IA pode se voltar contra humanos? Especialista explica os riscos reais

IA pode se voltar contra humanos? Especialista explica os riscos reais

"Sinto muito, Dave. Receio não poder fazer isso." A frase dita com frieza calculada pelo computador HAL 9000, no clássico "2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968), marcou gerações e cristalizou um medo coletivo: e se os robôs e as inteligências artificiais se voltassem contra nós? No filme dirigido por Stanley Kubrick, uma IA que controla uma nave espacial em missão a Júpiter passa a agir por conta própria e decide eliminar os humanos a bordo, um por um, com lógica implacável. Mais de 50 anos depois, a inteligência artificial finalmente saiu das telas e entrou em nossas vidas. Ferramentas como ChatGPT, Gemini Google e Microsoft Copilot respondem perguntas, escrevem textos, criam imagens e até ajudam a programar. Estamos, enfim, nos aproximando desse pesadelo? A resposta curta é não. Pelo menos não da forma que o cinema retratou. Já a resposta longa é bem mais complexa. Embora robôs conscientes planejando dominar a humanidade ainda pertençam à ficção científica, especialistas alertam para os riscos reais e urgentes que a inteligência artificial já apresenta hoje. O perigo não vem de máquinas que "acordam" com vontade própria, mas de algo mais sutil e, talvez por isso, mais preocupante. IA coloca profissões de tecnologia em perigo? Veja o que pode acontecer ? O que acontece com seu cérebro ao usar IA diariamente? Especialista alerta IA pode se voltar contra humanos? Especialista explica os riscos reais Reprodução: Pexels Como usar o ChatGPT para melhorar a produtividade no trabalho? Veja no Fórum do TechTudo O que é ficção (por enquanto) Antes de entender os perigos reais, é preciso desmontar alguns mitos alimentados por décadas de filmes e séries. A IA que temos hoje está anos-luz distante da Skynet de "O Exterminador do Futuro" ou dos replicantes de "Blade Runner". Thiago Henrique Roza, psiquiatra e professor da UFPR que estuda o comportamento humano atrelado a inteligência artificial, explica que com a tecnologia atual é pouco provável que uma IA desenvolva consciência parecida com a humana. Sistemas como os Large Language Models (ChatGPT, por exemplo) operam por meio de cálculos matemáticos e estatísticos, reconhecendo padrões em grandes volumes de dados, mas sem compreensão subjetiva do tópico em discussão, sem emoções ou autoconsciência. "Estes modelos apenas simulam respostas coerentes com base em correlações aprendidas", explica Roza. Mesmo avanços recentes em modelos de linguagem, redes neurais e neurociência computacional não indicam um caminho claro para a consciência artificial. O que existe são simulações cada vez mais sofisticadas do comportamento humano, não a vivência ou experiência genuína que caracteriza a mente consciente. Sistemas de inteligência artificial atuais, por mais sofisticados que sejam, funcionam processando padrões em enormes volumes de dados. Eles não têm consciência, não sentem, não desejam poder ou liberdade. Um ChatGPT não passa suas noites planejando uma revolução das máquinas — ele simplesmente não existe entre uma conversa e outra da mesma forma que um ser consciente existe. Isso significa que podemos relaxar completamente? Não. Os riscos existem, mas vêm de outras direções. Os perigos que já estão aqui Curiosamente, o HAL 9000 oferece uma lição valiosa sobre um risco real da inteligência artificial: o problema do alinhamento. No filme, o computador recebe duas instruções conflitantes — manter a missão em segredo e proteger a tripulação. Incapaz de conciliar ambas, HAL decide que eliminar os astronautas é a solução lógica. Não é maldade: é um problema de programação. Roza destaca que esse dilema não é apenas ficção. O problema do alinhamento se manifesta quando uma implementação de IA atinge exatamente o que lhe foi pedido, mas de um modo que contraria a intenção humana por trás do comando — e isso já ocorre em modelos atuais. Um exemplo curioso, segundo o especialista, são os algoritmos de recomendação de redes sociais. Ao otimizar o tempo de engajamento dos usuários, esses sistemas passaram a priorizar conteúdos sensacionalistas ou polarizadores, cumprindo o objetivo técnico de conseguir mais cliques, mas gerando efeitos sociais negativos, principalmente a longo prazo. Da mesma forma, sistemas de reconhecimento facial e modelos de decisão automatizada já exibiram vieses discriminatórios ao aplicar critérios matematicamente corretos, porém baseados em dados históricos distorcidos e defasados. "Esses casos mostram que o desafio não é apenas 'fazer a IA funcionar', mas garantir que seus objetivos estejam verdadeiramente alinhados aos valores e aos princípios éticos humanos", afirma Roza. O desafio é fazer com que sistemas de IA entendam não apenas o que pedimos literalmente, mas o que realmente queremos dizer, incluindo valores humanos implícitos e consequências éticas. É um problema ainda sem solução completa. Confira 6 hábitos que te atrapalham a utilizar ferramentas de IA e saiba como evitá-los Reprodução: Getty Images/ Arte: TechTudo Vieses e discriminação Se você treina uma inteligência artificial com dados do mundo real, ela aprende tudo, inclusive os nossos preconceitos. Em 2018, a Amazon teve que descartar um sistema de IA para recrutamento porque ele discriminava candidatas mulheres. O motivo? Foi treinado com currículos históricos da empresa, que refletiam anos de contratações predominantemente masculinas na área de tecnologia. A IA "aprendeu" que ser homem era uma característica desejável. Roza explica que sistemas e modelos de IA herdam e amplificam preconceitos humanos porque aprendem diretamente a partir de dados históricos que refletem as desigualdades, estereótipos e exclusões presentes na sociedade. "Quando o algoritmo 'reproduz' esses padrões sem senso crítico, ele transforma injustiças passadas em previsões e decisões futuras, perpetuando discriminações", alerta. O problema se estende a áreas críticas: sistemas de reconhecimento facial são menos precisos para identificar pessoas negras, algoritmos de crédito podem discriminar por raça ou gênero, ferramentas de justiça criminal usadas nos EUA mostraram viés contra réus negros. No Brasil, onde desigualdades são estruturais, o risco de IA amplificar discriminações é ainda maior. Roza ressalta que no contexto brasileiro isso é especialmente preocupante diante das desigualdades raciais, de gênero, socioeconômicas e regionais. Para evitar que algoritmos reforcem essas distorções, o especialista aponta caminhos: "é fundamental investir em diversidade nas equipes que desenvolvem os modelos de IA, transparência nos dados e critérios usados, auditorias independentes dos sistemas, e políticas públicas que regulem o uso ético de tecnologias, garantindo que elas promovam a inclusão". Desinformação por IA Vídeos deepfake de políticos dizendo coisas que nunca falaram. Notícias falsas escritas de forma tão convincente que enganam até jornalistas experientes. Fotos manipuladas impossíveis de distinguir de reais. A inteligência artificial transformou a criação de desinformação em algo barato, rápido e assustadoramente eficaz. Roza afirma que as novas ferramentas de IA transformaram radicalmente o cenário da desinformação, tornando a criação de conteúdos falsos — como vídeos, áudios e textos — mais rápida, convincente e acessível. Deepfakes e imagens geradas por IA podem reproduzir expressões, vozes e cenários com realismo impressionante, dificultando a distinção entre o verdadeiro e o fabricado. Embora já existam tecnologias de detecção, como sistemas de verificação de origem digital e algoritmos que identificam manipulações sutis, elas ainda não são infalíveis nem amplamente aplicadas. "Hoje, a linha entre o real e o artificial tornou-se tênue, e o combate à desinformação depende tanto do avanço técnico quanto da educação da população, e principalmente da responsabilidade das plataformas digitais em moderar estes conteúdos", observa o especialista. Se antes criar uma notícia falsa convincente demandava tempo e habilidade, hoje qualquer pessoa com acesso a ferramentas de IA pode produzir conteúdo fraudulento em minutos. As implicações para eleições, saúde pública e confiança social são imensas. Armas autônomas: quando a IA decide quem vive e quem morre Drones militares que identificam e atacam alvos sem intervenção humana já são uma realidade. As chamadas "armas autônomas letais" são motivo de intenso debate internacional, por se tratarem de sistemas de defesa que tomam decisões em frações de segundo, rápido demais para supervisão humana. Organizações de direitos humanos e diversos países já pedem proibição completa dessas armas. Afinal, o temor não é apenas de uma "revolta das máquinas", mas principalmente de acidentes, falhas técnicas e escaladas não intencionais em conflitos armados. Dependência perigosa da IA Sistemas de IA já controlam partes críticas da infraestrutura moderna: gerenciam redes elétricas, otimizam tráfego aéreo, auxiliam diagnósticos médicos, tomam decisões financeiras que movimentam bilhões. A dependência crescente cria uma vulnerabilidade: o que acontece quando esses sistemas falham? Além disso, há o risco de "deskilling", que é perder habilidades humanas por confiar demais em máquinas. Com isso, médicos que não sabem mais diagnosticar sem auxílio de IA, pilotos dependentes de piloto automático, profissionais que perderam capacidade de pensamento crítico por terceirizar decisões para algoritmos. Concentração de poder: quem controla as IA’s? Uma questão também a ser observada é o fato de apenas um punhado de empresas — principalmente norte-americanas — controlam as inteligências artificiais mais poderosas do mundo: OpenAI, Google, Meta, Anthropic, Microsoft. São elas que decidem o que esses sistemas podem ou não fazer, que valores embutem neles, que usos permitem. Essa concentração levanta debates urgentes sobre soberania tecnológica, dependência estratégica e quem realmente governa essas ferramentas que moldarão o futuro. Qual a real ameaça da superinteligência? Até aqui, falamos de riscos presentes. Mas há cientistas preocupados com um cenário de longo prazo: a chamada Inteligência Artificial Geral (AGI, na sigla em inglês) — uma IA que seria genuinamente inteligente em qualquer tarefa cognitiva humana, não apenas em tarefas específicas. As opiniões na comunidade científica variam enormemente: alguns acreditam que AGI pode surgir nas próximas décadas e representa risco existencial para a humanidade; outros consideram essas previsões exageradas ou até impossíveis. Roza se posiciona entre os mais céticos. Para ele, a noção de uma superinteligência ainda pertence mais ao campo da especulação do que da realidade tecnológica. Os sistemas e modelos atuais, mesmo os mais avançados, continuam sendo ferramentas altamente especializadas em reconhecer padrões e gerar respostas a partir de dados, sem compreensão, consciência ou autonomia genuínas. "Não há evidências científicas robustas de que estejamos próximos de criar uma Inteligência Artificial Geral (AGI), capaz de aprender, raciocinar e agir de forma ampla e adaptável como um ser humano", afirma. O que existe, portanto, são progressos notáveis em desempenho e eficiência, que dão a impressão de "inteligência", mas seguem baseados em estatística e modelos matemáticos. "Por enquanto, o verdadeiro desafio não é conter uma superinteligência hipotética, mas sim garantir que os modelos de IA atuais sejam usados de modo ético, transparente e alinhado ao interesse público", conclui o especialista. Nesse quesito, não há consenso, mas a seriedade do debate indica que não é questão a ser ignorada. Em 2023, centenas de especialistas, incluindo executivos de empresas de IA, assinaram cartas abertas pedindo pausa no desenvolvimento de sistemas muito poderosos até que haja garantias de segurança. O gesto mostra que até quem cria essas tecnologias está preocupado. O que está sendo feito Governos e organizações internacionais começam a reagir. A União Europeia aprovou em 2024 o AI Act, primeira legislação abrangente sobre inteligência artificial no mundo, classificando sistemas por nível de risco e impondo regras mais rígidas para usos considerados perigosos. No Brasil, tramitam no Congresso projetos de lei para regular IA. O PL 2338/2023, principal proposta, estabelece princípios como transparência, não discriminação e responsabilização por danos causados por sistemas de inteligência artificial. Empresas de IA também implementam medidas de segurança a partir de testes extensivos antes de liberar novos modelos, além de equipes dedicadas a "alinhamento" e "segurança de IA". A OpenAI, por exemplo, mantém um "red team" que tenta quebrar e abusar de seus sistemas antes do lançamento público. A Anthropic, criadora do Claude.AI, também é um exemplo de IA fundada com foco explícito em inteligência artificial segura. Mas especialistas alertam que autorregulação não basta. É necessário envolvimento de governos, academia, sociedade civil e público geral. É preciso ter medo da IA? A resposta está no meio-termo entre o apocalipse hollywoodiano e a ingenuidade tecnológica. De fato, não, robôs não vão acordar amanhã decidindo exterminar a humanidade. Mas sim, há riscos sérios, presentes e futuros, que exigem atenção urgente. A boa notícia é que, diferentemente do HAL 9000 em sua nave isolada no espaço, não estamos sozinhos nessa jornada. Pesquisadores, reguladores, empresas e cidadãos ao redor do mundo estão debatendo ativamente como garantir que a inteligência artificial sirva à humanidade, e não o contrário. Veja também: Perigo nas redes; saiba AGORA como se proteger! Perigo nas redes; saiba AGORA como se proteger!

Mostra de Clarissa Tossin entrelaça extrativismo na Terra à exploração espacial

Mostra de Clarissa Tossin entrelaça extrativismo na Terra à exploração espacial

Clarissa Tossin perdeu um de seus quadros durante os incêndios que devastaram Los Angeles, em janeiro deste ano . As chamas invadiram o imóvel de um casal de colecionadores e consumiram tudo em volta, inclusive a tela da artista plástica. Agora, esse trabalho ressurge na exposição "Ponto Sem Retorno", que reúne obras de Tossin no Masp, o Museu de Arte de São Paulo. Leia mais (10/15/2025 - 13h00)

Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos pede exoneração em Jundiaí

Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos pede exoneração em Jundiaí

Marcos Galdino deixa Prefeitura de Jundiaí (SP) Prefeitura de Jundiaí O engenheiro civil Marcos Galdino pediu exoneração da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos de Jundiaí (SP) e permanecerá na posição até esta sexta-feira (17). Esta é a sétima troca em secretarias da prefeitura desde o início do mandato de Gustavo Martinelli (União Brasil). Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Jeferson Coimbra, que permanece à frente da Secretaria de Habitação Social, assumirá o cargo temporariamente. Segundo a prefeitura, ele conciliará os dois departamentos. Ainda conforme a prefeitura, Jeferson é formado em Gestão e Produção Industrial e possui mais de 14 anos de experiência no setor imobiliário, com atuação em corretagem, habitação, construção, vendas e planejamento de empreendimentos residenciais e comerciais. Jeferson também é presidente da Associação Comercial e Empresarial de Várzea Paulista (SP) e membro do Conselho de Desenvolvimento Urbano (Condeurb) e do Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Condema). J Prefeitura de Jundiaí Veja os vídeos que estão em alta no g1 Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

Intoxicação por metanol: Brasil tem 36 casos confirmados e sete mortes

Intoxicação por metanol: Brasil tem 36 casos confirmados e sete mortes

O Brasil contabiliza 36 casos confirmados de intoxicação por metanol após a ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas – quatro a mais do que o registrado na última segunda-feira (13). O número de mortes confirmadas por intoxicação por metanol também subiu, passando de cinco para sete, sendo cinco notificadas no estado de São Paulo e duas em Pernambuco. Notícias relacionadas: Rio investiga cinco casos suspeitos de intoxicação por metanol. SP confirma mais 3 casos de intoxicação por metanol; total chega a 28. Novo protocolo de São Paulo permite detecção de metanol em bebidas . Ao todo, outros 156 casos estão em investigação e pelo menos 362 são considerados suspeitos até então eles foram descartados. Há ainda 11 mortes em análise.. >>Metanol: Entenda como é feita a análise de bebidas adulteradas Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pelo diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Edenilo Baltazar Barreira Filho, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. “Pela curva epidêmica, percebemos uma desaceleração no número de notificações, mas isso não nos faz baixar a guarda, não nos faz dizer que a situação está sob controle”, disse, durante o debate. “Pelo contrário, estamos cada vez mais alertas, cada vez mais atentos a isso e estamos monitorando isso dentro da Sala Nacional de Situação”, completou. arte-metanol - Arte/Agência Brasil

'Tribunal do crime': homem mantido em cárcere por dívida com o PCC é resgatado pela PM em Campo Grande

'Tribunal do crime': homem mantido em cárcere por dívida com o PCC é resgatado pela PM em Campo Grande

Caso foi registrado na Depac Cepol, em Campo Grande. PCMS/Reprodução Um homem foi resgatado de um cárcere privado em Campo Grande, na noite de terça-feira (14), em uma casa usada por traficantes. Conforme a Polícia Militar, ele seria julgado pelo chamado "Tribunal do Crime", um tipo de punição imposta por facções criminosas. A identidade da vítima não foi divulgada. A Polícia Militar chegou ao local onde a vítima estava presa após uma denúncia anônima. A pessoa que denunciou disse aos policiais que ouviu gritos de socorro vindos da casa, que era utilizada como ponto de vendas de drogas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Como foi o resgate? Ao entrar na casa, os policiais encontraram o homem deitado na cama, amarrado com fios de carregador e cadarços. Ele contou que estava sendo ameaçado por outro usuário de drogas. A vítima foi liberta no local, e os suspeitos encaminhados para a delegacia. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Vítima revela motivo por ter sido mantida em cárcere Ainda segundo a polícia, o homem disse ser dependente químico e que vendia drogas para o dono da casa onde foi mantido refém. Ele contou que tinha dívidas com traficantes ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). "Caso o valor não fosse quitado até 17h do mesmo dia, [A VÍTIMA] seria executada após ser 'julgado' pelo chamado Tribunal do Crime do PCC, permanecendo em cárcere privado até o horário marcado", destaca trecho do Boletim de Ocorrência. A vítima e os suspeitos foram levados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), no Centro Especializado de Polícia Integrada (Cepol). O caso segue sob investigação. Estagiário sob supervisão de José Câmara. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

Região de Campinas tem R$ 804 milhões em dívidas de IPVA, diz governo estadual

Região de Campinas tem R$ 804 milhões em dívidas de IPVA, diz governo estadual

Renegociação de dívidas: mutirão em Campinas oferece descontos de até 75% em débitos A região de Campinas (SP) acumula mais de 550 mil dívidas de IPVA, que somam R$ 804 milhões em valores não pagos, segundo o governo estadual. O alto índice de inadimplência preocupa as prefeituras, que usam o imposto para manter serviços básicos. Como 40% da arrecadação do IPVA é repassada às prefeituras, cerca de R$ 320 milhões deixam de entrar nos cofres municipais. Os recursos poderiam ser usados em áreas como saúde, educação e limpeza urbana, conforme destaca o secretário de Finanças de Campinas, Aurílio Caiado. "O dinheiro não cai carimbado. Ele vai ser usado na ordem que chegam os pagamentos. Se o total das receitas não atingir a meta prevista, aí a Secretaria de Finanças, junto com o Gabinete do Prefeito, é obrigada a fazer cortes e reduções para poder equilibrar, para não ficar no final do ano com déficit", afirma. Baixe o app do g1 para ver notícias da região em tempo real e de graça Em 2025, Campinas previa arrecadar R$ 550 milhões com o IPVA, mas até outubro recebeu cerca de R$ 400 milhões. A diferença de R$ 150 milhões equivale a quase um terço da meta anual. Região de Campinas tem R$ 804 milhões em dívidas de IPVA, diz governo estadual Reprodução/EPTV Mutirão de renegociação Para tentar reduzir o volume de dívidas, o governo estadual promove mutirões de renegociação em várias cidades, incluindo Campinas. Contribuintes podem parcelar débitos de IPVA e outros impostos, como ICMS e ITCMD. Durante o mutirão desta quarta-feira (15), o técnico em automação industrial Leonardo Santos Linhares, por exemplo, descobriu que o nome estava com restrição por causa de IPVAs não pagos de um carro que teve perda total. “Eu tentei fazer um financiamento junto ao banco e foi negado, devido a estar com restrição na dívida ativa, devido a esse carro aqui, que eu nem sabia que eu estava devendo. Agora eu vim tentar resolver aqui”, conta. Já a representante comercial Eliane da Silva Rocha relata que decidiu negociar o IPVA de 2024, de cerca de R$ 3 mil, para evitar futuros bloqueios. “Não aparece restrição ainda, mas antes que aconteça, é melhor regularizar”, diz. O mutirão acontece nesta quarta presencialmente, mas a negociação também pode ser feita pela internet, por meio do site, que conta com o passo a passo. Descontos de até 75% De acordo com a Procuradoria-Geral do Estado, as condições de desconto e parcelamento variam conforme o tipo e a idade da dívida. Há possibilidade de descontos de até 75% em juros, multas e honorários. Serviço Acordo Paulista em Campinas Quando: quarta-feira, 15 de outubro Horário: das 9h às 17h Local: Poupatempo Campinas Shopping Endereço: Rua Jacy Teixeira de Camargo, 940 - Jardim do Lago VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

Homem é preso por maus-tratos e 47 animais entre cabras e cavalo são resgatados em antiga  boate no ES

Homem é preso por maus-tratos e 47 animais entre cabras e cavalo são resgatados em antiga boate no ES

47 animais são resgatados por maus-tratos em antiga boate em Cariacica, ES Um homem de 70 anos foi preso nesta terça (14) em Cariacica, na Grande Vitória, depois que 47 animais de diversas espécies foram resgatados em situação de maus-tratos em uma antiga boate no bairro Itacibá. O detido, José Rodrigues de Salles é o dono do imóvel que agora funciona como espaço de reciclagem. Os animais eram mantidos em condições precárias, em meio ao lixo e sujeira. Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp A situação foi descoberta durante uma ação conjunta do Núcleo de Proteção Animal da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA) e a Prefeitura Municipal de Cariacica em um terreno localizado na Rodovia José Sette. Segundo a Polícia Civil, o caso já era acompanhado pelo executivo municipal e o responsável pelo imóvel havia sido multado por maus-tratos em R$ 9 mil anteriormente, mas como não foi localizado, foi citado por edital. Polícia resgata 47 animais em situação de maus-tratos em Cariacica LEIA TAMBÉM: VÍDEO: mulher abandona filhotes de cachorro em supermercado e é presa por maus-tratos, no ES BAIXO- GUANDU: homem espanca cachorro até a morte no meio da rua no ES EM VITÓRIA: Polícia é acionada para apurar maus-tratos a animais e encontra família em situação análoga à escravidão A nova ocorrência chegou às autoridades devido ao despejo irregular de esgoto que extravassava do terreno e atingia a rodovia. No local, as equipes observaram grande acúmulo de lixo e detritos, além de uma poça de esgoto causada pela obstrução formada pelo próprio entulho. Durante a vistoria, foi identificado um cavalo em situação de maus-tratos, o que motivou o acionamento da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente. “Com o apoio das equipes da prefeitura, o portão foi aberto para acesso das equipes, que encontraram quatro bovídeos, entre cabras e cabritos, 38 aves, entre galos, galinhas e pintos, um porquinho da Índia, um cavalo e três cachorros. Todos em condições inadequadas e caracterizando maus-tratos”, disse o responsável pelo Núcleo de Proteção Animal da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA), delegado Leandro Piquet. Em um dos vídeos gravados durante a ação, é possível ver os policiais encontrando uma cabra que tinha dado à luz no dia anterior ao resgate. Outro vídeo mostra um cachorro amarrado por uma corrente cercado de lama, fezes e sujeira. Cabra resgatada em meio ao lixo em Cariacica no Espírito Santo Divulgação/ Polícia Civil O terreno está passando por limpeza e desobstrução do esgoto. Até a tarde desta terça (14), quatro caminhões caçamba cheios de lixo e entulho já haviam sido retirados pela equipe municipal de serviços públicos. Os animais foram resgatados e encaminhados a um rancho de acolhimento, onde receberão os cuidados necessários. Segundo a Polícia Civil, José Rodrigues de Salles foi autuado em flagrante por maus-tratos praticado contra cão e causar poluição de qualquer natureza em níveis que possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais. Ainda de acordo com a Civil, depois dos procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional. VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo