
Mãe denuncia que filho de 4 anos foi banhado à força durante crise nervosa em escola no interior do AC
Mãe registrou boletim de ocorrência após criança apresentar marcas de possíveis agressões Arquivo pessoal A mãe de um estudante da Escola Municipal Menino Jesus, em Brasileia, interior do Acre, registrou boletim de ocorrência devido a uma suposta agressão sofrida pelo filho dela no último dia 6. Segundo ela, o menino de 4 anos teve uma crise nervosa e, durante a situação, foi forçado por funcionários da escola a tomar banho. Ao g1, a prefeitura de Brasileia afirmou que analisou a denuncia e concluiu que os procedimentos adotados pela escola foram adequados dentro dos protocolos pedagógicos da educação infantil. (Confira mais abaixo). Participe do canal do g1 AC no WhatsApp "Meu filho foi abusado. O que fizeram com ele foi monstruoso", disse Mayra Francisca Ribeiro de Sousa Balan. Mayra contou que o menino é avaliado por profissionais de neuropsicologia e está em processo de investigação por autismo e TOD (Transtorno Opositor Desafiador), uma condição mental caracterizada pelo comportamento negativo, desafiador e desobediente, geralmente direcionado a figuras de autoridade como pais e professores. Ainda segundo a mulher, ela foi chamada à escola e foi informada que a situação ocorreu durante uma atividade de dia das crianças. Quando chegou, testemunhou o menino molhado em sala de aula e quase despido. O caso é investigado pela Polícia Civil. Saiba como funciona a investigação de TEA em crianças Após a festa no pátio da escola, as crianças foram instruídas a retornar para a sala, mas, segundo a mãe do menino, a diretora da escola informou que ele se recusou, quis ficar no pátio, onde estava chovendo. Com o desentendimento, a diretora pediu que a professora voltasse à sala com o restante da turma, e que ela, a coordenadora e a professora do ensino especial iriam resolver. "[O menino] começou a chutar e bater, pois, acho que foram o segurar, mas não conseguiram. Assim, chamaram o porteiro e os quatro tentaram contê-lo", afirmou a mãe do aluno. Banho dado à força Foi relatado à mãe que, como forma de conter o aluno, os funcionários decidiram colocar o menino no chuveiro. Por conta disso, segundo Mayra, o menino ficou com um arranhão no rosto e machucados no peito e em uma perna. "Meu filho foi despido e deram um banho à força. Foi deixado em sala todo molhado, só de cueca. Foi monstruoso o que fizeram com ele. Estava em pé, encostado na parede, com a professora e os colegas fora de sala", alegou. Porém, segundo o relato da mãe, o que motivou o registro da ocorrência nessa segunda-feira (13), uma semana após o caso, foi quando a criança, ainda abalada, disse à mãe que “odiava esse homem [ porteiro], porque ele tirou minha roupa". "Ninguém me ligou pra ver como o meu filho estava. Pedi apoio psicológico a Secretaria de Educação, mas, não tive retorno e nenhum amparo em relação ao ocorrido que foi grave", alegou. Cerimônia na Escola Infantil Menino Jesus, em Brasileia, em janeiro de 2024 Prefeitura de Brasileia O que diz a prefeitura? Por meio de nota, a prefeitura de Brasiléia alegou que abriu sindicância para avaliar a conduta da equipe após a denúncia de Mayra. "Após uma análise criteriosa dos fatos, que incluiu a oitiva dos profissionais da escola e a análise dos relatos, a gestão municipal concluiu que os procedimentos adotados pela unidade de ensino foram adequados", afirma o texto. A prefeitura ressaltou que o aluno de quatro anos está matriculado há dois meses na unidade, e que o banho foi dado no menino com o objetivo de acalmá-lo. A publicação descreve o método como 'prática rotineira' em unidades que atendem esta faixa etária, e que a comunicação com a família foi realizada 'de forma imediata e transparente'. "Todos os protocolos de manejo de crises e de cuidados são pautados no respeito e na busca pelo melhor interesse da criança, em conformidade com as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", acrescentou. A nota acrescenta que o foi comunicado ao Conselho Tutelar, e que a Secretaria Municipal de Educação e direção da escola ofereceram acompanhamento à família do menino. Reveja os telejornais do Acre