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Artesão cria bonecos colecionáveis inspirados no folclore brasileiro por impressão 3D Personagens como Cuca, Boitatá, Saci ou Curupira são personagens da cultura popular brasileira que a maioria já conhece. Diante desse universo nacional, um artesão de Capão Bonito (SP) decidiu criar bonecos colecionáveis em edição limitada por impressão 3D, como forma de incentivar a cultura local. Irmo Sonvesso, 31 anos, trabalha há seis anos com artesanato e há quatro anos com objetos em impressão 3D. Durante esse tempo, ele já criou diversos personagens na comunidade pop e nerd. Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Por sentir a falta de algo que se aproximasse mais do Brasil, ele decidiu lançar uma edição especial de bonecos inspirados em personagens nacionais, na quinta-feira (22), Dia do Folclore. “Eu sempre gostei demais de histórias de fantasia desde criança, sempre li muito sobre as diferentes mitologias ao redor do mundo, grega, egípcia, chinesa, asteca, e por aí vai…”, conta. Artesão cria bonecos colecionáveis inspirados no folclore brasileiro por impressão 3D Irmo Sonvesso/Arquivo pessoal LEIA TAMBÉM RAIMUNDÃO, COBRA GRANDE E MAIS: conheça lendas e mitos do folclore de Itapetininga PROTETOR DA NATUREZA: Conheça a lenda do Unhudo, o major que 'voltou da morte' para proteger a fauna e a flora do interior de SP PRODUÇÃO DE BONECOS 3D: Do tradicional ao tecnológico, artistas lucram no interior de SP Cultura popular brasileira As criaturas fantasiosas e deuses poderosos sempre despertaram o interesse de Irmo. “Mas sempre achei curioso a quantidade de conteúdo sobre todas as lendas e mitos estrangeiros e dificuldade de encontrar conteúdo realmente brasileiro. Então, fui me aprofundando por conta própria e descobrindo inúmeras criaturas e deuses das raízes brasileira e indígenas”. “Fiquei fascinado com a riqueza! Então, já com minha empresa, resolvi criar os modelos para gerar conteúdo e também para vendê-los. Eu penso em transmitir a sensação de pertencimento”, continua. “Quantas vezes a gente comparou com outras culturas e meio que, inconscientemente, acabou menosprezando nossa própria cultura? Quero mostrar que temos nossa história, nossa mitologia, nossas lendas e que mais pessoas vejam e se aprofundem no que nós temos aqui”, continua. Da variedade de personagens do folclore brasileiro, Irmo separou, a princípio, quatro: Anhangá, Boitatá, Mapinguari e a Cuca, produzindo apenas cinco unidades de cada, com direito a caixinha personalizada e um pergaminho com as histórias. “E essa linha que criei eu não pretendo parar tão cedo, até porque existem dezenas de personagens aos quais eu gostaria de reproduzir”, afirma. Personagens do folclore brasileiro, Mapinguari e Cuca, em processo de criação Irmo Sonvesso/Arquivo pessoal Incentivo ao folclore nacional Dois dos personagens escolhidos não são tão conhecidos como os outros, mas carregam significados importantes para o artesão. “O Anhangá é um ser que me fascina, ele tem uma identidade ambígua, podendo ser um espírito maligno e/ou protetor da natureza, assume várias formas, em especial humanoide e de veado-branco”. Já o Mapinguari, segundo Irmo, tem influência dos filhos: Pietro, de 4 anos, e Helena, de 7 anos. “O meu filho mais novo gosta de pronunciar, acha engraçado. E o Boitatá e a Cuca foi por influência da escola deles. Eu curto quando tem a participação dos meus filhos, torna isso mais significativo ainda”. O artesão afirma que, além dessas criações, há outras inspirações anotadas em um caderno. “Ideias para brinquedos, colecionáveis, móveis, projetos... até que chegou a hora de tirar do papel os esboços e notas para a realidade”. Irmo compartilha os produtos que cria nas redes sociais e utiliza uma média de 20kg de material por mês, variando entre 50 a 80 pedidos, desde impressão 3D, gravura a laser, placas personalizadas e modelos 3D. “A variedade de opção proporciona uma flexibilidade imensa, desde chaveiros de R$ 4 a actions e cosplays de R$ 1.000 a peça. Hoje eu vendo muitos bonecos personalizados articulados”, finaliza. As impressões podem levar até dias para serem concluídas Oficina Pop Frame/Reprodução Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
Praia da Lagoinha, em Ubatuba Divulgação/Prefeitura de Ubatuba Um homem de 44 anos morreu após se afogar no mar de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, neste domingo (24). A vítima era de Penápolis (SP). A filha do homem - uma adolescente de 17 anos - também se afogou e foi resgatada do mar com hipotermia. Ela sobreviveu. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp De acordo com o Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), o caso aconteceu na Ilha do Pontal, que fica na região das praias Maranduba e Lagoinha. Um guarda-vidas e os bombeiros entraram no mar e conseguiram resgar o homem, que estava em um quadro de parada cardiorrespiratória. Ele recebeu reanimação cardiopulmonar e foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Maranduba, onde teve a morte confirmada por um médico. A filha dele foi retirada do mar em estado de hipotermia. Ela também foi levada à UPA, mas resistiu e não morreu. Corpo de Bombeiros alerta sobre os cuidados para evitar afogamentos Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina
Miguel do Carmo Alves, de 66 anos, morreu após passar mal durante um torneio realizado em Cuiabá. Reprodução O tenista Miguel do Carmo Alves, de 66 anos, morreu após passar mal durante um torneio realizado em Cuiabá, na manhã deste domingo (24). A informação foi confirmada pela Federação Mato-grossense de Tênis (FMTT). Segundo a federação, Miguel passou mal ainda dentro da quadra e recebeu atendimento imediato de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em seguida, foi levado ao Hospital Municipal de Cuiabá, mas não resistiu. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Em nota, a organização do torneio lamentou a morte do atleta e informou que todas as atividades programadas para o restante do domingo foram suspensas em respeito ao atleta. A causa da morte não foi divulgada até a última atualização desta reportagem.
Caso foi registrado na Depac Cepol, em Campo Grande. PCMS/Reprodução Uma mulher de 60 anos morreu após sofrer graves complicações de saúde causadas por um engasgo com uma espinha de peixe. O caso teve início em Três Lagoas (MS), mas a morte foi confirmada na noite de sábado (23), após a idosa ser transferida para um hospital em Campo Grande. Segundo boletim de ocorrência registrado pela filha da vítima, o engasgo ocorreu durante uma refeição, aproximadamente uma semana antes do óbito. Após o episódio, a mulher passou a apresentar sintomas como dor abdominal, tosse, dificuldade para respirar e piora geral do estado de saúde. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Alguns dias depois, ela procurou atendimento médico no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas. Exames indicaram um quadro de pneumomediastino grave — presença de ar na região central do tórax — e perfuração do esôfago, provavelmente causada pela espinha de peixe. Diante da gravidade do caso, a paciente foi transferida para o setor vermelho do Hospital Regional de Campo Grande, onde chegou em parada cardíaca. Equipes médicas tentaram reanimá-la por cerca de 16 minutos, mas sem sucesso. A ocorrência foi registrada como morte decorrente de fato atípico na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
Reclassificação de Plutão em 2006 mudou os livros de ciência e gera debates sobre o que define um planeta até hoje; relembre a decisão O post Por que Plutão deixou de ser planeta? Decisão polêmica completa 19 anos apareceu primeiro em Olhar Digital .
Após seu show na 70ª Festa de Peão em Barretos, que ocorreu neste sábado, 23, Ana Castela confirmou que vai participar da próxima novela das 7 da TV Globo, a “Coração Acelerado”. A novidade foi anunciada ao vivo, durante uma entrevista à emissora. “Além de cantora, agora vou virar atriz. Estou super feliz.” + Mioto responde […]
O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido simplesmente como Jaguar, morreu neste domingo, 25, aos 93 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no hospital Copa D’Or, em Copacabana, onde tratava uma infecção respiratória que evoluiu para complicações renais. A informação foi confirmada ao jornal Folha de S.Paulo . Figura central do humor gráfico no Brasil, Jaguar foi um dos fundadores do jornal Pasquim, lançado em 1969, que se tornou referência de resistência cultural e política em plena ditadura militar. Preso em 1970, passou três meses na cadeia, mas seguiu produzindo até os últimos anos de vida. O cartunista Jaguar morreu aos 93 anos | Foto: Divulgação/ABI Carreira e legado de Jaguar Jaguar começou a desenhar profissionalmente ainda jovem, no jornal O Semanário. Passou pelas revistas Manchete e Senhor antes de fundar o Pasquim, que chegou a vender 200 mil exemplares em poucas semanas. + Leia mais notícias de Imprensa em Oeste Uma das artes de Jaguar | Foto: Divulgação/ABI Seu traço simples, direto e irônico virou marca registrada, com cartuns publicados em diferentes veículos, entre eles o Correio da Manhã, a Última Hora e a Folha de S.Paulo, onde colaborou de 2017 até julho deste ano. Ao longo de quase sete décadas de trabalho, produziu cerca de 30 mil desenhos, em diferentes formatos — de guardanapos de botequim a páginas de jornais. Amigo e parceiro de nomes como Millôr Fernandes, Ziraldo, Paulo Francis e Ivan Lessa, Jaguar ajudou a construir um humor crítico que influenciou gerações de jornalistas e artistas. O estilo inconfundível Seus personagens, como Boris, o Vomitador, ou os quadrinhos dos Chopnics, ambientados em Ipanema, misturavam escracho e ternura. Jaguar transformava convenções sociais em alvo de ironia. Um de seus cartuns mais lembrados mostra Cristo na cruz dizendo a Madalena: “Hoje não dá, Madalena, estou pregado!”. Outro traz Prometeu acorrentado ouvindo do abutre: “Pra mim é pior que para você, Prometeu. Eu detesto fígado”. Nascido em 1932, Jaguar foi também cronista, editor e boêmio. Viveu intensamente o Rio de Janeiro, fundou a Banda de Ipanema e registrou com humor e crítica as contradições do país. Em seu livro de memórias, Confesso que Bebi (2001), brincava com o título de Pablo Neruda para lembrar sua vida entre redações e bares. O post Morre Jaguar, cartunista que marcou gerações e deu voz ao Pasquim apareceu primeiro em Revista Oeste .
Aprenda a fazer uma receita de feijão verde com nata No programa Estação Agrícola deste domingo (24), a culinarista afetiva, Dally Fonseca, ensinou a receita de um feijão com nata, prato típico nordestino. De acordo com a especialista, a receita faz parte de um universo da cozinha afetiva nordestina, com pratos que remetem à simplicidade do interior e que provocam a sensação de conforto e bem-estar. Ingredientes ? 1kg de feijão verde 200g de queijo coalho e pré-cozido e cortado em cubos ? 200g de nata ou requeijão cremoso manteiga de garrafa cebolinha picada sal Passo a passo Cozinhe o feijão verde com água e sal por 20 min e leve a um recipiente Aqueça a nata em um microondas por 30 segundos e adicione ao feijão Adicione o queijo cortado em cubos e a cebolinha picada ✨dica✨: use a manteiga de garrafa como complemento na hora de degustar o prato. A receita é ideal para quem é vegetariano, mas as pessoas que apresentam intolerância à lactose devem tomar cuidado. Aprenda a fazer a receita de um feijão verde com nata. Alex Campos/TV Sergipe
Juíza fazia servidores trabalharem como babá do filho, motorista, jardineiro e secretária
Onde se hospedar durante o The Town 2025: conheça hotéis com localização estratégica em São Paulo O post The Town 2025: confira hotéis com localização estratégica apareceu primeiro em Catraca Livre .
E também equidade e visibilidade aos excluídos
Apesar das iniciativas de mediação de Trump, que incluíram encontros com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, as posições de Moscou e Kiev continuam divergentes.
O Brasil tem muito o que comemorar no Mundial de ginástica rítmica. A equipe verde a amarela conquistou, com muita emoção, a medalha de prata na final do conjunto misto. As ginastas brasileiras receberam a incrível nota de 28,550 e tiveram de esperar a apresentação das sete equipes restantes para cravar o lugar no pódio. […]
O Brasil venceu neste domingo (24) a medalha de prata na série mista -três bolas e dois arcos- no Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica , disputado pela primeira vez na América do Sul, no Rio de Janeiro . Leia mais (08/24/2025 - 17h03)
Javier Milei já assistiu pelo menos cinco vezes a "Homo argentum", lançado há dez dias nos cinemas argentinos. A comédia, dirigida por Mariano Cohn e Gastón Duprat, reúne 16 histórias protagonizadas pelo comediante Guillermo Francella. O presidente da Argentina viu o filme com diversos convidados em sessões privadas intermináveis, pausando cenas para explicar supostas conexões entre a mensagem na tela e ideias libertárias. Era a batalha cultural transformada em cinema. Naqueles momentos de deslumbramento, parecia impensável que, poucos dias depois, Milei se veria encurralado por um homem que parecia ter saído da galeria de estereótipos de Francella. Contexto: Polícia argentina cumpre mandados de busca após áudios vazados ligarem irmã de Milei a suposta cobrança de propina Motosserra: Milei veta aumento a aposentados e pensionistas por invalidez na Argentina Diego Spagnuolo comandou a Agência Nacional para Pessoas com Deficiência (Andis) por um ano e meio, sem experiência alguma na área. Advogado, orgulhava-se de falar sem usar eufemismos. Dizia a uma mãe de uma criança com autismo, por exemplo, que ela, ao contrário dele, tinha a vantagem de poder circular pelas rodovias sem pagar pedágio. Apegava-se à frase “não há dinheiro” frente a pedidos de assistência pública, ao mesmo tempo em que mantinha uma máquina de contar cédulas em sua casa, localizada em um condomínio fechado de Pilar, na região metropolitana de Buenos Aires. Desde a noite de terça-feira, o governo treme só de ouvir seu nome. Spagnuolo representa o golpe mais contundente no coração do discurso libertário. Gravações clandestinas, nas quais alguém, que parece ser ele, descreve com naturalidade um suposto esquema de propina na compra de medicamentos para pensionistas, projetam uma sombra diretamente sobre os irmãos Milei. Diante da adversidade, o governo libertário repete o mesmo reflexo observado no caso $LIBRA [suposto esquema de fraude envolvendo a criptomoeda de mesmo nome, promovida pelo presidente antes de gerar perdas milionárias aos investidores]. Os dias passam sem que se dê explicação definitiva para afastar as suspeitas de corrupção. Não se trata de inação causada por choque — o pânico que paralisa os irmãos Milei e seu círculo de poder vem do fato de terem perdido totalmente o controle sobre as informações que podem emergir nos próximos dias. Informações comprometedoras Fontes da Casa Rosada e do Congresso confirmam versões sobre a existência de mais gravações, em áudio e vídeo, ligadas à gestão da Andis sob o comando de Spagnuolo. Supõe-se que ele tenha sido alvo de uma manobra de inteligência ilegal, ainda não explorada totalmente por seus eventuais autores. As conversas divulgadas têm cerca de um ano. Durante pelo menos três meses, operadores circulavam oferecendo supostas informações comprometedoras relacionadas à agência, sem que o governo tivesse sido alertado. Conheça: Livro revela detalhes da vida de Karina, irmã de Javier Milei, e explica como se tornou a mulher mais poderosa do país O problema se tornou crise devido à rápida atuação da Justiça. O promotor Franco Picardi, ex-funcionário do Ministério da Justiça no governo de Cristina Kirchner, apreendeu o telefone de Spagnuolo, seus computadores e caixas de documentos. Os documentos nos autos incluem itens apreendidos nas residências dos irmãos Kovalivker, donos da drogaria Suizo Argentina, mencionada nos áudios do agora ex-funcionário. Também foram recolhidos o celular e documentos do advogado Daniel Garbellini, descrito pela voz atribuída a Spagnuolo como o nome indicado por Eduardo “Lule” Menem, subsecretário de Gestão Institucional, para a arrecadação, dentro do governo, das supostas propinas. “Estamos no escuro”, admitiu um funcionário da Casa Rosada. Não há contato direto com o tribunal ou com o Ministério Público. Desde quinta-feira, o governo também não consegue mais se comunicar com Spagnuolo. Não sabem sequer se ele está disposto a depor ao ser convocado ou se crê ter sido “traído”, como sugere um dirigente que afirma tê-lo contatado após sua demissão, feita por decreto por Milei. A decisão provocou um debate áspero na cúpula do governo. O que fazer diante de áudios em que um funcionário próximo ao presidente fala abertamente sobre um sistema de propinas de até 8%, supostamente organizado por "Lule" Menem, braço direito — e esquerdo — da secretária-geral Karina Milei? A reação lógica seria negar a veracidade do material, o já clássico “é inteligência artificial”. Mas as primeiras respostas hesitantes de Spagnuolo desaconselharam a se seguir esse caminho. Relembre: Criador de criptomoeda $LIBRA disse ter pago suborno à irmã de Milei ao buscar investidores As demissões foram uma tentativa otimista de se cortar o escândalo pela raiz antes que se espalhasse. O anúncio foi feito pela Secretaria de Comunicação da Presidência, entidade burocrática que permitiu ao secretário de Comunicação e Meios, Manuel Adorni, não se expor pessoalmente diante de notícia tão desconfortável. O decreto subsequente é uma obra-prima da ambiguidade. Nele afirma-se que “as pessoas que exercem função pública devem fazê-lo observando e respeitando os princípios e normas éticas de honestidade, probidade, retidão, boa-fé e austeridade republicana”, e que “a prevenção de condutas contrárias à integridade pública constitui um compromisso inadiável do Estado”. Em nenhum momento se explica de que são afinal acusados Spagnuolo e Garbellini, exonerados no mesmo ato administrativo. Quem tentou preencher o vazio foi o chefe de Gabinete da Presidência, Guillermo Francos. Ele denunciou uma “operação” da oposição, sem outra prova além da coincidência temporal entre a divulgação dos áudios e a sessão da Câmara dos Deputados que debateu o veto de Milei a lei que declarava emergência na Andis e ampliava os benefícios sociais federais. Mudança de postura O contraste com uma reação anterior de Karina Milei também chama a atenção. No passado, quando a apresentadora Pamela David atribuiu falsamente a ela o uso de um Rolex de US$ 35 mil, a secretária-geral e irmã do presidente reagiu com uma publicação indignada em suas redes sociais, acompanhada de fotos. Exigiu retratação. Estimulou assim uma onda de mensagens militantes em defesa de sua honra. Agora, no entanto, o silêncio se manteve quando um funcionário público afirmou, com desenvoltura, que a ela caberia 3% da propina cobrada aos fornecedores de medicamentos adquiridos pelo Estado para pessoas com deficiência. Em março: Argentina pede afastamento de juíza que ordenou a libertação de detidos em protesto por aposentados Javier Milei, por sua vez, decidiu seguir como se nada tivesse acontecido, embora seu círculo reconheça que a magnitude do escândalo exige resposta pessoal e direta. Com o caso $LIBRA foi semelhante: ele tentou contornar nas redes, rezou para que o tempo mudasse a agenda e, somente 72 horas após o post inicial esboçou uma explicação pública. Mas o novo escândalo ameaça ser ainda mais delicado. Há dólares em envelopes, como os encontrados com o empresário Emmanuel Kovalivker quando ele tentava sair de sua casa. Segundo fontes na Justiça, há também uma máquina de contar cédulas na residência de Spagnuolo, amigo do presidente. Ele pode ser ouvido falando de corrupção como quem narra um jogo de futebol. Telefones e documentos se acumulam no escritório de um promotor considerado hostil pelo governo. E tudo ocorre a 15 dias de eleições na província de Buenos Aires e a dois meses das legislativas nacionais. E a principal diferença em relação ao caso $LIBRA está na natureza do escândalo. No caso da criptomoeda, a defesa de Milei alegou tratar-se de uma “questão entre entes privados”. Quem investiu no token, que subiu como um foguete e depois despencou de valor, sabia o que fazia. Era como jogar roleta russa, afirmou à época o presidente. Já o caso Spagnuolo remete ao lado mais sórdido da casta política que os libertários prometem combater: privilegiados que se beneficiam de uma suposta rede de propinas responsável por corroer o orçamento público destinado a um dos setores mais vulneráveis da sociedade. O que fazer com Spagnuolo? O governo enfrenta uma decisão delicada: proteger o ex-funcionário, como fez com o empresário de criptomoedas Hayden Davis, ou não ter outra saída senão declará-lo “traidor e corrupto”, como já ocorreu com tantos outros no passado? Relembre: Guerra no círculo íntimo de poder de Milei gera tensão na Casa Rosada A proximidade de Spagnuolo com Milei é inegável. Ele era um dos poucos convidados pelo presidente aos domingos para ouvir ópera na Quinta de Olivos [residência oficial da Presidência]. Antes das eleições de 2023, também frequentava a casa de Benavidez, para onde o então deputado libertário havia se mudado. Ousava levantar a voz em discordâncias. Sua conta na rede social X está repleta de imagens de campanha, na estrada, com os irmãos Javier e Karina. Na primeira vez em que Milei processou um grupo de jornalistas, escolheu Spagnuolo para representá-lo. Quem o conhece diz que a proximidade entre os dois diminuíra nos últimos tempos devido à intervenção de Karina, censora habitual das relações de seu irmão. Há indícios de que ela acompanhava de perto a gestão da Andis desde o início do governo. "Lule" Menem convocou Spagnuolo três vezes em 15 dias ao seu gabinete na Casa Rosada logo após ele assumir a agência, entre fevereiro e março de 2024, conforme atestam registros oficiais. Esse interesse do homem de confiança de Karina em área tão específica é uma das incógnitas que a narrativa oficial ainda precisa esclarecer. A estabilidade econômica é um dos pilares que levaram Milei até aqui. O outro era o combate — real ou imaginário — aos privilegiados que se beneficiam do Estado. Essa viga mestra treme justamente quando se aproxima o veredito das urnas, onde o presidente busca o combustível necessário para impulsionar a segunda metade de seu mandato. Spagnuolo se tornou um elo solto. Nada segue conforme o plano quando o lema de campanha “kirchnerismo nunca mais” convive com uma voz amiga que, nas gravações radioativas, diz: “Estes são mais ladrões que os Kirchner”. Martín Rodríguez Yebra é Secretário de Redação do La Nación, que faz parte, como O GLOBO, do Grupo de Diários América (GDA), que reúne 11 dos principais jornais da América Latina.