Governadores de direita deixam Trump em segundo plano e reforçam elogios a Milei após tarifaço

Governadores de direita deixam Trump em segundo plano e reforçam elogios a Milei após tarifaço

Em meio a críticas a Donald Trump pela imposição do tarifaço, governadores de direita brasileiros têm recorrido cada vez mais ao presidente argentino, Javier Milei, como referência política e econômica. O vizinho tem sido visto como exemplo pela condução da crise gerada pelas novas tarifas americanas e por sua agenda de cortes de gastos, enquanto se mantém ideologicamente afastado do governo Lula. Coação de processo: PGR denuncia ex-assessor de Moraes no TSE e o acusa de atuar contra investigações de atos antidemocráticos Pesquisa Genial/Quaest: Crise de aliados não afeta avaliação de Tarcísio em São Paulo; veja os números A aproximação entre o líder argentino e governadores que disputarão o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2026 seria consagrada ainda neste mês em um encontro promovido pela Consulting House, grupo que busca conectar lideranças políticas a empresários. A participação de Milei, no entanto, foi cancelada, segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim. Essa, no entanto, não seria a primeira sinalização recente de afinidade do grupo com Milei. Na semana passada, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), recebeu o secretário de Turismo, Esporte e Meio Ambiente da Argentina, Daniel Scioli. Ex-embaixador no Brasil durante o governo Bolsonaro, ele deixou o cargo para integrar a gestão Milei. Desde então, tem voltado ao país para estreitar laços, com ações que incluem passagens aéreas promocionais para brasileiros que vão a cidades como Buenos Aires, compradas na Aerolíneas Argentinas, companhia área estatal. Genial/Quaest: 57% dizem que Castro não merece eleger sucessor, e aliados do governador ficam distantes de Paes em pesquisa Leia também: Com aprovação acima de 80%, Ratinho Jr. e Caiado tentam projetar possíveis sucessores em seus estados O tema da conversa com Jorginho foi, no entanto, de olho no trajeto inverso: a atração de turistas argentinos para o estado. Florianópolis foi o destino brasileiro mais buscado para o verão de 2025, de acordo com a plataforma de reserva de hotéis Booking.com, e recebe um grande fluxo de argentinos. — A Argentina é uma grande parceira. No verão, Santa Catarina se torna uma extensão do país. Queremos ampliar ainda mais essas conexões e gerar oportunidades de negócios — afirmou Jorginho na ocasião. O encontro não foi o primeiro de Jorginho com a cúpula do governo argentino. No ano passado, ele recebeu Milei em Balneário Camboriú (SC) para a Conferência da Ação Conservadora (CPAC) ao lado de Bolsonaro. No ano anterior, ambos estiveram em Buenos Aires para a posse de Milei, junto de governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio. À época, a vitória de Milei também foi celebrada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). “A liberdade venceu”, escreveu no X. O nome do presidente argentino voltou a ser reverenciado recentemente pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), como uma liderança que buscou negociar com o presidente americano diante do tarifaço: — Outras nações sentaram à mesa, mas o Brasil se isolou. Há que se ofertar ao brasileiro uma condição de tranquilidade. Ninguém suporta mais esse quadro de um governo que não faz por onde para proteger o seu país. Usado para criticar a atuação de Lula, o assunto tem gerado embaraços para Caiado e outros governadores de direita que, no passado, celebraram a vitória de Trump. Segundo dados da pesquisa Genial/Quaest, 71% da população acredita que o presidente americano está errado em impor novas tarifas ao Brasil. — Eles agora precisam equilibrar os pratos, por terem que atuar com responsabilidade com seus próprios estados e redutos eleitorais, mas, ao mesmo tempo, são pressionados a se manterem alinhados com os seus interesses ideológicos — diz Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper. Além de Caiado, Tarcísio enfrenta o mesmo dilema, já que São Paulo é o estado cujo setor produtivo é um dos mais afetados pelo tarifaço. Ao mesmo tempo, ele tenta não tensionar a relação com aliados de Bolsonaro. Assim que a taxação americana foi anunciada, o governador tentou negociar junto à Embaixada dos EUA, o que gerou um atrito com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O governador de São Paulo também mantém como referência o presidente argentino. — Se você me perguntasse há um ano se seria possível o Milei cortar 5% do PIB de gasto público em um ano, eu diria que não é possível, mas foi — disse Tarcísio em evento do banco Safra. Pela mesma razão, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) exaltou a postura do vizinho. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, defendeu cortes duros de gastos, a exemplo da Argentina, como saída para o Brasil.

200 anos de prisão: dez anos depois, sete PMs vão a júri pelo caso Curió, maior chacina policial do Ceará

200 anos de prisão: dez anos depois, sete PMs vão a júri pelo caso Curió, maior chacina policial do Ceará

“Teu filho levou um tiro”. A ligação em desespero da filha deu razão à “inquietação estranha” que Silvia de Lima sentia na noite de 11 de novembro de 2015. Ela tentava dormir quando ouviu uma sequência de tiros “tão altos que pareciam dentro de casa”. Eram na porta do terreno, um dos locais da série de crimes conhecida como Chacina do Curió, que vitimou na madrugada 11 pessoas no bairro de mesmo nome na Grande Messejana, em Fortaleza. A filha de Silvia se escondeu debaixo de um carro; o filho, baleado, sobreviveu; mas o sobrinho, Jardel de Lima, de 17 anos, não resistiu. O quarto julgamento da maior matança policial da história do Ceará começa amanhã. São Paulo: Marcadas pela Operação Verão, Santos e São Vicente têm dois em cada três assassinatos cometidos por policiais No Amazonas: Defensoria pede indulto humanitário para indígena Kokama violentada em delegacia no Amazonas Naquela noite, segundo a acusação, dezenas de policiais (vários de folga) combinaram em grupos de mensagens vingar o soldado Valtemberg Serpa, morto horas antes numa tentativa de assalto. De lá para cá, em três júris, 20 PMs foram julgados por homicídio, tentativa de homicídio e tortura. Seis foram condenados, cinco deles a mais de 200 anos de prisão. Ao todo, 13 agentes, suspeitos de omissão, foram absolvidos, e um teve o crime desclassificado. Os recursos ainda não foram julgados. Sete agentes vão a júri a partir de amanhã e outros três, em 22 de setembro, na quinta e última análise do caso. As defesas negam o envolvimento dos réus. O Ministério Público diz que as abordagens policiais começaram “pela procura de alvos preferenciais” e viraram um “típico justiçamento”, com vítimas “escolhidas aleatoriamente”. Os agentes agiram encapuzados, com viaturas e carros civis, e sumiram com vestígios dos crimes, segundo o MP, ou se omitiram, apesar das ligações insistentes da população. Onze mortos na cachina do Curió Divulgação/Anistia Internacional Silvia foi a primeira a chegar no local onde foram baleados seu filho, o sobrinho Jardel e outros três rapazes, Pedro Barroso, de 18 anos, Alisson Cardoso, de 17, e Álef Cavalcante, de 17. — Meu filho ficava gemendo, dizia “mamãe, socorro”. Liguei para o 190, e ficaram perguntando várias vezes a mesma coisa, meu CPF. Aí todo mundo começou a correr. Me escondi, mas vi eles recolhendo alguma coisa. Estavam de roupas escuras e com os rostos cobertos. Meu marido pegou meu filho e os meninos e levou para o socorro. Álisson e Jardel ficaram, já mortos — lembra. Extração de dados: saiba como a PF recupera mensagens apagadas dos celulares apreendidos Só o filho de Silvia sobreviveu, depois de mais de um mês internado. Irmã de Silvia, Suderli de Lima disse ter reconhecido o filho Jardel caído, pelos dedos dos pés. — Meu filho e os outros foram taxados de bandidos. Mataram nossos filhos outra vez. Chorar, eu choro todo dia. Mas, se a gente não tivesse saído do luto para a luta, não teríamos justiça — diz Suderli. Chacina do Curió: assassinados listados em camiseta com escrita “escolhidos aleatoriamente” Divulgação/Anistia Internacional Argumentos do MP Suderli foi uma das precursoras do Movimento Mães do Curió, que há dez anos cobra a responsabilização dos PMs. No julgamento que se inicia amanhã, o MP vai sustentar a condenação de sete policiais sob a acusação de terem se omitido no dia da chacina. — O PM tem de agir quando a sociedade está em risco. A lei estipula que quem tem o dever legal de agir e se omite deve ser responsabilizado. É como a babá que vê o bebê engatinhar e cair na piscina, não faz nada, e ele morre. Temos testemunhas, documentos, laudos e vídeos dessa longa chacina — afirma o promotor Vicente Anastácio, do MP-CE. Segundo o MP, câmeras de segurança mostraram a viatura em que estavam os PMs Daniel Fernandes da Silva, Gildácio Alves da Silva e Luis Fernando de Freitas Barroso junto a dois carros civis com as mesmas características dos envolvidos na morte dos jovens perto da casa de Silvia. A defesa dos PMs diz que as acusações são “improcedentes e fruto de narrativas absurdas”. O MP diz que câmeras flagraram a viatura de Farlley Diogo de Oliveira, Renne Diego Marques e Francisco Flávio de Sousa no local onde estavam os corpos de Álisson e Jardel. Os PMs foram acusados de não prestar socorro, não tentar identificar os assassinos e ainda fotografar as vítimas. A defesa do trio disse não ter autorização para se manifestar. O sétimo réu, Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa, será julgado separado dos seus colegas de viatura naquela noite. O MP diz que eles foram acionados para ir ao local onde foram baleados Marcelo Mendes e Patrício Leite, ambos de 17 anos. Os PMs, porém, relataram não ter visto nada “anormal”, e a ocorrência foi encerrada. Os colegas de Fabrício foram absolvidos pelo júri e voltaram às ruas. Procurada, a Polícia Militar do Ceará não se manifestou.

Isolamento e arma de Israel: a rotina na prisão que abriga Marcola e é considerada a mais segura do Brasil; vídeo

Isolamento e arma de Israel: a rotina na prisão que abriga Marcola e é considerada a mais segura do Brasil; vídeo

Não passava das 11 horas, na manhã da segunda-feira, 14 de julho, quando o som de uma rajada de metralhadora rompeu o silêncio na penitenciária federal de Brasília, a menos de 15 quilômetros da Praça dos Três Poderes, o centro do poder do país. Do alto de uma das torres de vigilância, policiais penais praticavam tiro ao alvo com armas israelenses recém-adquiridas para reforçar o arsenal de guerra que protege o presídio considerado “o mais seguro do Brasil”. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

A genealogia do imigrante: listas de chegada em portos resgatam histórias de famílias e levam à dupla cidadania

A genealogia do imigrante: listas de chegada em portos resgatam histórias de famílias e levam à dupla cidadania

Cem anos separavam as dúvidas da pesquisadora Cláudia Altschuller sobre a origem de sua família do período de chegada de seus antepassados imigrantes, que desembarcaram no Brasil vindos da Europa nos anos 1920. Em meio à curiosidade, Cláudia recorreu ao Arquivo Nacional (AN), no Rio de Janeiro, que reúne em seu acervo listas de desembarques de vapores — embarcações da época — e fichas do cadastro de Registro Nacional de Estrangeiros (RNE). Seu avô paterno, o polonês Pedro Sterental, e o materno, Izrael Altschuller, que era romeno, foram o ponto de partida na busca pelas informações. A partir da localização da documentação, foi possível a pesquisadora rastrear e refazer os passos de pelo menos outros dez parentes. Retirados dos pais, filhos de pacientes com hanseníase têm sofrimento reconhecido e recebem desculpas do governo Sonhos desfeitos: Leia série de matérias sobre imigrantes brasileiros que vivem nos EUA sob o governo Trump Assim como Cláudia, outros filhos, netos e bisnetos de imigrantes que chegaram ao país ainda no Império têm requerido o acesso ao acervo. A partir da documentação, é possível solicitar certidões de desembarque e fichas do RNE, documentos usados para pedidos de dupla cidadania. A certidão, após a solicitação feita por meio da internet ou presencialmente, é emitida pelo AN gratuitamente em 15 dias. O acervo também é matéria prima para árvores genealógicas. Para se obter informações, é necessário ter em mãos o nome correto do imigrante e, se possível, informações complementares, como nacionalidade e o nome do navio. Pesquisadora Cláudia Altschuller no Arquivo Nacional Agência O Globo/Ana Branco Acervo levantado por Claudia Altschuller no Arquivo Nacional sobre a sua família Agência O Globo/Ana Branco O que começou como curiosidade sobre a origem de sua família, acabou se transformando em atividade para Cláudia. Hoje, a pesquisadora se dedica a levantar informações sobre parentes de outros descendentes de imigrantes. — Foi uma emoção ao encontrar os primeiros registros de minha família. Muitas informações eu não tinha conhecimento. Encontrei parentes e descobri o uso de nomes diferentes aos de batismo. Meu avô que nasceu na Romênia, por exemplo, era Pinhas Sterethal, mas no Brasil passou a ser Pedro — lembra Cláudia, ao explicar que, para garantir a permanência no país, imigrantes mudavam até de profissão: — Um dos meus avós deu entrada no porto como agricultor, mas ele era padeiro e foi trabalhar, posteriormente, em uma confeitaria. Censo: número de estrangeiros no Brasil cresce 70% e venezuelanos lideram imigração Em seu trabalho de pesquisa no Arquivo Nacional, Cláudia tem reunido não só documentos, mas histórias curiosas de famílias. Ela lembra que foi procurada por um empresário em busca de informações sobre a mãe. No acervo, que reúne também carteiras de identidade, passagens de navios e fotos, ela localizou o passaporte dessa senhora. Ao digitalizar o material e enviá-lo ao empresário, teve como resposta um agradecimento dessa mãe: — Ela tinha 99 anos na época, e o filho me relatou a emoção sentida pela mãe. Gandulla na área Responsável pelo Serviço de Paleografia do Arquivo Nacional, o historiador e paleógrafo Joelton Batista conta que ao pesquisar nas listas dos portos para a emissão de certidões de desembarque tem encontrado, entre um imigrante e outro, nomes conhecidos como o do poeta e jornalista Olavo Bilac. Há registros de seis viagens ao exterior do escritor, entre os anos de 1900 e 1912, com passagens pela Inglaterra, França, Itália e Argentina. Historiador e paleógrafo Joelton Batista Agência O Globo/Guito Moreto Do país sul-americano vizinho, destaca Joelton, há também uma ficha de entrada do jogador de futebol Bernardo José Gandulla, que jogou a temporada de 1939 pelo clube Vasco da Gama. Conta a lenda que o atleta, por ficar sempre no banco de reservas, durante as partidas pegava bolas que saíam do campo para mostrar empenho aos dirigentes do time. Seu sobrenome teria batizado a função de gandula. Para historiadores de futebol, o fato teria sido criado por cronistas esportivos da época. Passaporte de imigrantes japoneses na década de 1920 Arquivo Nacional Fichas de imigrantes japoneses recém-chegados ao Brasil no século XX Divulgação - Arquivo Nacional Joelton cita outras curiosidades encontradas no acervo, como a documentação de imigrantes originários de países que não existem mais, entre eles Pomerânia, Prússia e Lombardia. O historiador chama a atenção para o grande número de imigrantes judeus que desembarcaram no país nas décadas de 1930 e 1940, muitos fugindo da perseguição nazista. Parte consta como “sem pátria”. Outro capítulo de atrocidades da História que tem reflexos nos registros é a entrada de negros africanos no país até 1888. Muitos escravizados, quando acompanhados de seus senhores, eram registrados como “bagagem”. Há pouco material de desembarque de africanos nesse período. Segundo Joelton, pesquisadores do Arquivo Nacional trabalham em buscas de documentos para ampliar o acervo, reunindo dados em igrejas, fazendas e órgãos oficiais. — Há histórias alegres e tristes. Muitos imigrantes morriam a caminho do Brasil. Mas tinham também os nascimentos nas viagens, que poderiam demorar dez, 20 dias. Quase todos viajavam de terceira classe. Quando chegavam ao país, se não tivessem destino definido, eram encaminhados a hospedarias específicas. No Rio, a mais conhecida era a da Ilha das Flores, na Baía de Guanabara — explica. — O trabalho de pesquisa é constante. Estamos decifrando muitas siglas usadas na época nos documentos, como “LXA” (lancha) e “PPTEE” (passaporte). E nomes como “patacho”, um tipo de embarcação. A maior parte do acervo do Arquivo Nacional que reúne informações sobre imigrantes está digitalizada. Pela internet, é possível pesquisar por nomes em listas de desembarque de ao menos 18 portos, não somente no litoral, mas também fluviais. Há registros de chegada de imigrantes no Rio, Santos (SP), Recife, Natal, Guajará-Mirim (RO), Porto Murtinho (MS), Uruguaiana (RS), Florianópolis (SC), entre outras zonas portuárias. Os registros vão de 1875 até os anos 1980. Outra fonte de pesquisa são os processos de naturalização de estrangeiros. Há documentação desde 1823. Escola de Blumenau na década de 1920 Aug. Schmidt/Arquivo Nacional/Acervo/divulgação De acordo com levantamento do Serviço de Estudos sobre Usuários e Acessibilidade em Arquivos (SEU) e do Serviço de Paleografia (Sepa) do Arquivo Nacional, as certidões de desembarque estão entre os documentos mais solicitados: cerca de 800 por ano. De 2016 a 2024, o Arquivo Nacional atendeu a cerca de oito mil requerimentos de certidões de desembarque, permitindo o “acesso à informação e a direitos civis”, segundo a direção do órgão. A maior parte da documentação é usada em processos de dupla cidadania. Por meio das listas de desembarques e fichas de estrangeiros, ainda é possível traçar um perfil socioeconômico dos imigrantes. Além de nome, idade, filiação e país de origem, constam informações sobre estado civil, filhos, portos de partida e chegada, profissão, escolaridade e religião.

Entrevista: ‘Bancos encararam sanções e aprenderam a lidar’, diz Carlos Portugal Gouvêa sobre efeito da Magnitsky

Entrevista: ‘Bancos encararam sanções e aprenderam a lidar’, diz Carlos Portugal Gouvêa sobre efeito da Magnitsky

Professor da USP e de Harvard, Carlos Portugal Gouvêa cita peculiaridades na aplicação da Lei Magnitsky no caso brasileiro, e não vê caso similar no mundo. O especialista também se mostrou surpreso com a queda das ações dos bancos durante a semana, algo não ocorrido em outras situações. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Eduardo Bolsonaro organiza ida à Europa e articula ampliar pressão a Moraes com extrema-direita do continente

Eduardo Bolsonaro organiza ida à Europa e articula ampliar pressão a Moraes com extrema-direita do continente

Depois da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo governo dos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) articula mais sanções na Europa contra o magistrado, a partir de uma rede de políticos conservadores. O grupo reúne integrantes de países como Polônia, Finlândia, Portugal, França, Grécia e Espanha ligados a movimentos de extrema-direita. Com representação no Parlamento Europeu, eles reproduzem pautas caras ao bolsonarismo, como críticas à regulamentação das redes sociais e a oposição às políticas pró-LGBT, mas ganham contornos adaptados a novos temas, como a imigração. 'Lawfare', 'rascunho', SMS sem resposta: entenda em cinco pontos as alegações da defesa de Bolsonaro entregues ao STF Bela Megale: Novo gesto de Fux faz ministros desacreditarem na paralisação do julgamento de Bolsonaro Nos planos do parlamentar brasileiro está uma viagem para o continente europeu no próximo mês. Em entrevista ao Metrópoles há duas semanas, Paulo Figueiredo, aliado mais próximo de Eduardo nos EUA, afirmou que ambos pretendem desembarcar na Europa em 12 de setembro, a mesma data prevista pelo STF para a sessão final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outras ocasiões, Figueiredo disse que ambos pretendem ir ao Parlamento Europeu para “intensificar a pressão internacional”. A ofensiva dos dois junto aos europeus já avançou nas últimas semanas com o envio de um pedido de sanções contra Moraes assinado por 16 deputados. Novas frentes Na semana passada, Eduardo e Jair foram indiciados pela Polícia Federal por coação devido à atuação do parlamentar nos EUA. Os crimes apontados são obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. O requerimento assinado pelos deputados europeus foi anunciado em um post no X feito pelo deputado polonês Dominik Tarczynski. “A União Europeia não deve ficar de braços cruzados enquanto Moraes continua a usar o sistema judiciário brasileiro como arma contra seus oponentes políticos e viola descaradamente os direitos humanos do povo brasileiro”, escreveu o parlamentar. A publicação foi compartilhada por Eduardo, que agradeceu ao aliado pela ajuda para “prevenir que se espalhe esse vírus, um novo modelo de censura introduzido pela Suprema Corte no Brasil”. No RJ: Moraes diz que 'respeito se dá pela independência' do Judiciário depois de fala de Mendonça A relação entre os dois, segundo Eduardo, data de abril de 2024, quando posaram juntos para uma foto após uma visita do brasileiro ao parlamento. O registro foi publicado por Eduardo no X somente um ano depois, no mesmo dia em que Tarczynski postou um vídeo em que pedia, pela primeira vez, o sancionamento de Moraes. Na gravação, o parlamentar mencionou a intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto ele estava internado no hospital, que repercutia na época, e se referiu às ações do magistrado como “inaceitáveis” e “puro comunismo”. Assim como Tarczynski, interagem com Eduardo pelas redes sociais figuras como o deputado Jorge Martín Frias, também signatário do pedido de sanção de Moraes. Ligado ao Vox, partido de extrema-direita da Espanha, ele já fez comentários sobre os “abusos” cometidos pelo magistrado contra a família Bolsonaro, descrita como “a alternativa ao regime corrupto de Lula”. Além deles, integra o grupo de conservadores o deputado finlandês Sebastian Tynkkynen. No parlamento, ele tem como uma de suas pautas centrais o questionamento de restrições estabelecidas pela legislação europeia para redes sociais como o X e a Meta, relacionadas à moderação de conteúdo, publicidade e proteção de usuários. Em entrevista ao jornal finlandês “Helsingin Sanomat”, o parlamentar também chegou a questionar a problematização sobre o funcionamento dos algorítimos: — Não há razão para suspeitar de manipulação de algoritmos. Se alguém tem muitos seguidores e ganha visibilidade por meio disso, deveria haver um limite além do qual essa pessoa não possa publicar uma opinião ou apoiar um determinado partido? Na lista, também aparece o deputado Antônio Tanger Correa, que foi cabeça de chapa do Chega nas eleições para o Parlamento Europeu do ano passado. Conhecido por declarações anti-imigração, o partido português terminou o pleito em terceiro lugar com o voto de cerca de 35% dos brasileiros aptos a votar no exterior. Um aceno a essa parcela de eleitores foi dado por ele, por exemplo, ainda durante a campanha, em um debate transmitido na Rádio e Televisão de Portugal (RTP). Na ocasião, Antônio Correa disse que a ida de brasileiros para o país é “excelente” por atrair investimentos e mão de obra para o país, mas afirmou que “quando se abrem as portas de forma escancarada, entram os maus elementos”. Integrante da rede de conservadores, a francesa Virginie Joron também se manifestou contrária a Moraes ao assinar o pedido de sanções contra ele a serem aplicadas na Europa. Filiada ao partido de Marine Le Pen, o Reagrupamento Nacional, ela defende a aprovação de uma resolução no parlamento para pagamento de indenizações a vítimas de “reações adversas e mortes provocadas pelas vacinas e pelo tratamento da Covid-19”. Entre as mulheres, uma segunda signatária foi a deputada grega Afroditi Latinopoulou, conhecida por ter protocolado um requerimento pelo “respeito pela neutralidade nas escolas europeias”, criticando instituições que hasteiam a bandeira LGBT ou adotam escrita a partir de pronomes neutros. Em suas redes sociais, Latinopoulou já classificou o casamento entre pessoas do mesmo sexo como “antinatural” e contrário à religião. Contatos do deputado no parlamento europeu Dominik Tarczynski - O polonês anunciou o envio de um pedido de sanção contra Moraes ao Parlamento Europeu, assinado por 16 deputados. Ele escreveu no X que o ministro usa o Judiciário contra oponentes políticos. Antonio Tânger Corrêa - Foi cabeça de chapa do Chega nas eleições para o Parlamento Europeu. Conhecido por declarações anti-imigração, o partido português teve o voto de cerca de 35% dos brasileiros aptos a votar no exterior. Jorge Martín Frías - Ligado ao Vox, partido de extrema direita da Espanha, já fez comentários sobre os “abusos” cometidos por Moraes contra a família Bolsonaro, descrita como “a alternativa ao regime corrupto de Lula”. Virginie Joron - Integrante da rede de conservadores, a francesa também assinou o pedido de sanções contra Alexandre de Moraes na Europa. Ela é filiada ao partido de Marine Le Pen, o Reagrupamento Nacional. Sebastian Tynkkynen - O finlandês tem como uma de suas pautas centrais o questionamento de restrições da legislação europeia para redes sociais, relacionadas a pontos como moderação de conteúdo e proteção de usuários. Afroditi Latinopoulou - A deputada grega é conhecida por ter protocolado requerimento pelo “respeito pela neutralidade nas escolas”, criticando instituições que hasteiam a bandeira LGBT ou adotam linguagem neutra.

CPI do INSS: Planalto muda estratégia após revés e mira convocação de Bolsonaro

CPI do INSS: Planalto muda estratégia após revés e mira convocação de Bolsonaro

A derrota sofrida na instalação da CPI do INSS preocupou o governo, que organiza uma reação na tentativa de evitar que o colegiado vire palco da oposição e amplie os desgastes. O Palácio do Planalto definiu uma tropa de choque na comissão, vai insistir em uma linha do tempo que busca associar as fraudes não ao governo Lula, mas à gestão de Jair Bolsonaro, e vai redobrar a atenção com os requerimentos para impedir, por exemplo, que um dos irmãos do presidente vire alvo. Randolfe assume culpa por derrota na CPI do INSS, senador diz ter pedido desculpa a Gleisi e fala em 'apagão' petista ‘Bastava um telefonema’: Derrota do governo em CPI do INSS expõe falhas de Gleisi na articulação, e líderes criticam Ao perder a presidência e a relatoria, em uma reviravolta que provocou troca de acusações na própria base, o Planalto fez uma série de reuniões e reformulou a estratégia. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) vai coordenar a atuação de parlamentares governistas. Ele tem conversado com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e, na quarta-feira à noite, foi chamado para um encontro com Lula no Palácio da Alvorada. Um dos pontos mais sensíveis será a atenção com as convocações. O governo afirma que, dos 32 integrantes da comissão, conta com 16 ou 17, o que garante no máximo uma maioria estreita e deixa o Planalto sob risco de novo revés. O governo vai agir para evitar a exposição de Frei Chico, irmão do presidente Lula. Parlamentares bolsonaristas pressionam pela convocação dele, que tem ligação com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre possíveis fraudes. Frei Chico não é investigado, e o sindicato nega irregularidades. — A oposição quer convocar o Frei Chico só por mera agitação e com a intenção de prejudicar o presidente Lula — afirma o deputado federal Rogério Côrrea (PT-MG), suplente da comissão. Tropa de choque No Planalto, auxiliares do presidente afirmam que, a partir de agora, o governo precisa ter uma tropa de choque atenta a um novo bote da oposição. Na quarta-feira, o colegiado elegeu opositores de Lula para a presidência e a relatoria da comissão, os dois postos mais importantes. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) derrotou o senador Omar Aziz (PSD-AM), que era considerado favorito e contava com o apoio de Lula e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A relatoria será do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), o que também foi uma derrota para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que defendia a escolha do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO). O governo tenta agora ao menos ficar com a vice-presidência. Dentro desse novo plano, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, é um dos nomes que vêm sendo defendidos por governistas para comparecer à comissão. A ideia é que ele vá ao colegiado fazer a defesa da reação do governo desde que o escândalo veio à tona: interrupção dos pagamentos fraudulentos, mudanças no sistema do INSS para evitar novas fraudes e o pagamento de R$ 1 bilhão a 1,6 milhão de aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos. Por outro lado, a base planeja propor a convocação de ex-integrantes do governo Bolsonaro, como José Carlos Oliveira — que presidiu o INSS entre 2021 e 2022 — e Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalho e Previdência, além do senador Rogério Marinho (PL-RN), que foi secretário de Previdência de 2019 a 2020. Petistas também já apresentaram requerimento para ouvir o ex-presidente, com a justificativa de que ele foi alertado, ainda na transição de seu governo, sobre a fraude do INSS. Coordenador da frente governista, Pimenta argumenta que a investigação deve priorizar a ordem cronológica da fraude. Para o parlamentar, uma das estratégias é adotar a linha do tempo do esquema, mostrando quando começou, em que momento “ganhou escala industrial” e como chegou à gestão petista, com o mote de que Lula acabou com o esquema. — Queremos recuperar todas as medidas que foram adotadas no sentido de facilitar que essas entidades pudessem se credenciar e obter adesão junto ao INSS e entender quais mudanças foram feitas para flexibilizar os repasses e dificultar a fiscalização. E, dentro disso, identificar as figuras políticas da história, em cuja gestão aconteceu e quem era ministro — detalha Pimenta. Outra hipótese em avaliação é trocar alguns suplentes indicados pelos partidos por parlamentares mais fiéis ao governo e que não se ausentem das sessões das comissões. Parlamentares do MDB faltaram à sessão de instalação da CPI, ao mesmo tempo que líderes criticaram a falta de contato do Planalto para mobilizá-los. Reservadamente, parlamentares da base avaliam que o governo deixou a criação da comissão “correr solta” e subestimou a articulação da oposição. Reação à derrota Após a derrota, Gleisi chamou os líderes da base para uma reunião no Palácio do Planalto. O começo da reação passou a ser delineado nessa conversa. A ministra reconheceu erros de articulação e pediu foco para segurar a oposição. Ela reforçou que a maioria que o governo tem na comissão precisa ser efetiva para assumir a pauta da CPI e evitar que a oposição desgaste a gestão petista. Após o encontro, líderes se queixaram de “desorganização” do Planalto. Também titular da CPI, o senador Izalci Lucas (PL-DF), da oposição, já tem mais de 320 solicitações de requerimentos apresentados com pedidos de informação: — Não tem que ser Lula contra Bolsonaro, mas é claro que haverá xiitas querendo jogar a culpa um no outro. Queremos apurar a verdade. Táticas para atuação no colegiado Linha do tempo Petistas planejam fazer uma linha do tempo para associar as fraudes do INSS não ao governo Lula, mas à gestão de Jair Bolsonaro. Eles já apresentaram requerimento para ouvir o ex-presidente, com a justificativa de que ele foi alertado, ainda na transição de seu governo, sobre os descontos indevidos de aposentados. Requerimento O Planalto também vai redobrar a atenção com os requerimentos para impedir, por exemplo, que um dos irmãos de Lula, o Frei Chico, vire alvo. Bolsonaristas pressionam pela convocação dele, que tem ligação com um dos sindicatos citados no esquema. Frei Chico, contudo, não é investigado. A entidade nega irregularidades. Ações do governo A ideia é que o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, vá ao colegiado fazer a defesa da reação do governo, como a interrupção dos pagamentos fraudulentos, mudanças no sistema do INSS para evitar novas fraudes e o pagamento de R$ 1 bilhão a 1,6 milhão de aposentados e pensionistas afetados.

Efeito Magnitsky: em 10 anos, lei dos EUA motivou duas de 148 multas por não aplicação de sanção

Efeito Magnitsky: em 10 anos, lei dos EUA motivou duas de 148 multas por não aplicação de sanção

Temor dos bancos brasileiros diante da ofensiva dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o desrespeito à Lei Magnitsky é parte ínfima do universo de punições a instituições por infringir regras impostas pelos americanos. Entre 2016 — ano de criação do atual modelo da lei — e 2025, apenas uma empresa e uma pessoa pagaram multas relacionadas ao descumprimento da legislação que agora atinge Moraes, segundo levantamento do GLOBO em documentos do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), braço do Tesouro que cuida das penas. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Vilões do ferro de passar: 10 coisas para NUNCA fazer com o aparelho

Vilões do ferro de passar: 10 coisas para NUNCA fazer com o aparelho

Passar roupa pede um pouco de atenção, especialmente para cuidar do ferro, que trabalha com altas temperaturas e consome energia o tempo todo. Um descuido ou a pressa pode encurtar a vida do eletrodoméstico, causar falhas e até trazer riscos de acidentes. Logo, saber quais são os erros mais comuns ajuda a mantê-lo funcionando bem e a proteger suas roupas. Pensando nisso, o TechTudo preparou um guia para mostrar alguns hábitos que muitas vezes passam despercebidos. Alguns são bem óbvios, enquanto outros estão ligados a detalhes técnicos. Confira a seguir! Ferro de passar roupa gasta muita energia? Entenda o consumo do item Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews Os ferros de passar da Electrolux contam com vapor vertical, função que libera jatos de vapor quando o ferro está na posição em pé Divulgação/Electrolux Qual o melhor dispositivo para controlar voltagem de aparelhos com watt diferentes? Veja no Fórum do TechTudo 10 coisas para NUNCA fazer com o ferro de passar Abaixo, você encontra o índice dos tópicos retratados nesta matéria: Deixar o ferro quente diretamente sobre a roupa Passar a base por cima de zíperes, botões ou bordados metálicos Guardar o ferro com água no reservatório Usar produtos de limpeza abrasivos na base Guardar o ferro com a base ainda quente Deixar o ferro ligado sem uso Passar roupa sob superfícies instáveis Não regular a temperatura para o tipo de tecido Continuar usando mesmo com a base suja Usar água da torneira sem filtrar 1. Deixar o ferro quente diretamente sobre a roupa A base do ferro pode atingir temperaturas superiores a 200 °C. Esse calor intenso é capaz de queimar ou marcar o tecido, deixando manchas permanentes e até provocando buracos. Mas os riscos não param por aí: o calor concentrado também pode prejudicar a própria base do ferro, que tende a acumular resíduos carbonizados, dificultando o deslize em futuras passagens. Assim, caso precise interromper a tarefa, coloque o ferro em pé sobre a sua base com a temperatura desligada ou ative o modo de descanso, caso o aparelho possua a função. A recomendação vale tanto para ferros a vapor quanto para modelos secos. O ferro a vapor gasta mais energia do que o tradicional porque precisa aquecer a água internamente Reprodução/Freepik 2. Passar a base por cima de zíperes, botões ou bordados metálicos O contato da base quente com partes metálicas pode danificar a superfície do ferro e, ao mesmo tempo, deformar acessórios da roupa. Além disso, o choque térmico acelera o desgaste do revestimento antiaderente, comprometendo a eficiência do aparelho e aumentando o risco de marcas permanentes em tecidos delicados. Por isso, passe com cuidado nessas áreas, sempre usando a ponta do ferro. Ferro de passar roupa Oster vale a pena? Veja quais são os recursos oferecidos por cada modelo Divulgação/Oster 3. Guardar o ferro com água no reservatório Nos ferros a vapor, a água é aquecida pelas resistências internas para gerar calor suficiente para passar a roupa. Nesse sentido, quando sobra água no reservatório após o uso, o aparelho começa a enfrentar problemas: a base pode enferrujar, as saídas podem entupir e, com o tempo, surgem vazamentos e outros danos interno. Além dos riscos mecânicos, a água parada também traz problemas de higiene. Isso porque ela cria um ambiente propício para fungos e bactérias, que podem deixar cheiro ruim nas roupas. Para não ter esse problema, esvazie o reservatório ao terminar de passar e, sempre que possível, deixe o ferro secar em um local arejado. Assim, a umidade desaparece por completo e os componentes internos ficam protegidos. Ferro de passar com reservatório de água cheio Reprodução/Electrolux 4. Usar produtos de limpeza abrasivos na base A base do ferro pode ser de alumínio, cerâmica ou aço inox, e cada material conduz o calor de um jeito diferente. Mas todos têm algo em comum: são sensíveis a arranhões. Por isso, cuidado com produtos abrasivos, como saponáceos, palhas de aço ou limpadores multiuso agressivos, que podem danificar o revestimento e criar microfissuras. Com o tempo, essas pequenas imperfeições fazem com que sujeira e amido das roupas grudem, deixando o ferro mais difícil de deslizar. Para cuidar bem da base, prefira sempre panos macios, água morna e detergente neutro. Quando aparecerem manchas mais teimosas, vinagre branco ou soluções suaves resolvem sem agredir o material. Nesta outra matéria, você encontra um guia completo (e bem detalhado) sobre como limpar o ferro do jeito certo. Ferro de passar roupas sendo limpo com paracetamol; método não é recomendado Reprodução/Redes Sociais 5. Guardar o ferro com a base ainda quente O ferro precisa de tempo para resfriar antes de ser guardado. Caso ele seja colocado com a base ainda quente, surgem impactos térmicos nas superfícies em que repousa, o que pode manchar, queimar ou até derreter móveis de madeira, plástico ou tecidos. Ainda, o calor que permanece nos componentes internos acaba favorecendo deformações e o desgaste precoce dos isolantes, o que compromete a proteção elétrica do aparelho. Como diz o famoso ditado, “a pressa é inimiga da perfeição”. Por isso, a melhor maneira de não ter dor de cabeça é deixar o ferro esfriar completamente, mantendo-o em posição vertical. E não se preocupe: isso leva, no máximo, 2 minutos. 6. Deixar o ferro ligado sem uso Deixar o ferro de passar ligado sem uso não só desperdiça energia, mas também aumenta o risco de acidentes domésticos. Afinal, o aparelho pode cair, entrar em contato com tecidos por descuido e apresentar outros perigos. O aquecimento contínuo pode causar falhas no termostato e na resistência, mesmo em modelos com desligamento automático. Então, a regra é simples: usou, desligou. Retirar os eletrônicos da tomada ainda é o método mais eficiente contra sobrecargas Reprodução/Freepik 7. Passar roupa sob superfícies instáveis A estabilidade da tábua de passar é muito importante para garantir segurança ao cuidar das roupas. Por isso, fuja de superfícies instáveis, como camas, cadeiras ou sofás, que nunca devem servir de apoio. Quando o ferro não tem uma base firme, ele pode cair, provocando danos internos ao aparelho e aumentando o risco de queimaduras. Já com a tábua estável, a pressão sobre o tecido se mantém por igual, garantindo um resultado melhor. Ferro de passar roupas Reprodução/Pexels (MART PRODUCTION) 8. Não regular a temperatura para o tipo de tecido Poucas pessoas fazem a regulagem de temperatura do ferro de passar, mas deveriam. Cada tecido exige uma faixa específica de temperatura, e a temperatura inadequada é uma das causas mais comuns de danos tanto às roupas quanto ao próprio ferro. O algodão suporta aquecimento mais intenso, enquanto fibras sintéticas, como poliéster, podem derreter em contato com altas temperaturas. Em geral: Tecidos delicados expostos a temperaturas altas demais perdem o brilho, ficam com manchas, derretem ou até grudam na base do ferro. Tecidos grossos em baixa temperatura demandam múltiplas passadas, resultando em maior tempo e consumo de energia para retirar os vincos. Para não errar, consulte sempre as etiquetas das roupas e use o seletor do ferro para ajustar corretamente a temperatura. A maioria dos modelos possui indicações específicas para sintéticos, algodão, lã ou seda. 9. Continuar usando mesmo com a base suja Resíduos na base do ferro dificultam o deslize e podem transferir manchas para outras peças. Ao mesmo tempo, a sujeira prejudica a condução do calor, o que faz o aparelho gastar mais energia para manter a temperatura ideal. Em casos mais graves, as sujeiras podem até obstruir as saídas de vapor e danificar o ferro de vez. Para driblar esses problemas, faça limpezas regulares da base, especialmente após passar tecidos que soltam fiapos. Vale lembrar que alguns modelos contam com a função de autolimpeza, que facilita o processo. Limpeza ferro de passar com pano Electrolux/Divulgação 10. Usar água da torneira sem filtrar A água da torneira contém minerais como cálcio e magnésio. Quando aquecidos, esses sais se acumulam dentro do ferro, formando incrustações conhecidas como calcário. Com o tempo, essas deposições podem entupir as saídas de vapor e aumentar o tempo necessário para o aparelho aquecer. Para preservar os mecanismos internos e manter o fluxo de vapor constante, prefira água filtrada ou desmineralizada. Com informações de Electrolux, Better Homes & Garden. Initial plugin text Vídeo: Qual o eletrodoméstico que mais gasta energia em casa? Veja como descobrir Qual o eletrodoméstico que mais gasta energia em casa? Veja como descobrir Mais do TechTudo Initial plugin text

'Vale tudo': Ivan recebe proposta criminosa

'Vale tudo': Ivan recebe proposta criminosa

Nos próximos capítulos da novela "Vale tudo", Ivan (Renato Góes) receberá uma proposta criminosa. Mais 'Vale tudo': Fátima sente-se humilhada ao realizar exame para descobrir sexo do bebê Leia também: Marco Aurélio e Mário Sérgio planejam vingança contra Odete em 'Vale tudo' Tudo começará depois que ele der a volta por cima e inaugurar sua agência de viagens. Ele receberá uma proposta duvidosa de uma mulher chamada Vilma (Letícia Lima), que trabalha com excursões. Ela irá sugerir usar seus contatos e sua reputação para alavancar a agência de Ivan, que, inicialmente, ficará interessado na proposta. Porém, ao escutar mais detalhes, Ivan começará a desconfiar de Vilma. Ela irá propor a Ivan uma parceria com clientes de sua agenda, mas sem emissão de nota fiscal e com uma divisão nos lucros de 40% para ela e 60% para ele. TV e famosos: se inscreva no canal da coluna Play no WhatsApp Galerias Relacionadas Initial plugin text

Você sabia que a Barbie nasceu de uma boneca erótica alemã?

Você sabia que a Barbie nasceu de uma boneca erótica alemã?

A personagem Lilli, que aparecia em histórias em quadrinhos de antigamente no jornal alemão Bild, inspirou a criação da Barbie Patrick Othoniel/JDD/Abaca/picture alliance As frases da personagem Lilli de uma história em quadrinhos de antigamente do jornal alemão Bild até parecem ter saído de um script de um filme erótico. Em um dos quadrinhos, a personagem fala de um caminhoneiro que "lhe deu uma mãozinha" quando o carro dela quebrou e que as mãos cheias de óleo do homem deixaram marcas em seu vestido. Em um outro quadrinho, Lilli zomba de um policial na praia, onde biquínis são proibidos, com a pergunta: "que parte eu devo tirar?". Quem diria que essa personagem sexualizada, com seus seios fartos e lábios sensuais, chegaria um dia a fazer parte da vida de milhões de meninas? Certamente não o seu criador Reinhard Beuthien, que desenhou Lilli em 40 minutos como personagem de quadrinhos para a primeira edição do Bild em 1952. A ideia, na época, era apenas preencher um espaço vazio que havia no jornal. Anos mais tarde, a Lilli do Bild se tornaria a Barbie, provavelmente a boneca mais famosa do mundo até hoje. Hoje sexista, na época ousada e independente Segundo a empresa que publica o tabloide mais vendido na Alemanha, a Axel Springer, Lilli era uma "secretária atrevida". Mas há quem diga que a personagem estava mais para uma prostituta de luxo. Funcionária ou garota de programa, uma coisa é certa: Lilli não foi concebida para ser um brinquedo infantil. Com suas curvas e quase nua, seu cabeço loiro preso no alto da cabeça e seu salto alto, Lilli parecia ter saído de um poster daqueles que se via nas paredes das oficinas de carros na década de 1990, exibindo fotos de mulheres. Atualmente, podemos dizer que a figura se encaixava no olhar masculino daquele tempo. Tratava-se de uma personagem representada como objeto de desejo, reduzida ao seu corpo, totalmente de acordo com as necessidades de seus criadores e espectadores masculinos. Mesmo assim, o jornal alemão ainda a descreve com as palavras "ousada, sexy, independente". A empresária e criadora da Barbie, Ruth Handler, recebe um beijo da atriz Kristi Cooke Robert Clark/AP/picture alliance Lilli se tornou tão popular entre os leitores – em sua maioria homens – do jornal sensacionalista que o Bild chegou a criou uma boneca de plástico representando Lilli, em 1953. Segundo a imprensa, na época era um presente muito popular entre os homens, principalmente nas despedidas de solteiro. Lilli era vendida em bares e bancas de jornais e revistas. Entre 1955 e 1964, o Bild lançou cerca de 130 mil bonecas Lilli no mercado. Desta vez, acompanhadas de roupas e acessórios para que pudesse atingir também o público feminino. Em pouco tempo, a boneca se tornou um sucesso de vendas. Até em outros países. Ruth Handler transformou a Lilli em Barbie Talvez, nos dias de hoje, Lilli ainda apareceria seminua nas páginas do jornal alemão, se não fosse Ruth Handler mudar o rumo desta história. A cofundadora da empresa de brinquedos Mattel descobriu Lilli por acaso, em 1956, em uma vitrine, durante férias em Lucerna, na Suíça. Ruth e sua filha Barbara ficaram tão encantadas com a boneca que a empresária enviou várias delas para Los Angeles e comprou os direitos de fabricação do "brinquedo". Em 1959, a Barbie foi lançada no mercado. Ela recebeu o nome de Barbie em homenagem à filha de Ruth que se chama Barbara. O rosto da boneca continuava sendo o da Lilli. Desde então, mais de um bilhão de unidades foram vendidas. À direita, a boneca alemã Lilli. À esquerda, a primeira Barbie, criada em 1959. Reprodução Apesar das críticas recorrentes por parte de feministas, a Barbie conquistou o mundo infantil. Hoje, a boneca é muito mais que um brinquedo. Ela inflama debates, seja sobre empoderamento ou obsessão pela beleza. A Mattel foi moldando sua estratégia de marketing ao espírito da época. Só tem uma coisa que a Barbie até hoje ainda não conseguiu: envelhecer. Independente da cor da pele, a Barbie é "eternamente jovem". Mas, então, o que aconteceu com a Lilli das histórias em quadrinhos de antigamente do tabloide alemão? A secretária "ousada e independente" se casou com seu namorado Peter em 1961 e desapareceu completamente de cena. 'Pack do pezinho': entenda fetiche por pés Empreendedorismo Penitenciário: roupas de visita e “jumbo” viraram modelo de negócio