Crypto Markets Catch Their Breath After A Shakeout

Crypto Markets Catch Their Breath After A Shakeout

Bitcoin hovered near $112,000 on Wednesday morning after a punishing 48 hours that rattled every corner of crypto. Ethereum steadied around $4,100; Solana outperformed near $204; Litecoin pushed toward $100; XRP traded near $2.49; Dogecoin held around $0.20. BNB lagged near $1,186. The board also showed eye-watering moves in small, thinly traded tokens—spectacular, but mostly […]

Global Economy Briefing: October 14, 2025

Global Economy Briefing: October 14, 2025

Markets parsed softer U.S. small-business sentiment, stickier UK wages alongside a looser labor market, and mixed euro signals as disinflation progressed but confidence wobbled. Asia’s picture stayed two-speed, with Korea’s trade still strong and China’s prices in mild deflation. Short-tenor funding costs eased in the U.S. and euro area. United States Small-business optimism slipped to […]

Israel reabrirá passagem fronteiriça de Rafah, para entrada de ajuda em Gaza

Israel reabrirá passagem fronteiriça de Rafah, para entrada de ajuda em Gaza

Israel autorizará nesta quarta-feira a reabertura da passagem fronteiriça de Rafah, entre Egito e Gaza, e permitirá a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária no território palestino, informou a emissora pública israelense KAN. Com o desbloqueio, “600 caminhões com ajuda humanitária serão enviados (na quarta-feira) à Faixa de Gaza pela ONU, organizações internacionais autorizadas, o setor privado e países doadores”, indicou o meio israelense em seu site, sem citar fontes. A ONU e importantes ONGs vinham exigindo insistentemente essa medida diante da crise humanitária que assola a Faixa após dois anos de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas. Do cativeiro à liberdade: veja o antes e depois dos reféns israelenses libertados pelo Hamas Guga Chacra: Alegria no presente, tristeza no passado e ceticismo no futuro No fim de agosto, as Nações Unidas declararam algumas zonas do território em situação de fome, uma classificação que Israel rejeita. Fila infinita: caminhões carregados com ajuda humanitária estacionados no lado egípcio da passagem de Rafah, aguardando acesso à Faixa de Gaza AFP Segundo a KAN, a reabertura foi decidida pela “esfera política” depois que o Hamas entregou, na noite de terça-feira, outros quatro corpos de reféns no marco do acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa proposta estipulava que o Hamas deveria devolver a Israel todos os reféns mantidos em Gaza — vivos e mortos — no prazo máximo de 72 horas após a entrada em vigor da trégua, ou seja, na segunda-feira às 9h (hora local). O movimento islamista palestino libertou a tempo os 20 reféns que ainda estavam vivos, mas devolveu a Israel apenas oito dos 28 corpos das pessoas sequestradas em seu ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. O ministro da Segurança Interna e líder da extrema-direita israelense, Itamar Ben-Gvir, acusou o Hamas de manipular os prazos e pediu na terça-feira ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que interrompesse o envio de ajuda a Gaza. Mas segundo a informação publicada pela KAN, a decisão de reabrir a importante passagem de Rafah foi tomada depois que as autoridades israelenses foram notificadas de que o Hamas pretendia devolver outros quatro corpos na quarta-feira. O movimento islamista palestino ainda não confirmou publicamente essa informação.

Narco Bet: influenciador preso já foi citado em esquema de desvio de recursos do Corinthians

Narco Bet: influenciador preso já foi citado em esquema de desvio de recursos do Corinthians

Preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Narco Bet, deflagrada nesta terça-feira em quatro estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina —, o influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, já foi citado em inquérito instaurado para apuração de desvios de recursos do Sport Club Corinthians Paulista, onde foram identificados indícios de possível lavagem de dinheiro. O inquérito, de acordo com a decisão judicial obtida pelo GLOBO, aponta que o esquema de desvio que afetou o clube paulista possuiria ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Narco Bet: Investigação aponta elo entre empresário e veleiro apreendido pelos EUA com 4t de cocaína Narco Bet: Buzeira foi preso em mansão de R$ 18 milhões em Igaratá (SP), reduto de influenciadores e funkeiros que tem atraído o crime organizado Preso em sua mansão em Igaratá (SP), Buzeira estava no centro de uma investigação que apurava desvio de valores da comissão do contrato de patrocínio com a empresa de apostas Vai de Bet. Em maio, a Polícia Civil de São Paulo concluiu que mais de R$ 1 milhão pago pelo Corinthians à intermediária do patrocínio da Vai de Bet foram desviados e acabaram na conta da UJ Football Talent, empresa apontada como ligada ao PCC. Segundo o relatório, o clube foi vítima de uma sofisticada operação de lavagem de dinheiro. O relatório obtido na época pelo UOL apontava que os responsáveis pelo esquema usaram empresas fantasmas para ocultar a origem ilícita dos recursos. O dinheiro foi transferido da empresa Rede Social Media, do empresário Alex Cassundé, para outras firmas como Neoway, Wave e Victory Trading, até chegar à UJ Football, citada por delatores como parte do esquema da facção criminosa para lavar dinheiro do futebol. A Buzeira Digital, empresa citada na decisão judicial para a prisão preventiva do influenciador, aparece em transações reveladas pelo Relatório de Inteligência Financeira (RIF) da Wave, uma das empresas que receberam dinheiro da Rede Social Media. A Wave manteve um relacionamento financeiro com a Victory Trading Intermediação de Negócios, que também teria repassado valores para a empresa do influencer preso nesta terça. Em 1º de abril de 2024, a Buzeira Digital recebeu duas transferências: uma de R$ 490 mil e outra de R$ 510 mil da Victory, totalizando R$ 1 milhão em um único dia. Este montante foi recebido "justamente três dias depois de o dinheiro subtraído dos cofres do Corinthians ter sido destinado à UJ Football", segundo o relatório.

Um mês após assassinato do ex-delegado-geral, investigação segue sem apontar mandantes ou motivo

Um mês após assassinato do ex-delegado-geral, investigação segue sem apontar mandantes ou motivo

Um mês depois da morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, a Polícia Civil de São Paulo ainda não chegou aos mandantes do atentado, tampouco à motivação. A principal linha de investigação é de que Fontes foi assassinado por sua atividade mais recente no cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, mas investigadores ainda não descartam uma relação com sua atuação de décadas no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Fontes foi morto a tiros de fuzil ao sair do trabalho, no dia 15 de setembro. Três semanas antes, ele havia dito que temia por sua segurança em entrevista ao GLOBO para um podcast ainda em produção, em parceria com a CBN. Investigadores suspeitam que um processo de licitação para ampliação do sistema de videomonitoramento e Wi-Fi em Praia Grande pode ter motivado o assassinato. O contrato tinha o valor de R$ 24,8 milhões. Até agora, cinco suspeitos foram presos e permanecem detidos temporariamente, todos ligados diretamente à execução. Outros dois seguem foragidos, enquanto um terceiro morreu em confronto com policiais civis na Região Metropolitana de Curitiba (PR). Além das prisões de nomes envolvidos diretamente no assassinato, a Polícia Civil investiga motivação do crime. Cinco funcionários da Prefeitura de Praia Grande são investigados pela Polícia Civil. Eles foram alvos de nove mandados de busca e apreensão no último dia 29. Entre eles, está Sandro Rogerio Pardini, subsecretário de Gestão e Tecnologia. Pardini ocupava o cargo comissionado, ligado à Secretaria de Planejamento, havia oito meses. Seu salário bruto, de acordo com o portal da transparência da Prefeitura de Praia Grande, era de R$ 21.557,83. Depois da operação, ele pediu exoneração do posto. Antes, já havia ocupado outros cargos na prefeitura, como a diretoria do Departamento de Integração da Informação. Entre outras funções, foi responsável pela contratação de empresas que instalaram câmeras de segurança em diversos pontos da cidade, integradas aos sistemas das polícias Militar e Civil. Em uma notícia antiga no portal da prefeitura, aparece como um dos nomes à frente do Centro Integrado de Controle e Operações Especiais (Cicoe) de Praia Grande, que cuida da implantação de softwares para ajudar no combate à criminalidade. As buscas ocorreram em endereços localizados em Santos, Praia Grande e São Vicente, no litoral paulista. Em uma das residências de Pardini, em Santos, as autoridades apreenderam uma quantia considerável em dinheiro que soma cerca de R$ 100 mil, incluindo R$ 50 mil, US$ 10 mil (R$ 54 mil, segundo a cotação atual) e € 1.100 (R$ 6,8 mil, também na cotação desta segunda-feira). Além disso, foram recolhidos telefones celulares, computadores, documentos e anotações que indicavam relações entre valores e nomes. Na tarde desta segunda, Pardini também prestou depoimento na condição de testemunha e forneceu as senhas necessárias para a continuidade da investigação. Os outros quatro funcionários não tiveram seus nomes divulgados. Eles ocupam as funções de agente de fiscalização na Secretaria de Urbanismo; trabalhador na Secretaria de Administração; engenheiro na Secretaria de Planejamento; diretora de departamento na Secretaria de Planejamento. De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Praia Grande, os salários brutos dos funcionários alvos dos mandados variam de R$ 3.127,84 e R$ 21.557,83. Em nota, a defesa de Pardini afirmou que os elementos que foram colhidos ainda estão em fase de análise e que o subsecretário nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados. “Sandro está à disposição das Autoridades para colaborar, naquilo que estiver ao seu alcance, no efetivo esclarecimento deste trágico ocorrido. No mais, reforçamos que Sandro tem uma vida completamente voltada ao trabalho lícito e cuidado com a sua família. Destacamos que os objetos e bens apreendidos não possuem qualquer relação com os fatos, o que foi comprovado pela documentação juntada e confirmado nos esclarecimentos prestados por Sandro”, diz a nota assinada pelos advogados Octávio Rolim, Patrícia Britto e Beatriz Mâncio. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo diz que, entre as ações realizadas no âmbito da investigação, “foram colhidos depoimentos de investigados e testemunhas, realizadas perícias em imóveis ligados aos suspeitos na Baixada Santista e cumpridos diversos mandados de busca e apreensão, que resultaram na apreensão de celulares, armas de fogo e outros dispositivos eletrônicos, todos encaminhados para perícia”. Presos Felipe Avelino da Silva, vulgo Mascherano, de 33 anos, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime. Acusado de comandar o PCC no ABC Paulista, Mascherano foi preso em Cotia, na Grande São Paulo Willian Silva Marques, de 36 anos, é proprietário da casa apontada como base dos criminosos em Praia Grande. Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, foi detida por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil usado no crime na Baixada Santista. Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, de 38 anos, preso em São Vicente (SP) por ser suspeito de participar da logística da execução de Ruy Ferraz Fontes. Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, de 42 anos, preso após se entregar no DP Sede de São Vicente, por ser suspeito de participar do assassinato. Foragidos Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, de 43 anos, procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime. Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros. Morto Umberto Alberto Gomes, 39 anos, teve o DNA encontrado na casa que teria sido usada pelos criminosos em Mongaguá. O caso O ex-delegado-delegado foi executado a tiros enquanto dirigia um carro em Praia Grande. Imagens do crime mostram seu carro sendo perseguido e colidindo com um ônibus. Na sequência, homens descem de outro veículo e atiram contra o automóvel da vítima. O ataque ocorreu na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Caiçara, por volta das 18h20, segundo a Polícia Militar. No dia 25 de agosto, ao GLOBO, ele disse que estava “sozinho” na cidade da Baixada Santista, e não contava com nenhuma proteção do Estado. Aos 64 anos, estava aposentado da Polícia Civil e atuava como secretário de Administração de Praia Grande desde janeiro de 2023. Na conversa, demonstrou preocupação com o fato de viver na Baixada Santista, região conhecida como um dos fortes redutos do Primeiro Comando da Capital (PCC). — Eu tenho proteção de quem? Eu moro sozinho, eu vivo sozinho na Praia Grande, que é no meio deles. Pra mim é muito difícil. Se eu fosse um policial da ativa, eu tava pouco me importando, teria estrutura para me defender, hoje não tenho estrutura nenhuma — afirmou. Apesar de se mostrar apreensivo, afirmou que, nos mais de 40 anos de Polícia Civil, nunca recebeu ameaças do crime organizado. — Teve uma conversa só meio atrapalhada com o Marcola, mas nunca teve um desenrolar negativo. No mundo do crime, existe uma ética. E essa ética é cobrada, de uma forma geral. Em que momento nós instruímos um inquérito policial e inventamos alguma prova contra eles? Nunca. Se tinha provas, a gente relacionava e depois ia depor em juízo. A gente não inventou provas. Se ele é criminoso e pratica crime, eu sou da polícia e investigo. Então não gera um descompasso pessoal em relação a quem investiga — detalhou. Fontes foi o delegado responsável por revelar a organização, a estrutura hierárquica e a dimensão do PCC pouco tempo depois que a facção surgiu nos presídios paulistas. É dele também os inquéritos policiais que resultaram nas principais condenações de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da organização criminosa. Ele foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc) e Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Casados, Larissa Manoela e André Luiz Frambrach farão filme juntos

Casados, Larissa Manoela e André Luiz Frambrach farão filme juntos

Casados, Larissa Manoela e André Luiz Frambach vão fazer um longa com roteiro e direção de Fernando Ceylão. A história acompanha amigos de infância que, desempregados, decidem abrir uma empresa voltada para a venda de vinganças. Os clientes encomendam as ações, e a dupla executa. As filmagens acontecerão a partir de abril. Leia também: Marcus Majella começa a rodar 'Um tio quase perfeito 3'. Veja foto exclusiva E mais: Déa Lúcia fará participação em filme da Globo dirigido pela filha Atualmente, Larissa está no ar na novela "Êta mundo melhor!". Já Frambach gravou este ano o piloto de "Vidas paralelas", projeto de novela curta criada por Walcyr Carrasco para a Globo. Na história, dirigida por Adriano Melo, ele interpreta um playboy conquistador, que acaba obrigado pelo pai (Marcelo Serrado) a atuar no escritório de advocacia da família. Sem revelar que é o filho do dono, o rapaz passa a ser os olhos e ouvidos dele na empresa. Até que a mocinha (Giullia Buscacio) começa a trabalhar lá, e os dois se apaixonam. TV e famosos: se inscreva no canal da coluna Play no WhatsApp Galerias Relacionadas Initial plugin text

Weezer: Hit nos anos 1990, banda volta ao Brasil avalizada pela juventude

Weezer: Hit nos anos 1990, banda volta ao Brasil avalizada pela juventude

Reconhecida como uma das maiores bandas de rock da história ainda com aura cult e alguma fama de indie, o Weezer agora não tem mais como disfarçar a sua grandeza. Faixa de seu álbum de 2001 (como muitos deles intitulado de “Weezer” e, por causa da cor da capa, conhecido como “o álbum verde”), “Island in the Sun” recentemente ultrapassou a marca de 1 bilhão de streams no Spotify. Um feito que a banda vai comemorar no Brasil no dia 2, no Parque do Ibirapuera (em São Paulo), como atração principal do festival Indigo (que ainda vai ter Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver). — Há um tempo queria me gabar disso com alguém, porque parece impressionante. Não sabia bem o que fazer com essa informação, porque são streams digitais, sabe? É difícil entender esse número. Mas é uma ótima notícia.... que realmente não muda em nada a minha vida! — diverte-se o guitarrista Brian Bell, integrante do Weezer desde 1993 (a banda americana foi fundada no ano anterior pelo guitarrista, cantor e compositor Rivers Cuomo). — Alguma hora em que alguém estiver se gabando de algo e tentando me fazer sentir pequeno, eu vou soltar essa informação. Eletrodos no cérebro, 5 horas de duração: Conheça a cirurgia que Moacyr Luz fará hoje em SP contra o Parkinson avançado Edson Gomes e Célia Sampaio: Reggae brasileiro se fortalece e renova, celebrando pioneiros Outra particularidade do Weezer no mundo digital que o guitarrista diz achar bizarra é que a faixa “I just threw out the love of my dreams” (um dueto de Cuomo com a cantora Rachel Haden, um lado B que não chegou a entrar primeira na edição álbum “Pinkerton”, de 1996) tenha se tornado uma das músicas mais ouvidas da banda no streaming, mas por causa de uma trend do TikTok. — Agora essa música está nos nossos shows, tenho de saber tocá-la em dois tons diferentes. Nunca sei quando o Rivers vai querer trazer uma cantora convidada, e então temos que tocá-la em um tom mais alto — explica Bell. — Esses desafios tornam as coisas um pouco mais estressantes nos shows, mas eu gosto, fazem me sentir mais músico. A juventude não cessa de descobrir o Weezer, surgida em meio à onda de rock alternativo pós-Nirvana, nos anos 1990. Em agosto, a estrela americana Olivia Rodrigo, de 22 anos, chamou a banda para acompanhá-la em Chigago, no festival Lollapalooza, em “Say it ain’t so” e “Buddy Holly” (canções de “Weezer”, ou melhor, do “álbum azul”, de estreia, lançado em 1994). — Tínhamos acabado uma turnê europeia e ela nos chamou: eu, Rivers e Scott (Shriner, baixista) (Patrick Wilson, o baterista preferiu ficar fora dessa). Nos levaram para lá, nos acomodaram, e foram muito gentis. A voz dela estava ótima e ela até nos deu um conjunto de pickleball (esporte de raquete que combina elementos de tênis, badminton e pingue-pongue) — recorda-se Bell. — O Weezer foi o primeiro show da vida da Olivia. Vi aquela foto, ela parecia ter 9 anos. Às vezes, especialmente quando se é mais jovem, as pessoas precisam que diga o que é aceitável ou legal para ouvir. Ela fez isso por nós, com essa plateia para a qual provavelmente não teríamos tocado de outra forma. Initial plugin text Apesar de um show no Rock in Rio em 2019, as memórias mais vivas do guitarrista no Brasil são as do primeiro show no país, no Curitiba Rock Festival de 2005: — É incrível pensar que já se passou tanto tempo desde aquela primeira vez. Foi um show pequeno. Meio que brincamos sobre isso outro dia, porque quando pensamos em tocar no Brasil, achávamos que ia ser como no Rock in Rio, com centenas de milhares de pessoas. Acabamos tocando em um clube. Tinha a mesma energia, mas com muito, muito menos pessoas. Lembro de que precisávamos de um sintetizador Moog e algum amigo do Scott que morava no Brasil atravessou o país para nos trazer um. O show brasileiro desta vez será dedicado a comemorar os 30 anos do “álbum azul”, que na época do lançamento teve como hits “Buddy Holly”, “Undone — The Sweater Song” e “Say it ain’t so”. — São canções que não podemos evitar e não queremos evitar. Adoramos e é uma sorte que não estejamos cansados delas — diz Bell. — Mas também é legal revisitar algumas que não tocamos com tanta frequência, tipo, “Only in dreams”, que sai sempre diferente cada vez que a gente toca e é explosiva. Ou então “Holiday”, que é num compasso 6/8; “My name is Jonas”; “The world has turned and left me here” e “In the garage”, que me lembra sempre de quando estava no ensino médio e matava aula para ensaiar na garagem, o que eu não recomendo a quem estiver lendo isso fazer! Ah, e ainda “No one else”, que a gente toca no tom original do disco, diferente dos tons das outras canções. Há rumores de que a banda prepara um álbum de inéditas, o que não faz desde 2022: — Isso é sobre o que o mais quero falar com você, mas acho que ainda não tenho permissão. Digamos que se fosse ter um novo álbum, ele seria muito bom — despista o guitarrista. Já tocando nos shows faixas de “Pinkerton” (disco do Weezer que fracassou à época, depois virou cult e em 2026 completa 30 anos), Bell afirma esperar mesmo é pela hora de revisitar o “álbum verde” de 2001. — Há tantas músicas ali além de “Island in the Sun” e “Hash pipe”, que nós já tocamos tanto... o álbum em si quase soa como uma música só, ele é muito conciso em seu som. Adoro músicas como “Smile” e “O girlfriend”, músicas que têm essa energia e um som específico — diz. — O disco também me lembra do Mikey (Welsh, baixista que sairia logo após as gravações e que morreria em 2011) e do Rick Ocasek (cantor do grupo The Cars e produtor dos álbuns azul e verde, falecido em 2019). Eu adoraria fazer um show do álbum verde. Acho esse um disco meio subestimado, mesmo tendo uma música com um bilhão de streams.

Apostas, influenciadores e tráfico internacional de drogas: tudo que se sabe sobre a operação Narco Bet

Apostas, influenciadores e tráfico internacional de drogas: tudo que se sabe sobre a operação Narco Bet

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (14), a Operação Narco Bet, voltada contra o crime organizado financeiro no Brasil. Onze pessoas foram presas. O foco da investigação é um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas, com desdobramentos em quatro estados brasileiros e ramificações na Alemanha. A operação, que teve apoio da Polícia Criminal Federal alemã, é um desdobramento da Operação Narco Vela, iniciada em abril, após a apreensão de quatro toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro pelas autoridades norte-americanas, na costa da África. A apreensão motivou uma investigação que desvendou uma rede criminosa internacional. Estatuto do Desarmamento: Senado aprova projeto que endurece penas para crimes cometidos com violência Randolfe: Governo busca acordo às vésperas da COP-30 para sessão do Congresso que pode derrubar vetos ao PL do Licenciamento Ambiental Segundo a Polícia Federal, o esquema de lavagem de capitais era operado a partir de movimentações financeiras com criptoativos, remessas internacionais e a utilização de empresas de fachada ligadas ao setor de apostas eletrônicas, as chamadas bets. O núcleo central da operação seria coordenado pelo empresário Rodrigo de Paula Morgado, apontado como "operador logístico-financeiro" da organização. De acordo com o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Morgado comandava um “banco particular” para os demais envolvidos, centralizando transações milionárias por meio de contas pessoais, empresas em seu nome e em nome de terceiros. As apurações revelaram que mais de R$ 313 milhões circularam sob controle de Morgado entre 2019 e 2024. Ele também teria realizado transações em criptomoedas na casa dos R$ 100 milhões, além de movimentações bancárias incompatíveis com suas declarações fiscais. Influenciador digital Buzeira foi preso em operação da PF Reprodução/Instagram Entre os principais artifícios usados para dissimular os valores, estavam notas fiscais frias, contratos de "sócio oculto", com o objetivo de blindar o patrimônio, criação de holdings e compra de empresas para obtenção de licenças para apostas online, como no caso das plataformas BRX.BET e RICO.BET, de propriedade do influenciador Buzeira. Foram presas 11 pessoas na operação, entre elas Bruno Alexssander Souza Silva, o Buzeira; Tacio Costa, conhecido como T10; Ingrid Ohara, influenciadora e esposa de T10; Rodrigo Morgado, empresário e operador financeiro do grupo. Operação Narco Bet: PF faz operação para desarticular esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas Divulgação/PF As investigações chegaram até os influenciadores após análise de materiais apreendidos na Operação Narco Vela, em que Morgado já era apontado como o contador e articulador financeiro da rede. Em conversas interceptadas, ele trata diretamente de operações milionárias com Buzeira, como a compra de um imóvel de luxo com pagamento direto da conta de Morgado, sem passar pelas contas do influenciador; transferências de R$ 400 mil para uma lancha e R$ 210 mil para itens de luxo; emissão de nota fiscal de R$ 50 milhões pela empresa Buzeira Digital e uso de terceiros, como o irmão do influenciador, Lucas Fernando Silva (o “Mingau”), para receber valores suspeitos. Foram R$ 590 mil em apenas dois meses. As empresas Evipes, NGX Holding, Infinity Serviços Administrativos e a própria Buzeira Digital foram classificadas como núcleos de dissimulação de capitais ilícitos. Apreensão de cocaína em veleiro Lobo IV deu origem à Operação Narco Vela Reprodução de vídeo Apreensões: mansões, armas e cifras milionárias Na operação, a Polícia Federal apreendeu bens e valores que superam R$ 630 milhões, com o objetivo de descapitalizar a organização criminosa e garantir a reparação de danos. Foram apreendidos veículos de luxo, como carros importados, aeronaves, jet-skis, relógios e dinheiro em espécie; imóveis de alto padrão, incluindo uma mansão avaliada em R$ 18 milhões, onde Buzeira foi preso, em Igaratá (SP), cidade que virou reduto de influenciadores e funkeiros e é mencionada em diversas investigações sobre lavagem de dinheiro; e um arsenal de armas escondidas em um bunker na residência de Buzeira, com fuzis, pistolas, mira holográfica, radiocomunicadores e uma farda do Comando de Operações Táticas da PF. Segundo os investigadores, as armas passarão por perícia para verificar legalidade e origem. Rodrigo Morgado foi preso na Operação Narco Bet Reprodução/Redes Sociais Elo com o PCC A operação Narco Bet tem ligação direta com a Operação Narco Vela, que nasceu após a apreensão de cocaína no veleiro Lobo VI, em 2023. As investigações identificaram que a embarcação foi adquirida com participação direta de Rodrigo Morgado. Os dados do celular do empresário indicam que ele atuou na contabilidade de empresas envolvidas na compra da embarcação. A Narco Vela revelou a participação de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), como Levi Adriani Felício (conhecido como “Mais Velho”) e seu parente Rodrigo Felício (“Tico”), presos anteriormente por envolvimento com o tráfico marítimo de drogas. Outras apreensões de cocaína também ocorreram em operações paralelas, com envolvimento da Marinha dos EUA, da França e da Guarda Civil espanhola, indicando que a rede de tráfico operava em águas internacionais com logística avançada, uso de satélites e embarcações de alto padrão. A defesa dos influenciadores nega qualquer envolvimento com o crime organizado. Os advogados de Buzeira e T10 alegam que as transações entre eles e Morgado eram estritamente profissionais, relacionadas a serviços contábeis. — A decisão que decreta a prisão preventiva foi feita com base em transações com o contador, algo normal, quem não transaciona com o seu contador. O que não foi explicado é qual seria o vínculo dessas transações normais entre contador e influenciador com o que se apura na Narco Vela — argumentou Felipe Cassimiro, advogado de Tacio Costa. — Bruno cumpre rigorosamente suas obrigações fiscais. Ele não está envolvido em atividades ilegais e não participa de quaisquer atividades criminosas — complementou Jonas Reis, advogado do influenciador Buzeira. Segundo o advogado, uma transação de R$ 19 milhões teria sido citada pela PF para justificar a prisão desta terça-feira. Apesar das alegações, as autoridades destacam que o volume das transações, a estrutura societária montada e os valores não declarados revelam fortes indícios de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com possível atuação internacional. A operação tem novas fases previstas, inclusive no exterior. A cooperação internacional com autoridades alemãs, já identificaram um dos alvos foragido no país europeu. Os investigados poderão ser responsabilizados pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e envolvimento com o tráfico internacional de drogas. A Polícia Federal avalia ainda o envolvimento de outros influenciadores, empresas do setor de apostas e instituições financeiras que possam ter facilitado o esquema.

Entrevista: 'Desigualdade de gênero é déficit democrático', diz dirigente de entidade que pede nomeação de mulher no STF

Entrevista: 'Desigualdade de gênero é déficit democrático', diz dirigente de entidade que pede nomeação de mulher no STF

A diretora-executiva do Plataforma Justa, Luciana Zaffalon, afirmou que a indicação de uma mulher ao Supremo Tribunal Federal (STF) romperá com um déficit "que não é só de representatividade, é um déficit democrático". A possível nomeação ainda nem sequer representaria um avanço, segundo Luciana, uma vez que o terceiro mandato do presidente Lula (PT) foi iniciado com duas mulheres na Corte. Na visão da ativista, a possibilidade de avanço está somente na indicação de uma ministra negra, o que faria o petista "não capitanear a vanguarda do atraso". De presidente do STM a ministra do TSE: saiba quem são as 13 mulheres sugeridas por entidades para vaga no STF Leia também: Deputado admite ter usado apelido da Odebrecht para xingar Gleisi, mas depois tenta negar Na última sexta-feira, em conjunto com as entidades Fórum Justiça e Themis Gênero e Justiça, o Justa divulgou uma nota pública, com uma lista de 13 nomes, para pedir a nomeação de uma mulher após o anúncio da saída de Luís Roberto Barroso. Atualmente, o Supremo conta apenas com uma magistrada, Cármen Lúcia, que deve se aposentar em 2029, já que a ministra Rosa Weber também se aposentou em 2023. Ao GLOBO, Luciana Zaffalon comentou a decisão de Lula, os principais nomes cotados até o momento e, ainda, o "avanço civilizatório" de uma nomeação que considere aspectos de gênero e raça. O que motivou o manifesto da entidade? Nós já estamos mapeando as posições de poder no sistema de Justiça há alguns anos. Essa mudança deve acontecer no Supremo Tribunal Federal, mas o debate precisa ser mais amplo. Todos os tribunais, no final das contas, têm uma desigualdade de gênero muito grande. E aí, quando o Barroso adiantou a aposentadoria e surgiu essa novidade, vimos a oportunidade de levar o debate ao público. Em 134 anos de história, o STF já teve 169 ministros homens e apenas três mulheres. Qual o tamanho da necessidade de romper essa barreira? Primeiro, é preciso romper um déficit que não é só de representatividade, é um déficit democrático. Seja em termos legais, seja em termos políticos, esse cenário precisa ser superado como critério mínimo de avanço civilizatório. Há também uma dimensão de restabelecimento de um patamar bastante desigual que o Lula encontrou no terceiro mandato, que se inicia com duas mulheres na Corte. Neste momento, então, sequer estamos falando de avanço, mas, sim, de o governo não representar o retrocesso nessa pauta, o restabelecimento de um patamar já altamente deficitário, em que a possibilidade de avanço está na indicação de uma mulher negra. E qual o papel do presidente Lula para reverter esse quadro? O papel dele é não capitanear a vanguarda do atraso. Mesmo o Poder Judiciário, historicamente conservador, assumiu o compromisso de reduzir a desigualdade na ocupação dos cargos de poder por meio da aprovação de uma resolução do CNJ, do ano passado, que prevê ações afirmativas por merecimento. Será possível que o Lula , mesmo diante desse cenário, vai seguir fechando os olhos? Quais os critérios escolhidos para chegar aos 13 nomes? É uma lista para exemplificar que não é por falta de excelentes nomes, altamente gabaritados, que o governo Lula deixará de nomear uma mulher. Isso vai desde os critérios constitucionalmente previstos, como o notório saber jurídico, até o trânsito político delas em diferentes esferas de poder e no sistema de Justiça, além de carreiras orientadas por pautas democráticas. Não há nenhum atributo desejável para um ministro do STF que não possa ser encontrado nos nomes indicados. Todas as indicadas possuem atuação de destaque em pautas de equidade racial e de gênero. Por que isso é importante? Isso é mais um reflexo do gabarito democrático das candidatas do que um critério de corte. É muito difícil falar em avanço civilizatório sem que raça e gênero sejam colocados na mesa, pois são marcadores de exclusão que têm moldado as violações de direitos no país. Ter candidatas comprometidas com a superação desses gargalos democráticos é um compromisso que a República brasileira precisa assumir. Entre as 10 indicações de Lula ao STF, há apenas uma mulher, Cármen Lúcia, que deve se aposentar nos próximos anos. Esse movimento organizado por vocês pode fazer com que as próximas nomeadas sejam mulheres? A gente seguirá pautando a democratização da Suprema Corte, independentemente do resultado que nós tivermos agora. Mesmo que nós tenhamos a indicação de uma ministra, ainda teremos uma Corte em patamares muito insuficientes de distribuição dos seus integrantes em termos raciais e de gênero. Como você avalia os quatro principais nomes cotados até o momento, todos homens? É com muita frustração que vemos a naturalização desse padrão de indicações, de listas integralmente compostas dessa maneira. É, de fato, uma decepção. Em um momento histórico como esse, também esperávamos a grandeza dos homens, tanto na Corte quanto no Senado, em assumir esse compromisso com a diversificação e a distribuição democrática do poder. Uma das razões que colocam o ministro Jorge Messias como favorito é o fato de ser evangélico. Você acha correto esse aspecto religioso poder pesar na escolha de Lula? Nós vivemos num Estado laico, mas é claro que a dinâmica política real se impõe. Mas a pergunta que fica para o governo Lula é: qual o peso das mulheres na sua eleição? Elas tiveram um peso nada irrelevante no último processo eleitoral e definirão as eleições de 2026.

Entrevista: 'Não adianta lançar nome inviável, e as pesquisas apontam Tarcísio, Ratinho e Michelle', diz Tereza Cristina

Entrevista: 'Não adianta lançar nome inviável, e as pesquisas apontam Tarcísio, Ratinho e Michelle', diz Tereza Cristina

Ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro e líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS) afirma que não adianta a oposição lançar um candidato sem viabilidade eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, e citou os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Júnior (Paraná) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como alternativas. Sem criticar diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem feito ataques a nomes da direita, ela afirmou que espera que o bloco tenha "maturidade" de entender que a divisão só favorece o governo. Padrinho de casamento x sátira sobre prisão: o vaivém na relação entre Lula e Neguinho da Beija-Flor, cotado para se filiar ao PT Pré-candidato ao Senado: Derrite critica governo Lula por segurança e diz que oposição precisa de maioria na Casa Em entrevista ao GLOBO, a senadora também disse que é cedo para debater quem será o vice na chapa, posto para o qual ela própria é cotada, e elogiou o avanço das conversas entre Brasil e Estados Unidos pelo fim do tarifaço. O deputado Eduardo Bolsonaro articulou nos EUA sanções econômicas ao país e punições a autoridades brasileiras e criticou parlamentares, como a senhora, que tentaram negociar um acordo com o governo americano. Eduardo está prejudicando a direita? É uma posição dele. Foi embora do país, está lá (nos EUA) e é filho (de Jair Bolsonaro). Ele tem algumas razões diferentes das comerciais, mas o Congresso fez o papel que tinha que fazer: abrir o canal de conversação, fazer a diplomacia parlamentar. Nós temos culpa também, porque deixamos esse canal fechado durante muito tempo. O resultado dessa viagem não foi perdido, alguma sementinha nós plantamos. Conversamos com senadores americanos, e essa conversa fluiu dentro do Senado dos EUA. Eduardo anunciou a intenção de ser candidato à Presidência em 2026 e faz críticas a outros nomes da direita, como o governador Tarcísio de Freitas. Essa postura atrapalha a unidade da oposição para enfrentar Lula? Sempre vai ter gente que acompanha um lado ou outro. O melhor era que estivéssemos todos unidos em torno de um nome para as próximas eleições, mas eu acho que ainda tem tempo. Espero que a direita tenha maturidade para saber que nós temos um adversário, que é o governo que está aí, e não somos adversários entre nós. Quem vai disputar a eleição vai ser o PT contra alguém do campo da direita. O melhor dos mundos é que a direita sente e discuta o nome viável, porque não adianta colocar alguém que não tenha viabilidade. O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, citou os governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior como os únicos nomes viáveis da direita. Concorda com ele? São dois ótimos nomes. E tem outros ainda. As pesquisas dizem que são três (viáveis): Tarcísio, Ratinho e Michelle (Bolsonaro, ex-primeira-dama). Os três estão em nível de igualdade? Na pesquisa, sim. Vê o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, largando atrás? A senhora falou de três nomes viáveis para 2026 e ele não estava. Pode aparecer um nome, por exemplo, a Tereza candidata, mas não estava no jogo até esse momento. Está tudo embolado. Na pesquisa (Quaest) você vê Tarcísio, Michelle, Ratinho e Caiado. O que está um pouco atrás é o Eduardo Leite. Isso faz parte desse caminho, mas vai afunilando por conta da data de tomada dessas decisões. A direita pode ter mais de um candidato? Não é o ideal, mas pode ter. Ainda é cedo para isso. Os candidatos estão aí postos. As pesquisas mostram todo mundo da direita embolado. Se juntar, a chance é muito grande. O ideal seria o ex-presidente Jair Bolsonaro indicar o nome ainda este ano? Por que ele não faz isso? Não sei, não tenho conversado com o presidente Bolsonaro por conta da situação dele. Até já pedi para ir lá, mas ainda não recebi o OK. Ele deve ter os motivos. O presidente Bolsonaro é um político diferente. A lógica dele nem sempre é a lógica de todos. Na hora certa, tenho certeza que ele vai fazer isso. Ele erra na estratégia de ainda não ter indicado esse apoio? Ainda não, há tempo. Tarcísio tem dito que vai concorrer à reeleição em São Paulo, mas tem negociado com presidentes de partidos sobre temas nacionais para pressionar o governo Lula. Quais dificuldades vê para ele se assumir candidato a presidente? Por que ele tem que entrar na arena? O PT já o elegeu como alvo. Ele tem que cuidar de São Paulo, tem muita coisa para fazer lá. Na hora que a direita apoiar, se for o nome dele, tenho certeza que ele vai refletir e tomar uma posição rápida. A senhora e Ciro Nogueira são citados como opções para vice em uma chapa de direita. Há chances de um dos dois compor a candidatura? Está tão cedo para isso... A vice é a última coisa que se discute. Tem que ver o que traz mais votos, o que dá mais viabilidade ao candidato. Só não pode ter um vice que tire votos. O advogado-geral da União, Jorge Messias, o senador Rodrigo Pacheco, e o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, são os nomes citados para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Quem tem mais apoio na oposição? Eu imagino que seja o senador (Pacheco), nosso colega, mas não conversei com ninguém ainda. Concorda com a aprovação de um projeto que reduza penas de envolvidos no 8 de Janeiro em vez de uma anistia total? Não conheço os dois textos. Eu só sei que um é pela anistia ampla, geral e irrestrita, e outro fala de dosimetria, que era um projeto que o senador Davi (Alcolumbre, presidente do Senado) também vinha gestando há mais tempo. A anistia geral traria uma pacificação, mas a dosimetria também trará uma pacificação ao diminuir a pena do presidente Bolsonaro, que foi muito alta. Não tenho dúvida que trará benefícios. O que achou da conversa entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tarifaço? Vejo com muito bons olhos. Sou uma defensora dessa conversa desde o início, já disse que o presidente Lula deveria ter ligado para o presidente Trump há muito tempo. É um avanço nas relações. Vejo que a diplomacia finalmente vai distensionar e abrir um caminho. Os papéis estão definidos, o Itamaraty, o ministro da Indústria e Comércio (Geraldo Alckmin), todo mundo trabalhando para que possamos ter um horizonte.

Em mostra vista por mais de 240 mil pessoas, Flávio Cerqueira reproduz seu ateliê: 'É como se abrisse meu diário ao público'

Em mostra vista por mais de 240 mil pessoas, Flávio Cerqueira reproduz seu ateliê: 'É como se abrisse meu diário ao público'

Quando começou a cursar artes visuais na Faculdade Paulista de Artes (FPA), no início dos anos 2000, Flávio Cerqueira ainda não havia tido a experiência de entrar num museu. Aos 6 anos, em 1989, ao perguntar ao pai o que era o prédio da Pinacoteca de São Paulo, edifício neorrenascentista da região da Luz, no Centro da capital, ouviu a resposta de que era um lugar onde não poderiam entrar, porque “era só para pessoas ricas”. Em 2001, de volta ao mesmo local, ele decidiu entrar para ver a exposição “Auguste Rodin: A Porta do Inferno”, que mudaria não só sua concepção de arte (e de seus espaços de exibição), como também orientaria sua produção pelas décadas seguintes. Inteligência artificial: ferramenta é atual preocupação quando se trata de gerar imagens de arte originais Em 2026: Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza terá obras de Rosana Paulino e Adriana Varejão Quase 25 anos depois, do encantamento com as peças em bronze do mestre francês, Cerqueira criou seu próprio repertório para o metal, transformando-o em obras que, em sua maioria, abordam a vivência de tantos jovens crescidos na periferia, como ele próprio. Hoje um dos mais reconhecidos escultores de sua geração, é ele quem promove filas de visitantes na porta dos museus com seu trabalho. Um exemplo é a panorâmica comemorativa de 15 anos de carreira “Flávio Cerqueira — Um escultor de significados”, que já havia acumulado um público de 216 mil pessoas desde dezembro do ano passado, ao circular pelas sedes do Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, e já passou de 30 mil desde a sua abertura no CCBB do Rio, semana passada. — É curiosa a relação com a Pinacoteca nesses dois momentos da minha vida. Primeiro como o menino que morava na Vila Maria (na Zona Norte de São Paulo), e depois cursando artes, mas sem essa perspectiva que teria futuramente — diz Cerqueira. — Quando entrei na faculdade, fazia bruxa e gnomo de durepóxi, queria ser hippie. Aí vejo ali uma estátua de bronze do Rodin de duas pessoas se beijando, não era o Caxias em cima do cavalo na praça. Eu quis trabalhar com bronze ali, entendendo que podia contar outras histórias. Pelas dificuldades trazidas pelo próprio material, Cerqueira conta que a formação com o bronze veio na prática, em cursos livres, em fundições e no convívio com profissionais que faziam peças para adornar sepulturas. Nos anos seguintes, o metal tomou forma do que via em sua vizinhança, nas ruas, no metrô. Até que, com quase uma década de carreira, a escultura “Amnésia” (2015) ganhou destaque em coletivas como “Queermuseu” (exposta no Santander Cultural, em Porto Alegre, em 2017, e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio, em 2018) e “Histórias Afro-Atlânticas” (2018), no Masp — no museu paulistano, a obra chegou a estampar peças gráficas da mostra. Além dela, o escultor trouxe ao Rio outras 39 peças, incluindo três inéditas. Numa delas, “Nunca foi a primeira opção”, vê-se um jovem de boné de crochê, óculos juliet e Nike Shox nos pés, pintando a frase-título na parede. — Também é um título autobiográfico, porque para muitas escolhas não fui a primeira opção. Mas me permiti não aceitar as primeiras opções oferecidas a pessoas como eu, de fazer um puxadinho em cima da casa da mãe e só sair do bairro para trabalhar. Isso gera identificação com o público, em vários lugares. Um jovem carioca pode vir aqui e se reconhecer, entender que também não precisa aceitar a primeira opção — comenta o escultor. — Sou um ser humano que cresceu na periferia, mas naveguei em várias camadas da sociedade. Meu trabalho fala de amor, de angústia, de ausência, da raiva,de assuntos que são humanos. Então cada pessoa entende e se reconhece a partir do próprio repertório. 'Escultor de mão cheia' Parceira de trabalho há uma década e colega de Flávio Cerqueira na academia — o escultor conclui ano que vem o doutorado em artes visuais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) — Lilia Schwarcz assina a curadoria. O processo, segundo a historiadora, antropóloga e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), é de troca intensa, com ela assinando o texto de abertura e o artista, os de parede. — Além de ter o domínio de todas as partes do processo, da criação à montagem das mostras, o Flávio é um intelectual, ele está discutindo proporção, profundidade, a expressão, a densidade do bronze — destaca Lilia. — O Flávio subverte esse material, historicamente usado para representar nossas elites, pelo valor e a dificuldade de fundição. Ali, a escultura de bronze, que vai atravessar o tempo, pode representar um menino negro, periférico. Para além da crítica social, tem uma qualidade estética enorme, ele é um escultor de mão cheia. O escultor entre as obras 'Tião' (2017) e 'Amnésia' (2015) Ana Branco Lilia também destaca que a mostra tem um núcleo dedicado ao processo de trabalho, com ferramentas, moldes em barro, látex e gesso, e bancadas trazidas do ateliê do escultor na Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. — Quando abro meu ateliê ao público, trago meus objetos de uso pessoal, também estou me expondo — ressalta Cerqueira. — O quadro que está aqui é o que eu uso no dia a dia. Está manchado de tinta, de argila, porque faço anotações com a mão suja enquanto trabalho. É como se estivesse abrindo meu diário para o público. 'Nunca foi a primeira opção' (2024): uma das obras inéditas da mostra Ana Branco Numa vitrine, entre catálogos de mostras e publicações a seu respeito, está um caderno de prova de 2019 da Fuvest, responsável pelo vestibular da USP, em que uma das questões dissertativas está relacionada à imagem de “Amnésia”. Outro espaço conquistado pelo escultor, primeiro de sua família a ter um curso superior. — É importante que obras como as minhas e de outros artistas possam estar em provas, em livros escolares, também para uma formação simbólica. Crescemos com as figuras do Debret, do Rugendas nos nossos livros, e podemos trazer outras situações. A gente aprende pela retina — comenta. — Não é só mudar o olhar do menino pobre, mas de todo mundo. Já escutei uma colecionadora dizer que gosta das minhas esculturas, menos dos narizes, “que são muito largos”. Ou que o que faço “parece bandido”. Bandido para quem? Para mim, um cara de terno, colarinho branco e uma liminar na mão é mais bandido que um menino que não teve oportunidade.