SP Gastronomia: confira programação desta sexta-feira

SP Gastronomia: confira programação desta sexta-feira

O SP Gastronomia 2025 continua nesta sexta-feira (17) no Parque Villa-Lobos, na Zona Oeste de São Paulo, reunindo mais de 20 restaurantes, chefs premiados e shows de grandes nomes da música brasileira. Os ingressos estão à venda no site da Ticketmaster (https://www.ticketmaster.com.br/event/sp-gastronomia-2025), com valores a partir de R$ 77 (inteira) e R$ 38,50 (meia-entrada). Foco em ingredientes nacionais e combinações diferentes: os sabores que o público pode esperar no SP Gastronomia Como foi criado o dadinho de tapioca? Confira curiosidades de restaurantes participantes do SP Gastronomia A programação do dia começa às 19h, com o workshop “Versatilidade na Air Fryer: coxinha da asa com teriyaki de tucupi preto e batatas ao murro”, ministrado pelo chef George Erwin, um oferecimento da Britânia. Na sequência, às 20h, o sambista Jorge Aragão sobe ao palco. Ícone do gênero com mais de cinco décadas de carreira, ele coleciona sucessos como “Malandro”, “Tendência”, “Coisa de pele” e “Lucidez”, além de clássicos eternizados na voz de Beth Carvalho, como “Vou festejar” e “Coisinha do pai”. SP Gastronomia: evento terá 'passeio culinário' por bairros paulistanos como Pinheiros, Jardins e Paraíso Além dos estandes de chefs renomados, o evento conta com uma feira de pequenos produtores, que vai do azeite ao palmito artesanal, e traz também doces, bolos, velas e cosméticos. No domingo, das 17h30 às 18h30, uma oficina da chef Gigi Vilela ensina a combinar sabores típicos da culinária brasileira, com o tema "Feijão fradinho com tucupi, purê de banana da terra e queijo coalho assado". Chef de cozinha e comunicadora, Gigi é formada em Health Coach pelo Institute for Integrative Nutrition de Nova York e pós-graduada em Neurociência pela PUCRS. Há mais de 10 anos atua na área da alimentação consciente, unindo ciência, cultura e afeto. Depois de conquistar o público no Rio de Janeiro, o festival chega à capital paulista com a proposta de unir alta gastronomia, cultura e entretenimento em um só espaço, trazendo entradas, petiscos, pratos principais e sobremesas. Entre os nomes já confirmados estão A Casa do Porco, Amay Patisserie, Aizomê, O Escandinavo, Frida & Mina, Grand Hyatt São Paulo, Jiquitaia,Maturatta, Mocotó, Osso, Quincho, Tasca da Esquina e Make Hommus. Not War. Alguns dos chefs também estarão à frente de aulas durante o evento, como é o caso de Fred Caffarena, chef do Make Hommus. Not War, e Erik Nako, do Baduk Café e Bar, no domingo, das 13h às 14h. O Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, apresenta o SP Gastronomia. O evento conta com o estado de São Paulo e a cidade de São Paulo como anfitriões; patrocínio master de Vivo, 99Food, Banco do Brasil e Elo; patrocínio de Cerveja Petra e Maturatta; apoio de Sabesp, Britânia, Garrafaria, Cielo, SulAmérica e Rede D’Or; apoio institucional Metrô SP, Detran-SP, Secretaria de Turismo e Viagens do Governo de São Paulo, Visite SP, Abear; participação de Granado, Águas Prata, Frescatto, Kalassi e Ceratti; produção RKF e Lanikai; assessoria de imprensa da InPress, parceria de mídia Eletromídia e parceria de sustentabilidade Planton. O SP Gastronomia conta, ainda, com Grand Hyatt São Paulo como hotel oficial e o Parque Villa-Lobos como local oficial. A realização é do GLOBO, CBN e Valor Econômico, através do Ministério da Cultura, Governo Federal.

Sul terá tempestade de alto risco, e outras regiões sofrerão com instabilidades nesta sexta-feira; veja previsão

Sul terá tempestade de alto risco, e outras regiões sofrerão com instabilidades nesta sexta-feira; veja previsão

A sexta-feira será de chuvas em parte do país, especialmente na região Sul, onde há um risco alto de tempestades. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou dois alertas para a zona: vermelho (nível máximo), que corresponde a grande perigo, e laranja (nível médio). O Norte também deve registrar fortes chuvas e céu encoberto no Amazonas e no Acre. Níveis de CO₂ disparam: ONU alerta para o maior aumento da história e risco de 'círculo vicioso climático'; entenda Vídeo: Tufão Bualoi deixa mais de 30 mortos no Vietnã e nas Filipinas Segundo o Inmet, áreas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul serão as afetadas pelo aviso de grande perigo para tempestades. Entre os riscos estão ventos superiores a 100km/h, queda de granizo, risco de danos em edificações, quedas de árvores e alagamentos. O Centro-Oeste também tem previsão de chuvas intensas desde as primeiras horas do dia em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O órgão emitiu um alerta amarelo, que é de perigo potencial para a zona. Já no Sudeste, o clima segue estável, com exceção do Espírito Santo, onde são esperadas pancadas isoladas. No Nordeste, o tempo continua seco e com baixa umidade. O Inmet orienta, em caso de rajadas de vento, não se abrigar debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas, e não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Além disso, que, se possível, aparelhos elétricos e quadro geral de energia sejam desligados. A metereologista Andrea Ramos explica que a primavera é uma estação de transição e que, nos próximos dias de outubro, a tendência é que o país volte a ter uma tendência de chuva de maneira mais gradual. — Essa combinação vai permancer de partes do país muito quentes e com chuvas associadas, como é caracteristico principalmente na região Central — diz. O Inmet também orienta, em caso de rajadas de vento, não se abrigar debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas, e não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.

'Ficha limpa', GPS contra infrações, pontos de apoio a motociclistas: o que muda para apps e entregadores com novo decreto no Rio

'Ficha limpa', GPS contra infrações, pontos de apoio a motociclistas: o que muda para apps e entregadores com novo decreto no Rio

Paes anuncia regras para entregadores de aplicativo e programa de segurança no trânsito A Prefeitura do Rio publicou nesta quinta-feira (16) o Decreto nº 57.000, que cria o Programa de Monitoramento de Direção Segura de Condutores Parceiros de Motocicletas por Aplicativos. A medida afeta diretamente motoristas e entregadores que atuam em plataformas como iFood, Rappi e 99Moto, e tem como objetivo reduzir acidentes e mortes no trânsito envolvendo motociclistas. As empresas que aderirem – até esta quinta só a 99 tinha confirmado – só podem ter cadastrado em sua base de colaboradores condutores que apresentarem: certidões negativas das varas criminais; e veículo licenciado. De acordo com o decreto, as empresas terão ainda que monitorar o comportamento dos condutores cadastrados, usando tecnologias como telemetria e GPS para identificar: excesso de velocidade; manobras perigosas; mudança brusca de faixa; circulação em calçadas ou contramão, entre outras infrações; O monitoramento de velocidade terá que ser implementado em até 45 dias, e o das demais infrações, em até 90 dias após a publicação do decreto. As companhias também estão proibidas de criar práticas que estimulem o aumento de velocidade por parte dos entregadores — como metas de entrega em prazos reduzidos. O sistema deverá gerar relatórios mensais de pontuação de direção segura, acessíveis aos próprios condutores, e incluirá o monitoramento da pontuação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O descumprimento das regras pode levar a restrições e até ao descredenciamento das plataformas. Segundo o texto assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), a iniciativa faz parte das metas do Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática da cidade, que busca reduzir em 50% o número de acidentes graves e mortes no trânsito até 2030*. "Não dá para aceitar a quantidade de acidentes, mortes e pessoas feridas andando pela cidade. Claro que tem uma disputa natural de que a entrega seja mais rápida. A gente sabe que isso pressupõe uma correria. É fundamental parar com incivilidades que vemos pela cidade. Motocicleta na contramão, na calçada e ultrapassando o limite de velocidade das vias", disse Paes. Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Paes afirmou que as plataformas têm até o fim do mês para procurar a prefeitura para elaborar uma estratégia conjunta de cumprimento das regras. "A prefeitura reconhece a existência das plataformas e a quantidade de empregos que geram. Mas queremos que tenham regras. Dar conforto ao trabalhador e que elas nos ajudem a cumprir as regras de trânsito na cidade. As plataformas que não nos ajudarem, vamos fiscalizar com rigor", disse Paes. Pontos de apoio para motociclistas Motociclistas em ponto de apoio em Botafogo, na Zona Sul do Rio Cristina Boeckel/ g1 O programa prevê a instalação de 12 pontos de parada dedicados aos motociclistas em parceria com um aplicativo de entregas. O primeiro ponto foi inaugurado durante o evento, sob o Viaduto Álvares Cabral, em Botafogo, Zona Sul da cidade. O espaço oferece estacionamento e área de descanso para os condutores. Os próximos pontos estão previstos para Maracanã e Barra da Tijuca, além de Bangu, Sampaio, Madureira, Recreio dos Bandeirantes, São Cristóvão, Campo Grande, Laranjeiras e Engenho de Dentro. Todos os pontos contarão com estrutura para beber água, fazer refeições, estacionamento e banheiro. Para Roberto Machado das Neves, presidente da União Motoboy e Bike (UNB), a regulamentação da atividade é importante. Ele trabalha com entregas e transporte em moto desde 1997. "Essa questão de fazer uma investigação criminal é essencial. Se não deve não teme e não tem que ficar preocupado", disse Roberto. Ele acredita que o estabelecimento de pontos de parada vai ajudar os trabalhadores. "A importância é total. Como ser humano, a gente tem necessidades fisiológicas. Tem jovens que seguram por mais tempo. Mas ter acesso a um banheiro, por exemplo, significa dignidade, principalmente para as mulheres. Muitas vezes a gente vai ao restaurante fazer a coleta e o estabelecimento não permite que a gente use o banheiro", completou. O entregador Matheus Coragem aprova a iniciativa de pontos de parada para os entregadores e acredita que a rotina pode ser menos dura ao ter um lugar para descansar. "A gente fica mais de 12h na rua e não tem um lugar para ir ao banheiro ou beber água. Alguns lugares a gente nem entra no restaurante para pegar o pedido. E aí tem a chance de carregar o celular e descansar", afirmou Matheus. Acidentes de moto Um dos objetivos do programa é reduzir os acidentes de moto na cidade. Só no primeiro semestre de 2025, 14.497 pessoas feridas em acidentes de motocicleta foram atendidas nos hospitais municipais — uma média de 80 vítimas por dia. De acordo com o Detran-RJ, 135.741 motocicletas foram emplacadas no estado em 2024, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Em 2025, o crescimento segue em alta, com mais de 70 mil novas motos registradas até junho.

Eutanásia, ortotanásia e cuidados paliativos: as diferenças e o que é permitido no Brasil

Eutanásia, ortotanásia e cuidados paliativos: as diferenças e o que é permitido no Brasil

Na última quarta-feira, o Uruguai se tornou o primeiro país da América Latina a aprovar em lei a eutanásia. Outras nações da região, como Colômbia, Equador e Peru,também permitem a prática graças a decisões da Suprema Corte que a despenalizaram em seus territórios. Qual a diferença entre dormir e descansar? Médica revela por que acordamos cansados Seguidas pelo 'homem mais feliz do mundo': Conheça as 3 regras para a felicidade Outros lugares que autorizam a eutanásia no mundo são Suíça, Bélgica, Holanda, Itália, Alemanha, Áustria, Luxemburgo, Portugal, Espanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Cuba e alguns estados dos EUA. Além disso, parlamentares da França e do Reino Unido também deram o sinal verde a projetos de lei sobre o tema neste ano. Os movimentos são reflexo de uma tendência mundial, diz o advogado Henderson Fürst, doutor em Bioética e diretor da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB): — No mundo, temos avanços pontuais que são bastante significativos na legalização da morte assistida, com países regulando de formas distintas. As condições de realização, os critérios, as hipóteses que são aceitas e os procedimentos são bem diferentes. Mas percebemos que tem se tornado um tema crescente no debate público, embora ainda exista, no geral, bastante tabu na compreensão de direitos de pacientes na terminalidade de vida. Não é arte nem decoração: Entenda por que CDs pendurados na janela podem te proteger Abaixo, entenda a diferença entre eutanásia, suicídio assistido, ortotanásia e cuidados paliativos, e saiba o que é permitido no Brasil. O que é a eutanásia e o que é suicídio assistido? A eutanásia consiste no ato voluntário de morrer sem dor e com assistência médica, geralmente destinada a casos em que o paciente tem uma doença terminal ou incurável. O termo, cunhado pelo filósofo Francis Bacon, no século XVII, tem origem grega e significa "boa morte". É semelhante ao suicídio assistido. Mas, na eutanásia, o médico prescreve e é também quem aplica a substância que induz o paciente à morte. Já no suicídio assistido, o médico faz a prescrição, porém apenas o próprio paciente pode autoadministrar a droga. Ambos são proibidos no Brasil. No Uruguai, a nova lei estabelece que poderão recorrer à eutanásia todo adulto que esteja na fase final de uma doença terminal sem cura e irreversível ou que sofra de dores insuportáveis por causa dela. O indivíduo precisa ter um grave e progressivo deterioramento de sua qualidade de vida e estar “psiquicamente apto” a tomar a decisão. — Olhando para nossos vizinhos, vemos que estamos a passos lentos numa discussão que, nos últimos anos, cresceu de forma exponencial no resto do mundo. Não temos projetos de lei, uma discussão expressiva no poder legislativo, e nunca tivemos alguém que buscou a Justiça e chegou às instâncias superiores pedindo o reconhecimento de um direito à morte assistida — afirma a advogada Luciana Dadalto, especialista em bioética e presidente da Eu Decido, associação civil voltada para a defesa do direito individual à morte assistida no Brasil. Apenas dois projetos foram apresentados no Brasil que buscavam diretamente a legalização da eutanásia, em 1991 e 1996, pelo ex-senador e ex-deputado Gilvam Borges. As propostas, no entanto, foram arquivadas. Outros textos apresentados buscaram endurecer a punição a quem pratica a morte assistida, tornando-a crime hediondo, mas também foram arquivados. Há um outro projeto em tramitação no Congresso que pode abordar o tema, o da reforma do Código Penal, apresentado em 2012 por José Sarney. O texto não legaliza a prática, porém a tipifica como um crime autônomo, com uma pena de 2 a 4 anos de prisão. Isso tornaria a pena inferior à de um homicídio simples (6 a 20 anos), que é como a eutanásia é julgada hoje. O que é a ortotanásia? A ortotanásia é quando o paciente recusa tratamentos que possam prolongar a sua vida para morrer naturalmente. Ela é diferente da eutanásia, em que se antecipa deliberadamente o óbito de pacientes com doença grave. A ortotanásia é permitida no Brasil. No entanto, muitas vezes esse direito não é cumprido. Isso porque o Código Penal não aborda explicitamente o tema. Em 2006, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu uma resolução permitindo a ortotanásia, mas que chegou a ser alvo de contestações na Justiça. No final, a validade da norma foi reconhecida. Por não ser algo garantido por lei, muitos médicos têm receio de acatar a decisão do paciente e deixar de administrar um tratamento, avalia Volnei Garrafa, professor da pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB). Ele conta que há um projeto de lei, apresentado pelo ex-senador Gerson Camata, ainda em 2000, para alterar o Código Penal e deixar clara a legalidade da ortotanásia. O texto, porém, avançou de forma lenta no Congresso e está parado numa comissão da Câmara dos Deputados desde 2023. O que são cuidados paliativos? Apesar de ser comum haver uma confusão entre cuidados paliativos e eutanásia, as práticas são completamente distintas. Os cuidados paliativos não envolvem antecipar o óbito ou mesmo permitir que o paciente morra de forma natural. Na realidade, o termo diz respeito a um conjunto de ações que podem ser feitas para melhorar a qualidade de vida de pacientes em casos terminais ou em situações de tratamento de doenças que ameaçam a vida ou sem possibilidade de cura. Elas são permitidas no Brasil e fazem parte do campo da medicina. “O médico paliativista atua para melhorar o conforto físico do paciente – amenizar a dor, diminuir o mal-estar causado pela doença ou pelo seu tratamento – e toda a equipe trabalha para que esses incômodos e todos os outros sejam atenuados para melhoria da qualidade de vida de quem está enfermo e de sua família e amigos”, explica a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).

Eutanásia permitida no Uruguai: brasileiros poderão fazer o procedimento no país?

Eutanásia permitida no Uruguai: brasileiros poderão fazer o procedimento no país?

Na última quarta-feira, o Uruguai se tornou o primeiro país da América Latina a aprovar em lei a eutanásia. Outras nações da região, como Colômbia, Equador e Peru,também permitem a prática graças a decisões da Suprema Corte que a despenalizaram em seus territórios. Qual a diferença entre dormir e descansar? Médica revela por que acordamos cansados Seguidas pelo 'homem mais feliz do mundo': Conheça as 3 regras para a felicidade A eutanásia consiste no ato voluntário de morrer sem dor e com assistência médica, geralmente destinada a casos em que o paciente tem uma doença terminal ou incurável. O termo, cunhado pelo filósofo Francis Bacon, no século XVII, tem origem grega e significa "boa morte". A prática é proibida no Brasil. Brasileiros poderão recorrer à eutanásia no Uruguai? A nova lei do Uruguai, chamada de "Morte Digna", estabelece requisitos para ter o direito à eutanásia no país. São eles: Ter mais de 18 anos; Estar na fase final de uma doença terminal que seja sem cura e irreversível ou sofrer de dores insuportáveis por causa do diagnóstico; Ter um grave e progressivo deterioramento da qualidade de vida ; Estar “psiquicamente apto” a tomar a decisão e Ser cidadão uruguaio ou estrangeiro, mas residente no país. Dessa forma, brasileiros que não morem no Uruguai não poderão viajar ao país vizinho para ter acesso à eutanásia. O texto da lei deixa claro que estrangeiros apenas poderão realizar a morte assistida no Uruguai caso "comprovem de forma fidedigna sua residência habitual no país". A nova lei estabelece ainda como será o procedimento para aqueles que desejarem praticar a eutanásia. Primeiro, a pessoa deverá fazer a solicitação a um médico pessoalmente, por escrito e assinando o documento com a sua presença. Se o médico responsável considerar que o paciente se enquadra nos requisitos, deverá registrar a sua avaliação em prontuário clínico e ter uma conversa com o paciente para informar sobre todos os tratamentos disponíveis e verificar se de fato a vontade dele é "livre, séria e firme". No próximo passo, o médico deverá submeter a solicitação à consideração de um segundo médico, que não pode ser subordinado ao primeiro. Ele também realizará uma consulta presencial com o paciente e estudará o pedido junto a seu prontuário. Se o segundo médico confirmar a opinião do primeiro, o procedimento terá prosseguimento. Caso ele não concorde, deverá ser solicitado o parecer de uma Junta Médica, composta por três profissionais médicos, que emitirá uma decisão definitiva. No caso de aprovação, o primeiro médico deverá realizar novamente uma entrevista com o paciente, para confirmar a sua vontade. Nesse momento, o paciente deverá registrar de novo a sua vontade de realizar a eutanásia perante duas testemunhas. Apenas depois disso, o médico poderá realizar o procedimento. O profissional deverá comunicar imediatamente o caso ao Ministério da Saúde Pública do Uruguai e enviar todos os documentos envolvidos. E no Brasil? No Brasil, a eutanásia é crime. Apenas dois projetos de lei foram apresentados que buscavam diretamente a legalização, em 1991 e 1996, pelo ex-senador e ex-deputado Gilvam Borges. As propostas, no entanto, foram arquivadas. Há um projeto em tramitação no Congresso que pode abordar o tema, o da reforma do Código Penal, apresentado em 2012 por José Sarney. O texto, porém, não legaliza a prática, apenas a tipifica como um crime autônomo, com uma pena de 2 a 4 anos de prisão. Isso tornaria a pena inferior à de um homicídio simples (6 a 20 anos), que é como a eutanásia é julgada hoje.

‘Gangorra do tempo’: calor pode chegar aos 34°C nesta sexta em SP, mas frente fria derruba temperaturas no fim de semana

‘Gangorra do tempo’: calor pode chegar aos 34°C nesta sexta em SP, mas frente fria derruba temperaturas no fim de semana

Pedestres enfrentam forte calor na região central da cidade de São Paulo RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Depois de dias de calor, a cidade de São Paulo vai enfrentar uma virada no tempo neste fim de semana. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura, a passagem de uma frente fria pelo litoral paulista vai provocar chuvas fortes, rajadas de vento e queda acentuada nas temperaturas. A sexta-feira (17) ainda deve ter sol entre nuvens e tempo abafado, com máximas de 34°C, segundo a Climatempo. À noite, a aproximação da frente fria pode causar pancadas isoladas de chuva. No sábado (18), o cenário muda: o avanço da frente fria deve trazer chuvas de moderada a forte intensidade, acompanhadas de rajadas de vento acima dos 50 km/h. O CGE alerta para risco de alagamentos e queda de árvores. As temperaturas variam entre 17°C e 25°C. A virada fica mais intensa no domingo (19), quando o ar frio avança, e as temperaturas despencam. A previsão é de mínima de 12°C e máxima de 17°C, com chuva durante o dia e melhora apenas à noite, quando as nuvens diminuem. Veja os vídeos que estão em alta no g1

Padre flagrado com noiva: vídeo viraliza e vira caso de polícia; Entenda  ponto a ponto

Padre flagrado com noiva: vídeo viraliza e vira caso de polícia; Entenda ponto a ponto

Jovem é flagrada com padre em casa paroquial de MT Um vídeo que mostra o padre Luciano Braga Simplício, de 39 anos, e uma jovem de 21 anos, dentro da casa paroquial de Nova Maringá (MT), no último domingo (12), viralizou nas redes sociais e gerou grande repercussão no município e na internet. No vídeo, é possível ver a mulher escondida embaixo da pia do banheiro após o local ser invadido por pessoas, supostamente, ligadas ao ex-noivo dela. As imagens provocaram inúmeros comentários e debates entre internautas e fiéis da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Abaixo, o g1 reuniu, ponto a ponto, das informações sobre o caso. Confira: Infográfico - Padre é flagrado com noiva de fiel em Nova Maringá (MT), e caso para na polícia Arte/g1 LEIA TAMBÉM: Operação mira suspeitos de vazarem o vídeo Saiba quem é o padre Igreja abre investigação contra o padre Ele pode ser afastado do cargo? Entenda Família de noiva denuncia exposição de imagens O que diz o ex-noivo

Trump considera reformar sistema de refugiados nos EUA para favorecer pessoas brancas

Trump considera reformar sistema de refugiados nos EUA para favorecer pessoas brancas

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando uma reforma radical do sistema de refugiados dos EUA que reduziria o programa ao mínimo necessário, dando preferência a falantes de inglês, sul-africanos brancos e europeus que se opõem à migração, de acordo com documentos obtidos pelo The New York Times. As propostas, algumas das quais já entraram em vigor, transformariam um programa de décadas que visava ajudar as pessoas mais desesperadas do mundo em um programa que se conforma à visão de imigração de Trump — que é ajudar principalmente pessoas brancas que dizem estar sendo perseguidas, ao mesmo tempo em que mantém a grande maioria das outras pessoas de fora. Desejo presidencial: Trump planeja arco do triunfo em Washington para comemorar o 250º aniversário de independência dos EUA Veja também: Bandeira americana com suástica é encontrada no escritório de congressista republicano Os planos foram apresentados à Casa Branca em abril e julho por autoridades dos Departamentos de Estado e de Segurança Interna dos EUA, depois que o presidente americano ordenou que agências federais estudassem se o reassentamento de refugiados era do interesse dos Estados Unidos. Trump havia suspendido as admissões de refugiados em seu primeiro dia no cargo e solicitou propostas sobre como e se o governo deveria continuar com o programa. Autoridades do governo Trump não descartaram nenhuma das ideias, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento, embora não haja um cronograma definido para aprovação ou rejeição das ideias. As autoridades falaram sob condição de anonimato para discutir os planos confidenciais. As mudanças propostas dariam nova ênfase à capacidade dos candidatos de se assimilarem aos Estados Unidos, orientando-os a fazer aulas sobre “história e valores americanos” e “respeito às normas culturais”. As propostas também aconselham Trump a priorizar os europeus que foram “alvos de expressão pacífica de opiniões online, como oposição à migração em massa ou apoio a partidos políticos 'populistas'”. Este item parece ser uma referência ao partido político europeu de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), cujos líderes já banalizaram o Holocausto, reviveram slogans nazistas e humilharam estrangeiros. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, criticou a Alemanha por tentar suprimir as opiniões do grupo. Um alto funcionário disse que o governo Trump estava monitorando a situação na Europa para determinar se alguém seria elegível para o status de refugiado. O funcionário falou sob condição de anonimato porque o plano ainda não havia sido finalizado. Initial plugin text Trump promulgou algumas das propostas nos documentos antes mesmo que os planos fossem submetidos a ele, incluindo a redução de admissões de refugiados e a oferta de status prioritário aos africâneres, a minoria branca que antes comandava o brutal sistema de apartheid da África do Sul. O republicano afirmou que os africâneres enfrentam "perseguição racial" em seu país de origem, uma afirmação vigorosamente contestada por autoridades governamentais locais. As estatísticas policiais não mostram que os brancos sejam mais vulneráveis ​​a crimes violentos do que outras pessoas na África do Sul. Juntas, as propostas dão uma ideia das intenções de Trump para um programa que passou a simbolizar o papel dos Estados Unidos como um santuário. O presidente dos EUA e muitos eleitores americanos rejeitaram essa função após anos de travessias ilegais recordes na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Embora o programa de refugiados, com seus meticulosos processos de triagem e esperas de anos, seja considerado o "jeito certo" de buscar proteção nos Estados Unidos, Trump deixou claro que quer reprimir a imigração em geral — tanto legal quanto ilegal. De acordo com a justificativa apresentada nos documentos enviados ao presidente americano, a aceitação de refugiados pelos Estados Unidos tornou o país muito diverso. “O aumento acentuado da diversidade reduziu o nível de confiança social essencial para o funcionamento de uma política democrática”, segundo um dos documentos. O governo deve acolher apenas “refugiados que possam ser assimilados plena e adequadamente e que estejam alinhados com os objetivos do presidente”. Para isso, dizem os documentos, Trump deve cancelar os pedidos de centenas de milhares de pessoas que já estão na fila para ir aos Estados Unidos como refugiados, muitas das quais passaram por extensas verificações de segurança e encaminhamentos. Além disso, as agências federais do governo Trump propuseram impor limites ao número de refugiados que podem se reinstalar em comunidades que já têm uma grande população de imigrantes, com base no fato de que os Estados Unidos devem evitar “a concentração de cidadãos não nativos” para promover a assimilação. Thomas Pigott, porta-voz do Departamento de Estado, não quis comentar detalhes específicos dos documentos, mas disse: — Não deveria ser surpresa que o Departamento de Estado esteja implementando as prioridades do presidente devidamente eleito dos Estados Unidos. — Este governo prioriza, sem remorso, os interesses do povo americano. O governo abriu algumas exceções à proibição de refugiados. De acordo com os documentos, agências federais trabalharam para reassentar um número limitado de afegãos que ajudaram soldados americanos durante a guerra. Críticos dizem que os planos expõem a visão do presidente sobre como os Estados Unidos deveriam ser. — Isso reflete uma noção preexistente entre alguns no governo Trump sobre quem são os verdadeiros americanos — disse Barbara L. Strack, ex-chefe da divisão de assuntos de refugiados do Serviço de Cidadania e Imigração durante os governos Bush, Obama e Trump. — E eles acham que são os brancos e os cristãos. Initial plugin text Outras mudanças incluem uma verificação de segurança mais intensiva para refugiados, incluindo testes de DNA expandidos para crianças para garantir que elas sejam parentes dos adultos com quem estão viajando. Trump também planeja reduzir o número de refugiados permitidos nos Estados Unidos para 7,5 mil no próximo ano, uma redução drástica em relação ao limite de 125 mil estabelecido pelo governo Biden no ano passado. Trump é obrigado por lei a consultar o Congresso sobre a imposição de um limite de refugiados, mas autoridades da Casa Branca dizem que a paralisação do governo atrasou isso. Autoridades do governo ainda não terminaram de enviar propostas à Casa Branca. De acordo com um rascunho de um terceiro relatório, obtido pelo The New York Times, a proposta mais recente prevê que as embaixadas americanas encaminhem quem deve ser considerado para o status de refugiado, em vez das Nações Unidas, como é prática há muito tempo. A mudança permitiria maior controle americano sobre quem é encaminhado para o fluxo de refugiados. Na cúpula da Assembleia Geral das Nações Unidas no mês passado, Christopher Landau, vice-secretário de Estado americano, defendeu a abordagem do governo Trump durante um painel sobre políticas de refugiados. — Dizer que o processo é suscetível a abusos não é ser xenófobo, não é ser uma pessoa má ou ruim — afirmou Landau. O governo argumentou que permitir que milhares de refugiados de todo o mundo entrassem no país sobrecarregaria as comunidades americanas que já pediram recursos adicionais para ajudar o número recorde de migrantes que cruzaram a fronteira com o México durante o governo Biden. No entanto, os migrantes na fronteira buscam proteção por meio de um programa separado do dos refugiados, que muitas vezes esperam anos no exterior antes de serem avaliados para viajar aos Estados Unidos. O programa de refugiados historicamente recebeu apoio bipartidário tanto de republicanos quanto de democratas. Initial plugin text O presidente americano e o arquiteto de suas restrições à imigração, Stephen Miller, há anos buscam limitar o número de refugiados que entram nos Estados Unidos, especialmente da África ou de países de maioria muçulmana. Durante seu primeiro mandato, Trump exigiu saber em uma reunião na Casa Branca por que ele aceitaria imigrantes do Haiti e de países africanos, que ele descreveu como "países de merda", em vez da Europa. Sua administração agora parece preparada para transformar esses sentimentos em políticas. No relatório, autoridades do governo também propuseram proibir refugiados de se reinstalarem em comunidades dos EUA que solicitaram ajuda federal para auxiliar migrantes nos últimos anos. Mas muitos líderes locais e defensores dos refugiados argumentam que os refugiados não só podem se adaptar à vida nos Estados Unidos de forma eficaz, como também beneficiam as economias locais. Marian Abernathy, líder da sinagoga Judea Reform Congregation em Durham, Carolina do Norte, ajudou refugiados que se estabeleceram em sua comunidade desde 2016, incluindo uma dúzia de famílias nos últimos quatro anos de Afeganistão, Ucrânia, Haiti, Venezuela e Síria. Os refugiados trabalharam como auxiliares de enfermagem, engenheiros, motoristas de aplicativo, técnicos médicos e coordenadores de merenda em escolas locais, disse ela. — Eles vêm jantar na nossa casa — disse ela. — Nós jantamos na casa deles. Vamos a eventos juntos, frequentamos o museu. Não sinto que eles não estejam integrados. Raramente vi um grupo de pessoas que trabalha mais e quer menos esmolas.

Quase 1 milhão de pessoas passam fome todos os dias no estado de São Paulo, aponta IBGE

Quase 1 milhão de pessoas passam fome todos os dias no estado de São Paulo, aponta IBGE

Quase 1 milhão de pessoas passam fome todos os dias em SP Quase 1 milhão de pessoas passam fome diariamente no estado de São Paulo. É o que mostra a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE. Segundo o instituto, houve uma pequena queda no número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave — aquelas que enfrentam a fome diariamente — nos dois últimos anos no estado. Mesmo assim, ainda são quase 1 milhão de paulistas nessa condição. Em 2023, eram 508 mil domicílios (3% da população), o equivalente a 1,3 milhão de pessoas. Em 2024, o número caiu para 409 mil domicílios (2,4%), totalizando 970 mil pessoas em situação de fome. A corretora de imóveis Daiane Amorim conta que faz as contas para o dinheiro render no meio do mês. Ela costuma comprar frutas e legumes no Armazém Solidário, programa da Prefeitura de São Paulo que oferece alimentos com preços mais acessíveis a moradores de baixa renda. “Ajuda bastante porque às vezes a grana do mês está curta, então a gente acaba vindo aqui, economiza bastante e acaba levando bem mais do que nos mercados lá fora. É bacana porque tem várias coisas, frutas, legumes, uma coisa do dia a dia, até mais saudável para nossa alimentação." Para comprar no Armazém Solidário é necessário estar cadastrado no CadÚnico — o cadastro que permite a participação em programas sociais dos governos federal, estadual e municipal. Confira bairros que têm Armazém Solidário, programa da Prefeitura de SP Reprodução/TV Globo A unidade do Jardim Regina, na Zona Sul, foi inaugurada em agosto e já é uma das mais procuradas pela população. O leite integral é o produto mais comprado. Ele pode ser levado por um preço quase 20% menor do que nos mercados tradicionais, mas alguns itens chegam a custar até metade do valor. “As pessoas se dirigem até os caixas de atendimento, onde tem um assistente social que vai consultar o CadÚnico, se a pessoa está verdadeiramente inscrita. É importante falar que é o CadÚnico da cidade de São Paulo. Assim que é consultado, a pessoa é liberada para ter o acesso ao armazém”, explica a nutricionista do programa, Mariana Lozano. Programas como o Armazém Solidário, da prefeitura, ajudam população de baixa renda da capital paulista Reprodução/TV Globo Cada pessoa cadastrada pode comprar até R$ 800 em mercadorias por mês. Atualmente, São Paulo tem sete unidades do Armazém Solidário: três na Zona Leste, três na Zona Norte e uma na Zona Sul. Para a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Luciana Yuki Tomita, programas como este são fundamentais, mas precisam alcançar mais pessoas. “Ainda tem uma parte da população que não conseguiu acessar esse CadÚnico. Esse é o esforço que precisa ser feito: localizar essas pessoas e conseguir dar acesso à renda mínima, para garantir seus direitos de acesso à alimentação adequada e saudável, em quantidade e qualidade”, afirma a professora. Mariane Oliveira está desempregada e faz parte do público atendido pelo programa. “Já aliviou bastante o bolso. Comprei um monte de coisas, graças a Deus, tive a oportunidade de estar fazendo essas comprinhas aqui, porque no outro mercado que eu ia pouquíssimas coisas já davam R$ 70”, conta. Quase 1 milhão de pessoas passam fome em SP, diz IBGE Reprodução/TV Globo

Alerta máximo em Caracas

Alerta máximo em Caracas

Esta semana, bombardeiros americanos B-52 sobrevoaram o Caribe, passando, segundo informações que chegaram a Caracas, muito perto do espaço aéreo venezuelano. Também esta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou ter autorizado operações da CIA (agência secreta americana) em território venezuelano. Grupos de WhatsApp de diplomáticos, jornalistas e analistas políticos venezuelanos recebem informações diárias sobre o assédio militar dos EUA à ditadura venezuelana. A tensão está no ar. Em discurso: Maduro denuncia 'golpes de Estado orquestrados pela CIA', mas diz não querer guerra Após ataques e operação secreta: Em meio a tensão com Venezuela, chefe militar dos EUA na América Latina deixará o cargo A preocupação é explicitada por fontes do governo brasileiro, e não é para menos. O Brasil compartilha uma fronteira de mais de 2 mil quilômetros com a Venezuela e qualquer conflito militar no país vizinho criaria um panorama complexo para toda a região. A cada fala de Trump, militares e diplomatas brasileiros — em Brasília e Caracas — traçam cenários, sendo o mais extremo o de uma invasão americana ao território venezuelano. “Nada pode ser descartado”, disse uma das fontes consultadas. Mas tanto o governo brasileiro como analistas venezuelanos acreditam que um dos cenários prováveis é um ataque pontual dentro da Venezuela, usado com a justificativa do combate ao narcotráfico — como Trump vem fazendo quando manda explodir embarcações no Caribe. Trump diz que seria ridículo responder se autorizou CIA a derrubar governo Maduro A vida em Caracas continua normal, segundo fontes que estão na cidade, sem corridas a supermercados nem cenas de desespero da população. O desespero está dentro do Palácio de Miraflores, sede do Executivo venezuelano, onde a palavra de ordem é resistir. Na madrugada desta quarta, o ditador Nicolás Maduro comunicou atrás das redes sociais do regime chavista a ativação da Zona Operacional de Defesa Integral (Zodi), em Caracas e no estado de Miranda, o mais próximo da capital. Através de um áudio divulgado no aplicativo de mensagens Telegrama, o ditador venezuelano disse que cerca de 7 milhões de pessoas participam dos treinamentos na Zodi, no que foi batizado como Operação Independência 200. “A paz é nosso destino”, disse Maduro. 'Ameaça à soberania nacional': Maduro ordena exercícios militares nas comunidades da Venezuela em resposta à presença de navios dos EUA no Caribe Segundo versões extraoficiais que circulam em Caracas, Maduro mantém contato com emissários de Trump, e as pressões para que renuncie são grandes. A Casa Branca quer uma mudança de governo na Venezuela, isso ninguém discute mais. A grande incógnita é saber até que ponto chegará Trump em matéria militar e de inteligência, e até quando a ditadura venezuelana suportará as pressões. Maduro, comenta-se em Caracas, não está disposto a renunciar. E o regime chavista, segundo fontes, está coeso. Em meio às ameaças de Trump, há rumores sobre negociações. Um deles aponta o Catar como sede das supostas conversas entre a ditadura e Washington. Semana passada, o embaixador do Catar em Caracas, Rashid Mohsen Fetais, se reuniu com Maduro e com o chanceler Yván Gil. O motivo oficial foi o fortalecimento da relação bilateral. Mas em Caracas comentar-se que as supostas conversas com os EUA foram o ponto forte do encontro. O silêncio por alguns dias do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, alimentou os rumores de encontros secretos no Catar. Rodríguez integra o quinteto de ferro da ditadura venezuelana, junto com Maduro, a vice-presidente Delcy Rodríguez, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, e o ministro da Defesa, Padrino López. Trump redobrou a aposta. Jogo de cena? A esta altura, ninguém duvida da capacidade do presidente americano de surpreender aliados e inimigos.

Operações secretas da CIA: tensão sem precedentes pode levar à guerra entre Venezuela e EUA?

Operações secretas da CIA: tensão sem precedentes pode levar à guerra entre Venezuela e EUA?

Ariel Palacios analisa operações da CIA na Venezuela A confirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que autorizou a agência de inteligência CIA a conduzir "operações secretas" dentro da Venezuela pode ser um ponto de inflexão grande nas relações Estados Unidos-Venezuela — com Washington mostrando que está disposto a escalar a tensão a níveis inéditos. Durante uma entrevista no Salão Oval da Casa Branca na quarta-feira (15), Trump reafirmou que os EUA "estão analisando operações em terra" para combater operações de narcotráfico com origem na Venezuela que, segundo ele, ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Até agora, os EUA vêm realizando apenas operações marítimas contra embarcações próximas ao litoral da Venezuela. Apesar do papel minoritário da Venezuela no tráfico de drogas com destino aos EUA, forças americanas afundaram pelo menos cinco barcos acusados de transportar drogas próximo à costa venezuelana nas últimas semanas, matando 27 pessoas. Especialistas em direitos humanos nomeados pela ONU criticaram as ações como "execuções extrajudiciais". A declaração mais recente de Trump indica que o conflito pode entrar agora em uma fase "terrestre" — mas não deixa claro o que seria essa fase. Já a ativista de oposição venezuelana, María Corina Machado — que vive escondida desde o ano passado e na semana passada ganhou o Prêmio Nobel da Paz —, afirmou neste mês que o conflito partia para uma "fase de resolução". Fase de desestabilização O governo Trump chegou a acusar Maduro de comandar a organização criminosa "Tren de Aragua", classificada como grupo terrorista Departamento de Estado do país Leonardo Fernández Viloria/Reuters O governo americano não divulgou detalhes sobre que tipos de operações poderia estar planejando para a Venezuela. O histórico de ações da agência na América Latina e no mundo inclui sabotagens, infiltrações e campanhas de desestabilização. O que se sabe é que o governo americano vem aumentando a pressão ao crime organizado venezuelano — e até mesmo acusando o governo venezuelano de apoiar esses grupos. Em fevereiro deste ano, o Departamento de Estado classificou a organização "Tren de Aragua" como grupo terrorista. O governo Trump chegou a acusar o próprio Maduro de comandar a organização criminosa, embora documentos da própria inteligência americana obtidos pela Freedom of the Press Foundation diga que não há evidências disso. Mas ainda não se sabe qual seria o alcance da ação da CIA na Venezuela. Será que uma ação da CIA autorizada por Trump poderia, por exemplo, levar ao assassinato de membros desse grupo? Ou até mesmo executar uma chamada "operação de bandeira falsa" — um ato hostil feito apenas para culpar Maduro e justificar uma operação militar? Sabe-se que há décadas atrás, em outros momentos histórico, a CIA já cogitou atos semelhantes. Documentos americanos mostram que em 1962 a agência propôs orquestrar atos de terrorismo contra alvos americanos para culpar Cuba e justificar uma guerra — em uma operação conhecida como Northwoods, que nunca foi adiante. Agora um passo importante parece ter sido dado para ações mais decisivas da CIA na Venezuela com o surpreendente anúncio de Trump na Casa Branca sobre operações secretas. O ex-oficial da agência Mick Mulroy, que foi Subsecretário Adjunto de Defesa para o Oriente Médio no primeiro governo Trump, disse à BBC: "Para conduzir ações secretas, é necessária uma decisão presidencial da CIA autorizando-a especificamente, com ações específicas identificadas". 'Zona cinzenta' Declaração mais recente de Trump indica que o conflito pode entrar agora em uma fase "terrestre" Jim Lo Scalzo/EPA/Pool/Shutterstock Na Venezuela, os sinais que vêm da Casa Branca estão sendo recebidos com bastante alarme. Há anos a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) vem se preparando para a possibilidade de alguma ação militar contra a Venezuela. Desde 2019, eu pesquiso documentos estratégicos das forças armadas venezuelanas. E alguns deles dão pistas de como os militares venezuelanos estão atentos a sinais vindos de Washington. Segundo os documentos, o "período de crise" que antecederia uma guerra é descrito como um lapso de várias semanas ou meses marcado por ações hostis, ciberataques, campanhas de desestabilização e até uma possível subversão armada e um bloqueio militar. O intuito destas ações seria desestabilizar a Venezuela e iniciar o desgaste sistemático contra o governo de Caracas. Diante disso, uma possível resposta militar venezuelana seria o começo da preparação da chamada Milícia Bolivariana — um ramo especial das forças armadas venezuelanas formado principalmente por civis, organizado para a defesa integral do país. Os documentos venezuelanos que tratam de um cenário de conflito indicam que a fase seguinte —chamada de "primeira fase da guerra" — seria marcada por um aprofundamento das operações de desgaste sistemático e poderia incluir operações terrestres e ataques aéreos limitados. O objetivo americano, de acordo com os cenários avaliados pelos militares venezuelanos, seria criar uma "zona cinzenta" — um momento em que ações estratégicas são tomadas em um espaço ambíguo entre guerra e paz. Guerra assimétrica Avião bombardeiro B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos. Divulgação/Boeing A natureza híbrida deste cenário, muito mais centrado em operações militares não-convencionais que um enfrentamento bélico direto, explica por que a mobilização atual do governo venezuelano tem se centrado na chamada "mobilização popular". Em um vídeo recente postado nas redes sociais oficiais, civis à paisana recebem treinamento em sistemas de armamentos antitanques caso tenham de "neutralizar sistemas de blindados", explica um oficial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Há relatos da distribuição de armas a civis comprometidos a defender a Venezuela de uma "guerra não declarada" por parte de Washington. Uma reportagem da BBC News Brasil do mês passado mostrou como é feito o treinamento de civis venezuelano para um possível conflito. A atual doutrina militar venezuelana tem origens em 2002, quando os EUA apoiaram uma tentativa de golpe contra o ex-presidente Hugo Chávez. Depois daquele episódio, por volta de 2004, o governo venezuelano começou a definir o que se tornaria a doutrina militar bolivariana atual — já reconhecendo sua total impossibilidade de vencer um inimigo muito mais potente. Esta doutrina se inspira nas estratégias da chamada "guerra assimétrica" de várias partes do mundo, do Vietnã e Cuba até o Iraque e o Afeganistão. Nesta concepção maoista, aplicada e desenvolvida pelos revolucionários vietnamitas, a assimetria das forças em combate e a irregularidade das formações determinam as estratégias do campo de batalha. Enquanto a guerra tradicional envolve o controle de posições, a guerra assimétrica aceita a perda de território em um primeiro momento a fim de armar a resistência e engajar o inimigo em uma guerra de desgaste a longo prazo. O objetivo não é vencer com um golpe só, mas tornar a guerra insustentável para o inimigo, a exemplo dos conflitos contra forças americanas no Iraque e no Vietnã. Para tanto, essa estratégia borra as fronteiras entre campo de batalha e sociedade, entre soldado e cidadão. A chamada "guerra popular" busca aproveitar o conhecimento dos cidadãos do seu próprio território e a motivação de defender a nação de uma invasão estrangeira. O próprio Chávez traçou paralelos entre a guerra do Iraque e a experiência guerrilheira na América Latina, destacando-as como fontes de inspiração para a doutrina bolivariana. "Quando vemos os gringos lá em Fallujah, destruindo aquela cidade, pensamos: se algo semelhante nos acontecesse, bem, teriam de nos caçar nas montanhas de Turimiquire, de Falcón, de Lara", disse Chávez em 2004. "Que nos procurem no Pico Bolívar, nas selvas da Guiana!" O papel da Milícia Bolivariana Integrante da Milícia Bolivariana segura um rifle em exercício militar em Caracas, na Venezuela Manaure Quintero/Reuters A encarnação dessa doutrina é a Milícia Bolivariana, criada oficialmente em 2008 a partir da expansão das forças de reserva militar nos anos anteriores. A Milícia incorpora a população civil em tarefas de mobilização revolucionária e defesa nacional, valendo-se de um princípio contido na Constituição de 1999 sobre a "corresponsabilidade" de civis e militares pela defesa nacional. De 1,6 milhão de membros em 2018, segundo números oficiais, passou a 5,5 milhões em 2024. Em agosto de 2025, o governo anunciou que a meta é mobilizar um total de 8,5 milhões de cidadãos, embora o número de tropas prontas para combate fique provavelmente nas dezenas de milhares. Mas o objetivo desta força não é duplicar o poder convencional das Forças Armadas, e sim oferecer capilaridade ao sistema de defesa territorial, aproveitando o conhecimento geográfico detalhado das comunidades para reforçar a resistência a nível hiperlocal. Na eventualidade de um conflito, é provável que uma grande parte dos milicianos e milicianas, em vez de pegar em armas, se dedicasse ao que o governo chama de "inteligência popular", buscando evitar, por exemplo, uma explosão de protestos sociais na periferia. Isto não elimina o papel da defesa convencional militar na estratégia de defesa da Venezuela. Porém, contando com um contingente de apenas cerca de 150 mil tropas – cerca de 80 mil no Exército e o resto distribuído entre Marinha, Força Aérea e Guarda Civil –, a FANB tem plena consciência do seu poder de fogo frente aos quase 1 milhão que servem os EUA. Grande parte da renovação e modernização dos equipamentos empreendida por Chávez nos anos 2006 a 2008, aproveitando os altos preços do petróleo, se dedicou à compra de armamentos defensivos, como armamentos antitanques e misseis antiaéreos portáteis, de parceiros como Rússia, China e Irã. Mas a crise econômica recente impediu novas rodadas de modernização. O relatório Military Balance, do International Institute for Strategic Studies, afirma que "as dificuldades económicas contínuas e as sanções limitaram a capacidade da Venezuela de adquirir novas tecnologias de defesa" e destaca que "o seu relacionamento no campo da defesa com Irã" se aprofundou sob Maduro. Incertezas Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. AFP/Jim Watson Enquanto o sinal de alerta preocupa as autoridades em Caracas, a grande interrogação são os próximos passos dos EUA. Sem tropas regulares cruzando fronteiras, o envolvimento da CIA adiciona flexibilidade, imprevisibilidade e opacidade à campanha americana. Do lado venezuelano, a questão é como reagiriam os cidadãos e as forças do Estado diante de cenários como uma agressão ou até operação de bandeira falsa ou derrubada de Maduro? Mesmo partindo do princípio de que a elite do regime, que inclui Maduro, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, e o ministro da Defesa, General Padrino López, permaneceria a FANB unitária? Poderia uma estratégia de "guerra popular" conter possíveis pressões, dentro da sociedade venezuelana, por uma mudança de regime? O governo de Maduro conseguiu sobreviver ao primeiro mandato Trump, quando foi alvo de sanções draconianas ao setor petroleiro e de uma crise econômica com um dos maiores índices de hiperinflação do mundo. Em seu segundo mandato, Trump tem demonstrado que está mais determinado a derrubar seu rival venezuelano, e a inclusão da CIA na estratégia pode indicar que agora terá mais ferramentas, e mais flexíveis, para alcançar esse objetivo. Pablo Uchoa é especialista em Venezuela e doutorando no UCL Institute of the Americas em Londres. Jornalista, ex-correspondente em Washington e autor do livro "Venezuela: A Encruzilhada de Hugo Chávez", escreve regularmente para veículos internacionais, como a BBC, Janes Intelligence Review, The Conversation e NACLA Report on the Americas. Veja os vídeos que estão em alta no g1

'Guerra psicológica': Trump tenta fraturar regime Maduro ao confirmar missão secreta da CIA e ameaçar ataques dentro da Venezuela

'Guerra psicológica': Trump tenta fraturar regime Maduro ao confirmar missão secreta da CIA e ameaçar ataques dentro da Venezuela

O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu ao confirmar a repórteres, na quarta-feira, que deu autorização para a CIA realizar missões secretas contra alvos na Venezuela, onde Washington lidera uma campanha aberta de fritura contra o líder chavista, Nicolás Maduro. Analistas ouvidos pelo GLOBO apontam que apesar do aparente contrassenso na exposição de uma ação que deveria ser encoberta, a tática de Trump foi desenhada para estimular dissidências e impulsionar uma guerra psicológica sobre lideranças do regime venezuelano, com intuito de fraturar a unidade chavista e potencialmente levar a uma queda de Maduro. Hostilidades intensas: Helicópteros de elite dos EUA sobrevoam o Caribe a menos de 150 km da Venezuela, diz jornal Tema regional: Plano dos EUA para pressionar Maduro deve ser abordado em reunião entre Vieira e Rubio A discussão pública sobre uma possível incursão terrestre na Venezuela — os EUA já têm 10 mil soldados na região e aviões e navios de guerra — cumpre um papel estratégico no plano do governo Trump para lidar com o regime de Maduro, plano este que considera particularidades do governo e das elites venezuelanas, além das realidades caribenha e sul-americana, segundo o professor Ricardo Salvador De Toma-García, doutor em Estudos Estratégicos Internacionais. Initial plugin text — O regime de Maduro e as elites governantes de Caracas não operam dentro de uma lógica guiada por valores nacionalistas, questões de honra ideológica ou motivos religiosos, como em outros casos pelo mundo. Eles são guiados por autopreservação, manutenção de seus privilégios ilícitos e sua impunidade — afirmou o analista venezuelano. — A intenção ao evidenciar operações de inteligência é estimular delação e traição. Eles buscam identificar e cooptar indivíduos dispostos a trair o grupo, seja em troca de proteção, dinheiro ou imunidade. Desertores do regime chavista frequentemente ofereceram colaboração aos EUA nos últimos anos em troca de benefícios. Em junho, o ex-diretor de Inteligência venezuelano Hugo "Pollo" Carvajal, que foi uma figura poderosa durante a Presidência de Hugo Chávez Hugo Chávez (1999-2013), ofereceu-se para colaborar com a Justiça americana ao se declarar culpado de acusações de narcotráfico e narcoterrorismo. Em um caso de autoridade de grande importância, o juiz Christian Zerpa, do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), desertou para os EUA em 2019, a fim de denunciar desmandos de Maduro — o oficialismo venezuelano afirmou à época que Zerpa fugiu do país porque era acusado de assédio sexual. — A assimetria de forças entre os EUA e a Venezuela já permitiria que o presidente americano falasse de seus planos sem tanta necessidade de dissimulação, mas há um caráter de guerra psicológica, de pressão política, que é uma tentativa de criar divisões dentro do governo Maduro, sobretudo dentro das Forças Armadas — apontou o cientista político Maurício Santoro, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil. — O cenário ideal para os EUA seria se houvesse ali uma dissidência no âmbito dos militares venezuelanos, e eles depusessem Maduro sem precisar ter qualquer tipo de operação militar para isso. Poderio militar americano no Caribe Editoria de Arte Provocação e preparação A estratégia de pressionar a Venezuela a fim de provocar uma mudança interna não é particularmente nova. Mesmo no primeiro mandato de Trump, quando John Bolton era assessor de segurança nacional, anotações sobre um suposto envio de 5 mil soldados americanos a partir da Colômbia vazaram — no que foi apontado como uma tentativa de guerra psicológica, para estimular movimentos internos. Para Parsifal D'Sola, diretor da Fundação Andrés Bello, todo o deslocamento militar no Caribe visa claramente pressionar Maduro a forçar sua saída do poder. — A narrativa sobre as drogas funciona como uma legitimação para a opinião pública americana. Nesse contexto, as "operações da CIA" se encaixam plenamente na lógica política e estratégica do governo Trump — explica ao GLOBO. Mas a declaração atual ganha um peso diferente, avalia Toma-García, pela diferente conjuntura, sobretudo a presença militar intensa na região. — A situação é diferente porque se observa uma articulação de dispositivos militares autorizados a utilizar força letal para neutralizar uma organização denominada [pelos EUA] como narcoterrorista — explicou o professor, apontando para o afundamento de embarcações por navios e drones americanos em águas venezuelanas, e o sobrevoo de bombardeiros B-52 da Força Aérea americana na zona de proteção aérea do país. Trump diz que seria ridículo responder se autorizou CIA a derrubar governo Maduro As ações americanas, na avaliação de Santoro, indicam que a Casa Branca superou divergências sobre a abordagem a ser assumida com a Venezuela, e apontam que uma intervenção militar será realizada. Mesmo quando alas do governo tentavam arrancar de Caracas condições vantajosas nos setores de petróleo e minerais, uma frente interna liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e o diretor da CIA, John Ratcliffe, defendia a tomada de ação. — Pela quantidade de tropas mobilizadas e os tipos de navios de guerra e de aviões que estão nas proximidades, acredito que uma decisão foi tomada. O cenário está se desenhando, já são dois meses de preparação — disse Santoro. — Se confirmado [um ataque direto], será algo inédito na América do Sul. Precaução e submissão Maduro respondeu às ações ostensivas dos EUA com uma grande mobilização militar, colocando as Forças Armadas Revolucionárias Bolivarianas em prontidão desde o começo do deslocamento de tropas americanas. Também ordenou a ampliação do alistamento civil à Milícia Nacional Bolivariana, e convocou exercícios militares para manter o estágio de alerta máximo. Maduro chamou a movimentação dos EUA de um “cerco hostil que viola a Carta da ONU” Reprodução A tentativa de demonstrar poder, contudo, não acompanhou as ações diante da escalada militar dos EUA. Toma-García aponta que algumas das ações já realizadas pelos EUA, como o afundamento de embarcações no litoral venezuelano a contragosto de Caracas, seria motivo suficiente para que um país declarasse guerra. Após o envio de caças F-35 americanos para Porto Rico, após a aproximação de aviões venezuelanos de embarcações americanas, sequer movimentos provocativos ou de dissuasão foram realizados. — A resposta da Venezuela às ações americanas vem sendo pautada por uma precaução e uma submissão total, para evitar erros de cálculo. Quando um navio de guerra ou um bombardeiro se aproxima, se você envia um Sukhoi [caça russo usado pela Força Aérea da Venezuela] e por um erro de cálculo o piloto intercepta aquele ativo, cria-se um cenário idôneo para que os EUA ataquem com mais força e letalidade. Resposta de Caracas: Maduro denuncia 'golpes de Estado orquestrados pela CIA', mas diz não querer guerra Atividades de inteligência Apesar de parte dos analistas internacionais terem apontado um risco de exposição para agentes da CIA supostamente envolvidos na operação que Trump disse ter autorizado, os analistas ouvidos pelo GLOBO minimizaram essa hipótese. A avaliação é de que a Inteligência americana já atua no país sul-americano, e que as forças venezuelanas em alerta provavelmente já tentavam antecipar possíveis ações mesmo antes da fala do presidente. — A fala de Trump sobre a CIA foi a resposta a uma pergunta numa coletiva de imprensa, que repercutiu reportagem sobre as ações de inteligência na Venezuela. Nesse contexto, a declaração simplesmente reforçou algo que a imprensa já havia divulgado — afirmou Santoro. — Não avalio que os agentes estão em risco extra. Não há detalhes sobre as operações, e naturalmente isso era algo que as autoridades venezuelanas já esperavam. Leia também: Opositores venezuelanos resgatados de embaixada argentina dizem que operação 'foi das mais espetaculares' Os métodos para uma operação da CIA também não necessariamente precisariam de uma presença contínua no território venezuelano, segundo Toma-García. Suborno de autoridades públicas, oferta de proteção ou vantagens a atores locais para colaboração e incursões pontuais são possibilidades que apenas as condições no terreno irão definir — embora haja sinais de que outras ações já tenham sido realizadas. — Opositores que estava asilados na Embaixada da Argentina em Caracas, sob custódia do Brasil, foram libertados em uma ação que os dois países desconheceram a natureza. Quem operou aí? — disse Toma-García. — Como é que esse fato aconteceu? E se foram extraídos civis de dentro de uma embaixada monitorada pela inteligência venezuelana, será que não serve como uma mensagem de que essa mesma força também podem fazer ataques precisos contra sujeitos que recebem benefícios pelo tráfico de narcóticos?

Câncer após transplante de fígado: o que se sabe sobre caso de homem transplantado em SP

Câncer após transplante de fígado: o que se sabe sobre caso de homem transplantado em SP

Homem descobre câncer após transplante de fígado em hospital de SP Meses após passar por um transplante de fígado, um paciente de 58 anos descobriu um câncer no órgão. A cirurgia aconteceu em 2023, em São Paulo, e exames mostram que o órgão doado foi a origem da doença. Mas situações assim são comuns? O que já se sabe sobre a origem do órgão recebido? Veja abaixo cinco perguntas e respostas sobre o caso: Qual foi a origem do câncer no órgão doado? Quem recebeu o órgão e por que o transplante foi necessário? Onde aconteceu o transplante e o que diz o hospital depois do caso? Como o paciente foi atendido depois de descoberto o tumor? Esse tipo de evento é comum ou já foi descrito antes na literatura médica? 1. Qual foi a origem do câncer no órgão doado? Um teste genético de DNA realizado no fígado doado confirmou que as células cancerígenas não pertenciam ao paciente, mas ao doador do órgão. Ainda não há informações sobre qual centro médico foi responsável por coletar o órgão, já que dados sobre o doador são sigilosos. Exame indica que paciente pode ter recebido câncer da doadora Arquivo Pessoal De acordo com o Manual dos Transplantes (2022), publicado pelo Ministério da Saúde, toda pessoa considerada uma doadora apta passa por uma triagem clínica, laboratorial e de imagem para descartar infecções e neoplasias transmissíveis. Os testes incluem: exames sorológicos (HIV, hepatites, sífilis, citomegalovírus); exames laboratoriais de função do órgão (como enzimas hepáticas e creatinina); se houver suspeita de neoplasia, exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia; e inspeção direta do órgão durante a cirurgia de captação. Caso exista qualquer suspeita de tumor, o órgão é imediatamente descartado. Mas o próprio manual destaca que nenhum método é capaz de eliminar completamente o risco, porque células malignas microscópicas podem não ser detectadas. 2. Quem recebeu o órgão e por que o transplante foi necessário? Geraldo Vaz Junior havia sido diagnosticado com hepatite C em 2010 e desenvolveu cirrose hepática, o que o colocou na fila de transplantes. Em julho de 2023, ele recebeu um novo fígado por meio do Programa Proadi-SUS, que conecta hospitais de referência a pacientes do SUS. Maria Helena Vaz, esposa de Geraldo, detalhou ao g1 que a cirurgia foi bem-sucedida, mas sete meses depois, exames detectaram nódulos no fígado transplantado. Geraldo Vaz recebeu um transplante de fígado, mas órgão tinha câncer Arquivo Pessoal 3. Onde aconteceu o transplante e o que diz o hospital depois do caso? A família do paciente Geraldo Vaz Junior divulgou que ele passou por cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital não se pronunciou publicamente sobre o caso. O g1 questionou o hospital sobre: A comunicação ao paciente sobre o risco, ainda que mínimo, da transmissão de neoplasias por transplantes; O acesso, por parte do hospital, aos exames realizados no doador antes do transplante; Os protocolos sobre a realização de uma possível segunda checagem sobre a integridade do órgão; O tratamento oferecido ao paciente após a descoberta do câncer. O Hospital Albert Einstein não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta reportagem. 4. Como o paciente foi atendido depois de descoberto o tumor? Após a descoberta, Geraldo recebeu um novo fígado, de acordo com a família. Apesar da intervenção, o câncer já era avançado e ele teve metástase no pulmão. Hoje, é um paciente paliativo – em que a doença não tem mais cura – ainda segundo a família. 5. Esse tipo de evento é comum ou já foi descrito antes na literatura médica? Segundo médicos especialistas ouvidos pelo g1, o caso é raríssimo, mas situações como essa podem acontecer. O cirurgião transplantador pelo Sistema Nacional de Transplantes, Rafael Pinheiro, explica que casos como o de Geraldo são exceções, mas fazem parte do risco inerente ao ato de receber um órgão humano. “Esse caso foi uma fatalidade. Por mais que o risco seja ínfimo, ele existe. Quando você recebe um órgão de outra pessoa, é possível pegar uma doença que estava em estágio tão inicial que nenhum exame conseguiria detectar.” O oncologista Stephen Stefani, do Grupo Oncoclínicas e da Americas Health Foundation, detalha que esse tipo de situação é biologicamente possível. “Pode acontecer de um órgão conter células tumorais microscópicas que não aparecem em exames de imagem. Isso é algo que a medicina reconhece como possível, mas é extremamente raro – tão raro que, quando acontece, vira relato científico”, explica. Mesmo sendo bastante raros, casos como esse já foram descritos na literatura. Um levantamento publicado no World Journal of Gastroenterology por Rajeev Desai e James Neuberger (2014) analisou mais de 30 mil transplantes no Reino Unido e identificou 15 casos de câncer transmitido pelo doador, sendo apenas dois deles em transplantes de fígado. Os pesquisadores classificam o risco como “extraordinariamente baixo, mas não nulo” – inferior a 0,03% dos casos. Mesmo com triagem rigorosa, micrometástases podem escapar aos exames, principalmente quando o tumor é inicial. Stefani lembra que não há falha técnica evidente nesses casos, mas um limite da própria ciência. “Os protocolos de triagem são seguros e rigorosos. O que existe é a impossibilidade de garantir risco zero. Em todo o mundo, são feitos milhares de transplantes com sucesso. Casos como esse são exceções — não a regra.” Transplantes entre parentes ajudam a diminuir a espera por órgãos

Eduardo Bolsonaro ataca aliados e dinamita opções da direita para 2026

Eduardo Bolsonaro ataca aliados e dinamita opções da direita para 2026

Depois de articular o tarifaço contra o Brasil, Eduardo Bolsonaro arranjou outro passatempo: atacar os aliados do pai. Nas últimas semanas, o Zero Três alvejou governadores de direita, parlamentares e dirigentes de partidos do Centrão. Agora volta a mira contra a senadora Tereza Cristina. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Caso metanol: STF julga a partir desta sexta ação que discute reativar sistema de controle de produção de bebidas

Caso metanol: STF julga a partir desta sexta ação que discute reativar sistema de controle de produção de bebidas

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, a partir desta sexta-feira (17), a ação que discute a retomada de um sistema criado para monitorar a fabricação de bebidas. A disputa envolve o uso do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), criado em 2008. O mecanismo monitorava, em tempo real, o volume de produção de cervejas, refrigerantes e águas engarrafadas, para coibir fraudes fiscais e garantir o recolhimento de impostos. ️ O sistema foi desativado em 2016, por atos da Receita Federal, que considerou que ele tinha mais custos que benefícios, além de problemas técnicos. ⚖️Em 2020, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou que a medida da Receita foi além do que prevê a lei e determinou a retomada do funcionamento do Sicobe. O Supremo vai analisar a ação, um pedido do governo, contra a decisão do TCU. O governo aponta que a retomada do sistema resultaria, na prática, na concessão de um benefício fiscal de cerca de R$ 1,8 bilhão por ano, sem previsão no Orçamento. Número de mortes por metanol na bebida sobe para oito A discussão vai envolver, além do impacto financeiro, a eficácia do mecanismo para rastrear a origem de bebidas, em meio aos casos de contaminação por metanol registrados em várias partes do país, nas últimas semanas. Desde abril deste ano, a obrigação de restabelecimento do Sicobe, determinada pelo TCU, está suspensa, por decisão do ministro Cristiano Zanin, relator do caso no STF. Naquele momento, o magistrado levou em conta o argumento da União sobre o impacto da medida nas contas. "É contundente, portanto, o argumento da União de que a reativação do SICOBE implicaria, em tese, concessão de incentivo de natureza tributária, sem que o impacto tenha sido contemplado no Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025", afirmou. "Em segundo, a repristinação da utilização do sistema poderá levar, em tese, ao retorno de sistemática que, segundo dados técnicos apresentados, revela inconsistências, com possibilidade de comprometimento do sistema fiscalizatório adotado pela Receita e consequente diminuição da arrecadação", completou. É seguro beber cerveja, vinho e chope? Pexels Análise do STF O caso será analisado no plenário virtual, formato de julgamento em que os ministros apresentam seus votos em uma página eletrônica da Corte. O tema estará sob análise até o dia 24 de outubro, se não houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (leva o caso para análise presencial).

CPI do INSS: governistas recompõem controle da bancada e emendam vitórias sobre oposição em votações

CPI do INSS: governistas recompõem controle da bancada e emendam vitórias sobre oposição em votações

A rejeição de um requerimento para o depoimento de José Ferreira da Silva na CPI do INSS, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),  marcou a vitória de uma articulação da bancada governista no colegiado. O esforço político bem sucedido representa ainda uma nova fase de aliados do Palácio do Planalto que atuam na comissão.  CPI do INSS: assessor da Conafer admite ter ficado 'com um troco' ao operar dinheiro de descontos de aposentados Convocação de irmão de Lula é rejeitada: veja como votaram os parlamentares da CPI do INSS O cenário é diferente do vivenciado no início dos trabalhos, marcado por reveses. Após a instalação da CPI, o governo perdeu o controle de postos-chave do grupo devido às ausências na sessão que elegeu o presidente e o relator, em setembro.  Agora, o Planalto passou a ter êxito em votações que blindam nomes próximos à base. A conhecida "lista de chamada" dos presentes tem sido o principal trunfo para evitar desgastes. Às segundas e quintas-feiras, dias de sessões, o gabinete do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), designado líder da bancada governista na CPI, entra em contato com os demais parlamentares da base para assegurar o quórum necessário para as sessões e não permitir que suplentes ligados à oposição se tornem votantes nas reuniões.  Em um grupo de Whatsapp, os deputados e senadores governistas são abastecidos com resumos sobre as atividades dos interrogados e com orientações para as votações dos requerimentos. Em votações recentes, os governistas evitaram, além da convocação de Frei Chico, a quebra de sigilo da publicitária Danielle Miranda Fonteles e da sua empresa. Ela recebeu R$ 5 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o "careca do INSS", entre novembro de 2023 e março de 2025.  A rejeição foi importante justamente para consolidar o entedimento que preservou Frei Chico — Danielle não é formalmente investigada. A quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, autor das primeiras denúncias sobre as fraudes no INSS, também foi celebrada como uma vitória governista. Segundo parlamentares da CPI, o alvo pode ser importante para apontar desvios durante o governo Jair Bolsonaro. Na semana passada, os votos do governo impediram a quebra do sigilo bancário de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que tem sido fiador dos interesses do Executivo no Legislativo  Pimenta diz que as vitórias não representem uma tentativa de "blindar" aliados. — Não queremos blindar ninguém. Mas, temos como diretriz a rejeição dos requerimentos que não tenham vínculo direto com o escopo da CPI. O Frei Chico, por exemplo, não era investigado. Não podemos fazer deste colegiado um mero palanque político; não podemos deixar que o tempo seja gasto com o desgaste de pessoas que nada têm a ver com isso — afirma. Além da estratégia para não perder votações, os governistas contam com uma espécie de "tropa de choque" que tem protagonizado embates com a oposição e se posicionado de forma mais técnica durante as sessões.  Os deputados Rogério Correa (PT-MG), Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), Orlando Silva (PCdoB-BA), além dos senadores Soraya Thronicke (Podemos-MS), Eliziane Gama (PSD-MA), Leila Barros (PDT-DF) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), têm se colocado como responsáveis pela leitura de documentos e argumentações sobre a linha do tempo dos desvios. Para além da estratégia, governistas têm recorrido a acordos, como o firmado nesta quinta, quando base e oposição firmaram um entendimento para retirar os requerimentos de quebras de sigilo fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi. Os pedidos incluíam o e-mail institucional do INSS e celular pessoal de Lupi, mas não foram levados à votação.