
Membro do Fed diz que pode apoiar caminho com mais cortes de juros se existir risco a empregos
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou que pode apoiar cortes adicionais no juros dos Estados Unidos, se houver materialização de riscos para o mandato de emprego, os riscos para a inflação estiverem contidos e as expectativas continuarem ancoradas. "Não estamos em uma trajetória predeterminada. Devemos ser cautelosos ao deixar a política monetária mais moderada", disse ele, ao participar de painel da reunião anual do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, em inglês). Musalem ponderou que os dirigentes ainda não terminaram o trabalho de controlar a inflação e reduzir os preços para a meta de 2% de maneira sustentável. "É prematuro prever qual será nossa decisão em outubro", ressaltou, ao ser questionado. O dirigente estimou que o núcleo da inflação ao consumidor (CPI, em inglês) deve estar próximo de 3%, acima da meta e impulsionado por tarifas. Seu cenário é de que os preços devem desacelerar a 2% até o segundo semestre de 2026, mas apontou que, além das tarifas e da redução na oferta de mão de obra do mercado de trabalho, muitos outros fatores ainda representam riscos de alta para a inflação. Neste ambiente incerto, Musalem defendeu que a dependência de dados não é "olhar para o passado", mas sim monitorar a economia e computar informações importantes para atualizar modelos e projeções futuras. O comentário se contrapõe a críticas feitas pelo diretor do Fed Stephen Miran sobre o sistema de tomada de decisão do banco central. Ao ser questionado sobre expectativas para a leitura mensal do CPI, O dirigente frisou que não toma decisões com base em uma leitura única de dados e que não fará isso mesmo em meio ao shutdown do governo dos EUA - que chegou nesta sexta ao 17º dia com dados oficiais suspensos. Musalem, que vota nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) neste ano, disse que a distrital de St. Louis está trabalhando em seus próprios levantamentos de dados. Estadão Conteúdo