Ana Castela rebate críticas por 'não ser mais a mesma' e especialista explica por que mudar é necessário

Ana Castela rebate críticas por 'não ser mais a mesma' e especialista explica por que mudar é necessário

Após ser alvo de comentários nas redes sociais que diziam que "não é mais a mesma", Ana Castela respondeu com firmeza e sensibilidade. A cantora, que vem amadurecendo pessoal e profissionalmente, usou as redes para refletir sobre os efeitos do crescimento e da passagem do tempo, e foi amplamente apoiada por seus seguidores. Confira: Pesquisa revela o que os homens consideram realmente a 'mulher ideal' e o resultado é chocante Geração Z ativa 'modo nostalgia': entenda o que está por trás dessa tendência "Eu amo vocês, mas vocês sabem que eu não vou ter 18 anos para sempre, né? Isso é normal! E vocês vão ter essa sensação todo ano, porque vou ficar mais velha, vou ter outros pensamentos, vou amadurecer mais. Então, não joguem esse peso de que não sou mais a mesma em mim", afirmou Ana. Para a especialista em autoconhecimento e autoamor Renata Fornari, a mudança pessoal é não apenas natural, mas essencial. "Ser a mesma de sempre é uma prisão disfarçada de amor. Quando a gente se permite mudar, a vida volta a respirar dentro da gente", explica. Renata reforça ainda: "Como dizem, a natureza da natureza é a mudança. Nós estamos aqui para mudar no sentido da nossa evolução." Segundo ela, em busca de aprovação, muitas mulheres acabam se moldando a padrões que sufocam sua essência. Ao se libertarem dessas expectativas e abraçarem sua autenticidade, podem causar estranhamento em quem estava acostumado com uma versão anterior, mas isso faz parte do processo. "Amadurecer não significa perder essência. O amor verdadeiro não exige que a gente pare no tempo. Ele cresce junto. E quando uma mulher se expande, ela não deixa de ser quem era, ela se torna ainda mais inteira", completa.

'A Zona Norte ganhou estradas e perdeu praias. Isso representa um racismo ambiental', diz autor de livro sobre os aterros que mudaram o Rio

'A Zona Norte ganhou estradas e perdeu praias. Isso representa um racismo ambiental', diz autor de livro sobre os aterros que mudaram o Rio

O crescimento da cidade por meio de aterros é um dos temas do livro “As Águas Encantadas da Baía de Guanabara”, lançado em 2021. Um de seus autores é o geógrafo Jorge Luiz Barbosa, de 66 anos, professor da UFF e coordenador do Instituto Comum Viver. Nessa entrevista, que faz parte da série "Aterros do Rio", que o GLOBO publica até amanhã, Jorge vê diferenças entre projetos que criaram aterros nas zonas Sul e Norte. Se o Aterro do Flamengo valorizou todo o entorno, as intervenções na Zona Norte fizeram sumir do mapa praias frequentadas por uma população de menor renda para construir estradas e implantar indústrias: “Isso configura um racismo ambiental”, afirma. Descubra: Centro do Rio perdeu lagoas que deram lugar a locais icônicos Veja o antes e o depois: praias e lagoas que foram aterradas no Rio Os aterros no Rio começaram no século XVIII, no período colonial. Qual foi a razão? A cidade cresceu ocupando encostas. Primeiro pelo Morro do Castelo (1567) e, depois, pelos morros de Santo Antônio, São Bento e Conceição. Com os anos, precisava de mais espaço para se expandir. As lagoas eram vistas pela população como locais sujos, que propagavam mosquitos que transmitiam doenças. E por essa razão precisavam ser aterradas. As condições ambientais eram ruins porque (as lagoas) eram contaminadas pelo esgoto da população. Mas elas nunca foram problema para os índios tupinambás, que habitavam o Rio antes da colonização. Os povos originais viviam da pesca artesanal e da coleta de caranguejo. A Praia de Santa Luzia, até o início do século XX, ia até a entrada da igreja de mesmo nome, no Centro do Rio Georges Leuzinger/IMS Que problemas foram provocados pelo aterro dessas lagoas? Provenientes da Europa, os moradores não conseguiam conviver com a natureza. Além de aterros, simplesmente construíram suas casas, sem se preocupar em implantar uma drenagem que compensasse o aumento da impermeabilidade do solo. As intervenções nesse sentido eram pontuais. A consequência foi que cada vez que chovia, as ruas da cidade ficavam tomadas por lama. Como explicar a decisão dos governos, já no século XX, de aterrar uma série de praias na Zona Norte? Todas as cidades sacrificam alguma região para implantar indústrias e novas vias. Só que no Rio, isso se deu de maneira mais intensa. A população dos subúrbios tinha uma boa interação com a orla da Zona Norte. Nas praias que desapareceram, havia prática de remo e de banhos à fantasia no carnaval, e os moradores chegavam de trem. Pelo mar, era possível chegar até próximo à Igreja da Penha de barco, que lotava na festa da santa. Mas, ao optar-se por um modelo mais rodoviarista, as praias sumiram para construir vias como a Avenida Brasil. Veja o que mudou com o tempo: em 215 anos de aterros, espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas encolheu pela metade; O senhor mesmo experimentou o impacto dessas mudanças. Hoje vivo na Tijuca, mas minha família era do Caju. Morei lá até os 25 anos. Minha casa ficava a uns 50 metros da Praia do Caju (aterrada para a construção da Ponte Rio-Niterói), que frequentava. Hoje, da Praia do Caju praticamente só existe uma placa de identificação . Qual a diferença dos aterros feitos na Zona Norte e na Zona Sul? Entendo que isso representa um racismo ambiental. A população afetada na Zona Norte tinha uma renda menor e era predominantemente preta. Enquanto isso, o Rio se expandia para atender a uma população de renda maior. Resultado: a Zona Norte ganhou estradas e perdeu praias da Bacia do Rio Inhaúma. Já na Zona Sul, a população foi contemplada com um espaço público de qualidade, o Aterro do Flamengo. Carroça usada em aterro da Lagoa Rodrigo de Freitas, em 1920. Ao fundo o Corcovado Acervo AGCRJ / Augusto Malta Entre as áreas na Zona Sul que foram aterradas está a Lagoa Rodrigo de Freitas. Quais foram as consequências para o local? No processo de urbanização e de valorização imobiliária, a opção foi remover as favelas (como a da Praia do Pinto e a da Catacumba). Para resistir a essas remoções, parte da população preta passou a se reunir em quilombos, como o do Sacopã. E novamente, a estratégia de ocupação do solo foi falha. Mas a redução do espelho d’água aumentou os casos de mortandade de peixes por falta de oxigênio, por ter desequilibrado o sistema. Foi necessário construir o canal do Jardim de Alah para garantir uma renovação constante das águas. Galerias Relacionadas

Chico Diaz será líder de família de contraventores em 'Os donos do jogo'

Chico Diaz será líder de família de contraventores em 'Os donos do jogo'

Chico Diaz interpreta Galego Fernandez na série “Os donos do jogo”, que estreia em 29 de outubro na Netflix. Líder de uma família de contraventores, ele tenta manter o controle da cúpula do jogo do bicho com a ajuda da mulher, Leila (Juliana Paes), do filho, Santiago (Henrique Barreira), e do irmão, Xavier (Otavio Muller). Mesmo no topo, o criminoso precisa encarar ameaças crescentes. Leia também: série 'Vermelho sangue' passa ‘Vale tudo’ e lidera o Top 10 do Globoplay E mais: No ar em 'Dona de mim', Juan Paiva acerta novo trabalho na Globo O protagonista, Profeta, será vivido por André Lamoglia. Ele é um homem que tem uma rápida ascensão na cúpula de contraventores e ganha vários inimigos pelo caminho. Bruno Mazzeo também integra o núcleo principal do elenco. Os atores Stepan Nercessian e Adriano Garib serão, respectivamente, um bicheiro da velha cúpula e um contraventor de fora da cidade do Rio. Giullia Buscacio e Xamã farão o casal Suzana Guerra e Búfalo. Ele assume os negócios ilícitos da família dela. Porém, a irmã da moça, Mirna (Mel Maia), tem outros planos e não medirá esforços para conseguir o que deseja. TV e famosos: se inscreva no canal da coluna Play no WhatsApp O elenco tem, ainda, nomes como Dandara Mariana, Tuca Andrada, Ronald Sotto, Ruan Aguiar, Pedro Lamin, Roberto Pirillo, Ágatha Marinho e Késia. A produção já tem quatro temporadas projetadas. A renovação, contudo, vai depender dos resultados obtidos com os primeiros episódios. Heitor Dhalia é o diretor. Galerias Relacionadas Initial plugin text

Caminhos do Rio discute a expansão do Porto Maravilha

Caminhos do Rio discute a expansão do Porto Maravilha

O processo de revitalização da Zona Portuária do Rio, iniciado com obras de infraestrutura, além do incentivo à construção e ao retrofit de prédios residenciais, está expandindo seus limites para São Cristóvão. O Residencial Cartola, em um terreno na Rua Francisco Eugênio, onde ficava a antiga sede da Ipiranga, com mil apartamentos, é o primeiro empreendimento que aproveitará a extensão do programa para o Bairro Imperial — decidida em 2024 — que passa a ser alcançado por regras urbanísticas mais flexíveis e isenções fiscais previstas no projeto Porto Maravilha. Essa onda de transformação urbana na cidade será tema de discussão na próxima edição do Caminhos do Rio, que acontece na próxima quarta-feira, dia 22, a partir das 9h30, no auditório da Editora Globo (Rua Marquês de Pombal, 25, Centro). No Centro: Praça Itália ganha novo visual após remodelação bancada por consulado daquele país, que custou mais de R$ 1 milhão Aterros do Rio: cidade avançou sobre as águas, e parte da Lapa, Saara e até a sede do Flamengo ficam onde era mar, lagoa ou pântano O seminário “A expansão do Projeto Porto Maravilha” é uma iniciativa dos jornais O GLOBO e Extra, com patrocínio da Prefeitura do Rio. As inscrições para participar do encontro são gratuitas e poderão ser feitas pelo link https://oglobo.globo.com/projetos/caminhosdorio/. A mediação do encontro ficará a cargo do jornalista Rafael Galdo, editor da Editoria Rio, do GLOBO. Supercomputadores, IA e centros de pesquisa de excelência: como o Rio se prepara para se tornar referência em tecnologia O evento será dividido em dois painéis. O primeiro, “Rumo a São Cristóvão”, contará com as participações de Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar); Leonardo Mesquita, vice-presidente de Negócios da Cury Construtora; e Marcela Abla, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil —Departamento Rio de Janeiro (IAB-RJ). A segunda mesa, “O desafio para atrair o setor de serviços”, terá as participações de Adriana Homem de Carvalho, assessora de Turismo do Sistema Fecomércio RJ; Rejane Micaelo, diretora de Operações dos parques do Rio do Grupo Cataratas; e Raphael Vidal, empresário e empreendedor cultural. Marcela Abla defende ampla discussão em torno da expansão do Porto Maravilha, para que o projeto alcance os resultados esperados. — A proposta de expansão da revitalização da Região Portuária rumo a São Cristóvão precisa ser amplamente debatida e muito bem planejada. É essencial que o processo siga as diretrizes do Plano Diretor, priorizando o interesse público, a habitação social e a participação efetiva da sociedade — afirmou a presidente do IAB-RJ. Metrô Gávea: retirada da água da estação termina nas próximas semanas, diz presidente da concessionária Outro debatedor convidado, Raphael Vidal acredita que o sucesso do projeto de expansão do Porto Maravilha em direção a São Cristóvão passa necessariamente pelo pequeno comércio. — O movimento rumo à requalificação urbana de São Cristóvão é um caminho que precisa ter uma encruzilhada fundamental para ser definitivo: aquela em que o pequeno comércio está no centro, entre os novos moradores de condomínios, antigos moradores, trabalhadores locais e o turismo histórico e cultural. São as portas abertas de botequins, padarias, mercadinhos e pequenos negócios que tradicionalmente salvaguardam a memória local da sua vizinhança, que vão movimentar o cotidiano e “reencantar” uma rua — defende o empresário. Segundo Vidal, nome por trás da revitalização do Largo da Prainha, na Saúde, essa é a metodologia que ele vem promovendo na região, onde abriu a Casa Porto, o Bafo da Prainha e o restaurante Dois de Fevereiro. O empresário também está por trás do sucesso da Choperia Cotovelo, na Rua da Carioca, e do Capiau, no Beco das Sardinhas.

Dia do Médico: curso de Medicina mais caro do país tem mensalidade de quase R$ 16 mil; veja ranking

Dia do Médico: curso de Medicina mais caro do país tem mensalidade de quase R$ 16 mil; veja ranking

Medicina segue como curso mais concorrido da Fuvest 2026; veja ranking Que Medicina é um curso caro, isso todos sabem. Mas você sabia que, para se tornar médico no Brasil, é preciso desembolsar até R$ 15.777,76 por mês? Esse é o valor aproximado cobrado pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma das mais caras do país segundo o levantamento do g1. São mais de 10 salários mínimos por mês para os ingressantes de 2026. ?Para este Dia do Médico (18), o g1 montou um ranking com as 10 graduações mais caras do país — todas acima do patamar de R$ 12 mil. Essas instituições estão entre dezenas que foram consultadas. Algumas delas ainda não divulgaram os valores para o ano que vem ou se recusaram a informar os valores atualizados. Depois, veja o cenário de concorrência nas redes pública e privada. Siga o canal do g1 Enem no WhatsApp Mensalidades para 2026 Universidade do Grande Rio (Unigranrio) Barra da Tijuca (RJ) - R$ 15.777,76 Universidade Veiga de Almeida - UVA - Botafogo (RJ) - R$ 14.900,00 Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) - Curitiba (PR) - R$ 14.718,13 Faculdade São Leopoldo Mandic - Campinas (SP) - R$ 14.578,00 Centro Universitário Ingá (UNINGÁ) - Maringá (PR) - 14.087,24 Faculdade São Leopoldo Mandic - Araras (SP) - R$ 13.878,00 Faculdade São Leopoldo Mandic - Limeira (SP) - R$ 13.878,00 Universidade São Francisco (USF) - Bragança Paulista (SP) - R$ 13.762,56 Universidade do Grande Rio (Unigranrio) Duque de Caxias - R$ 13.122,99 Centro Universitário Claretiano (Ceuclar) - Rio Claro (SP) - R$ 12.799,00 Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba Divulgação/PUC-PR ‍ Concorrência em universidades públicas e privadas De acordo com o Censo da Educação Superior, Medicina foi o 9º curso em número de matrículas em 2024, com 283.594 estudantes. No ano passado, foram ofertadas 13.698 novas vagas em instituições públicas para cursos de Medicina, e 97% delas foram ocupadas. Já nas instituições privadas, foram 41.715 vagas ofertadas com 92,3% de ocupação. Apenas para as vagas públicas, foram 695.147 mil candidatos. Isso significa que haviam 51 candidatos para cada nova vaga ofertada no ano. Na rede privada, a competitividade é significativamente menor, com apenas 9 candidatos por vaga em 2024. IMAGEM ILUSTRATIVA - Alunos da Universidade São Judas, que não está entre as 10 mais caras do país. Divulgação Cresce número de cursos de Medicina no Brasil Em 2024, um levantamento da Federação Mundial de Educação Médica (WFME, na sigla e inglês), em parceria com a FAIMER, apontou o Brasil com o 2º país com mais faculdades de Medicina no mundo, com 389 cursos. Neste mês, um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou, atualmente, o país já tem 494 escolas médicas. A pesquisa indicou que apenas entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de 77 novos cursos. Graças a isso, o país conta com 50.974 vagas anuais de graduação em Medicina, das quais 80% estão em instituições privadas. A expectativa era de que o número fosse ainda maior, já que, em 2023, o Ministério da Educação publicou um edital para criar novos cursos de Medicina em universidades privadas de todo o país. No entanto, a iniciativa do âmbito do Programa Mais Médicos está suspensa após ser adiada pela quarta vez, e deve ser revista pelo MEC e pelo Ministério da Saúde em até 120 dias da suspensão. LEIA TAMBÉM: Dos mais de 300 cursos de medicina, apenas 6 alcançam nota máxima do MEC; veja lista das faculdades ‘Formatura de meio-médico’: alunos de medicina viralizam com festa de R$ 1,4 milhão

Aterros do Rio: ao avançar sobre o oceano, o Rio perdeu 56 praias desde o século XX

Aterros do Rio: ao avançar sobre o oceano, o Rio perdeu 56 praias desde o século XX

São poucas as metrópoles que desenvolveram relação com o mar tão ancorada no lazer. Nesse quesito, o Rio nada de braçada, mas a conexão já teve chances de ser ainda maior e mais democrática. As opções praianas, que hoje se concentram basicamente no eixo das zonas Sul e Sudoeste, já foram mais amplas. E os aterros — sem falar na criminosa omissão histórica com a qualidade das águas da Baía de Guanabara — têm papel importante nesse desequilíbrio. Aterros do Rio: cidade avançou sobre as águas, e parte da Lapa, Saara e até a sede do Flamengo ficam onde era mar, lagoa ou pântano Descubra: Centro do Rio perdeu lagoas que deram lugar a locais icônicos Veja o antes e o depois: praias e lagoas que foram aterradas no Rio É verdade que a cidade ganhou terras importantes graças ao aterramento, mas também perdeu muitas belezas. Das 118 praias cariocas existentes no início do século XX, quase a metade desapareceu: 56 simplesmente sumiram do mapa, principalmente na Zona Norte, e de forma mais acelerada a partir dos anos 1950. Não para por aí. Na Baía de Guanabara, muitas ilhas também acabaram cercadas de terra por todos os lados. Das cem que havia, restaram 65: as outras foram engolidas por aterros. Centro sem praia A conta é do geógrafo Jorge Luiz Barbosa, um dos autores do livro “As águas encantadas da Baía de Guanabara” (Numa Editora), que, entre outros aspectos, trata do crescimento da cidade por meio de aterros. A mesma Igreja de Santa Luzia (abaixo à direita) em 2025. O mar ficou a 750 metros de distância Custódio Coimbra — Os aterros tiveram funções distintas na urbanização do Rio, que se refletem até hoje. O que ocorreu ao longo dos anos foi uma espécie de racismo ambiental. Os aterros feitos em direção à Zona Sul, seja no Parque do Flamengo, seja na Lagoa e nas demais praias da Zona Sul, tiveram como objetivo valorizar a paisagem e as moradias de uma classe social mais favorecida. Por outro lado, a Zona Norte foi sacrificada, com o aterramento de praias entre o Caju e a Penha — diz o autor. O apagamento da orla também é observado na região central da cidade. A Igreja de Santa Luzia, no Castelo, é um marco desse processo. O templo, cuja construção foi iniciada em 1752, ficava à beira da extinta Praia de Santa Luzia. Hoje, se fosse possível caminhar em linha reta saindo de sua porta principal, seria preciso vencer uma distância de quase 750 metros para molhar os pés na água do mar. Impasse no Centro: Novas construções no Centro e no Porto esbarram em tombamentos históricos: no Castelo, um dos berços do Rio, projeto está emperrado há 11 anos Galerias Relacionadas Tanto a Praia de Santa Luzia quanto sua vizinha, a Praia das Virtudes, fizeram sucesso entre banhistas pioneiros que desfrutaram os prazeres e as qualidades terapêuticas do banho de mar entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX. A fama local durou relativamente pouco: a partir da década de 1930, as duas já tinham desaparecido, como parte de um “tsunami” na contramão: da Glória até a região do mangue, perto da atual rodoviária do Rio, muitas outras tiveram o mesmo destino: Praia do Russel, Praia da Glória, Praia da Ajuda (ou da Lapa, em frente à também extinta Lagoa do Boqueirão), Praia de Dom Manoel, Praia do Peixe, Praia dos Mineiros, Pedra da Prainha, Praia do Valongo, Gamboa e Praia Formosa. No livro, Jorge Luiz Barbosa e seus colegas Diogo Cunha e Ana Thereza de Andrade Barbosa citam ainda um estudo do geógrafo e ambientalista Elmo Amador, falecido em 2010, sobre como era a paisagem do Rio em 1500. Nos tempos do descobrimento, as imediações de onde seria construída a Igreja da Penha, por exemplo, ficavam à beira-mar. De BRT a VLT: projeto que transforma corredores transporte é aprovado em primeira discussão pela Câmara do Rio Jorge Luiz observa que os aterros apagaram boa parte da cultura suburbana em sua relação com mar. Até os anos 1950, os esportes náuticos eram praticados naturalmente nas praias locais. O Olaria, por exemplo, um dos mais tradicionais clubes de futebol do subúrbio, tem em seu escudo um remo e um timão. Na década de 1920, a agremiação criou uma divisão náutica para realizar regatas na Praia de Maria Angu, entre a Penha e Inhaúma, aterrada a partir dos anos 1950 para a abertura da Avenida Brasil. Degradação ambiental e mais aterros também acabaram com a tradição do banho de mar à fantasia durante o carnaval, na Praia de Ramos. — Hoje, se investe muito tempo e dinheiro para conter enchentes na cidade. Se observar bem, várias áreas onde existem problemas (como nas proximidades de Irajá e Acari) são áreas que foram aterradas. Ou seja, áreas naturais de drenagem foram cobertas e os problemas foram surgindo nos anos seguintes com novas construções, que reduziram ainda mais a permeabilidade do solo — avalia Jorge Luiz. Vista Aérea da Ilha do Pinheiro em abril de 1938: cerca de água por todos os lados Escola de Aviação Militar - Museu Aeroespacial Escola de Aviação Militar / Museu Aeroespacial Ilhas perdidas A definição de ilha dá conta de uma porção de terra cercada de água por todos os lados. No caso da Ilha dos Pinheiros, o conceito sofreu adaptação: o terreno é rodeado por casas e a ilha foi incorporada ao continente. Parte do seu território virou o Parque Ecológico da Maré e ainda pode ser identificada quando vista do alto: uma ilha verde contrasta com o cinza do arruamento da vizinhança. A Ilha do Pinheiro em 2025: cercada de ruas e casas por todos os lados Custódio Coimbra Atravessado o Canal do Cunha — ou o que restou dele —, se chega à Ilha do Fundão e à Cidade Universitária. O grande corpo insular com mais de cinco quilômetros quadrados é, na verdade, a junção de oito ilhas. O aterro ali começou em 1949 e terminou em 1952. Ao fim das obras desapareceram cinco ilhas pequenas (Catalão, Baiacu, Cabras, Pindaí do Ferreira e Pindaí do França) e duas maiores: Bom Jesus da Coluna e Sapucaia. Essa última, até a década de 1940, era o principal vazadouro de lixo da cidade. — Houve casos, como no Caju e no Fundão, em que usaram até lixo para aterrar. Lógico que é uma estratégia de intervenção urbana na paisagem inadmissível nos dias de hoje — diz o filósofo Emílio Maciel Eigenheer, autor do livro “História do lixo, a limpeza urbana através dos tempos”. Initial plugin text

Sobremesas ganham protagonismo no retorno do SP Gastronomia

Sobremesas ganham protagonismo no retorno do SP Gastronomia

O SP Gastronomia retornou nesta sexta-feira com o melhor da música e da gastronomia no Parque Villa-Lobos, em São Paulo (SP). Além de pratos exclusivos, aulas com chefs renomados e shows, o evento ganhou um toque ainda mais especial: uma seleção de sobremesas criativas, que encantaram o público e fecharam a noite com chave de ouro. Os ingressos para o final de semana estão à venda no site da Ticketmaster (https://www.ticketmaster.com.br/event/sp-gastronomia-2025), com valores a partir de R$ 77 (inteira) e R$ 38,50 (meia-entrada). SP Gastronomia 2025: os melhores restaurantes na categoria Bom e Barato São Paulo: os melhores restaurantes vegetarianos de 2025 A Casa do Porco apresentou o “Leitão”, um sorvete de leite com caramelo, chocolate e bacon. Já o Aizomê trouxe duas criações delicadas: o mini bombom de chocolate ao leite, recheado com creme de avelã e bolinhos de chocolate, e o mousse de yuzu, com cambuci, matchá e menta. Telma Shiraishi, chef do Aizomê Edilson Dantas/Agência O Globo — Trouxemos essa sobremesa especialmente para o SP Gastronomia e simboliza muito bem o que queremos fazer hoje, que é a fusão entre o melhor do Japão e o melhor do Brasil — disse a chef do Aizomê, Telma Shiraishi. Frida & Mina: a Melhor Sorveteria pelo Prêmio SP Gastronomia 2025 O Capim Santo serviu seu bolo quente de milho com melado de cana e flocos de milho, além do irresistível brigadeiro de capim santo. A Amay Patisserie apostou em uma vitrine variada, com bolos, o Choux Cream 100% sem glúten com recheio de fava de baunilha, e o tiramisu zero lactose, para todos os paladares. A Frida & Mina trouxe seus tradicionais sorvetes, um picolé especial e o sanduíche de sorvete, que combina porções cremosas entre dois biscoitos, nos sabores: morango balsâmico com biscoito de limão; macadâmia com casquinha; creme com biscoito de chocolate; e caramelo com biscoito de canela. Primeiro lugar: Kotori é o restaurante com a Melhor Carta de Drinques pelo Prêmio SP Gastronomia 2025 O Grand Hyatt apostou na torta caprese, servida com calda de chocolate, damasco, chantilly e zest de laranja, conta o pastry chef, Fernando Welter: — É uma sobremesa não muito doce, mas também não é insossa. Tem um doce e aquela pitadinha de chocolate bem legal. Estamos tendo bastante procura e pelo que a gente está vendo o pessoal está gostando bastante. O pastry chef do Grand Hyatt, Fernando Welter, monta torta caprese, servida com calda de chocolate, damasco, chantilly e zest de laranja Edilson Dantas/Agência O Globo Encerrando o circuito de doces, o Escandinavo apresentou criações originais e refrescantes: o Hidromel, uma raspadinha com calda cremosa e alcoólica de mel (sem glúten e vegetariana); o Brigadeilig, um brigadeiro de queijo marrom norueguês (Brunost) com raspas do queijo (também sem glúten e vegetariano); e o Kakigori, uma raspadinha de morango, leite condensado e chocolate, especial para agradar a criançada. — É uma opção refrescante para as crianças, mas também para os adultos — disse a chef Denise Guerschman. — A sobremesa tem tido muita procura, principalmente nos dias quentes. O Ministério da Cultura e a Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, apresentam o SP Gastronomia. O evento conta com o Estado de São Paulo e a cidade de São Paulo como anfitriões; Patrocínio Master da Vivo, 99Food, Banco do Brasil e Elo; Patrocínio de Cerveja Petra e Maturatta; Apoio de Sabesp, Britânia, Garrafaria, Cielo, SulAmérica e Rede D'Or; Apoio institucional Metrô SP, Detran-SP, Secretaria de Turismo e Viagens do Governo de São Paulo, Visite SP, Abear; Participação de Granado, Águas Prata, Frescatto, Kalassi e Ceratti; Produção RKF e Lanikai; Assessoria de Imprensa InPress, Parceria de Mídia Eletromídia e Parceria de Sustentabilidade Planton. O SP Gastronomia conta, ainda, com Grand Hyatt São Paulo como Hotel Oficial e o Parque Villa-Lobos como Local Oficial. A realização é do GLOBO, CBN e Valor Econômico, através do Ministério da Cultura, Governo Federal.