Nacional de Contratações Públicas, mas como Davi nunca foi contratado por outro órgão público, tal parâmetro inexiste. Neste caso, o cachê referencial é calculado com base na documentação de três contratações recentes, apresentadas pela produtora. Postagem do cantor na qual divulga participação em festas juninas com o apoio do secretário e da gestão municipal Reprodução Intervalo de bingo Nas primeiras contratações, Davi apresentou notas fiscais de shows em duas quermesses da Cidade Dutra, na zona sul, ambas patrocinadas pela família Goulart, que tem ali seu reduto eleitoral. Segundo os documentos, as paróquias Santa Maria Goretti e Mãe Esperança — que são comandadas pelo mesmo pároco — pagaram, cada uma, R$ 24 mil para que o primo do vereador tocasse no intervalo do bingo. Procuradas, as paróquias não responderam. Desde o ano passado, as notas usadas como referência são de valores entre R$ 50 mil e R$ 51 mil, sempre para shows em bares da região de Interlagos. Os contratantes nunca são os estabelecimentos, mas empresas como a Farol Musical, Apoio Segurança Privada, Sou 7 Produções, Caramelo Cultural, e Star World. A documentação não demonstra que os valores tenham sido pagos. A Sou 7 e a Apoio são as contratantes das notas que justificam Os Disponíveis receber R$ 35 mil por apresentação. O grupo de forró tem dois ouvintes mensais no Spotify e menos de quatro mil seguidores no Instagram, mas cachê igual ao que o Bicho de Pé, banda histórica do forró que tem 600 mil ouvintes mensais. (*Especial para O GLOBO)
A COP30 começa daqui a menos de um mês em Belém em um mundo longe de zerar o desmatamento. Um relatório global divulgado ontem, e que ajudará a pautar os debates na capital do Pará, traça o cenário sobre o qual ocorrerão as negociações, e o que se vê são florestas transformadas em terra das promessas descumpridas. As nações só cumpriram cerca de 37% de suas próprias metas. A avaliação é clara: sem o engajamento de países-chave como o Brasil, a meta global de desmatamento zero até 2030 é inalcançável. As florestas do Brasil em números 3,84 milhões de hectares de florestas tropicais úmidas foram perdidos no Brasil em 2024. A Amazônia respondeu por 91% disso. A perda representa 47,3% de toda a redução global de floresta tropical úmida no ano. O desmatamento caiu 22%, mas ainda é três vezes maior do que o nível compatível com a meta de desmatamento zero até 2030. 6,2 milhões de hectares de florestas brasileiras sofreram degradação em 2024 (principalmente por incêndios e exploração seletiva). Os incêndios na Amazônia foram o principal fator, sendo responsáveis por 65% da degradação do país. A área queimada na Amazônia brasileira em 2024 foi de 5,8 milhões de hectares. As emissões dos incêndios amazônicos superaram as emissões anuais totais da Alemanha, ou 791 milhões de toneladas métricas de CO2 equivalentes, a medida usada para contabilizar as emissões de gases-estufa. O Brasil emitiu 1,19 gigatonelada (Gt) de CO₂ equivalente em 2024 apenas por mudança no uso da terra e florestas. Isso representa 41% das emissões globais provenientes de desmatamento tropical. As emissões totais do país (todas as fontes) chegaram a 2,38 Gt de CO₂e, das quais 50% vêm do desmatamento e degradação florestal. O país assumiu o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares até 2030 (meta oficial do Brasil no Acordo de Paris). Mas até 2024, apenas 1,47 milhão de hectares haviam sido efetivamente restaurados — cerca de 12% da meta. O ritmo atual (cerca de 250 mil hectares por ano) precisaria triplicar para que a meta fosse alcançada a tempo. Para o bem e para mal, o Brasil é destaque na Avaliação da Declaração Florestal, análise anual e independente que mede o progresso em relação às metas assumidas na Declaração das Florestas de Glasgow, assinada na COP26, em 2021. Dono das maiores florestas dos trópicos, o país é historicamente um grande desmatador tanto em termos absolutos quanto relativos ao território, mas também há avanços significativos em rastreabilidade, bioeconomia e financiamento, destaca o documento. A análise é baseada em dados oficiais ou publicados em revistas especializadas e preparada por instituições científicas, organizações da sociedade civil e governos, a exemplo do WRI, WWF e Observatório da Restauração e do Reflorestamento do Brasil. Em 2024, 3,84 milhões de hectares de florestas tropicais úmidas foram perdidos no Brasil. O índice representa 47,3% da devastação no planeta ao longo do ano. Em comparação a 2023, o desmatamento no país caiu 22%, mas ainda é três vezes maior do que o nível compatível com a meta de desmatamento zero até 2030. O Brasil também é o maior emissor global proveniente de mudança no uso da terra, sendo responsável por mais de 40% das emissões mundiais ligadas ao desmatamento tropical. Cabe notar que o país possui cerca de um terço das florestas tropicais úmidas do planeta, o que o torna naturalmente o território onde as perdas têm maior impacto global. O relatório reconhece, por outro lado, que o Brasil é o único entre os cinco maiores desmatadores que apresentou queda consistente nas taxas de perda florestal em 2023–2024. Todavia, enfatiza que o país ainda está fora da trajetória necessária para alcançar as metas acordadas. O Brasil registrou 6,2 milhões de hectares de floresta degradada, sobretudo por incêndios no Cerrado e na Amazônia. As emissões resultantes foram equivalentes às emissões anuais combinadas de países como Japão e Alemanha. A diminuição do desmatamento na Amazônia Legal, segundo o estudo, demonstra avanços recentes nas políticas de comando e controle. Contudo, mesmo com avanços, mais de 90% das derrubadas continuam ilegais. O estudo salienta ainda que a política se tornou o maior motor do desmatamento no país. Decisões do Congresso, sobretudo a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei nº 15.190/2025), sancionada com vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ameaçam as metas nacionais de redução das emissões de CO2, em detrimento de outros setores da economia. “As pressões econômicas e políticas estão corroendo o que foi alcançado”, resume o relatório, que reúne dados de 140 países. “O Brasil está diante de uma escolha decisiva. Pode consolidar-se como líder da transição verde global — ou repetir o ciclo de avanços e retrocessos que tem marcado sua política ambiental nas últimas décadas”, ressalta o documento. Um Panamá perdido As florestas do planeta perdem entre 6 e 7 milhões de hectares por ano, e países ricos continuam exportando desmatamento por meio de suas cadeias de consumo. Em 2024 a situação se agravou, e 8,1 milhões de hectares de floresta tropical, ou um Panamá, foram perdidos no mundo. É o equivalente a 3,1 milhões de hectares acima da perda máxima consistente com a meta de 2030 e maior do que a taxa de perda registrada em 2021, quando os líderes mundiais renovaram compromissos ousados para acabar com o desmatamento. O relatório aponta que nações ricas causam até 15 vezes mais danos à biodiversidade no exterior do que em seus próprios territórios, especialmente via importação de soja, carne, madeira e óleo de palma. No caso brasileiro, o documento cita avanços importantes em tecnologia e governança ambiental, com destaque para sistemas de rastreabilidade digital e fortalecimento de instrumentos de controle de cadeias produtivas. O estudo elenca entre as iniciativas de impacto positivo o Selo Verde, lançado em 2024, que vincula certificação ambiental ao Cadastro Ambiental Rural; o Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Búfalos, que prevê rastreabilidade total do rebanho até 2032; e a plataforma AgroBrasil+Sustentável, que integra dados públicos e privados para garantir conformidade socioambiental de exportações. O Brasil é descrito como líder potencial da bioeconomia tropical, com capacidade de atrair até US$ 50 bilhões anuais em investimentos verdes, se mantiver segurança jurídica e rastreabilidade total das cadeias produtivas. Programas como Amazônia Sempre (BID) e a Iniciativa de Bioeconomia do G20 são citados como eixos desse crescimento. Mas, segundo o relatório, o sucesso dessas políticas dependerá de coerência entre os níveis federal e estadual — e da capacidade de o país evitar retrocessos antes da COP30. A suspensão temporária da Moratória da Soja, revertida após decisão judicial, também é mencionada como sinal de instabilidade regulatória. “As alterações legais ampliam brechas para o desmatamento e fragilizam a segurança jurídica necessária para investimentos sustentáveis”, diz o estudo. O relatório mostra ainda que estados amazônicos, como Acre, Rondônia e Mato Grosso têm reduzido áreas de conservação e aprovado leis próprias de licenciamento, frequentemente em desacordo com normas federais. O Brasil aparece como um dos “hotspots globais” desse problema, ao lado de Indonésia e República Democrática do Congo.
E lá se vão 16 anos desde que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou a adotar a Teoria de Resposta ao Item como sistema de correção. De lá pra cá, o método — também conhecido pela sigla TRI — costuma embaralhar, ano sim, ano também, os miolos de candidatos à prova. Não à toa, há cada vez mais escolas que elaboram orientações específicas sobre o tema, tratando-o quase como uma disciplina obrigatória de estudo. Longe de ser exagero. Especialistas ouvidos pelo GLOBO consideram que a boa compreensão da metodologia pode ser um fator decisivo para a garantia de uma vaga numa universidade federal. Material a um clique: Canal especial do GLOBO reúne dicas de professores e alunos para o Enem 2025; saiba como acessar Novidade: O GLOBO lança ferramenta de IA que corrige redação do Enem, apontando erros e acertos nas 5 competências Em resumo, a TRI funciona com base num conjunto de modelos matemáticos com o intuito de manter em equilíbrio "a probabilidade de o participante responder corretamente a uma questão, seu conhecimento na área em que está sendo avaliado e as características (parâmetros) dos itens", como explica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização do Enem. O sistema é adotado devido ao elevado número de inscritos no exame, com o objetivo de criar um critério mais apurado para a distinção dos resultados entre os concorrentes. Galerias Relacionadas Na prática, a nota final de cada candidato é calculada a partir de seu padrão de acertos em comparação ao desempenho médio nacional. Isso significa que se o estudante resolver uma questão considerada difícil e, ao mesmo tempo, errar várias de nível fácil, o modelo pode interpretar o acerto como um "chute", o que reduz, então, sua pontuação. Por outro lado, se o aluno supera a média de acertos do país, sua nota tende a subir. — Elementos como a consistência e a coerência em relação aos itens acertados ganham importância significativa — avalia Francisco Moreira Júnior, professor de História e líder pedagógico da Plataforma Amplia, patrocinador, junto ao Elite, do Projeto Enem, canal do GLOBO com conteúdos especiais sobre a prova. — Através desta maior complexidade na correção, pretende-se estabelecer um mecanismo de análise que identifique respostas aleatórias e puna o popular "chute". Initial plugin text Em razão do modelo complexo de correção, não é possível que um candidato calcule sozinho a sua nota após o exame. Embora alguns simuladores on-line — entre os quais uma ferramenta desenvolvida pelo GLOBO — consigam uma estimativa, a nota só é conhecida após a liberação pelo Inep. — Através do critério de coerência individual nas respostas, os candidatos são classificados com maior ou menor nota ainda que tenham acertado o mesmo número de questões. Dois supostos candidatos que acertaram 20 questões são diferenciados pela coerência apresentada. Quando o primeiro deles acerta dez questões difíceis, cinco médias e cinco fáceis, demonstra menor coerência em relação ao segundo, que acertou dez questões fáceis, sete questões médias e apenas três difíceis — exemplifica o professor Francisco Moreira Júnior. — Compreende-se aqui que o suposto primeiro candidato acertou aleatoriamente parte das suas respostas e, dessa forma, merece uma nota menor que a do segundo suposto candidato. Olho no relógio A orientação unânime entre professores é para que os alunos evitem, ao máximo, o "chute". Mas... O que não se deve fazer, de maneira alguma, é deixar respostas em branco. Mesmo com uma performance "incoerente" na prova — ao acertar questões mais difíceis e errar questões fáceis —, os candidatos recebem uma pontuação, ainda que com valor menor. Na dúvida entre duas alternativas, recomenda-se calma e releituras constantes do enunciado. — Para ter mais segurança, é fundamental que os alunos voltem ao comando da questão e vejam o que de fato está sendo pedido, avaliando qual das opções melhor se encaixa como resposta. Há opções, por exemplo, que estão corretas, mas que não respondem ao enunciado. Uma releitura atenta do item pode ajudar a eliminar a dúvida — aconselha Lucas Vieira, gerente pedagógico do Ensino Médio e do pré-vestibular do Elite, parceiro da plataforma Amplia. Estudante em sala de aula durante preparação para o Enem Guito Moreto/Agência O Globo O profissional também lembra que os candidatos devem manter o olho no relógio ao longo de toda prova. Ficou em dúvida numa questão? Pule para a próxima e retorne a ela depois, como indicam todos os professores ouvidos pelo GLOBO. — O tempo é um dos maiores desafios do Enem. A estratégia recomendada é: 1) pule a questão se estiver em dúvida por mais de dois minutos; 2) resolva primeiro as questões fáceis e médias, pois elas garantem pontos com base na coerência da TRI; 3) volte às difíceis no final, com mais tranquilidade — observa o professor Rodrigo Reis, do Cubo Global School. — Tudo isso ajuda a manter o padrão de coerência que a TRI valoriza e evita que o aluno perca tempo com itens mais difíceis, o que pode levá-lo a ter que chutar as questões mais fáceis.
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Vestido com o típico traje vermelho, o robô pesa cerca de 0,5 kg, tem 32cm de altura e dança enquanto toca músicas O post Papai Noel com IA conta histórias de ninar para crianças; veja! apareceu primeiro em Olhar Digital .
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