Homem descobre câncer após transplante de fígado em hospital de SP; exame indica que tumor veio do órgão doado

Homem descobre câncer após transplante de fígado em hospital de SP; exame indica que tumor veio do órgão doado

Homem descobre câncer após transplante de fígado em hospital de SP Um paciente de 58 anos descobriu ter câncer no fígado transplantado meses depois de passar por uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Exames mostraram que o tumor se originou no órgão doado, e não no corpo do receptor — um evento reconhecido pela literatura médica, mas considerado raríssimo em todo o mundo. Geraldo Vaz Junior havia sido diagnosticado com hepatite C em 2010 e desenvolveu cirrose hepática, o que o colocou na fila de transplantes. Em julho de 2023, ele recebeu um novo fígado por meio do Programa Proadi-SUS, que conecta hospitais de referência a pacientes do SUS. Maria Helena Vaz, esposa de Geraldo, detalha ao g1 que a cirurgia foi bem-sucedida, mas sete meses depois, porém, exames detectaram nódulos no fígado transplantado. O g1 teve acesso aos exames. A biópsia identificou um adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno, e um teste genético de DNA confirmou que as células cancerígenas não pertenciam ao paciente, mas ao doador do órgão. (Veja abaixo) Exame indica que paciente pode ter recebido câncer da doadora Arquivo Pessoal “Foi devastador. Meu marido recebeu um órgão com câncer. Esperamos por anos para viver um sonho, mas ele saiu de lá mais doente”, diz Maria Helena. Geraldo recebeu um novo fígado após a descoberta, mas o câncer já era avançado e ele teve metástase no pulmão. Hoje, é um paciente paliativo -- em que a doença não tem mais cura -- segundo a família. Geraldo Vaz recebeu um transplante de fígado, mas órgão tinha câncer Arquivo Pessoal Procurado, o Hospital Albert Einstein não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para posicionamento. O que diz o Manual de Transplantes O primeiro ponto é que um paciente com câncer não é um doador de órgãos. De acordo com o Manual dos Transplantes (2022), publicado pelo Ministério da Saúde, toda pessoa considerada uma doadora apta passa por uma triagem clínica, laboratorial e de imagem para descartar infecções e neoplasias transmissíveis. Os testes incluem: exames sorológicos (HIV, hepatites, sífilis, citomegalovírus); exames laboratoriais de função do órgão (como enzimas hepáticas e creatinina); se houver suspeita de neoplasia, exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia; e inspeção direta do órgão durante a cirurgia de captação. Caso exista qualquer suspeita de tumor, o órgão é imediatamente descartado. Mas o próprio manual destaca que nenhum método é capaz de eliminar completamente o risco, porque células malignas microscópicas podem não ser detectadas. “Mesmo com avaliação adequada, há risco residual de doenças não detectáveis antes da captação”, diz o documento. O g1 conversou com médicos especialistas para entender como isso pode ter acontecido e qual a visão técnica sobre o caso. O que eles explicam, de forma geral, é que é raríssimo, mas que isso pode acontecer. Por ser um risco pequeno, ele é encarado pela perspectiva de que, sem o transplante a maioria dos pacientes não tem chances. Veja abaixo o que dizem os especialistas: 'É biologicamente plausível, mas quase impossível prever', dizem médicos Para o oncologista Stephen Stefani, do Grupo Oncoclínicas e da Americas Health Foundation, o caso de Geraldo representa uma situação médica extrema, mas biologicamente possível. “Pode acontecer de um órgão conter células tumorais microscópicas que não aparecem em exames de imagem. Isso é algo que a medicina reconhece como possível, mas é extremamente raro — tão raro que, quando acontece, vira relato científico”, explica. Stefani lembra que não há falha técnica evidente nesses casos, mas um limite da própria ciência. “Os protocolos de triagem são seguros e rigorosos. O que existe é a impossibilidade de garantir risco zero. Em todo o mundo, são feitos milhares de transplantes com sucesso. Casos como esse são exceções — não a regra.” Ele acrescenta que a imunossupressão necessária após o transplante pode permitir o crescimento de células que já estavam no órgão. “O paciente precisa tomar imunossupressores para evitar rejeição. Isso reduz a vigilância do sistema imunológico e pode permitir que células doentes consigam crescer. É uma consequência do próprio tratamento, não um erro.” O cirurgião Pedro Luiz Bertevello, doutor pela Universidade São Paulo e especialista em cirurgia oncológica e do aparelho digestivo da Beneficência Portuguesa, destaca que o transplante hepático é uma das cirurgias mais delicadas da medicina moderna. “O controle pós-operatório precisa ser rigoroso. O paciente está imunossuprimido e, portanto, mais vulnerável a infecções e tumores. É uma linha muito fina entre proteger e permitir a rejeição.” Bertevello afirma que a presença de células cancerígenas invisíveis no órgão doado é uma possibilidade remota, mas plausível. “Nem mesmo o PET-CT é capaz de garantir que não exista uma célula mutada. É uma fatalidade médica que, por mais dolorosa, não significa erro. Provavelmente o fígado do doador tinha células iniciais, invisíveis, que se multiplicaram com a imunossupressão.” 'É um caso raríssimo' Para o cirurgião transplantador pelo Sistema Nacional de Transplantes Rafael Pinheiro, casos como o de Geraldo são raríssimos, mas fazem parte do risco inerente ao ato de receber um órgão humano. “Esse caso foi uma fatalidade. Por mais que o risco seja ínfimo, ele existe. Quando você recebe um órgão de outra pessoa, é possível pegar uma doença que estava em estágio tão inicial que nenhum exame conseguiria detectar.” Segundo o médico, a triagem feita no Brasil é ampla e altamente restritiva. Pinheiro explica que, mesmo sem um exame específico para rastrear tumores microscópicos, o processo de captação dos órgãos envolve uma pesquisa detalhada da cavidade abdominal, considerada uma das etapas mais eficientes para avaliar a possibilidade da doença. “É raro porque, mesmo que não tenha um exame específico para rastreamento, um dos melhores exames que tem é feito na pesquisa durante a captação, na cavidade abdominal. É checado todos os órgãos — e, para um leigo, isso pode não parecer muito, mas é extremamente detalhado.” Ele ainda destaca que exigir uma varredura completa em todos os doadores inviabilizaria o sistema. Isso porque o tempo de duração de um órgão saudável, apto para transplante, em um paciente já morto é pequeno. “Se falasse: ‘agora vai ser obrigatório em todos fazer uma pesquisa completa’, isso acabaria com a doação de órgãos no país e no mundo. Não há tempo hábil: teria que fazer colonoscopia, ressonância, tomografia de corpo inteiro, tudo ao mesmo tempo.” Pinheiro reforça que as equipes médicas são extremamente cuidadosas com esse tipo de risco. “Poderia ter uma coisa tão microscópica e inicial que, no momento em que foi feita a doação, seria impossível de identificar. A gente é bem cuidadoso com isso. Se a gente tem uma dúvida sobre um paciente, a gente faz biópsia, e se não sai um resultado firme, nós, médicos, cancelamos o transplante. A gente é muito preocupado com esse tipo de situação. Por isso é tão raro também.” Risco é menor que 0,03%, segundo estudos Um levantamento publicado no World Journal of Gastroenterology por Rajeev Desai e James Neuberger (2014) analisou mais de 30 mil transplantes no Reino Unido e identificou 15 casos de câncer transmitido pelo doador, sendo apenas dois deles em transplantes de fígado. Os pesquisadores classificam o risco como “extraordinariamente baixo, mas não nulo” — inferior a 0,03% dos casos. Mesmo com triagem rigorosa, micrometástases podem escapar aos exames, principalmente quando o tumor é inicial. O estudo também alerta que restringir demais o uso de órgãos “de risco mínimo” pode aumentar a mortalidade entre quem aguarda um transplante, reforçando a necessidade de equilíbrio entre segurança e urgência médica. O que diz o Ministério da Saúde O Ministério da Saúde foi procurado, mas não enviou resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Operação prende 30 membros do Comando Vermelho envolvidos em venda ilegal de remédios tarja preta

Operação prende 30 membros do Comando Vermelho envolvidos em venda ilegal de remédios tarja preta

Operação contra facções prende 15 presos Uma operação da Polícia Civil do Ceará cumpriu nesta quinta-feira (16) 70 mandados de busca e apreensão e prisão e prendeu 30 integrantes de uma facção criminosa envolvidos com a venda ilegal de medicamentos controlados, os popularmente conhecidos como "tarja preta", e antibióticos. A ação, batizada de "Operação Humanidade Eterna", também resultou na apreensão de aproximadamente 200 caixas de remédios de origem duvidosa. Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp De acordo com o delegado Rômulo Melo, a investigação começou em 2024, a partir da análise de celulares apreendidos de criminosos. As escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que inicialmente visavam investigar homicídios e o tráfico de armas do Comando Vermelho, revelaram um braço do grupo especializado no comércio ilegal de medicamentos psicotrópicos e abortivos. "Durante essa interceptação, a gente encontrou um braço desse grupo criminoso que praticava a questão da comercialização de medicamentos psicotrópicos, abortivos, esses medicamentos de uso controlado", explicou o delegado em entrevista à TV Verdes Mares. Esquema em feiras e farmácias Operação prende 30 membros do Comando Vermelho envolvidos em venda ilegal de remédios tarja preta TV Verdes Mares/Reprodução Conforme as investigações, os remédios eram vendidos para o público em geral em feiras livres de Fortaleza e Caucaia. O esquema também fornecia os produtos para estabelecimentos comerciais. "Até o presente momento, a gente sabe que esses medicamentos eram vendidos em feiras de Fortaleza e também, inclusive, para algumas farmácias", detalhou Melo. Um dos alvos da operação é proprietário de uma farmácia na cidade de Aquiraz, onde foi realizada uma busca e apreensão. Prisões e abrangência Das 30 pessoas presas na ação desta quinta-feira, 25 foram detidas em cumprimento a mandados de prisão e outras cinco já estavam no sistema prisional, mas tiveram a prisão decretada por envolvimento neste esquema específico. A operação mobilizou mais de 200 policiais. Além de Fortaleza e Caucaia, os mandados foram cumpridos em municípios do interior do estado, como Taiba, Icapuí, Aracati, Beberibe e São Gonçalo do Amarante. Valor e tipos de medicamentos A polícia ainda não fez o cálculo final do valor total dos medicamentos apreendidos, mas destacou que apenas os remédios controlados para Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) somam cerca de R$ 50 mil. Entre os produtos apreendidos estão medicamentos de tarja preta, remédios para TDAH, amoxicilina (um antibiótico) e ibuprofeno. Também foi apreendida uma quantia em dinheiro em espécie. O delegado Romulo Melo ressaltou que os investigados são membros de uma organização criminosa e que, dentro da facção, existem divisões de tarefas. "Há aqueles que são mais especialistas em praticar homicídios, aqueles no tráfico de drogas... e aqueles especializados nesses tipos de crimes patrimoniais aqui", afirmou, referindo-se ao comércio ilegal de medicamentos. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

Intoxicação após ingestão de água: o que se sabe sobre o caso no interior de SP

Intoxicação após ingestão de água: o que se sabe sobre o caso no interior de SP

Polícia investiga possível contaminação em água após homem passar mal no interior de SP A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária em Garça (SP) investigam um caso de intoxicação após o consumo de água mineral. O caso aconteceu no dia 10 de outubro, depois que um morador da cidade, de 50 anos, teve quadro de vômito com sangue e forte queimação na garganta após beber uma água engarrafada e lacrada. O produto foi enviado para análise e os resultados ainda não foram divulgados. Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Abaixo, veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso: Quem é a vítima e como o caso começou? Quais foram os sintomas e o diagnóstico? Qual é o estado de saúde dele agora? Mais pessoas foram afetadas? O que dizem as autoridades sobre o caso? O que dizem as empresas envolvidas? Como estão as investigações? Polícia investiga possível contaminação em água após homem passar mal no interior de SP Polícia Civil de Garça/reprodução 1. Quem é a vítima e como o caso começou? A vítima é Alexandre Carpine, de 50 anos, morador de Garça. Ele passou mal no dia 10 de outubro após beber uma garrafa de água lacrada da marca Mineratta, que estava na geladeira do trabalho. 2. Quais foram os sintomas e o diagnóstico? Logo nos primeiros goles, Alexandre percebeu um gosto estranho e pensou que fosse água com gás. Pouco depois, apresentou vômito com sangue e forte queimação na garganta, sendo levado à UPA da cidade. No hospital, os exames mostraram queimaduras no estômago e no esôfago, provocadas por ingestão de substância corrosiva. Ele precisou receber alimentação por sonda nos primeiros dias de internação. 3. Qual é o estado de saúde dele agora? Alexandre recebeu alta médica nesta quinta-feira (15). Ele vai continuar o tratamento em casa, seguindo dieta especial e acompanhamento médico. 4.Mais pessoas foram afetadas? Sim. Uma enfermeira que manuseou a garrafa também sofreu queimaduras nas mãos. Além disso, outra mulher relatou sintomas após consumir água da mesma marca, mas foi atendida e liberada. 5.O que dizem as autoridades sobre o caso? A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária recolheram todas as garrafas do lote 253.1, com fabricação em 10/09/2025 e validade até 10/09/2026, do comércio de Garça. O delegado responsável pelo caso, Adriano Marreiro, informou que o material apreendido foi encaminhado para perícia. O resultado do laudo técnico deve apontar qual substância causou a contaminação e orientar os próximos passos da investigação. Um inquérito policial foi instaurado. 6.O que dizem as empresas envolvidas? Segundo a investigação, a água foi engarrafada em uma fábrica de Pinhalzinho (SP), distribuída e vendida para um comerciante de Garça. A distribuidora da bebida afirmou que presta apoio à vítima e aguarda o resultado da perícia para tomar medidas. A empresa responsável pelo envase, localizada em Pinhalzinho, disse que segue rigorosos controles de qualidade e que colabora com as autoridades nas novas análises. 7. Como estão as investigações? As autoridades aguardam o resultado da perícia para identificar o agente contaminante e definir se houve falha no envase, transporte ou armazenamento. Enquanto isso, o consumo da água Mineratta do lote recolhido segue suspenso. Polícia investiga possível contaminação em água após homem passar mal no interior de SP Polícia Civil de Garça/reprodução * Sob a supervisão de Mariana Bonora. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília

Bombeiros levaram estudante morto por tiro de PM a hospital que sabiam estar com emergência fechada, diz ficha médica

Bombeiros levaram estudante morto por tiro de PM a hospital que sabiam estar com emergência fechada, diz ficha médica

PM mata estudante de medicina com tiro à queima-roupa na Vila Mariana, Zona Sul de SP Bombeiros levaram o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta de 22 anos — morto com um tiro à queima-roupa disparado por um policial militar — a um hospital que sabiam estar com a emergência fechada por conta da superlotação, segundo a ficha de atendimento médica, obtida pelo g1. O caso aconteceu em novembro de 2024, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, e gerou forte repercussão. Marco Aurélio foi baleado dentro de um hotel na Rua Cubatão, onde estava hospedado, após dar um tapa no retrovisor de uma viatura. Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado foram indiciados pelo homicídio. (Leia mais abaixo.) O jovem foi levado ao Hospital Ipiranga, que fica a cerca de 5 km da cena do crime. Antes de ser submetido a cirurgia, ele sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e morreu. Na ficha de atendimento, de 13 páginas, consta uma intercorrência: "emergência fechada em razão de superlotação e indisponibilidade de tomografo (inoperante há uma semana)". O documento também registra que o Núcleo Interno de Regulação (NIR) havia informado todas as equipes sobre a situação, mas que “a equipe de bombeiros trouxe [a vítima] mesmo sabendo da superlotação e ausência de tomógrafo”. O tomógrafo — aparelho de diagnóstico por imagem que usa raios-x e computadores para gerar imagens internas do corpo — seria fundamental para localizar o projétil que perfurou o estudante. O que é NIR? É um setor do hospital responsável por gerenciar o fluxo de pacientes e recursos, incluindo a capacidade cirúrgica do pronto-socorro. O núcleo funciona 24 horas e é responsável por emitir alerta a outras unidades no caso de intercorrências. "Depois de atirar, [os policiais] ameaçaram, insultaram, injuriaram e deixaram meu filho agonizar. A ambulância demorou, os bombeiros demoraram chegar. A médica do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) mandou longe, sabendo que não podia mandar lá, porque não tinha tomografia e estava lotado", afirmou o pai de Marco Aurélio, o médico Julio Cesar Acosta Navarro. Estudante de Medicina Marco Aurélio e o pai Reprodução/Arquivo pessoal Ele afirmou ainda que havia outros pronto-socorros mais próximos do local do crime, como o Hospital Santa Rita, a cerca de 20 metros do hotel. "Esse hospital que levaram era mais longe. Tinha o Hospital do Servidor Estadual, que meu filho, por ser filho do servidor, podia ser atendido; o Hospital das Clínicas a oito minutos; Hospital do Servidor Público Municipal na Vergueiro. Tinha um monte de hospitais, mas eles mandaram longe para um hospital sem tomografia", desabafou. Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que "o atendimento à vítima foi realizado respeitando integralmente os protocolos de emergência". "O jovem foi encaminhado prontamente ao Hospital Ipiranga, após contato com o médico regulador que atua no Copom. Esse profissional acompanha, em tempo real, a disponibilidade hospitalar, incluindo leitos, equipamentos e especialidades médicas, garantindo que a vítima seja levada ao local mais adequado para o atendimento." (Leia na íntegra abaixo.) 'Tem que sofrer mesmo' Bombeiros comentam sobre a falta de estrutura do hospital para onde a vítima foi levada Imagens de câmera corporal de um dos PMs registraram o momento em que dois bombeiros comentam sobre a falta de estrutura do Hospital Ipiranga na entrada do centro cirúrgico: Bombeiro 1: “Agora ele vai para cirurgia, só que falaram que está sem tomografia. Não tem como localizar nada. Vai ser na mão mesmo. Eles estavam mexendo nele lá." Bombeiro 2 : “Tem que sofrer mesmo, pô,” Bombeiro 1: [ri]. Versões contraditórias do policial As imagens das câmeras corporais dos policiais também revelam que Guilherme Augusto Macedo, responsável pelo disparo que matou o estudante, apresentou três versões diferentes antes do registro do caso na delegacia. O PM mudou sua narrativa à medida que outros policiais chegavam ao local, agravando e ajustando os fatos para tentar justificar o tiro. Na primeira versão, gravada em áudio por sua câmera corporal, Guilherme afirma que teria sido “encurralado” por Marco Aurélio: “Ele veio para cima. Deu um tapa na viatura, eu saí correndo atrás. Aí ele encurralou a gente, tentei trazer ele na moral, o Prado foi pra cima e ele derrubou o Prado. Nisso, ele veio pra cima de mim e eu efetuei o disparo. Quando eu efetuei o disparo, ele parou". Em um segundo relato, também registrado pela câmera, o policial afirma já conhecer Marco Aurélio e tenta suavizar a perseguição, omitindo os xingamentos e ameaças de tiro. Na terceira versão, o PM acrescenta que tentou conter o estudante “de outra maneira” antes de atirar, mas que a tentativa teria falhado. As imagens do hotel e da própria câmera corporal, porém, mostram o contrário: o disparo é quase imediato após a queda do outro policial, sem qualquer tentativa de contenção menos letal. Diante das novas imagens, o advogado da família, Pedro Medeiros Muniz, solicitou nesta quarta-feira (15) mais uma vez a prisão preventiva dos dois policiais envolvidos no assassinato. LEIA TAMBÉM: Justiça nega pedido de medida protetiva do PM que matou estudante de medicina contra pai da vítima Quem era o estudante de medicina morto pela PM em hotel da Zona Sul de SP Relembre o caso Marco Aurélio foi morto com um tiro à queima-roupa durante uma abordagem policial na madrugada de 20 de outubro de 2024, na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. Ele tinha 22 anos e estava no quinto ano do curso de medicina na Universidade Anhembi Morumbi. A confusão começou quando o estudante deu um tapa no retrovisor da viatura dos PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado e correu para o interior de um hotel, onde ele estava hospedado com uma mulher. A ação foi registrada por uma câmera de segurança. Nas imagens, é possível ver que o jovem entrou no saguão do hotel sem camisa e foi perseguido pelos policiais. Um dos agentes tentou puxar Marco Aurélio pelo braço, enquanto o outro o chutou. Em seguida, o estudante segurou a perna do policial, que caiu no chão. Durante a confusão, o PM Guilherme atirou na altura do peito do estudante. No boletim de ocorrência, os policiais alegaram que o jovem teria tentado pegar a arma de Bruno. Ele era o filho caçula de um casal de médicos peruanos naturalizados brasileiros que se mudou para cá há mais de duas décadas. Segundo a mãe, a intensivista Silvia Mônica, o rapaz nasceu prematuramente e concluiu o ensino médio com apenas 15 anos. O que diz a SSP A Polícia Militar esclarece que os diálogos descritos não representam o posicionamento institucional do Corpo de Bombeiros, tampouco condizem com as diretrizes e protocolos adotados pela Instituição. Os fatos relacionados à morte do estudante foram rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar. As imagens registradas pelas câmeras operacionais portáteis (COPs) foram anexadas aos procedimentos conduzidos pela Corregedoria da PM e pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O policial militar envolvido foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM) e permanece, desde o ocorrido, afastado de suas atividades operacionais. A Instituição aguarda a conclusão do processo criminal e a manifestação do Poder Judiciário. Importante destacar que o atendimento à vítima foi realizado respeitando integralmente os protocolos de emergência. O jovem foi encaminhado prontamente ao Hospital Ipiranga, após contato com o médico regulador que atua no Copom. Esse profissional acompanha, em tempo real, a disponibilidade hospitalar, incluindo leitos, equipamentos e especialidades médicas, garantindo que a vítima seja levada ao local mais adequado para o atendimento.

Celular intermediário premium: 5 modelos para comprar por menos de R$ 3.000

Celular intermediário premium: 5 modelos para comprar por menos de R$ 3.000

Para quem deseja um bom celular, mas não tem condições de gastar muito dinheiro com os famosos “topo de linha”, há opções intermediárias premium, que custam menos de R$ 3.000. No mercado nacional, existem vários modelos de diferentes características, marcas, tamanhos e preços, focados principalmente no quesito custo-benefício, para agradar o público que quer um bom smartphone por um preço mais tranquilo. Por isso, o Techtudo selecionou cinco aparelhos para você comprar. A lista conta com celulares da Realme, Xiaomi, Motorola e Samsung, com preços que variam desde R$ 1.858 na versão mais barata (Motorola Edge 50), até R$ 2.932 na alternativa mais cara disponível (Samsung Galaxy S24). Vale destacar que os preços foram verificados durante a apuração da matéria, em outubro de 2025, e podem sofrer alterações. Confira nossa seleção completa abaixo! ? Grupo do TechTudo no Telegram: receba ofertas e cupons de desconto todos os dias Receba ofertas e cupons direto no seu celular com o nosso canal do WhatsApp Samsung Galaxy S24 entra na lista de intermediários premium por menos de R$ 3.000 Reprodução/Unsplash (Dhruv vishwakarma) Celular com câmera ruim? 7 apps que vão melhorar a qualidade das suas fotos Initial plugin text É seguro comprar online? Descubra no Fórum do TechTudo 1. Motorola Edge 50 – a partir de R$ 1.858 Considerado o celular mais fino do mundo, ele possui tela pOLED Super HD de 6,7 polegadas, com taxa de atualização de 120 Hz e HDR10+. O aparelho também conta com resistência militar MIL-STD-810H, 12 GB de memória RAM expansível até 24 GB com RAM Boost, bateria de 5.000 mAh, carregamento TurboPower de 68 W, e processador Snapdragon 7 Gen 1. Além disso, o modelo apresenta câmera traseira de 50 MP com estabilização óptica (OIS) e sensor Sony LYTIA™ 700C, lente ultrawide/macro de 13 MP e uma teleobjetiva de 10 MP. O produto pode ser comprado nas Casas Bahia por R$ 1.858, com avaliação máxima de 5 estrelas. Nos comentários, os usuários elogiam design atraente, qualidade da câmera e desempenho geral. Por outro lado, alguns compradores reclamam da duração da bateria e de aquecimento anormal do aparelho. Prós: design atraente; qualidade da câmera; desempenho geral Contras: alguns compradores reclamam da duração da bateria e de aquecimento anormal do aparelho 2. Redmi Note 14 Pro+ – a partir de R$ 2.186 Esse modelo apresenta tela AMOLED de 6,67 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz e processador Snapdragon 7s Gen 3, da Qualcomm. O aparelho conta com bateria de 5.110 mAh e carregador rápido de 120 W, resistência à água e poeira IP68 e proteção Corning Gorilla Glass Victus 2. O conjunto de câmeras do celular também se destaca com a principal de 200 MP com estabilização óptica de imagem (OIS), a ultrawide de 8 MP e a macro de 2 MP, além da frontal de 20 MP. É possível adquirir o produto por R$ 2.186 no Mercado Livre, com avaliação de 4,7 estrelas de 5. Nos comentários, os usuários elogiam qualidade do som e da câmera, além do carregamento rápido. Por outro lado, alguns compradores reclamam da duração da bateria. Prós: qualidade do som e da câmera; carregamento rápido Contras: alguns compradores reclamam da duração da bateria 3. Motorola Edge 60 Pro – a partir de R$ 2.693 O aparelho conta com tela Quad-Curve pOLED de 6,7 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz, processador Dimensity 8350 Extreme e 24 GB de RAM combinada (12 GB físicos + 12 GB de RAM Boost). Além disso, o celular possui 6.000 mAh de bateria e carregamento TurboPower de 90 W. O principal destaque é o conjunto fotográfico, que conta com o sensor Sony LYTIA 700C de 50 MP, acompanhado de uma lente ultrawide com 50 MP e uma lente teleobjetiva de 10 MP. A câmera frontal tem 50 MP. O produto pode ser comprado no Mercado Livre por R$ 2.693, com avaliação de 4,9 estrelas de 5. Nos comentários, os usuários elogiam qualidade da tela e da câmera, duração da bateria, desempenho geral e design atraente. No entanto, alguns compradores reclamam da durabilidade e de problemas com a resistência à água. Prós: qualidade da tela e da câmera; duração da bateria; desempenho geral; design atraente Contras: alguns compradores reclamam da durabilidade e de problemas com a resistência à água 4. Realme 14 Pro Plus – a partir de R$ 2.870 Esse aparelho conta com tela OLED de 6,83 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz, processador Snapdragon 7s Gen 3 e memória RAM de até 12 GB. O modelo também apresenta 6.000 mAh com carregamento ultrarrápido de 80 W, que pode restaurar 50% da carga em cerca de 24 minutos. Além disso, o principal destaque fica por conta do conjunto de câmeras, sendo a principal de 50 MP com estabilização óptica de imagem (OIS), que promete fotos e vídeos nítidos e bem iluminados mesmo em condições adversas. Além das lentes de telefoto de 50 MP, uma ultrawide de 8 MP e a frontal de 32 MP. O produto pode ser encontrado no Mercado Livre por R$ 2.870, com avaliação de 4,9 estrelas de 5. Nos comentários, os usuários elogiam custo-benefício, duração da bateria, desempenho geral e design atraente. No momento de apuração desta reportagem, não existiam comentários negativos sobre o aparelho. Prós: custo-benefício; duração da bateria; desempenho geral; design atraente Contras: no momento de apuração desta reportagem, não existiam comentários negativos sobre o aparelho 5. Samsung Galaxy S24 – a partir de R$ 2.932 O smartphone apresenta tela AMOLED Dinâmico 2X, com resolução FHD+, taxa de atualização de 120 Hz e 6,2 polegadas. O modelo conta com bateria de 4.000 mAh com carregamento rápido de 25 W, que promete carregar de 0 a 50% da carga em até 30 minutos. O sistema operacional é o Android 14 e o celular possui certificação IP68, resistente à água e poeira. Além disso, o conjunto de câmeras tem uma principal de 50 MP com estabilização óptica de imagem (OIS), ultrawide de 12 MP, teleobjetiva de 10 MP e frontal de 12 MP. Outro destaque fica por conta dos recursos de IA que melhoram a qualidade das fotos e dos vídeos. O produto está disponível na Amazon por R$ 2.932, com avaliação de 4,7 estrelas de 5. Nos comentários, os usuários elogiam qualidade do conjunto fotográfico, design atraente, tamanho compacto e desempenho geral. Entretanto, alguns compradores reclamam da duração da bateria e de aquecimento anormal do aparelho. Prós: qualidade do conjunto fotográfico; design atraente; tamanho compacto; desempenho geral Contras: alguns compradores reclamam da duração da bateria e de aquecimento anormal do aparelho Com informações de Amazon, Casas Bahia, Mercado Livre, Motorola, Realme, Samsung e Xiaomi Mais do TechTudo Initial plugin text Assista: Celular 5G baratinho? Agora isso é possível! Celular 5G baratinho? Agora isso é possível! Nota de transparência: o TechTudo mantém uma parceria comercial com lojas parceiras. Ao clicar no link da varejista, o TechTudo pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação. Os preços mencionados podem sofrer variação e a disponibilidade dos produtos está sujeita aos estoques. Os valores indicados no texto são referentes a outubro de 2025.

Governo federal cria classificação indicativa de 6 anos

Governo federal cria classificação indicativa de 6 anos

Uma nova regulamentação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva amplia a classificação indicativa para aplicativos, incluindo agora a faixa etária de 6 anos. Antes, a classificação abrangia apenas categorias como “livre”, 10 anos, 12 anos, 14 anos, 16 anos e 18 anos. Com a mudança, qualquer aplicativo poderá receber indicação de idade, e a nova faixa serve para sinalizar que o conteúdo não é apropriado para menores de 6 anos. O ministro da Justiça , Ricardo Lewandowski, declarou que a infância e adolescência no país enfrentam desafios como a violência, também presente no ambiente digital. "O nosso objetivo é criar mecanismos que contribuam para criação de ambiente mais seguro e respeitoso para crianças brasileiras", afirmou Lewandowski. Aplicativos sob novas regras de classificação As atuais faixas de classificação indicativa | Foto: Divulgação/Governo federal A portaria amplia a regra anterior, que abrangia filmes, jogos e apps de conteúdo audiovisual, para incluir todos os tipos de aplicativos. Agora, pais e responsáveis terão mais informações sobre riscos potenciais ao baixar aplicativos, especialmente aqueles que facilitam contato entre menores e adultos desconhecidos ou interações com Inteligência Artificial. As classificações serão exibidas nas lojas virtuais no momento do download, permitindo que os pais avaliem a adequação dos aplicativos para crianças e adolescentes. O tema ganhou destaque após denúncias de exploração infantil em ambientes digitais, motivando o debate sobre a chamada adultização de crianças. Lei assinada por Lula também cria novas obrigações para plataformas digitais A legislação aprovada determina que perfis de redes sociais de menores de 16 anos sejam vinculados a responsáveis legais, exige remoção imediata de conteúdos abusivos e estabelece multas entre R$ 10 por usuário cadastrado e R$ 50 milhões, conforme a infração. A lei, sancionada por Luiz Inácio Lula da Silva em setembro de 2025, também prevê a suspensão das atividades de plataformas que descumprirem as regras, exigindo mecanismos confiáveis para verificação de idade e permitindo denúncias por vítimas, responsáveis e órgãos de defesa. + Leia mais notícias de Política em Oeste O post Governo federal cria classificação indicativa de 6 anos apareceu primeiro em Revista Oeste .

ANSM discute desafio na gestão de serviços médicos

ANSM discute desafio na gestão de serviços médicos

Representantes da Associação Nacional das Empresas de Gestão de Serviços Médicos (ANSM) realizaram uma intensa agenda institucional em Brasília, no final do mês de setembro, marcada por encontros com autoridades políticas, lideranças setoriais e representantes de entidades da saúde. O objetivo é trazer para a pauta nacional temas que poderão impactar a curto prazo os custos da saúde para a população, como, por exemplo, reforma tributária, modelos societários e desafios da gestão de serviços médicos. A ANSM é uma entidade que reúne empresas presentes em 14 estados, que representam 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e conta com cerca de 130 mil médicos cadastrados. A associação tem como objetivo promover educação de qualidade e incentivo à pesquisa e novas tecnologias na gestão de serviços médicos, adotar práticas transparentes, com foco em eficiência, melhoria contínua e excelência em todos os processos. "Nosso objetivo central sempre será colocar o bem-estar da sociedade no centro das decisões, promovendo acesso, equidade e qualidade de vida", afirmou o presidente da ASNM, Thiago Madureira. Durante a semana foram realizadas reuniões com o deputado Dr. Pedro Westphalen — presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços de Saúde — e senador Hiran Gonçalves. Também foi realizado um encontro com o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Mirócles Véras, e Dr. Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde. "As reuniões evidenciaram o papel da associação como articuladora entre prestadores, operadoras e instituições de saúde, reforçando sua atuação técnica, ética e colaborativa no processo de construção de soluções para o setor", afirmou o Dr. Erickson Blun, conselheiro de administração e diretor da área de Relações Institucionais e Governamentais da ANSM e responsável por conduzir a missão institucional em Brasília. Encontros institucionais de destaque Entre os compromissos, a ANSM esteve reunida com a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), oportunidade em que foram discutidas parcerias para apoiar a sustentabilidade das instituições hospitalares, interiorização de serviços e qualificação profissional. A entidade também dialogou com o senador Hiran Gonçalves, o deputado Dr. Pedro Westphalen, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços de Saúde, além da FenaSaúde, para alinhar perspectivas sobre autorregulação, impactos econômicos da reforma tributária e os desafios da formação médica. Como desdobramento, a ANSM definiu a criação de Grupos de Trabalho em áreas estratégicas, como Tributário e Societário, e o fortalecimento de alianças institucionais para enfrentar os desafios regulatórios e econômicos da saúde no Brasil. Papel estratégico da ANSM A agenda em Brasília consolidou a ANSM como entidade representativa e estratégica para a saúde nacional, comprometida em contribuir tecnicamente com autoridades públicas e em apoiar a sustentabilidade das empresas de gestão de serviços médicos. "Este movimento reforça nossa responsabilidade de defender os interesses do setor e de colaborar para a construção de soluções que garantam a qualidade e a continuidade da assistência médica no país", finalizou o Dr. Cristiano Tavares Simão e Silva, membro do Conselho Administrativo e Financeiro da ANSM.