O que Hugo Motta diz sobre anistia e  disputa em 2026

O que Hugo Motta diz sobre anistia e disputa em 2026

O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou esperar que o texto do deputado Paulinho da Força, relator do PL da Dosimetria, seja construído “a quatro mãos”, entre Câmara e Senado, para evitar reveses na outra Casa. Ele defendeu ainda a libertação dos presos que “não tiveram papel central na organização ou no financiamento” dos atos de 8 de janeiro. Motta reconheceu que havia pessoas dispostas a promover um golpe de Estado, mas isenta o ex-presidente Jair Bolsonaro, argumentando que ele estava no exterior durante os ataques. Sobre as eleições de 2026, o presidente da Câmara evitou antecipar apoio caso a disputa se confirme entre Lula e Tarcísio de Freitas, também do Republicanos. - Enquanto presidente da Câmara, penso que não é salutar que eu me posicione politicamente agora, porque isso interferirá em todas as decisões que eu tome daqui por diante. Então, eu vou aguardar primeiro o meu partido se posicionar. Confira a íntegra da entrevista. O senhor acompanhou o presidente Lula em viagem ao Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, e foi vaiado no encontro com os professores, depois ouviu o presidente dizer que tem um Congresso de baixo nível. Qual a sua avaliação em relação as vaias e sobre essa declaração do presidente? Hugo Motta: A função de presidente da Câmara é uma função que exige muita responsabilidade de enfrentar os temas que são necessários para o país. Eu tenho procurado fazer isso num momento político tão singular que o Brasil está vivendo, com muitos desafios, com uma polarização política ainda remanescente da eleição de 2022, que acaba aumentando com a antecipação da eleição de 2026. Nós temos um julgamento do Supremo Tribunal Federal em torno do ex-presidente Bolsonaro, que ajuda ainda mais a aquecer essa polarização política, recentes problemas internacionais com o governo americano. Então isso tudo acaba colocando mais combustível nessa situação que hoje o país se encontra. E a Câmara dos Deputados, que é o coração da democracia, que é uma casa de mais de 500 parlamentares, tem esse sentimento muito mais aflorado. E quando nós estamos em um evento que estrutura uma minoria, alguém discorda de algum posicionamento nosso, é natural, é da democracia. Encaro isso com muita tranquilidade de quem tem a certeza que tem procurado nesse mar revolto, procurado manter o barco navegando e atravessando essa tempestade. E eu não tenho dúvidas que a Câmara, apesar disso tudo, tem conseguido produzir, votar matérias importantes, entrar em agendas que muitas das vezes não tem tanta repercussão, mas que elas dialogam direto com a sociedade, com a pauta da segurança pública e como a pauta da educação. Eu fiz questão de aceitar o convite do presidente Lula, de hoje (ontem) ao Rio de Janeiro, porque comemoramos no dia 15 de outubro o Dia do Professor, e ontem (terça-feira) nós votamos diversos projetos importantes na área da educação. Apresentamos o relatório do novo Plano Nacional de Educação, que planeja a educação brasileira para os próximos dez anos, inclusive com muita valorização aos professores, reconhecendo o papel desses pais e mães de família que parabenizamos hoje (ontem) pelo seu dia e que são, é para nós uma prioridade também de trabalho. E aprovamos também o Sistema Nacional de Educação, que foi um desafio grande, que agora também já foi aprovado no Senado e o presidente deve sancionar nos próximos dias, e uma série de outras matérias que, inclusive, seguiremos votando durante todo o dia de hoje (ontem). E com relação às colocações do presidente Lula, também assistimos várias vezes os parlamentares criticarem o governo de forma muito veemente. Eu penso que essa polarização, como o presidente vem de um partido de esquerda e você tem o extrema-direita também aguerrida, essas críticas acabam saindo do tom em diversos episódios. O presidente, quando se dirigiu a essa questão do Congresso, eu penso que ele quis fazer uma crítica mais à extrema-direita. E em se tratando do Congresso, se o presidente tiver falado com intuito do Congresso, que eu acredito que ele não falou, eu quero dizer que eu discordo plenamente. Por quê? Porque foi esse o Congresso que aprovou quase praticamente tudo que o governo enviou, claro, modificando, mas foi um Congresso que esteve ao lado, principalmente da agenda econômica do governo. Então, nós temos que ter muita tranquilidade e equilíbrio para não entrarmos aí em narrativas, seja de um extremo ou de outro, porque isso pode prejudicar o dia a dia de quem tem que ter isenção para conduzir a casa. Miriam Leitão entrevista o presidente de Câmara, Hugo Motta reprodução Soube que o senhor veio no avião de volta, sentado perto do presidente, que conversaram bastante. Vocês falaram sobre a crise da relação entre o Executivo e a Câmara? Hugo Motta: Tenho falado com o presidente já há alguns dias que nós precisamos dar uma atualizada nessa questão da relação entre o Poder Executivo e a Câmara dos Deputados e devo ter nos próximos dias uma conversa pessoal com o presidente. Hoje não tinha ambiente, até porque nós estávamos indo para um ambiente com mais pessoas presentes. Não se trata nem só de DR, eu acho que nós temos que poder equalizar e tentar, de certa forma, blindar um pouco essa relação para que ela possa ser uma relação que trata da governabilidade, que trata os problemas que o país tem, que o presidente, enquanto Presidente da República, tem a sua responsabilidade. Eu, enquanto presidente da Câmara, tenho que ter a responsabilidade de colocar o Legislativo aonde ele tem que estar e colaborando com as agendas que são importantes para o país, e é isso que nós temos buscado fazer. E, para isso, o presidente precisa, de certa forma, acertar um pouco os ponteiros da governabilidade com os partidos políticos, principalmente os partidos de centro, para que, com isso, as matérias possam fluir com mais tranquilidade. Hugo Motta defende 'atualizar' relação entre o Executivo e a Câmara: Deputado afirma que se encontrará com Lula nos próximos dias e considerou ‘normal’ as vaias que ouviu no Rio O presidente está exonerando muita gente dos partidos que o apoiam, mas que não têm votado com ele, para nomear outras pessoas. O senhor acha que esse rearranjo permitirá uma maioria mais estável, mais apoio às medidas do governo? Hugo Motta: Vejo esse movimento como um gesto do governo de poder, de certa forma, conversar com esses partidos de maneira em que a relação possa ser repactuada. E eu espero que o governo acerte na dose. Nem sempre esses gestos mais que representam rupturas, eles ajudam, acho que elevam um pouco a tensão. A capacidade, realmente, de poder trazer eficiência para esse movimento é, na remontagem, conseguir, de certa forma, trazer para perto os parlamentares que, porventura, tenham condições de ajudar nessa agenda do governo. Não vai ser só também, vamos dizer, amedrontando que isso vai ser resolvido, porque tem também uma outra discussão, que não se passa só pela parte de espaço, mas também do ponto de vista da execução orçamentária, que tem ajudado a atrapalhar, digamos assim, a relação do governo com o Congresso. A execução orçamentária desde que tivemos o atraso no Orçamento por causa das decisões do Supremo ainda no ano passado, que fizeram com que o Orçamento de 2025 só fosse aprovado praticamente no meio do ano, isso atrasou a execução. Nós temos na ponta milhares de municípios, que dependem dessas emendas parlamentares para ter acesso a serviços essenciais como saúde. Falando da minha base, do interior da Paraíba, os meus prefeitos não param de me ligar. Porque os serviços são contratados já esperando essas emendas que todos os anos nós destinamos para ações essenciais. E se isso está acontecendo comigo, que sou presidente, com certeza acontece com a grande maioria da Casa que tem essa cobrança muito forte dos gestores dessas parcerias que existem pautadas nas emendas parlamentares. No Orçamento deste ano, quanto de atraso tem na liberação de emendas? Nós temos uma execução bem mais retardada do que tivemos em anos anteriores. Primeiro, porque tivemos praticamente o primeiro semestre perdido. Segundo, tivemos no segundo semestre, além da execução estar muito lenta, uma série de mudanças que foram exigidas, que foram mudanças boas, mas que, de certa forma, trouxeram um pouco mais de burocracia nessa questão da execução orçamentária. Além da própria execução lenta, estamos tendo que nos adaptar a um novo modelo. Tudo isso vem a atrapalhar do ponto de vista da governabilidade, porque quando não se tem a execução orçamentária, o parlamentar é cobrado pela sua base e essa cobrança acaba subindo para o governo. Penso que o ajuste tem que se dar não só nos espaços, mas também fortemente na execução orçamentária para que a casa possa, de certa forma, acalmar e entender que é um dever do Poder Legislativo colaborar com as agendas que são importantes para o país. O ministro Fernando Haddad está falando em cortar, talvez, mais R$ 7 bilhões de emendas do Orçamento do ano que vem por causa da queda da MP 1303, que previa a taxação das bets e das fintechs. No ano eleitoral, vai causar mais conflito entre o Executivo o Congresso? Hugo Motta: Penso que quando a versão, ela sai só corte de emenda, parece até que esse é um problema só do Legislativo. Quando, na verdade, nós temos a plena consciência de que uma parte dos recursos que são discricionários, quando eles são afetado de alguma forma, quando uma medida é rejeitada ou quando um projeto não venha a ser aprovado, trazendo fontes de receitas para o governo, naturalmente o Legislativo tem uma parte de cortes quando acontece essa situação. Nós temos tranquilidade de poder discutir isso sem, de certa forma, arrancar pedaço de ninguém. Até porque o Congresso entende que a execução orçamentária é um direito constitucional garantido aos parlamentares, é uma atividade típica. Nossas emendas, elas colaboram com o desenvolvimento na ponta, ajudam aos municípios. O senhor acha que a execução do Orçamento é uma atribuição do Legislativo? A execução das emendas é do Legislativo. A execução do Orçamento, claro que é do Poder Executivo, mas aquilo que é garantido ao parlamento, que eu estou defendendo, é que essas emendas são importantes para a ponta. E o Executivo, claro, nas suas atribuições, quando tem isso, tem também um corte maior até nas ações do Executivo. Por isso, defendo que nessa conversa com o presidente, nós possamos alinhar de uma forma que o Orçamento de 2026 seja preservado para que não só as emendas ,não estou dizendo aqui que emenda é mais prioridade do que saúde, do que educação, do que segurança pública - mas para que todas as políticas públicas do governo que estão lá na peça orçamentária possam ser efetivadas no ano de 2026. E também aquilo que é previsto e é um direito do Congresso também seja executado. Eu acho que é isso que a nossa Constituição traz, sem de certa forma discriminar nenhum tipo de recurso. Porque também não pode ficar nesse jogo que é emenda parlamentar não presta, é emenda parlamentar tem foco de problema. Não, não é. Existe um problema pontual, assim como tem também na execução do Executivo. Eu acho que ficar, de certa forma, querendo colocar à frente uma prioridade da outra, eu acho que não é correto. O governo tem lá a sua execução, nós queremos ajudar para que o Orçamento possa ser aprovado e, de certa forma, também respeitar o direito do Legislativo de executar as suas medidas. Essa medida provisória que foi, na verdade, engavetada, taxava as bets, as casas de apostas eletrônicas que estão ganhando bilhões, trilhões, as grandes fintechs, as aplicações financeiras que não pagam imposto, hoje são isentas ou incentivadas. Ao fim e ao cabo, era uma cobrança justa. E mesmo assim o Congresso derrubou. A oposição disse o tempo todo que é para o povo não pagar mais imposto, mas claro que não é o povo, são as grandes casas de apostas. Na sua opinião, o Congresso fez certo? Hugo Motta: Na minha opinião, nós temos que primeiro historiar um pouco como surgiu essa medida provisória. Ela foi uma medida provisória que surgiu após uma conversa que tivemos com o ministro da Fazenda repactuando aquele famoso decreto do IOF. Para compensar aquilo que estava se abrindo mão do IOF, a medida provisória foi proposta. Depois nós tivemos que repactuar novamente porque depois dessa conversa o decreto foi calibrado para baixo e mesmo assim depois a Câmara e o Senado decidiram derrubar o decreto do IOF, porque entendeu que aquele imposto não poderia ser arrecadatório e sim um imposto regulatório. O Supremo Tribunal Federal foi acionado pelo governo e decidiu tirar apenas o risco sacado, o que diminuiu ainda mais a fonte de receita do governo acerca dessas medidas. Aí veio a medida provisória. Nós indicamos um deputado do PT, o deputado Carlos Zarattini, que fez um trabalho importante de diálogo com os setores. A medida provisória era muito abrangente, ou seja, ela tinha muita resistência. Não tinha só o setor de bets contra a medida provisória. Tinha os bancos contra, o setor do agro contra, porque tinham os títulos isentes do agronegócio, você tinha as fintechs contra, tinha uma parte que mexia em direitos dos pescadores, que é essa parte que era do corte de gastos. O Zarattini tentou equilibrar todos esses interesses para que a medida provisória pudesse vir a ser aprovada. Essa medida provisória ficou para o último dia, porque a discussão foi muito travada, a Comissão Especial aprovou na terça, eu não podia levar a medida provisória antes, levei no dia seguinte, na expectativa de que a Câmara pudesse aprovar, já que houve uma conversa de acordo entre os partidos. E eu penso que aí foram dois movimentos: desses setores, todos trabalharam fortemente contra a aprovação da medida provisória e acho que também entrou um pouco do ingrediente político das eleições de 2026, do ponto de vista de olhar que dar receitas ao governo, de certa forma fortaleceria politicamente o presidente Lula. O senhor concorda com esse raciocínio? Hugo Motta: Tenho muita preocupação quando a gente envolve aquilo que é essencial com aquilo que é apenas política eleitoral. Eu tenho muita preocupação porque no orçamento público estão serviços de pessoas na ponta que dependem, por exemplo, para ter acesso à saúde, à educação, à segurança, desses recursos chegarem. E isso deve ser colocado à frente, na minha avaliação, daquilo que é apenas o interesse eleitoral. Nós temos que pactuar, o que é essencial, independente de quem venha a ser o presidente da República, o Congresso tem que garantir essa manutenção e é natural, porque quem está na presidência da República e tem direito à reeleição, se beneficia das medidas. Isso sempre foi assim, nós já vimos vários presidentes passar por isso. Agora, quando esse debate eleitoral chega à frente disso, eu tenho medo dele ser prejudicial a essas ações essenciais. Enquanto presidente da Câmara, e aqui eu estou falando com a máxima isenção, que não é o interesse de ajudar ao presidente ou ajudá-lo eleitoralmente na eleição do ano que vem, mas aquilo que é de responsabilidade do Executivo nos serviços essenciais, eu penso que o Congresso tem que ajudar a resolver. O problema porque é a nós atribuído também uma responsabilidade se isso não vier a dar certo. Defendo que esse diálogo possa ser feito numa construção que tenha o que é prioritário para a população sendo colocado à frente das nossas decisões e deixando a eleição, se for possível, e é o que eu defendo, o mais restrita ao ano que vem, para que o Congresso possa trabalhar de maneira mais imparcial. O senhor se arrependeu de ter votado a PEC da blindagem? Hugo Motta: De maneira alguma. Penso que nós votamos aquilo que seria importante para fortalecer as prerrogativas parlamentares. É natural da democracia as críticas, nós temos um sistema bicameral. É que foi mais que crítica, foi povo na rua e o Senado engavetou. Hugo Motta: O Senado engavetou como a Câmara também já engavetou algumas propostas do Senado, Nós retomamos o texto constitucional, ninguém colocou ali nenhum absurdo, o texto constituinte é originário e a Câmara deu mais de 350 votos nessa matéria para evitar, o que a gente tem visto constantemente de deputados em responder ação penal por crimes de opinião, por falas na tribuna, muitas das vezes colocando a imunidade parlamentar em xeque. Eu vejo processos em relação a outras coisas, mas não em crime de opinião. Hugo Motta: Tem também, tem vários, tem mais de 30 deputados. E isso é o que nos preocupa. Aí tem ações de vários tipos, tem do Ministério Público. Por esse clima de polarização você tem exageros. Só que eu penso que algo que é sagrado para o parlamentar é o direito de falar. Justamente isso foi o que mais nos motivou. Mas eu penso que esse é um assunto superado, a Câmara se posicionou, mas se você me pergunta se me arrependo, não, porque eu penso que ali nos pautamos o que era vontade da casa. O deputado Eduardo Bolsonaro está no exterior, não está exercendo o mandato, o gabinete está sendo pago pelos cofres públicos. O que vai acontecer com o deputado? A Comissão de Ética arquivou o processo contra ele e o PL quer ampliar o tempo possível para a licença do parlamentar. Hugo Motta: É incompatível o exercício do mandato sem a presença no país. É constitucional, é regimental. Nós temos dito que o exercício do mandato parlamentar ele tem que se dar de maneira física, presente. Tanto é que quando nós não permitimos o deputado Eduardo Bolsonaro exercer a liderança da minoria porque regimentalmente a própria secretaria-geral da mesa nos deu um parecer nesse sentido, que era completamente inviável o exercício do mandato parlamentar e ainda mais de uma liderança se o parlamentar está em território nacional. A situação do deputado Eduardo Bolsonaro está caminhando com faltas que ele está levando nas sessões e nós daremos a ele o tratamento regimental que qualquer parlamentar teria, sem nenhum privilégio e sem também nenhum prejuízo. A cessação do mandato, caso ele atinja aquele número de faltas, é isso? Hugo Motta: Atingindo o número de faltas, eu penso que ali deverá haver algum questionamento acerca do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro. Temos que aguardar para poder saber. Eu não estou acompanhando numericamente essas faltas, mas eu sei que ele está levando faltas por não participar dessas sessões, por estar, melhor dizendo, fora do território nacional. Hoje, com os professores, o coro que o senhor ouviu foi sem anistia. O projeto que está com o deputado Paulinho da Força saiu de anistia para a dosimetria. O que vai acontecer com ele? Hugo Motta: Estou esperando o deputado Paulinho concluir o texto. O que o Congresso tem conversado, principalmente a Câmara dos Deputados, é que é preciso que esse texto seja construído a quatro mãos, também com a participação do Senado, para que a Câmara não possa, infelizmente como foi o episódio da PEC da blindagem, entrar em uma matéria que o Senado não vai apreciar. Então é preciso que isso seja construído a quatro mãos. Não que uma Casa dependa da outra, mas como trata-se de um tema bastante sensível, onde nós queremos poder, de certa forma, construir uma solução para aquelas penas que foram dadas, concedidas de maneira exagerada, elas possam ser revistas pelo próprio poder Judiciário. De certa forma, também mandar para casa essas pessoas que ainda estão presas pelo que ocorreu no 8 de janeiro e essas pessoas não tiveram um papel tão central na organização, no financiamento do que foi aquela manifestação e, de certa forma, poder caminhar para um distensionamento. Eu defendo a descompressão dessas relações entre as instituições, porque isso traz de volta a harmonia que nos é constitucional. Nós temos que trabalhar sempre por essa boa convivência entre o Poder Judiciário, o Poder Legislativo e o Poder Executivo. E a ideia desse projeto é justamente nesse sentido, de poder dar até ao presidente Lula a condição de sancionar um projeto, se ele assim concordar, que possa também sinalizar que há uma conscientização de todos, porque se esse projeto vier a ser aprovado, é o próprio Supremo que vai interpretar que nós pudemos, sim, fazer uma revisão dessas penas que foram concedidas. Então vamos aguardar o texto. Havendo a apresentação do texto, nós levaremos ao Colégio de Líderes e a partir daí a pauta será estabelecida. O senhor disse em fevereiro que o 8 de janeiro não foi uma tentativa de golpe. E depois do julgamento do STF, o senhor mudou de ideia a respeito disso? Não se trata de uma mudança de ideia. O que é que eu entendo? Eu entendo que aquela conformação da manifestação, nós tivemos ali muitas pessoas que acho que nem sabiam por que estavam ali, estavam apenas revoltadas com o resultado da eleição e agiram de maneira muito grave. As instituições foram atacadas, foram bastante depredadas por esses manifestantes, tanto o Congresso Nacional como o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. E as penas que foram dadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que aqui diga-se foi muito enérgico, foi importante o papel do Supremo na manutenção da nossa democracia até para que tratamento fosse pedagógico, no sentido dessas manifestações não voltarem a ocorrer, deram a demonstração da solidez das instituições democráticas do Brasil, apesar de termos uma democracia ainda muito jovem. E aí tivemos algumas pessoas que participaram, digamos, de um núcleo central, que realmente participou da organização daquilo tudo. E eu penso que tem que haver uma diferença de tratamento nisso, para que não sejamos exacerbadamente punitivistas com quem não merece, e para que também não venhamos a aliviar para quem merece uma pena realmente séria porque tramou, porque planejou, porque financiou. Eu acho que essas pessoas elas têm que realmente terem penas mais graves porque o que aconteceu foi um fato extremamente triste para a nossa história. E nós temos que, de certa forma, nos posicionar de maneira muito firme para que episódios dessa monta não voltem a acontecer em nosso país. Mas, quer dizer, 8 de janeiro em si é manifestação? Mas houve uma tentativa de golpe de Estado no Brasil? Hugo Motta: O que eu vejo é que tinham pessoas sim que queriam dar o golpe. Tinham pessoas sim que queriam dar o golpe. Agora, dizer que todas aquelas pessoas estavam ali organizadas para dar um golpe, eu acho que há um exagero nisso. Por isso que eu defendo essa questão do projeto de lei que possa fazer uma revisão para que a partir daí se coloque no lugar devido quem teve um papel central nessa organização e quem não teve, estava ali, muito mais como manifestante, muito mais como uma pessoa revoltada, que agiu de maneira grave e que merece ser punida por aquilo, mas sem nenhum exagero. Mas aquele núcleo crucial, o ex-presidente Jair Bolsonaro e aqueles ministros e aqueles generais, você acha que eles tentaram, tramaram o golpe? Hugo Motta: Penso que, sobre aquela questão do dia 8, essas pessoas, os generais, esse núcleo duro que foi recentemente julgado tinham sim o desejo, talvez, de retomar o poder após a eleição. O papel do ex-presidente Bolsonaro é um papel que nós temos que de certa forma, olhar com outro ângulo, porque o presidente estava fora do país. Ele foi embora do país. Ele não estava aqui tramando. Não tem como você dar um golpe estando em outro país. Penso que tem papéis ali que nós temos que, de certa forma, diferenciar. Acho que o papel foi muito mais de conivência do que de atuação. E é importante que isso fique bem explicado para que ao final não se cometa injustiça com ninguém. Eu penso que a injustiça é muito ruim quando ela acontece. Então por isso o meu equilíbrio na hora de poder definir e dizer o que de fato pra mim aconteceu para que eu não possa aqui estar cometendo nenhuma injustiça com ninguém. Se em 2026 a gente tiver o governador Tarcísio de Freitas, que é do seu partido, o Republicanos, e o presidente Lula em disputa, o senhor estará do lado de quem? Eu, enquanto presidente da Câmara, penso que não é salutar que eu me posicione politicamente agora, porque isso interferirá em todas as decisões que eu tome daqui por diante. Então, eu vou aguardar primeiro o meu partido se posicionar. Nós temos aí todo o primeiro semestre do ano que vem e o resto do semestre deste ano de trabalhos legislativos. No momento certo, nós vamos nos posicionar de maneira muito tranquila e compromissada e assumindo a posição política, porque eu penso que quem está na política tem que ter posição e nós estaremos no momento correto.

Área onde Gracyanne Barbosa foi assaltada teve aumento de 26% em roubos de veículos

Área onde Gracyanne Barbosa foi assaltada teve aumento de 26% em roubos de veículos

A região que engloba o local onde a modelo de fisiculturismo e rainha de bateria Gracyanne Barbosa foi assaltada, e ficou sem um veículo Land Rover Defender 110, roubado por bandidos armados, na madrugada desta quinta-feira, na Avenida Abelardo Bueno, em Jacarepaguá, na Zona Sudoeste do Rio, sofreu um aumento de 26% na incidência de registros de roubos de veículos, no acumulado de janeiro a agosto de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. A estatística é do Instituto de Segurança Pública.  Além do carro, Gracyanne também teve um celular roubado. Na Zona Sudoeste: Gracyanne Barbosa é vítima de assalto após ensaio da União da Ilha; bandidos levaram carro de luxo Violência: assaltantes usam marreta para assaltar joalheria no Recreio O caso foi registrado na 42ªDP(Recreio dos Bandeirantes), mas a investigação foi transferida para a 32ªDP(Taquara). A jurisdição da unidade, de onde os números estatísticos do ISP foram retirados, engloba a área em que o roubo ocorreu. A responsabilidade pelo patrulhamento da região é do 18ºBPM  (Jacarepaguá). Uma das linhas seguidas pela polícia é a de que os autores do roubo sejam ligados ao tráfico de drogas. Os bandidos costumam roubar veículos de luxo na região da Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes.  Horas antes do assalto, Gracyanne esteve na quadra da União da Ilha Reprodução redes sociais Geralmente os automóveis são levados para comunidades com territórios controlados por facções criminosas para desmanche de peças ou para serem usados em outros roubos. No caso de Gracyanne, a rainha de bateria voltava de um jantar, oferecido aos ritmistas após um ensaio da União da Ilha, escola de samba da Série Ouro, quando o carro em que ela e uma irmã viajavam parou em um posto de gasolina, na Avenida Abelardo Bueno, próximo ao Parque Olímpico. Vídeo: homem é preso após engolir cordão furtado de turista polonesa na Praia do Flamengo Neste instante, o veículo avaliado R$ 800 mil foi abordado por bandidos que desceram de outro carro. Dois homens renderam as duas irmãs. Gracyanne, que está usando muletas devido a uma cirurgia no joelho feita há duas semanas, após uma lesão sofrida durante sua participação na “Dança dos Famosos”, da TV Globo, está com dificuldades para se locomover. Mesmo assim, teria sido puxada para fora do automóvel.  Crime organizado: quem é Adilsinho? Cassino on-line de grupo ligado a contraventor movimentou R$ 130 milhões em três anos Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Gracyanne e a irmã na calçada, logo após o assalto. Segundo a Polícia Civil, investigações estão em andamento para tentar identificar os autores do crime. Initial plugin text

Com trajes de religião de matriz africana, influenciador grava vídeo 'benzendo' câmara no AC após briga; federação repudia ato

Com trajes de religião de matriz africana, influenciador grava vídeo 'benzendo' câmara no AC após briga; federação repudia ato

Com trajes de matriz africana, influenciador grava vídeo 'benzendo' Câmara no AC Um vídeo publicado nas redes sociais pelo influenciador Raynery Cunha causou polêmica na última quarta-feira (15) em Sena Madureira, no interior do Acre. É que dias após dois vereadores se agredirem dentro da Câmara Municipal da cidade, ele foi até o local gravar um vídeo 'benzendo' o espaço, vestindo trajes de religião de matriz africana. Após a repercussão do vídeo, a Federação das Religiões de Matriz Africana (Feremaac) divulgou uma nota de repúdio onde pede uma retratação pública do influenciador que acumula quase 30 mil seguidores. Já Raynery disse que o ' Pai Raynery do Yaco' foi um personagem que ele criou. (Confira mais detalhes abaixo) Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O vídeo inicia com o influenciador em frente à Câmara de vereadores de Sena Madureira. No conteúdo das imagens, há escrito: 'Pai Raynery do Yaco'. Ele está vestido com roupas brancas e uma touca na cabeça com faixas na cintura. "Pai Raynery decidiu vir aqui na Câmara para benzer essa casa, que é pra paz reinar nesse lugar", disse ele. Durante o vídeo, toca uma música com o som de tambores que se assemelham às canções tocadas em reuniões das religiões de matriz africana. Ele então entra dentro da Câmara carregando galhos com folhas e, aparentemente, benze o local. "Não vai ter mais briga aqui na Câmara. Acabou", assegurou. Influenciador "benze" Câmara de vereadores enquanto parlamentares trabalham no AC Reprodução Federação repudia conteúdo Em nota, a Federação das Religiões de Matriz Africana (Feremaac) manifestou repúdio ao ato praticado pelo humorista que, segundo eles, usou a religião de forma desrespeitosa e caricata, utilizando símbolos e a figura do Pai de Santo para realizar um suposto 'benzimento'. (Veja nota completa no final da reportagem) Ao g1, o Pai Célio de logum, presidente da Feremaac, afirmou que mesmo que Raynery não tendo citado o nome de nenhuma religião, as roupas e características representadas no vídeo demonstram que ele quis representar alguma religião de matriz africana. Célio ainda salientou que todo o vídeo foi feito em tom de deboche e de forma pejorativa com as religiões. "Quando ele se intitula pai, é complicado ele dizer que não cita o nome de religião. Ele citou símbolos da religião que são sagrados pra gente e foram usados de uma forma de deboche, comédia. Até que ponto vai o limite?", disse. O babalorixá não acredita que o vídeo tenha sido feito por brincadeira e questiona até que ponto as coisas podem ser levadas com essa afirmativa. "Nós vamos fazer um boletim de ocorrência por intolerância e preconceito religioso. Amanhã vai dar a liberdade dele fazer piada com evangélicos, católicos, budistas, e a gente precisa ter respeito um pelo outro. Cada um tem a fé que quiser", frisou ele. Pronunciamento Nesta quinta (16), Raynery postou um vídeo de pronunciamento nas redes sociais onde diz que esse foi um personagem que criou para ser 'um conselheiro, um pai espiritual', mas que seria apenas um personagem. "Eu faço humor, quem me acompanha sabe e eu tenho um personagem que é o pai Raynery do Iaco, que eu já faço há uns quatro anos. Eu solto caixinha de perguntas, o pai Raynery responde, na brincadeira mesmo, sem levar para maldade, sem denegrir ou fazer chacota com religião qualquer. Até mesmo porque o personagem pai Rayneri nem tem uma religião específica", afirmou ele. Ele também assegura que não citou ou debochou da religião de ninguém. "Eu tenho total respeito e admiração. Tenho amigos pais santos, médiuns, já frequentei templos, terreiros e simplesmente gostei. Gosto da forma, da animação, de como levam as reuniões. Como ser humano, eu sou cristão, mas não tenho nada contra religião de matriz africana qualquer", assegurou ele. Nota de repúdio - Feremaac "A Federação das Religiões de Matriz Africana vem a público manifestar seu mais veemente repúdio ao ato praticado por um humorista que, de forma desrespeitosa e caricata, utilizou símbolos e a figura do "Pai de Santo" para realizar um suposto "benzimento" na Câmara Municipal de Sena Madureira, conforme noticiado pela imprensa. É inaceitável que elementos sagrados e a figura de lideranças de nossas religiões, como o Babalorixá (Pai de Santo) ou a Iyalorixá (Mãe de Santo), sejam transformados em piada ou ferramenta de escárnio público, especialmente em um ambiente de poder como uma Casa Legislativa. Ações como esta configuram: Racismo Religioso e Intolerância: A apropriação e ridicularização de elementos de fé das religiões de matriz africana (Candomblé, Umbanda, Jurema, entre outras) reforçam estereótipos negativos e alimentam o preconceito e a intolerância religiosa, crimes previstos em lei. Violência Simbólica: O uso do traje (roupa branca e o pano vermelho na cintura), bem como a simulação de um ritual de "benzeção" por alguém não pertencente à tradição e com finalidade humorística, desvaloriza e profana a seriedade e o profundo significado de nossos ritos. Desrespeito ao Estado Laico: Uma instituição pública, como a Câmara Municipal, deve ser um ambiente de respeito a todas as crenças e não pode ser palco para a banalização ou vilipêndio de qualquer manifestação religiosa. As religiões de Matriz Africana são patrimônio cultural e espiritual do Brasil, e seus líderes religiosos dedicam suas vidas ao acolhimento, à cura e à manutenção de uma rica tradição. Não somos "humor", "piada" ou "fantasia" para ser usados em esquetes ou manifestações de deboche. Assim exigimos: Retratação Pública por parte do humorista e, se houver, da Câmara Municipal de Sena Madureira, caso a Casa tenha permitido ou endossado tal ato. Adoção de Medidas Educativas para conscientização sobre o respeito às religiões de matriz africana e o combate ao racismo religioso. Conclamamos a sociedade, as autoridades e, em especial, os órgãos de defesa dos direitos humanos a se unirem a nós no repúdio a todo e qualquer ato que ridicularize, menospreze ou agrida a dignidade dos Povos Tradicionais de Matriz Africana. Nossa fé é séria, nossa tradição é ancestral e exigimos respeito! Axé! Federação das Religiões de Matriz Africana do Estado do Acre (FEREMAAC)" VÍDEOS: g1

Dona de copiadora é presa suspeita de enganar idosos para pegar dados de cartões e usar em compras online na Bahia

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Dona de copiadora é presa suspeita de aplicar golpes contra idosos Divulgação/PC-BA Uma empreendedora dona de uma empresa copiadora da cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, foi presa, nesta quinta-feira (16), suspeita de aplicar golpes em clientes idosos. Segundo a Polícia Civil (PC), a mulher, que não teve o nome divulgado, oferecia ajuda às vítimas com dificuldades com celulares para pegar os dados de cartões de crédito e débito delas. Em seguida, a suspeita usava os limites para fazer compras online, que eram entregues na empresa. Conforme detalhou a polícia, ela confessou o golpe. Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia Veja os vídeos que estão em alta no g1 A ação passou a ser investigada depois que uma idosa de 68 anos percebeu várias compras no extrato bancário, totalizando R$ 410 furtados, e procurou a delegacia da cidade. Uma operação foi montada contra a suspeita, que teve o celular apreendido pela polícia. O equipamento passará por perícia. O número total de vítimas não foi detalhado. Segundo a PC, a suspeita responderá pelos crimes de estelionato e furto mediante fraude. LEIA MAIS: Homem é preso em AL suspeito de aplicar golpe milionário em investidores na Bahia Homem tem prejuízo de R$ 300 mil após cair no golpe do nudes na Bahia: 'verdadeiro terrorismo psicológico' Três mulheres são presas suspeitas de aplicar golpes em idosos em Salvador; prejuízo ultrapassa R$ 44 mil Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia

Com discussão sobre terras raras, Conselho Nacional de Política Mineral realiza primeira reunião

Com discussão sobre terras raras, Conselho Nacional de Política Mineral realiza primeira reunião

Lula vai a reunião sobre política mineral e mostra suas meias coloridas a jornalistas O governo federal realiza nesta quinta-feira a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM). O g1 apurou que durante a reunião será debatido a instituição de um grupo de trabalho sobre minerais críticos e estratégicos para analisar e propor políticas públicas voltas para o desenvolvimento da cadeia produtiva no Brasil e elaborar a estratégia brasileira para a exploração desses materiais. Nos últimos meses, ganhou destaque o potencial brasileiro em minerais críticos e estratégicos, considerados fundamentais para a transição energética global. ENTENDA - Terras raras: o que são, onde estão e por que os EUA se importam com elas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu um levantamento atualizado das riquezas do solo e subsolo do país. Atualmente, o Brasil não possui uma política nacional estruturada para o setor, mas o MME prepara um texto a ser finalizado até o fim deste ano. Em setembro, durante coletiva após a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, o presidente Lula afirmou: “Eu tenho lido muito sobre terra rara e minerais críticos, estou estudando para ninguém me enganar. O Brasil não quer ser isolado do mundo, não. Eu disse ao Trump que não tem limite na nossa conversa, vamos colocar na mesa tudo o que acha que precisa conversar. No caso do Brasil, a gente tem que ganhar, tem que ser um acordo de ganha-ganha”, disse. Lula participa do encontro desta quinta. Na chegada, protagonizou uma cena curiosa. Ele mostrou suas meias coloridas aos jornalistas que o esperavam na porta. Bem-humorado, Lula levantou a barra da calça para que as meias vermelhas com formas geométricas aparecessem. Mineração Serra Verde é única operação fora da Ásia a produzir, em escala, quatro elementos essenciais de terras raras Divulgação/Serra Verde Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o órgão será fundamental para ditar políticas públicas para o setor mineral, corrigir distorções e dar mais previsibilidade ao segmento.  O CNPM é um órgão estratégico de assessoramento direto ao Presidente da República para o setor mineral. O conselho é presidido pelo Ministério de Minas e Energia e contará com a participação de 16 ministérios, além de representantes da sociedade civil e da comunidade acadêmica. Atualmente, o Brasil não possui uma política nacional estruturada para o setor, mas o MME prepara um texto a ser finalizado até o fim deste ano. Além dos minerais críticos, o CNPM vai deliberar os seguintes temas: Aprovação do Regimento Interno do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM); Instituição de um grupo de trabalho sobre taxas de fiscalização e encargos setoriais para propor aprimoramentos na legislação mineral, com foco nas taxas de fiscalização e encargos incidentes no setor; Instituição de garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e de incentivos fiscais aplicáveis às etapas de transformação e industrialização O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vinha defendendo a reinstalação do conselho. Segundo ele, o órgão será fundamental para ditar políticas públicas para o setor mineral, corrigir distorções e dar mais previsibilidade ao segmento.

VÍDEO: Jegue é visto comendo lixo e outro sendo agredido em Jericoacoara; animais sofreram abandono

VÍDEO: Jegue é visto comendo lixo e outro sendo agredido em Jericoacoara; animais sofreram abandono

Jegue é visto comendo lixo em Jericoacoara Uma turista que visitava Jericoacoara, no litoral do Ceará, denunciou situações de maus-tratos e abandono envolvendo jegues que circulam livremente pela vila. Vídeos registrados por ela mostram um dos animais revirando o lixo e ingerindo até uma sacola plástica. Daiane Silva Ribeiro, natural de São Paulo, esteve em Jericoacoara no início de outubro. Ela também presenciou um jegue sendo agredido por um turista estrangeiro. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp "Presenciei um turista estrangeiro que bateu no traseiro de outro jegue que estava caminhando e o animal começou a correr no meio das pessoas. Um perigo se atropelar um idoso ou criança", relata. Os jegues estariam sendo negligenciados após a proibição do uso desses animais para transporte de turistas em Jericoacoara, prática que foi comum anos atrás no destino. Fiquei feliz de saber que eles são livres hoje, mas ainda existe esta falta de cuidado com esses animais que com certeza não existirão mais se continuarem comendo plástico, papel ou qualquer outra coisa por lá. A turista informou ainda que tentou registrar a denúncia pelos canais oficiais, mas não obteve retorno. O prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Leandro Cézar, informou que os jegues costumam adentrar a vila principalmente durante a noite. Segundo ele, a Prefeitura já realizou ajustes na coleta de lixo como forma de evitar que os animais tenham acesso a resíduos nas lixeiras. LEIA TAMBÉM: Moradores denunciam desaparecimento de jegues em Jericoacoara Brasil abate mais de 60% da população de jumentos em 6 anos para exportar pele para China Jumento brasileiro pode entrar em extinção até 2030 com abate para exportação para China, alerta pesquisador Jegue é visto comendo lixo em Jericoacoara. Reprodução Leandro disse não estar ciente de relatos de maus-tratos e afirmou que, conforme levantamento feito pela administração municipal, há cerca de 200 jegues circulando na região do Parque. Ele também ressaltou que a Prefeitura não tem responsabilidade direta sobre os animais e que não é possível manter controle total sobre eles. "Como não há isolamento entre o Parque e a Vila, a gente não tem como controlar", explica. Brasil abate mais de 60% da população de jumentos Com base nos dados oficiais, a população de asininos no Brasil - isto é, jumentos, jegues, burros ou asnos, como são conhecidos regionalmente – caiu 62% entre 2017 e 2022. Hoje, este animal, que foi companheiro de trabalho e meio de transporte no interior do país por séculos, corre risco de entrar em extinção no Brasil devido ao abate para exportação, segundo especialistas. Conforme dados do último Censo Agropecuário do IBGE, em 2017 existiam 376 mil asininos no Brasil. De 2017 até julho de 2023, pelo menos 237 mil asininos foram abatidos em frigoríficos autorizados, conforme dados do Ministério da Agricultura. Praticamente todo abate de jumentos no Brasil ocorre na Bahia. O Ceará e o Piauí, nos últimos anos, aparecem nos dados do Ministério da Agricultura como os dois principais “exportadores” de jumentos para o estado. Os abates ocorrem com objetivo de suprir a demanda do mercado chinês por peles de jumento, utilizadas para a produção do ejiao, um produto da chamada medicina tradicional chinesa. O ejiao é feito a partir do colágeno extraído da pele do jumento – e para atender à demanda crescente pelo item, empresas chinesas têm importado a pele dos animais de países como o Brasil. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: