Seara Praia Hotel: demolição de prédio tradicional na orla de Fortaleza levará 10 meses e dará lugar à torre de luxo; entenda

Seara Praia Hotel: demolição de prédio tradicional na orla de Fortaleza levará 10 meses e dará lugar à torre de luxo; entenda

Seara Praia Hotel, na orla de Fortaleza, vai ser demolido e substituído por torre de luxo. A Avenida Beira-Mar, uma das principais vias turísticas de Fortaleza (CE), assistirá pelos próximos dez meses à demolição do Seara Praia Hotel, edifício de 25 andares que abrigou o estabelecimento por 40 anos. Esta será das maiores demolições mecânicas de um prédio em altura já realizadas no Estado, segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-CE). O início dos trabalhos ocorreu neste mês de agosto, sete meses após o encerramento das atividades do antigo hotel. O tradicional prédio da orla da capital cearense será demolido para a construção de outro prédio: o Mansão Seara, edifício residencial. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp As dimensões da futura nova estrutura, um edifício de luxo, chamam atenção: 50 andares e 172 metros de altura. O tamanho é bem acima do que é permitido pelo Plano Diretor de Fortaleza, de 72 metros. Contudo, o Estatuto da Cidade de Fortaleza traz instrumentos que podem permitir a construção acima do limite, desde que haja o pagamento de uma contrapartida ao município. A prefeitura de Fortaleza confirmou que a construção do prédio de 50 andares foi aprovada em dezembro de 2024 por meio desses instrumentos. Especialista ouvido pelo g1 alerta para impactos ambientais e sociais desse tipo de construção. (leia mais abaixo) LEIA TAMBÉM: Hotel tradicional da orla de Fortaleza será demolido para construção de prédio de luxo Prédio de 50 andares que será construído na Beira-Mar de Fortaleza terá vista de 180° da orla Prédio de 25 andares vai ser demolido mecanicamente para dar lugar à prédio de luxo no CE Arte/g1 Demolições mecânicas não usam explosões ou implosões para derrubada de estruturas e têm a possibilidade de reaproveitamento do entulho, além de não afetarem o trânsito e estruturas vizinhas. Mas como funciona uma demolição de grande porte como essa? E quais os impactos da construção de um prédio tão alto na orla de Fortaleza? Confira abaixo os detalhes. ➡️Demolição por etapas As etapas iniciais da demolição do Hotel Seara envolvem o desmonte interno da estrutura, com a retirada de portas, janelas, esquadrias e demais elementos construtivos, preparando o edifício para a fase estrutural da demolição. Neste momento, segundo Magalhães Demolição, responsável pelo desmonte, equipes preparam o canteiro para receber o pesado maquinário e as obras devem começar nos próximos dias. "Toda a operação será realizada de forma mecânica e manual, com o apoio de maquinários modernos como escavadeiras, guindastes e rompedores de longo alcance, que permitem alcançar e operar até o topo do prédio com precisão milimétrica.", explicou a Magalhães Demolição em nota. O edifício será telado por completo e receberá bandejas de proteção para conter possíveis detritos. A empresa informou que vai implementar medidas de controle de poeira, ruídos e impacto ambiental durante toda a execução dos serviços, mas não detalhou quais medidas são essas. Ainda de acordo com a Magalhães Demolição, não há previsão de interferências no trânsito em vias públicas durante a execução do processo de demolição. A demolição do edifício deve durar em torno de dez meses, não contará com implosão e “haverá reaproveitamento do entulho gerado pela obra”. A empresa que faz o serviço é a mesma que realizou a demolição de outro prédio histórico da cidade, o Edifício São Pedro. O Seara Praia Hotel anunciou o encerramento de suas atividades comerciais em 31 de janeiro deste ano Demolição começa neste mês, de acordo com a empresa que presta o serviço. Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares (SVM) Neste momento, as equipes preparam o canteiro de obras. Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares (SVM) ➡️Novo prédio vai além do permitido em plano diretor O prédio residencial que vai substituir o Seara Praia Hotel vai ter uma vista de 180° da orla, incluindo a Praia de Iracema e a enseada do Mucuripe. O empreendimento será composto por 74 unidades, com apartamentos de 350 m², dois por andar, que terão vista de 180º, e oito lajes exclusivas de 661 m², com vista de 360º. Ele também contará com um heliponto. No entanto, um ponto se destaca nessa história: o novo prédio ultrapassa o limite estabelecido pelo Plano Diretor de Fortaleza para a construção de edifícios em algumas áreas que fazem parte da orla da cidade, como trechos do Meireles, Mucuripe e Aldeota. ? De acordo com a última atualização do Plano Diretor, aprovado em 2009, a altura máxima a ser praticada a partir daquela data é de 72 metros [cerca de 24 andares]. O Mansão Seara deverá ter 172 metros, ultrapassando o permitido. Por meio de nota, a Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) explicou que a construção de prédios de qualquer altura é aprovada mediante cumprimento de requisitos da legislação vigente, e, ainda, da aprovação do Comando da Aeronáutica (Comaer), responsável pelo gerenciamento do espaço aéreo. Hotel tradicional de Fortaleza dará lugar a prédio residencial de luxo Initial plugin text ➡️Como foi autorizado? A construção de prédios gigantes na orla de Fortaleza tornou-se possível, principalmente, a partir de dois instrumentos urbanísticos: a Outorga Onerosa do Direito de Construir e a Outorga de Alteração de Uso, aprovados em 2015 após alteração no plano diretor. Entenda os conceitos: Essas outorgas ajudam a 'abrir uma brecha' no plano diretor do município. Elas estão previstas no Estatuto da Cidade e permitem aos proprietários de terrenos construírem acima do potencial construtivo básico estabelecido mediante o pagamento de uma contrapartida financeira ao município. A Outorga de Alteração de Uso, caso do Mansão Seara, permite mudar o uso do solo de um imóvel. Antes, a área compreendia um hotel na cidade, mas agora será um prédio residencial. No caso do Mansão Seara, essa contrapartida foi de R$ 39.417.648,06, conforme verificado pelo g1 no site oficial da Prefeitura de Fortaleza. Ou seja: quando o projeto do Mansão foi apresentado, a prefeitura verificou que ele não cumpria alguns critérios, como a altura e taxa de ocupação do solo. A construtora responsável, portanto, precisa pagar um "excedente" para tornar a construção legal. Em teoria, esse dinheiro deve ser investido na própria cidade e em áreas prioritariamente de menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), ajudando na implantação de equipamentos urbanos e comunitários e criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes. Marcelo Capasso, arquiteto e urbanista, mestre em gestão urbana, doutor em geografia e pesquisador do Laboratório de Estudos da Habitação da Universidade Federal do Ceará (UFC) aponta, no entanto, uma contradição. Segundo o especialista, a Outorga de Alteração de Uso contradiz o Plano Diretor de Fortaleza ao permitir a alteração dos parâmetros de construção (como altura e recuo), que deveriam ser fixos. Na prática, isso significa que o tamanho do novo prédio é limitado principalmente pelo que o construtor pode pagar e não por um planejamento urbano. "Isso é um problema jurídico, porque o plano diretor, em tese, seria a lei que deveria reger esses limites. Mas entra essa ordem de operação de uso e diz que, se pagar, pode. Você pode comprar altura a mais, você pode comprar recuo a menos, você pode comprar taxa de ocupação a menos. Na prática significa que esses prédios podem ter [de altura] até quanto a pessoa puder pagar", pontuou o especialista. Grandes prédios chamam atenção na orla de Fortaleza. Eduardo Queiroz/SVM ➡️Impactos sociais e ambientais Marcelo alerta que os efeitos de grandes demolições e construções às margens da praia são inúmeros e poderão ser ainda maiores a longo prazo. O impacto mais óbvio, segundo ele, é o visual. Passear pelo calçadão da Avenida Beira-Mar, por exemplo, tornou-se um 'esticar' de pescoço para poder olhar os edifícios gigantes que constituem a orla. Mas há outros impactos. Os grandes prédios também mudam como o vento circula pela cidade, tornando-se "barreiras", e afetam até mesmo o trânsito na cidade, já que com mais prédios e apartamentos, chegam mais carros para circular pelas ruas. "Impacto no sistema hoteleiro também, [que sofre] uma substituição paulatina dessa demanda pelas plataformas [e aluguel por temporada]. Outra coisa é que o perfil do consumidor vai ficar cada vez mais especializado naqueles que estão dispostos a pagar caríssimo. Você vai definindo, acentuando o processo de segregação. Prédios mais antigos são mais baratos, então são mais acessíveis. Quando começo a substituir, eu vou condicionando o tipo de consumo", disse Marcelo ao g1. O único interesse ali é realmente você fazer a atualização do valor do solo, no sentido de atualizar o produto que vai ter ali em cima e pelas possibilidades agora abertas pela valorização que ocorreu no solo nos últimos 10 anos. Inclusive, a reforma da Beira-Mar foi uma delas. A gente não pode deixar de levar em consideração isso. Essa reforma da Beira-Mar potencializou exatamente essa acentuação da captura da renda fundiária, da captura do valor do solo naquela região. Isso aí é uma coisa muito importante O que diz a prefeitura A prefeitura confirmou que a construção do prédio de 50 andares no lugar do Seara Praia Hotel, localizado à avenida Beira Mar, foi aprovada por meio do processo de autorização do instrumento de Outorga Onerosa de Alteração de Uso (OOAU), ocorrido em dezembro de 2024. "É importante ressaltar que a aprovação da outorga não se traduz em aprovação imediata da construção do empreendimento, uma vez que, após liberação do instrumento, a empresa segue com a tramitação de processos junto à Seuma para a liberação definitiva da construção, que requer expedição de alvará de construção, licenciamento ambiental e o próprio pagamento da outorga. Durante a tramitação dos processos, são avaliados possíveis impactos ambientais, a partir da apresentação de projetos ou estudos complementares do empreendimento", disse a Seuma. Plano diretor em revisão O Plano Diretor Participativo e Sustentável de Fortaleza passa por uma revisão desde o último dia 2 de agosto. De acordo com a prefeitura, até o momento foram elencados dois temas: “Áreas de Risco Climático”, com condução da Defesa Civil, e “Ambiente Natural”, apresentado pela Seuma, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza (Ipplan). O novo plano propõe a ampliação da área verde protegida em Fortaleza. Se o documento for aprovado, a medida vai ampliar em 64,3% as áreas de preservação ambiental na capital cearense. Foram destacados temas como zoneamento do ambiente natural da cidade, áreas verdes, parques e microparques; com novidades incorporadas na proposta, como agroecologia urbana, biodiversidade marinha e costeira, conectores verdes e corredores ecológicos, águas urbanas e emergência climática. Confira o calendário de reuniões: 1° Ciclo de Audiências Data: 23/8 - Tema: Ambiente Construído (zeis, habitação, zonas urbanas) Data: 30/8 - Tema: Centralidades (patrimônio, polos e eixos) 2° Ciclo de Audiências Data: 13/9 - Tema: Macrozona do Ambiente Natural Data: 20/9 - Tema: Macrozona do Ambiente Construído Data: 27/9 - Tema: Macrozona de Centralidades Data: 4/10 - Tema: Governanças, Sistemas e Indicadores Conferência da Cidade Data: 24 a 26/10 - Tema: Para validação das propostas das Audiências Públicas e elaboração da minuta da lei Especialista avalia a construção de grandes prédios na orla de Fortaleza. Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares (SVM)

Navios de luxo vão ter 6 mil leitos na COP30, mas ficarão a mais de 20 km dos eventos em Belém

Navios de luxo vão ter 6 mil leitos na COP30, mas ficarão a mais de 20 km dos eventos em Belém

Para contornar o problema dos preços abusivos de hospedagem em Belém durante a COP30, marcada para novembro deste ano, o governo federal contratou dois navios de cruzeiro internacionais como uma solução emergencial. Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Juntos, os transatlânticos MSC Seaview e Costa Diadema terão capacidade para mais de 6 mil pessoas, em cerca de 3.900 cabines. É #FATO: Hotel Nota 10, em Belém, mudou nome para Hotel COP 30 e aumentou diária de R$ 70 para R$ 6,3 mil A aposta, porém, também trouxe mais um desafio logístico para a capital paraense: as embarcações ficarão atracadas no Porto de Outeiro, na Ilha de Caratateua, distrito a cerca de 20 km do centro de Belém e separado por vias estreitas e com pouca infraestrutura. A escolha por Outeiro ocorreu depois que o governo descartou o uso do Terminal Hidroviário Internacional de Belém, no bairro do Reduto, área central da capital, às margens da Baía do Guajará, onde já existia uma estrutura mais robusta. Sob alegação de riscos ambientais, a obra de dragagem de R$ 210 milhões, que permitiria a atracação de transatlânticos no local, foi suspensa em janeiro. Agora, no porto em adaptação, o governo federal está investindo cerca de R$ 180 milhões em obras de melhorias que incluem a instalação de um píer de 710 metros, previsto para ser entregue em 14 de outubro, a menos de um mês antes da conferência. Segundo o governo do Pará, a promessa é de que o deslocamento dos delegados de países hospedados nos navios até o Parque da Cidade, no bairro da Sacramenta (zona leste de Belém, onde estão sendo erguidos os pavilhões oficiais), leve apenas 30 minutos. Porto de Outeiro, em Belém, está passando por reformas para ampliar capacidade de hospedagem da COP30. Diretoria de Infraestrutura/Secop Para isso, a principal promessa é a conclusão da ponte estaiada entre Outeiro e Icoaraci, outra região periférica da capital. A obra, contudo, ainda não foi concluída e tem previsão para entrega em setembro. Quando o g1 visitou o trecho no começo de agosto, apenas a estrutura central da ponte estava firmada, enquanto os acessos seguiam em construção. A reportagem também percorreu o trajeto entre o centro de Belém e a nova ponte em construção, em um dia de trânsito leve. Só esse trecho levou mais de 35 minutos e não incluiu o deslocamento até o porto onde vão ficar os navios. “Pela primeira vez Belém vai passar por um tipo de teste vinculado a um evento de grande porte, que vai precisar de uma mobilidade interna dentro da cidade e as coisas têm que funcionar nesse sentido. Não somente na mobilidade hidroviária, mas também na terrestre”, avalia a geóloga Aline Meiguins, docente do Programa de Pós-graduação em Gestão de Risco e Desastres Naturais na Amazônia, do Instituto de Geociências da UFPA (Universidade Federal do Pará). “Esse potencial precisa ser mais bem desenvolvido no sentido de antecipar ações de ordenamento, infraestrutura e orientação quanto à mobilidade”, ressalta. Impactos no rio e nas praias vizinhas As obras de Outeiro estão sob responsabilidade da Companhia Docas do Pará (CDP) e incluem a instalação de 11 estruturas metálicas conhecidas como dolphins, oito destinadas à atracação e três à amarração dos navios. Os equipamentos funcionam como grandes pilares fixados no leito do rio e servem para receber o impacto das embarcações e manter os transatlânticos presos com segurança ao píer. Segundo o modelo de operação acordado com a ONU, as acomodações serão disponibilizadas em duas etapas. Obras no Terminal Portuário de Outeiro, em Belém. Roberto Peixoto/g1 Na primeira, delegações de 98 países em desenvolvimento e pequenos Estados insulares terão prioridade de reserva, com diárias em torno de US$ 220 (cerca de R$ 1,2 mil). Já na segunda fase, as demais delegações, ONGs e participantes credenciados poderão garantir leitos a valores que chegam a US$ 600 (cerca de R$ 3,3 mil). "A gente entende que isso foi uma medida emergencial, necessária do governo brasileiro, uma vez que escolheram Belém para sediar o evento", analisa Thiago Marinho Pereira, engenheiro de pesca da Universidade Federal do Oeste do Pará. "Não seria novidade que Belém e poucas cidades brasileiras têm condição de hospedar um evento dessa magnitude”, acrescenta VÍDEOS: a COP30 e o nosso futuro Para especialistas, a solução contudo acabou também apenas transferindo o impacto ambiental de uma região para outra (do centro da capital para Outeiro). Isso porque mesmo paradas as embarcações precisam manter em funcionamento seus sistemas de energia e tratamento de efluentes. “A grosso modo, existe um entendimento de que não existe outro meio de transporte tão poluente por pessoa como os navios. Numa média, um navio desse vai produzir mais ou menos 300 quilos de carbono por pessoa por dia, somente quando estiver operando”, destaca Thiago. O governo federal, por sua vez, afirma que as emissões da COP30 serão compensadas por meio da compra de créditos de carbono. COP 30, em Belém: Construção da 2ª Ponte no distrito de Outeiro. Roberto Peixoto/g1 Mas outro ponto levantado por pesquisadores é a interferência no trânsito fluvial. A região de Outeiro concentra embarcações que transportam diariamente moradores de ilhas vizinhas, como Cotijuba e Combu, além de barcos de turismo que circulam em fins de semana. “A gente tem relatos de vários acidentes nesses trechos, às vezes por colisão de embarcações, às vezes porque muitas não estão em boas condições de navegação. Falta colete, falta orientação. Então, colocar navios desse porte numa área que já tem embarcações irregulares e um tráfego intenso, fora da rotina local, pode trazer ainda mais riscos”, alerta Meiguins. Além disso, há preocupação com a pressão sobre as praias da região, tradicional destino turístico da região metropolitana de Belém. “Eu imagino que nesse período haja um grande número de pessoas que queiram conhecer esses ambientes diferenciados da nossa região. E os barcos que vão fazer esse translado com turistas, saindo exatamente da área onde os navios vão estar atracados, precisam ser orientados a como proceder esse fluxo e a se afastar das zonas de movimentação dessas embarcações maiores”, acrescenta a geóloga. O g1 tentou agendar entrevistas tanto com a Companhia Docas do Pará (CDP), responsável pelas obras do píer em Outeiro, quanto com a Secretaria Extraordinária da COP30, que coordena a logística do evento. Ambos os pedidos não tiveram repostas. LEIA TAMBÉM: Antártida dá sinais de mudanças abruptas: gelo marinho em colapso e circulação oceânica em queda Mortes e milhares de deslocados: como incêndios florestais castigam a Europa em meio a onda de calor O que é o Fundo Amazônia? G1 visita hotel em Belém que chegou a cobrar R$ 5,6 mil por diária durante a COP30

Frio prolongado afeta produção de tomate e faz preços dispararem

Frio prolongado afeta produção de tomate e faz preços dispararem

Como a mudança no tempo impacta as lavouras e afeta a produção de tomate no ES O clima ameno da Região Serrana do Espírito Santo costuma atrair visitantes para as montanhas capixabas, transformando o local em refúgio para quem busca descanso. Mas, o mesmo frio agrada aos turistas, preocupa agricultores da região. A queda nos termômetros afeta diretamente o cultivo do tomate, uma cultura sensível às baixas temperaturas, e faz os preços dispararem nesta época. A temperatura ideal para germinação das sementes do tomateiro, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é de entre 15ºC e 25ºC. Para o desenvolvimento e produção, o tomateiro até suporta ampla variação de temperatura entre 10ºC e 34ºC. Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Porém, nos municípios de Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante, principais polos produtores de tomate no estado, as temperaturas mínimas chegaram a 9,7ºC e 6,1ºC, respectivamente, bem abaixo do que as plantas podem suportar, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Por conta disso, o tempo de colheita aumentou. Também devido às baixas temperaturas, o desenvolvimento dos frutos ficou comprometido. O resultado foi queda na produção. Com menos produto no mercado, os preços sobem. Frio atrasa a maturação de tomate no Espírito Santo Reprodução / TV Gazeta O produtor rural Cássio Gobbi explicou que a colheita já é naturalmente menor no inverno. "Geralmente, os primeiros frutos começam a madurar em 70 dias. No inverno, esse período passa para 90, e a gente colhe menos vezes por semana", analisou. Mas com o frio intenso, menos frutas se desenvolveram no tempo certo. O produtor de tomate-cereja, Bruno Cesconetto, pontuou que a produção do fruto neste ano deve ser 35% menor do que no ano passado, que foi de cerca de 380 toneladas. Este ano, estamos tendo um inverno com temperaturas baixas mais prolongadas. Geralmente, temos picos de frio, mas com temperaturas normais. Neste ano, as temperaturas estão baixas há mais de 90 dias, o que nos faz colher menos. Uma vez que estamos colhendo menos, a planta tem um ciclo mais longo" O frio pode impactar até mesmo as vendas para o Natal, época em que aumenta a procura pelo tomate-cereja. Bruno Cesconetto explicou que a planta, que deveria estar madurando agora, ainda vai levar mais um tempo para se desenvolver por conta do frio prolongado. Com isso, os produtores perdem uma janela de semeio para atender a essa data. Menos oferta, maior preço O atraso na maturação fez com que os produtores colhessem menos frutos durante o inverno. "Caiu muito a oferta, mas a demanda ainda é a mesma, o que faz os preços subirem", ressaltou Bruno Cesconetto. Com ciclos mais longos, plantas produzem menos tomate. Demanda alta faz preços subirem. Reprodução / TV Gazeta LEIA TAMBÉM: IMPACTOS: de café a pimenta e pescados: veja como o tarifaço de Trump ainda afeta produtos de exportação do ES MAIS OFERTA: polo produtor de tangerina prevê safra 30% maior em 2025 Em Vitória, o consumidor pagava R$ 58 a cada 9 kg de tomate, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em junho, o preço subiu para R$ 97 para a mesma quantidade. O aumento do preço não significa, necessariamente, maior receita para o produtor rural. "Uma vez que a gente colhe menos, o faturamento é o mesmo para o período", argumentou Cesconetto. Evaldo de Paula, extensionista do Incaper, explicou que o cultivo do tomate exige cuidados no manejo, por questões nutricionais, além de outros pontos que precisam ser monitorados. Uma alternativa, segundo ele, é usar a estufa, já que é "um ambiente em que é possível controlar fatores como a temperatura, ataque de pragas e doenças". Produtores apostam no cultivo em estufas para minimizar impactos de interferências na produção de tomate do Espírito Santo Reprodução / TV Gazeta Outro ponto de destaque, segundo o extensionista, é a tecnologia usada no campo, que vem sendo melhorada para a produção. "Hoje, somos referência nacional em qualidade, tecnologia e produtividade. O tomate produzido aqui na região é muito bem aceito e distribuído por todo o estado e também no país", acrescentou. VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

Aula no cemitério: alunos aprendem sobre preservação, turismo e memória no Caju

Aula no cemitério: alunos aprendem sobre preservação, turismo e memória no Caju

Alunos passeiam no Bosque de Memórias do Cemitério São Francisco Xavier Reprodução Para muitos, é um lugar de silêncio e saudade; mas, para crianças, pode ser uma curiosa sala de aula. Alunos da Escola Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes, no Caju, estrearam na última sexta-feira (22), no vizinho Cemitério São Francisco Xavier, o “Educar para Sustentar”, programa da Concessionária Reviver que vai além de uma visita guiada. A iniciativa propõe uma nova forma de olhar para os cemitérios: como territórios educativos. Durante o passeio, os estudantes da 5ª série participaram de oficinas de reciclagem, compostagem e turismo cemiterial, além de atividades culturais que dialogam com os conteúdos escolares. “Queremos mostrar que os cemitérios não são apenas locais de memória e reverência, mas também espaços vivos, com potencial educativo, ambiental e cultural”, explica Sandra Fernandino, CEO da Reviver. Além das oficinas, os alunos conheceram túmulos de figuras históricas, como o da vereadora Marielle Franco e o do médium Bezerra de Menezes, um dos pontos mais visitados do cemitério por quem busca conforto espiritual. O projeto prevê ainda a capacitação de professores, distribuição de materiais educativos e o protagonismo dos estudantes em ações que vão além dos muros da escola. Outras unidades da rede pública vão passar pelo “Educar para Sustentar”. Colégios interessados em agendar a visita podem enviar um e-mail para qualidade.inovacao@reviver.srv.br. Alunos têm aula no Cemitério São Francisco Xavier Reprodução Alunos têm aula no Cemitério São Francisco Xavier Reprodução Um dos túmulos visitados é o da vereadora Marielle Franco Reprodução Túmulo de Bezerra de Menezes também está no roteiro Reprodução Inteligência Artificial já promete recursos para amenizar a dor de quem enfrenta o luto

Sem poder andar, cabeleireira aguarda há 1 ano por cirurgia para reparar prótese quebrada

Sem poder andar, cabeleireira aguarda há 1 ano por cirurgia para reparar prótese quebrada

A cabeleireira Flávia Vanessa Oliveira da Silva aguarda por cirurgia no joelho Arquivo pessoal A cabeleireira Flávia Vanessa Oliveira da Silva, de 36 anos, aguarda há 1 ano por uma cirurgia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), na Região Portuária do Rio de Janeiro. Durante o tratamento contra um câncer, ela precisou implantar uma prótese no joelho direito, mas a peça acabou quebrando. Desde então, ela não consegue andar e precisa de remédios para amenizar a dor. “Há 3 anos fui diagnosticada com um tumor de célula gigante na tíbia. Fiz a cirurgia, retiraram o osso e colocaram uma endoprótese. Tinha validade de 5 a 10 anos, mas com 2 anos e meio ela estalou e quebrou”, conta Flávia. Desde agosto do ano passado, quando procurou a emergência do hospital e foi informada que seria encaminhada para a fila, Flávia vive com dores intensas e limitações severas. Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça “Não tem um dia que eu não tome remédio. Não posso movimentar a perna. Os médicos disseram que tem que ser carga zero, porque posso ter fratura exposta ou até romper um vaso”, relata. A rotina da cabeleireira, que mora em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, mudou completamente. Mãe de 3 filhos adolescentes, ela não consegue realizar tarefas básicas como lavar louça, varrer a casa ou forrar a cama. “Só me levanto para ir ao banheiro. Eu trabalhava fora, tinha meu salão. Hoje preciso de ajuda para tudo.” Segundo Flávia, em fevereiro, durante o carnaval, o hospital chegou a informar que a cirurgia não seria realizada por falta de sangue no estoque. “Eles prometeram que eu seria chamada, mas até agora nada.” Além das dores físicas, Flávia diz que enfrenta impactos emocionais. Ela faz acompanhamento psicológico, usa antidepressivos e relata crises de pânico. “Sou nova, tenho 36 anos. Só peço ajuda.” A situação de Flávia não é isolada. Segundo dados do próprio Into, em 2022, cerca de 7.687 pacientes aguardam por cirurgia ortopédica na unidade. Alguns estavam na fila há mais de 3 anos. Atualmente, o hospital não disponibiliza de forma clara o número de pessoas à espera de uma cirurgia. O que diz o Into O Into é gerido pelo Ministério da Saúde. Em nota, o hospital afirmou que Flávia “será comunicada pelas equipes do instituto à medida que concluir as etapas de preparação cirúrgica e estiver apta para a realização do procedimento.” O órgão não deu data. A direção do Into negou a falta de insumos e recursos necessários para procedimentos cirúrgicos. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Reprodução/TV Globo

'Caribe da Baviera', na Alemanha, é nova 'vítima' do turismo em massa; conheça

'Caribe da Baviera', na Alemanha, é nova 'vítima' do turismo em massa; conheça

O Eibsee, um lago turquesa nos Alpes alemães conhecido como o "Caribe da Baviera", se tornou um destino turístico de massa. Agora, os visitantes precisam ter paciência nos congestionamentos, nos ônibus ou para estacionar. São dez horas da manhã de segunda-feira, e, na estação de trem de Grainau, cerca de 30 pessoas aguardam o ônibus que as levará ao lago. O último já está cheio e um grupo precisa esperar o próximo. De castelo a hotel: a reabertura do Valle Andino em Mendoza, cenário de filme com Brad Pitt Exagero em alto-mar: saiba como é navegar no Star of the Seas, o maior navio de cruzeiros do mundo Uma única estrada leva ao Eibsee, e há apenas dois estacionamentos para acessar o teleférico do Zugspitze, o pico mais alto da Alemanha, então as vagas disponíveis são escassas. O resultado: um grande congestionamento nos últimos quilômetros. Com suas águas cristalinas, ilhotas, densas florestas de abetos e cumes cobertos de nuvens, o "Caribe da Baviera", como chama o escritório de turismo, se popularizou nas redes sociais nos últimos meses. Fotos e vídeos tirados em seu entorno idílico geram milhões de visualizações. Um entusiasmo comparável ao que gerou a cidade austríaca medieval de Hallstatt ou a francesa Annecy, conhecida como a "Veneza dos Alpes". Ambas impactadas pelo "overtourism", um fenômeno de saturação causado por viajantes entusiastas que popularizam certos destinos. "Não achávamos que haveria tanta gente, mas é realmente lindo", resume Clément, um turista francês de Marselha que visita a Baviera pela primeira vez. "A cor da água é impressionante: tão clara e transparente, algo que não costuma acontecer nos lagos", acrescenta sua amiga Marion. Depois de percorrer os 7,5km que cercam o lago (extensão similar à da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio) com seu filho a tiracolo, ambos retornarão ao seu alojamento em Garmisch-Partenkirchen, a grande estação de esportes de inverno vizinha de Grainau. Quase dez vezes menor, Grainau registra cerca de 620 mil pernoites por ano desde a pandemia de covid-19, segundo o vice-prefeito Christian Andrä. Isto representa uma média diária de 1.700 pernoites para uma localidade de 3.600 habitantes. A cidade não possui uma estimativa total de visitantes, incluindo aqueles que não passam a noite lá. "Uma partida de futebol" Andrä compara essa "forma de overtourism" com um "grande evento", como "uma partida de futebol em Munique" ou uma "viagem à Oktoberfest", a tradicional festa da cerveja. As corridas para o metrô ao final de uma partida, Grainau as vive "de forma atenuada", diz o vice-prefeito, explicando que alguns visitantes "ignoram os sinais" que indicam que os estacionamentos estão cheios, então "no final precisam dar meia-volta e pioram o tráfego". Sumidouros de Omã: turistas são atraídos por viagens não convencionais no Oriente Médio; veja vídeo Leia também: saiba quais são os 10 países que oferecem mais tranquilidade aos turistas e os motivos para visitá-los Andrä se opõe a um sistema de barreiras que, em sua opinião, causaria os mesmos congestionamentos, por isso pede aos motoristas que "mostrem responsabilidade". Depois de terem vindo de carro para passar o dia, Max e Yan levaram quase uma hora e meia para chegar ao lago. "Tinha muita vontade de vir aqui" pela segunda vez, explica Max, de 27 anos, residente de Stuttgart (sudoeste). Yan, que vive em Paderborn (centro), acha que há "muita gente", mas destaca que o lago é "facilmente" acessível de Munique e que é "um lugar fantástico para passar o dia". Além do trânsito complicado, Grainau precisa lidar com uma "certa sobrecarga" na coleta de resíduos, o que exige a remoção de lixo "quase diariamente", enfatiza o vice-prefeito.

Adultização reacende debate sobre regulação das redes, mas clima no Congresso ainda é desfavorável

Adultização reacende debate sobre regulação das redes, mas clima no Congresso ainda é desfavorável

A polêmica da adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais mobilizou o Congresso sobre o tema e reacendeu o debate sobre uma eventual regulamentação mais ampla do ambiente digital. No entanto, esse passo ainda parece distante, apesar de projetos já terem sido apresentados aos parlamentares. A adultização teve maior repercussão depois que o youtuber Felca publicou um vídeo denunciando o fenômeno e, em seguida, o influenciador Hytalo foi preso sob acusação de exploração de menores. Isso levou a Câmara dos Deputados a aprovar, na última quarta-feira (20), um projeto que combate a adultização de crianças nas redes sociais. O texto, que já havia sido analisado pelo Senado em 2022, precisará voltar para a Casa antes de seguir à sanção presidencial. A votação foi praticamente consensual. Deputados de diferentes partidos destacaram a necessidade de proteger crianças e adolescentes em ambientes digitais. O projeto prevê mecanismos de verificação de idade, exigência de supervisão parental e multas que podem chegar a R$ 50 milhões em caso de descumprimento pelas plataformas. Câmara aprova projeto contra adultização nas redes sociais Debate sobre regulação mais ampla O avanço do projeto abriu espaço para que o debate transbordasse para a discussão mais ampla da regulação das redes sociais. Nesse campo, porém, o ambiente no Congresso é de impasse. "A regulamentação das redes sociais é um tema inescapável para o Congresso, a abordagem faz parte da agenda, só que está engavetada. É um tema que divide opiniões, são visões distintas, e agora, com o tema da adultização das crianças, isso ganha notoriedade”, afirma o cientista político Augusto Prando. “É necessário um consenso mínimo, para se votar, mas pelo visto já existem alguns obstáculos desde então. Não querem fazer a discussão da adultização com regulamentação, porque entende que isso se tornaria uma censura”, conclui. Parlamentares da direita rejeitam qualquer tentativa de impor regras gerais mais restritivas, afirmando que isso pode se transformar em censura. “O que está em jogo é muito mais do que um projeto: é a preservação das liberdades fundamentais e a proteção da economia nacional”, afirmou a bancada do PL em nota. Já integrantes da esquerda sustentam que a liberdade de expressão não pode se sobrepor a outros direitos e que, por serem ambientes controlados por empresas privadas, as redes precisam ser reguladas. “A regulamentação das redes sociais é inescapável, mas está engavetada porque divide opiniões. A adultização deu notoriedade ao tema, mas ainda há resistência para avançar”, avalia o cientista político Augusto Prando. Para a advogada Samara Ohanne, “sem mobilização social, o Congresso dificilmente aprovaria o texto da adultização”. Ela defende que a proteção de crianças e adolescentes abre caminho para um debate mais amplo sobre responsabilidade das plataformas. Lei 'Felca': Câmara aprova projeto que combate pedofilia e 'adultização' de crianças em São Vicente, SP Vanessa Rodrigues/AT e Reprodução/Youtube/Felcaseita Projetos travados O principal projeto de regulação das redes em tramitação é o PL das Fake News, aprovado no Senado mas parado há mais de dois anos na Câmara. O texto prevê responsabilização de plataformas por conteúdos pagos, transparência em regras de moderação, retirada imediata de conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes, além de remuneração por conteúdos jornalísticos. No ano passado, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a articular uma votação, mas adiou ao avaliar que não havia votos suficientes. “Inequivocamente, existe uma pressão muito grande das Big Techs [grandes empresas de tecnologia]. É um momento delicado, em que o setor privado exerce grande influência na tomada de decisões”, disse o professor da USP Rubens Breçak. Ações no Judiciário Diante do impasse no Legislativo, o Supremo Tribunal Federal tem puxado mudanças. Em junho, a Corte atualizou o Marco Civil da Internet e decidiu que as plataformas podem ser responsabilizadas por não removerem conteúdos criminosos após notificação extrajudicial — sem necessidade de ordem judicial imediata. Segundo especialistas, a decisão pressiona o Congresso a se movimentar e aproxima o Brasil de modelos adotados na Europa, onde a regulação é mais rígida. Próximos passos Enquanto isso, a pauta contra a adultização continua a avançar no Legislativo. O projeto aprovado na Câmara terá de ser reavaliado pelo Senado e, se confirmado, seguirá para sanção presidencial. Em paralelo, especialistas defendem que o tema deve servir de impulso para retomar a discussão mais ampla sobre regulação das redes. “A sociedade muda mais rápido que as normas. O desafio é atualizar a legislação sem comprometer a liberdade de expressão, mas garantindo a proteção de direitos”, resume Prando.

Dubai atrai número recorde de milionários devido à ausência de impostos e vida de luxo

Dubai atrai número recorde de milionários devido à ausência de impostos e vida de luxo

Dubai seduz um número recorde de milionários atraídos pela ausência de impostos sobre rendas e pela oportunidade de um estilo de vida luxuoso e relaxado no emirado do Golfo. Os Emirados Árabes Unidos, e especialmente sua deslumbrante capital, atraem há muito tempo os detentores de grandes fortunas na região. Agora, muitos ocidentais também estão se mudando para lá, segundo consultorias especializadas. ‘Único 7 estrelas do mundo’: Dubai terá hotel de luxo em formato de superiate; veja fotos Veja também: arranha-céus em Dubai serão conectados por piscina de 'ultra-cobertura'; fotos A Henley & Partners estima que o país atrairá este ano o número sem precedentes de 9.800 milionários, mais do que qualquer outra nação do mundo. Centro de comércio internacional e ponto estratégico de conexão entre Europa e Ásia, Dubai se orgulha de ter um dos aeroportos mais movimentados do mundo e um porto dinâmico. Nesta megacidade de 3,5 milhões de habitantes, com 90% deles expatriados, vivem pessoas que oferecem mão de obra de baixo custo, influenciadores e milionários. Muitos destes super-ricos consideram o sucesso como um fardo em seus países de origem. "Pagam mais impostos, são submetidos a maior escrutínio e lhes oferecem menos", detalha Mike Coady, diretor da Skybound Wealth Management, uma empresa especializada em gestão patrimonial. Coady explica que em Dubai a riqueza é "normalizada", diferentemente de outros lugares onde se observa uma retórica crescente contra os ricos. Segundo ele, em Londres, seus clientes "sussurram" ao mencionar seus rendimentos; "aqui podem viver livremente", afirma. "Estilo de vida melhor" Pelos mesmos rendimentos, Dubai "oferece um estilo de vida melhor" do que em outras regiões, diz Max Maxwell, diretor-executivo da Paddco Real Estate, que se mudou para os Emirados Árabes procedente dos Estados Unidos, no podcast britânico "Building Wealth With No Borders". A cidade já conta com 81.200 milionários e 20 bilionários, o que a torna uma das 20 mais ricas do mundo. Além da ausência de imposto de renda, um ambiente de negócios flexível, um acesso descomplicado a artigos de luxo, as vantagens de Dubai incluem uma taxa de criminalidade muito baixa e estabilidade política. Philippe Amarante, da Henley & Partners, destaca que a cidade permite fazer negócios com "muito poucos trâmites administrativos". Além disso, o país possui um programa de "visto dourado" que oferece a estrangeiros ricos ou altamente qualificados um visto de residência de 10 anos. Isto alimenta críticas sobre as profundas desigualdades entre estes migrantes e as legiões de trabalhadores mal pagos expostos a "abusos generalizados", alerta a ONG Human Rights Watch. "Comprar um edifício inteiro" A cidade vive há anos um frenesi imobiliário com deslumbrantes arranha-céus, vilas de luxo, ilhas artificiais e prestigiados complexos residenciais. Superando Nova York e Londres juntos, no ano passado foram vendidas 435 residências com um valor de 10 milhões de dólares (R$ 61,9 milhões, na cotação de dezembro de 2024) ou mais, tornando-a o mercado mais ativo para propriedades de alto padrão, segundo Faisal Durrani, da consultoria imobiliária Knight Frank. Agora, os ricos do mundo estão mudando suas famílias, negócios e escritórios privados para lá, "o que é novo", observa. Durrani afirma receber solicitações de compradores ricos de Mônaco ou da Suíça, que "buscam um apartamento de 100 milhões de dólares". "Em Dubai, por esse preço, você pode comprar um edifício inteiro", afirma. Coady explica que seus clientes residentes nos Emirados são em sua maioria profissionais entre 30 e 40 anos, fundadores de microempresas ou startups tecnológicas, herdeiros de empresas familiares, consultores ou gestores de fundos. Um deles, um britânico de 42 anos, proprietário de uma empresa de software, decidiu se mudar por medo do imposto sobre ganhos de capital ao vender seu negócio. O Reino Unido pode perder o número recorde de 16.500 milionários este ano, segundo estimativas da Henley & Partners. No entanto, as autoridades de Dubai intensificaram sua luta contra a lavagem de dinheiro após a inclusão dos Emirados em uma "lista cinza" internacional em 2022, devido a suspeitas de transações opacas e à afluência de capital russo após a invasão da Ucrânia. Desde então, os Emirados extraditaram várias pessoas procuradas, incluindo chefes do tráfico de drogas, o que resultou na sua retirada desta lista.

Piracicaba teme perda de empregos por tarifaço, do dono da fábrica ao instrutor de autoescola

Piracicaba teme perda de empregos por tarifaço, do dono da fábrica ao instrutor de autoescola

Uma preocupação tem tirado o sono de quem vive em Piracicaba, no interior de São Paulo. Do instrutor de autoescola ao empresário que vende veículos zero quilômetro, passando pelo dono de um restaurante na famosa Rua do Porto, todo mundo só pensa no efeito que o tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os EUA terá na economia da cidade de 425 mil habitantes, a 160 quilômetros da capital paulista. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Cerveja grátis, show de samba, provinhas de comida... Veja 10 dicas para curtir com gosto o Rio Gastronomia neste domingo

Cerveja grátis, show de samba, provinhas de comida... Veja 10 dicas para curtir com gosto o Rio Gastronomia neste domingo

Domingo, dia de boa mesa, diversão e samba no pé. E tudo isso se encontra no Rio Gastronomia, cenário ideal para celebrar sabores, experiências e música. Montado no Jockey Club Brasileiro, na Gávea, na Zona Sul do Rio, o maior festival do gênero no país abre as portas hoje ao meio-dia, com uma programação que dura até tarde. São mais de 30 bares e restaurantes com receitas caprichadas, drinques para todos os paladares, estandes cheios de ações interativas e brindes, além de atrações como roda-gigante e a Tirolesa Ipiranga, que garantem diversão para todas as idades em um grande espaço a céu aberto. Para completar, o encerramento neste domingo (24) é ao som do grupo Sambotica, às 19h, e da Grande Rio, às 21h. Batucada da melhor qualidade para fechar a semana! Quer aproveitar ao máximo esse cardápio de atrações sem perder nem um ingrediente? Então, confira a seguir dez dicas para curtir o festival do início ao fim neste domingão. E bom apetite! Festival: clique aqui e compre seu ingresso para o Rio Gastronomia 2025 O que comer no Rio Gastronomia? Chefs contam o que comeram de mais gostoso no evento Rio Gastronomia 2025 Lucas Tavares 1. Chegue cedo Os portões do Rio Gastronomia neste domingo abrem ao meio-dia. Chegando com tempo, você garante uma mesa legal e aproveita tudo com mais calma e menos filas. 2. Mas, antes de sair... Mais de 30 bares e restaurantes marcam presença nesta 15ª edição do festival. Juntando todos os cardápios, são centenas de opções para se deliciar no evento. Então, se você quer aproveitar com gosto uma aventura gastronômica cheia de sabores, a dica é montar um roteiro antes de sair de casa. No site do jornal O GLOBO, pesquise o que cada menu oferece. 3. Cervejinha de graça Quem chega cedo e é do time da cerveja se dá bem! Às sextas-feiras (a partir das 17h) e aos sábados e domingos (a partir das 12h), um pequeno estande da Stella Artois Pure Gold posicionado na entrada do evento distribui cerveja para o público assim que os portões abrem. São 300 garrafas a cada dia. A ação costuma acabar em até 2 horas. A distribuição das garrafinhas long neck acontece logo após o túnel que dá acesso ao festival — onde, aliás, vale prestar atenção na exposição de fotos “Cenas cariocas”, com oferecimento Naturgy, que reúne imagens do cotidiano, da cultura e das belezas do Rio registradas por fotógrafos do GLOBO ao longo dos últimos 100 anos. 4. Vai em grupo? Se for entre amigos, combine com eles o que está com vontade de comer. Assim, cada um pode comprar um prato diferente, e vocês todos dividem, provando várias opções. Rio Gastronomia 2025 Alex Ferro 5. Mesão ou mesinha? Por falar em ir em grupo ao Rio Gastronomia, o evento disponibiliza muitos mesões pelo Pião do Prado, no Jockey Club. Chegando cedo com seus amigos, garanta uma mesa que pode servir como ponto de encontro para vocês. Assim, vocês podem se revezar na hora de ir comprar comida ou bebida sem perder o lugar. Mas, se você for a dois, o evento também tem mesinhas tipo bistrô, ótimas para aquele tête-à-tête. 6. Lugar mais sossegado As mesas que ficam próximas ao auditório costumam ser as mais tranquilas para achar lugar, porque ficam mais distantes do Palco Sesc, onde acontecem os shows. Mas não pense que irá encontrar marasmo por ali: pertinho, há estandes, a roda-gigante, um bar, a feira de produtores... Diversão em família: com roda-gigante, tirolesa e área kids, Rio Gastronomia é um prato cheio para adultos e crianças Espaço kids no Rio Gastronomia 2025 Lucas Tavares 7. Atenção, garotada! O Rio Gastronomia faz sucesso também com a criançada: além da roda-gigante e da Tirolesa Ipiranga, o evento tem o Espaço Kids Alfa CEM Bilíngue (sujeito à lotação). E se a ideia é passar o dia todo no festival, vale a pena pegar o day use (R$ 120), podendo o pequeno entrar e sair quantas vezes quiser. A outra modalidade de ingresso é por tempo, a R$ 50 a primeira meia hora, e R$ 20 cada meia hora adicional. Só para crianças até 10 anos. 8. Para fazer a feira A feira de produtores e cachaça reúne barraquinhas de queijo, charcutaria, doces, conservas, biscoitos... Além de vários rótulos da bebida e um bar de caipirinha. O espaço recebe o público do evento e fica logo após a subida do túnel de acesso. A dica é circular pelos expositores e aproveitar todas as provinhas que eles oferecem assim que chegar. O que for levar para casa, você deixa para comprar na saída, para não circular pelo evento carregando bolsas (ou mesmo deixando produtos como queijo e salame fora da refrigeração). Menus campeões: os vencedores do Prêmio Rio Show de Gastronomia que estão com estande no Rio Gastronomia Rio Gastronomia: confira as atrações e faça o download da programação de cada semana 9. Mais provinhas Na Lagoa, um carrinho da Président promove degustação de queijos. O quiosque da Seara, na tenda Parque Lage, tem provas de salame e mortadela da marca para quem responder uma pesquisa. No carrinho da Andorinha, é possível provar quatro tipos de azeite. Já o estande do Rio Sul distribui pipoca gourmet; para pegar, basta se cadastrar na hora. E para quem quiser adicionar um tempero aos quitutes, há estandes da Granfino espalhados por todo o evento com sete tipos de molho para você se servir à vontade. 10. Para ver tudo lá de cima A paisagem do Rio vista do Jockey, com o Cristo Redentor de braços abertos abençoando tudo lá de cima, é deslumbrante por si só. Agora, imagine ver tudo do alto da roda-gigante? Um bom horário para ir ao brinquedo é por volta das 17h, para ver o pôr do sol. Mas saiba que, a essa hora, pode ser que tenha fila... Se não quiser abrir mão de dar uma voltinha no brinquedo, vá até lá assim que chegar. O ingresso unitário custa R$ 25. A cabine para quatro lugares sai a R$ 80. Já a Tirolesa Ipiranga é de graça, com agendamento no local. Se quiser garantir uma foto maneira, vá com o dia claro ainda. Mas se no palco estiver um ídolo seu, vale a pena esperar o show começar, já que o brinquedo fica posicionado quase em frente ao Palco Sesc. Katia Barbosa, Juliana Gueiros, Paula Prandini e mais: confira as aulas da 2ª e da 3ª semana no Rio Gastronomia Combate à fome: no Rio Gastronomia, estande da Gastromotiva une sabor e solidariedade Rio Gastronomia 2025 Lucas Tavares O Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da lei estadual de incentivo à cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, através da Lei Municipal de Incentivo a Cultura – Lei do ISS, Sesc RJ e Senac RJ apresentam Rio Gastronomia 2025. O evento conta com o Governo do Estado do Rio de Janeiro como estado anfitrião e Cidade do Rio de Janeiro como cidade anfitriã; patrocínio Master de Naturgy e Cartões BB Visa, patrocínio de Stella Artois, Maturatta, PRIO, Ipiranga, Secretaria Municipal de Cultura, através da Lei Municipal de Incentivo a Cultura – Lei do ISS e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj) através de Lei Estadual de Incentivo à Cultura; apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Rede D’Or, Prezunic, Garrafaria, Água Pouso Alto, Chandon, azeite Andorinha, Président, Cielo, Britania, Seara Gourmet, Governo do Estado do Amapá, SEBRAE, TV Globo, Alfa CEM Bilíngue, Embratur, SulAmérica e Enel Brasil; participação de café Três Corações, Frescatto, Aperol, Granfino, Gin Ion, Granado, Venancio e Cachaça 51; Shopping Oficial Rio Sul; Cia Aérea Oficial Gol Linhas Aéreas; Hotel Oficial Fairmont Rio; Parceria de Energia Sustentável TYR mercado livre de energia; Parceria do SindRio; Produção RKF e Lanikai; Rádio Oficial CBN e Rádio Globo, Parceiro de Mídia Eletromídia, Assessoria de Imprensa In Press. A realização é do GLOBO através do Ministério da Cultura, Governo Federal.

Trabalhadores com mais de 60 são grupo que mais cresce. O que isso diz sobre o futuro do mercado de trabalho?

Trabalhadores com mais de 60 são grupo que mais cresce. O que isso diz sobre o futuro do mercado de trabalho?

José Alberto Soares Lins, de 60 anos, tem dois filhos adultos e já é avô, mas ainda precisa trabalhar por mais cinco anos para se aposentar. No entanto, não tem planos de parar quando chegar lá. Com Ensino Médio completo, ele trabalhou em limpeza urbana e, há mais de dez anos, é porteiro. Gosta do que faz e sabe que a renda da aposentadoria não será suficiente para os gastos da família. Quer seguir trabalhando para complementar a renda no futuro. — Quando eu me aposentar, pretendo continuar trabalhando por mais um tempo. É tranquilo — diz seu Alberto, como é chamado no prédio residencial de Brasília onde dá expediente à noite e conquistou os moradores com seu sorriso fácil e jeito prestativo. Auxílio-alimentação: STF tira de pauta ação previdenciária que teria impacto fiscal de R$ 419 bi Desemprego cai para 5,8% em junho, menor nível da série histórica Assim como ele, mais pessoas chegam à maturidade sem a intenção de deixar o mercado de trabalho ou precisam permanecer mais um pouco no emprego para se aposentar. O número de pessoas com mais 60 anos entre os ocupados saltou 76% em pouco mais de uma década. Foi de 4,9 milhões no segundo trimestre de 2012 para 8,6 milhões no deste ano. Na faixa etária de 40 anos a 59 anos, a alta foi de 32%, saindo de 31 milhões para 41 milhões no mesmo período. Os números fazem parte de um levantamento do pesquisador Rogério Nagamine, ex-secretário do Regime Geral da Previdência, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Para ele, a explicação está na combinação de envelhecimento acelerado da população com a introdução da idade mínima para a aposentadoria (65 para homens e 62 anos para mulheres) pela Reforma da Previdência, em 2019. Mas ele também destaca que a conjuntura econômica também estimula brasileiros a trabalhar por mais tempo. Editoria de Arte Vida longa, renda curta Com maior longevidade, aumentam as necessidade financeiras de quem tem idade para se aposentar e muita vida pela frente. Na outra ponta, a redução do contingente de jovens torna esses profissionais maduros cada vez mais necessários no mercado. — O grupo de trabalhadores ocupados que mais cresceu está na faixa etária de 60 anos ou mais — diz Nagamine. — Claro que em parte é decorrente do próprio envelhecimento da população. Mas, no caso dos idosos, cabe destacar que a taxa de participação no mercado de trabalho está subindo gradualmente. Initial plugin text Considerando as pessoas com 40 anos ou mais, os trabalhadores mais maduros estão se aproximando da metade do total de ocupados no Brasil. A funcionária pública Eloisa Biasuz conta que contava se aposentar em maio de 2020, mas foi pega pela Reforma da Previdência no ano anterior. Entrou em uma regra de transição. Com 57 anos, ela pretende continuar na ativa até 2029 para evitar uma perda de 20% na renda: — Antes da reforma, eu teria que trabalhar mais seis meses para me aposentar, agora são nove anos a mais para ter uma pensão melhor. Fátima Xavier, de 55 anos, não quis esperar mais. Aposentou-se em janeiro de 2024 e, diante da queda na renda provocada pelas novas regras, decidiu empreender para complementar a aposentadoria. Abriu uma corretora de seguros e segue trabalhando. Com a experiência dos 19 anos em que trabalhou em um banco, capta clientes para seguros e consórcios. — Ainda quando estava no banco, fiz um curso no setor (de seguros) on-line, à noite, e não pensei duas vezes em abrir a corretora para complementar a renda, que cairia para um terço (na aposentadoria) — disse Ana, que tentou alcançar outros cargos no banco, com salários melhores, mas não teve êxito. INSS suspende contrato com Crefisa para pagar benefícios: veja como ficam antigos e novos segurados A demografia indica que as empresas não poderão seguir abrindo mão de profissionais mais velhos por muito tempo . O conjunto de trabalhadores entre 25 e 39 anos cresceu apenas 3,6% em 13 anos, levando a uma queda na participação dessa faixa etária no total de ocupados no país. A fatia do segmento entre 18 e 24 anos encolheu 6% desde 2012. E a de 14 a 17 anos retraiu quase 50%, refletindo menores taxas de natalidade e maior permanência de adolescentes na escola. No caso das meninas, houve ainda redução do índice de gravidez na adolescência, o que ajuda a elevar os anos de estudo, observa o professor visitante da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Eduardo Rios. Evolução natural Para o economista e doutorando em Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Alexandre Oliveira Ribeiro, a mudança na demografia tende a elevar naturalmente os níveis de ocupação entre os mais velhos, que vivem mais e precisam complementar as pensões. — Essa variação é impulsionada pelo envelhecimento populacional que interage com mudanças econômicas, comportamentais, políticas, legislativas, tecnológicas e de saúde. Juntas levam a uma maior absorção de mão de obra em idade avançada — diz Ribeiro. Para ele, o quadro demanda políticas públicas que melhorem a situação de trabalhadores mais velhos em todos os grupos socioeconômicos: — Além de promover o envelhecimento ativo, essas ações são fundamentais para mitigar externalidades negativas, como o etarismo, e garantir a rápida adaptação do Brasil à nova realidade da demografia mundial.

Como a IA está mudando a forma de navegar na internet? E quais as consequências disso

Como a IA está mudando a forma de navegar na internet? E quais as consequências disso

Como você procura informação na internet? Durante duas décadas, a resposta parecia óbvia: digitar na barra de pesquisa e navegar pela lista de links oferecida. Mas, desde que a inteligência artificial (IA) generativa se popularizou, perguntar e receber um texto como resposta se tornou tão ou mais comum quanto examinar sites sugeridos pelo Google. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Funcionários públicos, donas de casa, aposentados: Venezuela intensifica alistamento para enfrentar os EUA

Funcionários públicos, donas de casa, aposentados: Venezuela intensifica alistamento para enfrentar os EUA

Funcionários públicos, donas de casa, aposentados. Milhares de pessoas se alistaram neste sábado nas forças militares da Venezuela, para combater uma eventual invasão dos Estados Unidos. O presidente Nicolás Maduro pediu a abertura do registro da Milícia Bolivariana, um corpo formado por civis, integrado às Forças Armadas, e que os críticos do presidente afirmam ter um alto componente ideológico. Também representa uma demonstração de força perante o que Maduro considera ser uma ameaça ao seu poder. Maduro em alerta: frota naval americana faz Venezuela temer interceptação e ataque cirúrgico Tensão entre EUA e Maduro: Mauro Vieira se reúne com chanceler da Venezuela em Bogotá Editorial: Envio de navios americanos à Venezuela traz riscos ao Brasil Três navios militares vão se posicionar em águas internacionais diante da costa da Venezuela, no que os Estados Unidos afirmam se tratar de operações de combate ao narcotráfico. A Milícia montou centros de registro em praças e prédios militares e públicos, entre eles o palácio presidencial, em Caracas. "Você já serviu antes?", perguntou uma miliciana uniformizada a Óscar Matheus, que aguardou pacientemente na fila. "Estou aqui para servir ao nosso país", disse à AFP esse auditor, de 66 anos. "Não sabemos o que pode acontecer, mas temos que nos preparar e continuar resistindo. A pátria nos chama, o país precisa de nós", expressou Rosy Paravabith, de 51. 'Viva a pátria!' Batizadas de bolivarianas por Chávez, as Forças Armadas venezuelanas não escondem sua politização. "Chávez vive!" é hoje sua saudação oficial. Não está claro com quantos efetivos essas forças contam. Em 2020, elas possuíam cerca de 343 mil integrantes, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), um tamanho semelhante às do México (341 mil) e superado na América Latina apenas por Brasil (762 mil) e Colômbia (428 mil). No entanto, Maduro afirmou nesta semana que somente a Milícia contava com mais de 4,5 milhões de soldados. "Estou me alistando pela Venezuela, viva a pátria!", gritavam voluntários após se registrarem. Policiais e milicianos da reserva compareceram para reafirmar seu compromisso. Do Quartel da Montanha, pode-se observar Caracas em sua totalidade. Trata-se de um antigo museu militar onde Hugo Chávez coordenou sua tentativa de golpe de Estado em 1992. Uma vez registrados, os voluntários passam para uma sala onde é exibido um documentário sobre o bloqueio imposto por nações europeias à costa venezuelana entre 1902 e 1903, após a recusa do então presidente, Cipriano Castro, em pagar a dívida externa. Na sala seguinte, parte do armamento está exposto. Um tenente do Exército explica, em linguagem técnica, o alcance e o espaço onde cada arma pode ser usada, e com qual objetivo. 'Imoral, criminosa e ilegal' Os Estados Unidos já haviam enviado tropas para o Caribe. Mas, desta vez, isso coincide com o aumento da recompensa por Maduro e com a acusação que ele recebeu de liderar um suposto grupo do narcotráfico batizado de Cartel dos Sóis, que o presidente americano classificou como organização terrorista. Maduro afirma que a mobilização é "imoral, criminosa e ilegal" e busca "uma mudança de regime". Nas ruas da Venezuela, o tema surge em meio a piadas e preocupação, embora especialistas considerem distante o cenário de uma operação direta dos Estados Unidos contra o país. "Vamos defender esta pátria até o nosso último suspiro", afirmou o ministro da Defesa, Vladimir López, ao canal estatal VTV. A oposição pediu que a população não se aliste. Mas, nas filas, havia voluntários de todas as idades. "Quero treinar para defender a pátria", disse Jesús Bórquez, de 19 anos. "Sei que, por causa da minha idade, não vou pegar em um fuzil, mas estou disposta a ajudá-los", afirmou Omaira Hernández, de 78 anos.

Conheça medicamento indicado para reduzir colesterol e entenda por que dieta saudável não é suficiente

Conheça medicamento indicado para reduzir colesterol e entenda por que dieta saudável não é suficiente

"Eles capturam uma enzima, a quebram, e ela não produz tanto colesterol." Foi assim que o cardiologista Jorge Tartaglione descreveu o trabalho das estatinas, um medicamento que ajuda a regular os níveis de colesterol e reduz o risco de ataques cardíacos, derrames e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demência. Peste negra de volta? O que saber sobre os riscos da doença que teve caso registrado no EUA 'Apenas para quem consegue pagar': sociedades médicas criticam decisão de não incluir Ozempic e Saxenda no SUS Por outro lado, o cardiologista destacou que a atividade física e uma alimentação saudável ajudam a controlar os níveis de colesterol, mas em muitos casos não são suficientes, e é necessário tratamento medicamentoso. “30% vem da dieta, e muitas pessoas têm esse colesterol geneticamente produzido no fígado”, disse Tartaglione, referindo-se aos pacientes vegetarianos que têm colesterol alto. Medicina e notícias falsas "A grande quantidade de notícias falsas circulando é muito preocupante. Quase 50% das notícias médicas são falsas. Não há dúvida de que os medicamentos para colesterol são bons e salvam vidas", disse o especialista ao La Nacion. Galerias Relacionadas “Você acessa a internet, e dizem que se você tomar uma estatina, ela vai te matar, sua perna vai doer. Isso levanta muitas questões. Estou preocupado que muitas dessas postagens sejam de médicos. Por que eles fazem isso?”, lamentou. Colesterol ruim e seus valores Tartaglione também se referiu a estimativas sobre os níveis de LDL que algumas pessoas deveriam ter para evitar doenças cardíacas. Uma pessoa saudável: menos de 116 Fumante, hipertenso ou diabético: menos de 100 ou 70 Paciente com histórico de doença cardíaca: menos de 50 O médico ainda esclareceu que, como todos os medicamentos, as estatinas têm efeitos adversos. "Em 1% dos casos, causam dores musculares", concluiu.