Noite de arrocha reúne Pablo e Calcinha Preta em Sorocaba; ingressos estão à venda

Noite de arrocha reúne Pablo e Calcinha Preta em Sorocaba; ingressos estão à venda

Cantor Pablo se apresenta em Sorocaba (SP) Divulgação O cantor Pablo e a banda Calcinha Preta promovem uma noite de arrocha em Sorocaba (SP) no dia 21 de novembro (sexta-feira), a partir das 20h, na UZNA. Os ingressos já estão à venda neste link. O arrocha explodiu no Brasil em meados dos anos 2010 com a voz do cantor baiano Pablo, fazendo muito sucesso principalmente na região nordeste do país. Considerado o "Rei do Arrocha", o cantor arrasta multidões pelos quatro cantos do Brasil, em apresentações que misturam influências do forró, brega e seresta, com letras românticas e uma batida envolvente. Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Para a apresentação em Sorocaba, o artista traz o show do álbum "Bodega do Pablo", projeto composto por 15 faixas, com destaque para "Quem Ama Não Machuca", "Me Liga Beijo e Tchau", "Amanhã Talvez", "Pena de Morte", entre outras. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Com 30 anos de estrada, o grupo Calcinha Preta tem como vocalistas os cantores Daniel Diau, Silvânia Aquino, Bell Oliver e O'hara Ravick. Formada em Aracajú (SE), a banda traz em suas obras músicas românticas no estilo forró eletrônico e arrocha, com destaque para as versões em português de clássicos do rock e pop internacional. Outra marca da banda são os solos de guitarras nas canções e o uso do instrumento como elemento principal ao invés da tradicional sanfona. O público que marcar presença no show em Sorocaba vai poder acompanhar grandes sucessos do grupo, como "Manchete dos Jornais", "Baby Doll", "Hoje à Noite", "Paulinha", entre outras. A UZNA fica na Avenida Liberdade, 5.005, no Éden. Banda Calcinha Preta está entre as atrações Calcinha Preta/Divulgação Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

Câmara contrata consultoria para melhorar comunicação; custo é de R$ 5 milhões

Câmara contrata consultoria para melhorar comunicação; custo é de R$ 5 milhões

A Câmara dos Deputados assinou um contrato com a Fundação Getulio Vargas (FGV), no valor de 4,97 milhões de reais, para que a instituição de ensino preste serviços de consultoria técnica para modernização da comunicação por mídias digitais da Casa. A assinatura ocorreu em 3 de outubro, num momento em que a Câmara está com... The post Câmara contrata consultoria para melhorar comunicação; custo é de R$ 5 milhões appeared first on O Antagonista .

INSS suspende pagamento bônus para reduzir fila de pedidos por falta de recursos

INSS suspende pagamento bônus para reduzir fila de pedidos por falta de recursos

Como medida de restrição orçamentária, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu o pagamento de bônus para servidores para reduzir filas de espera de pedidos de pensão, aposentadoria e outros benefícios. A suspensão foi comunicada em ofício enviado nesta quarta pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, ao Ministério da Previdência Social. Segundo o documento, a suspensão do programa, que vale a partir de hoje, acontece para evitar “impactos administrativos decorrentes da continuidade de suas atividades sem a prévia recomposição e o devido empenho orçamentário.” O ofício detalha que as tarefas que estavam em andamento na fila extraordinária do PGB devem ser suspensas, sem a entrada de novos pedidos na fila. O PGB substituiu o antigo Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, encerrado em 2024, e retomou o pagamento de bônus por produtividade. Servidores do INSS recebem R$ 68 por processo concluído, enquanto peritos médicos federais tem direito a R$ 75 por perícia ou análise documental. No documento, o INSS reconhece a importância do PGB para enfrentar as filas de pedidos, e diz que atua para recompor os recursos necessários para a retomada do pagamento do bônus “o mais breve possível”. Atualmente, o Instituto tem mais de 2,6 milhões de pedidos de benefícios na fila, segundo o balanço de agosto. Os agendamentos extras do serviço social também foram afetados. Os procedimentos fazem parte, por exemplo, da concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que exige uma análise social para o provimento dos valores “Da mesma forma, os agendamentos futuros do Serviço Social fora da jornada de trabalho dos servidores deverão ser remanejados para os horários ordinários, com os devidos ajustes ou suspensão dessas agendas, conforme orientação do Serviço Social”, detalha o ofício.

Tesla pede que Suprema Corte de Delaware restabeleça pagamento de US$ 56 bilhões de Musk

Tesla pede que Suprema Corte de Delaware restabeleça pagamento de US$ 56 bilhões de Musk

O advogado da Tesla defendeu nesta quarta-feira, na Suprema Corte de Delaware, que o pacote de remuneração de US$ 56 bilhões de Elon Musk deveria ter sido restaurado pela votação dos acionistas realizada no ano passado. Uma das maiores disputas corporativas chegou à fase final após um juiz de primeira instância anular, em janeiro de 2024, a remuneração recorde do presidente-executivo da Tesla. A Tesla também recorreu da decisão do tribunal de primeira instância que considerou inválida a votação dos acionistas que buscava restaurar o pacote de remuneração. “Esse foi o voto mais bem informado de acionistas na história de Delaware”, afirmou Jeffrey Wall, advogado da Tesla. “Reafirmar esse resultado encerraria o caso.” Veja os vídeos em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 O desfecho do caso pode ter impactos significativos para o Estado de Delaware, sua influente legislação corporativa e a Corte de Chancelaria — antes um foro preferido para disputas comerciais, mas recentemente criticado por suposta hostilidade a grandes empresários. A decisão da Corte de Chancelaria que anulou a remuneração de Musk se tornou um símbolo para os críticos do sistema de Delaware. A chanceler Kathaleen McCormick concluiu que o conselho da Tesla não era independente de Musk ao aprovar o pacote de remuneração em 2018 e que os acionistas careciam de informações essenciais ao votarem favoravelmente. Por isso, aplicou um critério jurídico mais rigoroso e classificou a remuneração como injusta para os investidores. Musk não compareceu à audiência, realizada em um tribunal especial para acomodar as 65 pessoas presentes, a maioria delas advogados. Os réus — atuais e ex-diretores da Tesla — negaram qualquer irregularidade e afirmaram que McCormick interpretou de forma equivocada os fatos e a legislação. Empresas trocam de domicílio legal Em Dover, Delaware, a Tesla argumentou que os cinco juízes da corte superior tinham três opções para reverter a decisão do tribunal inferior. Uma possibilidade seria concluir que Musk, dono de 21,9% das ações da Tesla em 2018, não controlava as negociações salariais e que os acionistas estavam plenamente informados ao aprová-las. Outra opção seria considerar que a anulação do pagamento foi inadequada, pois não revogava o trabalho de Musk nem os ganhos obtidos pelos acionistas. Também poderiam entender que a votação do ano passado mostrou a vontade dos acionistas de manter o acordo, mesmo com falhas legais. “Em 2024, os acionistas sabiam exatamente o que estavam aprovando”, afirmou Wall. Depois da decisão sobre a remuneração de Musk, empresas como Tesla, Dropbox e a gestora Andreessen Horowitz transferiram seus domicílios legais para o Texas ou Nevada, estados cujos tribunais tendem a ser mais favoráveis aos diretores. O movimento, apelidado de “Dexit”, levou parlamentares de Delaware a reformular a legislação societária do estado. Mesmo que Musk perca a apelação, ainda receberá dezenas de bilhões de dólares em ações da Tesla. Em agosto, a empresa concordou com um plano de substituição caso o de 2018 não fosse restabelecido, o que pode gerar mais de US$ 25 bilhões em encargos contábeis. Segundo a Tesla, o novo pacote visa manter Musk engajado na transição da empresa para a robótica e a direção autônoma. O bilionário chegou a mencionar, no início do ano, que pretendia formar um novo partido político nos Estados Unidos. Atualmente incorporada no Texas, a Tesla está em um estado onde é muito mais difícil para acionistas contestarem decisões do conselho. Tesla propõe novo plano de remuneração No mês passado, o conselho da Tesla apresentou um plano de remuneração de US$ 1 trilhão, demonstrando confiança na capacidade de Musk de liderar a empresa em nova fase, apesar da perda de espaço para concorrentes chineses e da queda na demanda por veículos elétricos. Os juízes também avaliam a apelação sobre a remuneração e a taxa legal de US$ 345 milhões que McCormick determinou que a Tesla pagasse aos advogados de Richard Tornetta — acionista que possuía apenas nove ações quando moveu o processo para barrar o acordo. A decisão final pode levar meses. Em 2018, a Tesla estimou que o plano de opções valeria US$ 56 bilhões se as metas operacionais e financeiras fossem cumpridas — o que acabou ocorrendo. Com a valorização das ações, as opções hoje somam cerca de US$ 120 bilhões — a maior remuneração executiva da história. Musk segue como o homem mais rico do mundo, com fortuna estimada em US$ 480 bilhões, segundo a Forbes. Os diretores alegaram que a chanceler deveria ter aplicado o padrão de “juízo empresarial”, que protege executivos de reavaliações judiciais sobre decisões de gestão. Os diretores afirmaram que ela deveria ter analisado o pacote de remuneração de acordo com o padrão de "juízo empresarial", que protege os diretores de uma segunda avaliação pelos tribunais. Os diretores sustentam há anos que o pacote atingiu seu objetivo: atrair e reter Musk, que transformou a Tesla de uma startup em uma das empresas mais valiosas do mundo. Elon Musk em foto de setembro de 2025 AP Photo/Julia Demaree Nikhinson

Homem é preso por venda de bebidas falsificadas após suspeita de intoxicação por metanol em cliente no RS

Homem é preso por venda de bebidas falsificadas após suspeita de intoxicação por metanol em cliente no RS

Operação apreendeu bebidas suspeitas de serem adulteradas Divulgação/Polícia Civil A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, na madrugada desta quarta-feira (15), o gerente de um comércio de bebidas alcoólicas em Porto Alegre. A ação ocorreu durante a Operação Dose Letal, que combate a venda de produtos adulterados e sem procedência. A prisão aconteceu após informações sobre uma possível vítima de intoxicação por metanol atendida na emergência. O estabelecimento não teve o nome divulgado, mas fica na zona leste da Capital gaúcha. Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp De acordo com a polícia, foram apreendidas 44 bebidas, sendo que duas já tiveram falsificação confirmada. Os produtos devem ser encaminhados ao Instituto-Geral de Perícias para análise do líquido e identificação da mistura usada na adulteração. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O gerente deve responder pelo crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios. LEIA TAMBÉM: Três são presos em operação contra bebidas adulteradas no RS; entenda como funcionava esquema Polícia apreende bebidas adulteradas e dono de comércio é preso no RS A investigação busca preservar a saúde pública, fiscalizando locais suspeitos de vender bebidas sem procedência, com preços muito abaixo do mercado ou com rótulos e lacres falsificados. De acordo com a delegada Milena Simioli, a operação acontece também por conta da preocupação nacional com bebidas falsificadas após casos graves envolvendo metanol. “O uso dessa substância em bebidas é uma prática criminosa e representa um risco real à vida. Nosso papel é garantir que o consumidor tenha segurança no que consome, e que os responsáveis sejam responsabilizados com o rigor da lei”, afirmou. A Polícia Civil realizou uma série de orientações para a população: Compre bebidas apenas em locais confiáveis. Verifique lacres, rótulos e notas fiscais. Desconfie de preços muito baixos. Em caso de suspeita, não consuma e avise as autoridades. O primeiro caso no estado de intoxicação por metanol após consumo de destilado foi confirmado no dia 8 de outubro. É um homem, de 42 anos, que teria consumido caipirinhas com vodka em um bar de São Paulo e voltou a Porto Alegre, onde reside. O consumo da bebida ocorreu em 26 de setembro e o homem foi internado no dia 30 no Hospital São Lucas, em Porto Alegre. Ele já teve alta. O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal. A população pode colaborar com informações pelos canais da Polícia Civil, Procon e Vigilância Sanitária. As denúncias são sigilosas, pelo telefone 0800 510 2828. Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. Arte/g1 VÍDEOS: Tudo sobre o RS

'Um grande absurdo', diz advogada do homem solto após 15 anos preso por crime da 113 Sul

'Um grande absurdo', diz advogada do homem solto após 15 anos preso por crime da 113 Sul

Após ter a soltura imediata determinada pela Sexta Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Mairlon Barros Aguiar, de 37 anos, ainda pode voltar a ser julgado por suposto envolvimento no 'Crime da 113 Sul' caso o Ministério Público (MP) do Distrito Federal, responsável pela acusação, embargue a decisão ou entre com um recurso para que o julgamento seja levado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2010, Francisco foi apontado como um dos responsáveis pelo homicídio do advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, sua esposa, Maria Villela, e a empregada da família, Francisca Nascimento da Silva. Ele deixou a penitenciária da Papuda, em Brasília (DF), nesta terça-feira (14), após passar mais de 15 anos em reclusão. Segundo a advogada Luiza Ferreira, do Innocence Project, organização dedicada a reverter condenações criminais consideradas injustas e que assumiu a defesa de Francisco em 2023, a possibilidade de que o MP deseje retomar o processo é real, mesmo que seja considerada baixa. — No caso da Adriana, o MP já mostrou sua irresignação quanto à anulação, o que por enquanto não aconteceu com o Francisco — afirma Ferreira em entrevista para O GLOBO. — Me parece que o Ministério Público talvez tenha entendido que, no que diz respeito à condenação do Francisco, é tudo um grande absurdo. Mairlon havia sido condenado a 47 anos de prisão por homicídio e furto qualificado, com base em confissões dadas à polícia que jamais foram confirmadas em juízo. Para o relator do recurso apresentado no STJ, o ministro Sebastião Reis Júnior, a condenação foi sustentada exclusivamente por elementos da fase extrajudicial, o que fere os princípios do contraditório e da ampla defesa. "É inadmissível que, no Estado Democrático de Direito, um acusado seja pronunciado e condenado por um tribunal de juízes leigos, apenas com base em elementos de informação da fase extrajudicial, dissonantes da prova produzida em juízo e sob o crivo do contraditório", afirmou o ministro. Segundo o STJ, as confissões obtidas durante o inquérito policial foram desmentidas durante a fase judicial, tanto por Mairlon quanto por outros dois réus. Para os ministros, não havia provas materiais ligando Mairlon à cena do crime, e os depoimentos em juízo dos próprios corréus o inocentavam. O caso foi classificado como "erro judiciário gravíssimo" pelos integrantes da Sexta Turma. "Me espantou essa utilização de elementos meramente informativos, levantados na fase administrativa, serem transformados em provas sem qualquer cotejamento com os demais elementos", disse o ministro Carlos Pires Brandão. Já o ministro Og Fernandes declarou: "Todos aqui temos um único desejo, a verdade. [...] E parece que essa verdade assim obtida, pelo que vi, é falsa. Não convence." Em 2024, uma das principais reviravoltas no caso ocorreu com a retratação de Paulo Cardoso Santana, também condenado como executor. Ele confessou à ONG que havia mentido ao envolver Mairlon, alegando tortura policial: "Francisco Mairlon não tem nada a ver com isso aí. Ele é inocente, entendeu? Ele é inocente. Ele foi levado em um processo a pagar por um crime que ele não cometeu. [...] Eles torturaram, eles fizeram tudo", declarou Santana. Além de Paulo Santana, Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio e apontado como mentor da ação criminosa, também foi condenado. Os dois seguem presos. Adriana Villela, filha do casal assassinado, havia sido condenada como mandante, mas sua sentença também foi anulada pelo STJ em setembro, por cerceamento de defesa. Francisco Mairlon foi preso em 2010, quando morava no município de Novo Gama (GO). Na época, sua esposa estava grávida de oito meses e ele trabalhava no comércio local. Durante todo o processo judicial, ele negou envolvimento no crime. A defesa sustenta que, além da ausência de provas materiais como DNA ou impressões digitais, os depoimentos usados contra Mairlon foram colhidos em um ambiente de coação, e nunca confrontados de forma adequada pelo Judiciário. Conhecido como Crime da 113 Sul, o triplo homicídio ocorreu em 28 de agosto de 2009. Os corpos das três vítimas foram encontrados em decomposição três dias depois, no apartamento da família Villela, na Asa Sul, área nobre de Brasília. Eles receberam 73 facadas. O caso, que chamou a atenção dos investigadores pelo fato de a porta do apartamento não ter sido arrombada, segue vivo na memória dos moradores da capital federal e ganhou uma série documental, disponível no Globoplay.

Unicef pede ações integradas para proteger infância Yanomami

Unicef pede ações integradas para proteger infância Yanomami

A invasão garimpeira na terra Yanomami aprofundou os desafios enfrentados pelas crianças e adolescentes desse povo indígena , aponta relatório lançado nesta quarta-feira (15) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com apoio da Hutukara Associação Yanomami (HAY). Somente entre 2019 e 2022, quando a atividade ilegal atingiu seu pico, foram registradas pelo menos 570 mortes de crianças causadas por doenças evitáveis e tratáveis, como desnutrição, malária, pneumonia e infestações parasitárias. A atividade ilegal causou muitos problemas socioambientais, principalmente pela contaminação dos rios com mercúrio e a ocupação dos territórios, impactando os processos de caça, coleta e manutenção de roças. Esse processo ocorreu em paralelo com a desestruturação do sistema de saúde na região, deixando a população desassistida. Notícias relacionadas: Saúde confirma duas mortes em pouso forçado em Terra Yanomami. Ação da PF combate lavagem de dinheiro do garimpo na terra Yanomami. Terra Yanomami tem menos garimpo e fome, mas desafios são diários. O povo Yanomami é formado por cerca de 31 mil pessoas e ocupa a maior terra indígena do Brasil. São 390 comunidades espalhadas por 9,6 milhões de hectares, nos estados de Roraima e do Amazonas. A situação se tornou tão drástica que, em 2023, o governo federal declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no território. Desde então, mais de 7,4 mil ações integradas de combate ao garimpo foram realizadas. Na área de saúde, o número de profissionais atuando no território foi triplicado e diversas unidades de atendimento foram reabertas ou inauguradas. No entanto, "embora haja grandes esforços para reverter a situação, os desafios permanecem", alerta o relatório, lançado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), com grande foco na Amazônia. Saúde "É um ciclo de adoecimento muito crônico e sistêmico, muito ligado à invasão garimpeira. Primeiro, como diz um amigo Yanomami, onde tem garimpo, tem malária e isso leva as famílias a ter uma maior dificuldade em fazer as roças, porque as pessoas adoecidas não conseguem e também não podem sair para caçar. Isso leva também à fome e à desnutrição que se agrava porque tem maior destruição da floresta, porque o barulho dos maquinário afugenta as caças", acrescenta a antropóloga Ana Maria Machado, uma das autoras do relatório. Dados de 2022 mostram que entre as 4.245 crianças Yanomami acompanhadas pelo serviço de Vigilância Alimentar e Nutricional, mais da metade (2.402) estava abaixo do peso por causa da desnutrição. Já os casos de malária, de 2019 e 2022, passaram de 21 mil entre crianças de até 5 anos, valor próximo ao acumulado ao longo dos dez anos anteriores. Em quatro anos, 47 crianças Yanomami morreram por causa da doença, quase 7 vezes mais do que nos quatro anos anteriores. As doenças respiratórias são outro grande fator de mortalidade, com 187 óbitos infantis registrados entre 2018 e 2022. A ocorrência mais comum é a evolução de síndromes gripais simples, que atingem os Yanomami de forma mais grave por causa da baixa imunidade natural, em meio ao aumento do contato com os garimpeiros e outras pessoas de fora, e maior circulação nas cidades. Muitas dessas doenças são preveníveis com vacinação, mas com a desmobilização dos serviços de saúde, a cobertura vacinal da população Yanomami caiu de 82% em 2018 para 53% em 2022. O garimpo também é responsável pela contaminação dos cursos de água por mercúrio, que continua sendo utilizado para separar o ouro, apesar de ser proibido no Brasil. Laudo da Polícia Federal, realizado em 2022, apontou que amostras de água dos rios Uraricoera, Parima, Catrimani e Mucajaí apresentam teor de mercúrio em média 8.600% acima da média considerada aceitável para consumo humano. Mesmo que a desintrusão dos garimpeiros já tenha levado a melhorias visíveis nos rios, "a presença incolor do mercúrio no ambiente, nos rios e nos peixes seguirá sendo fonte de contaminação por vários anos", lamenta o documento. O mercúrio causa sérios danos à saúde prejudicando principalmente o sistema nervoso central. Em crianças, pode afetar seriamente o desenvolvimento e também provocar má formação fetal, e problemas motores e neurológicos em bebês. Os grupos ilegais também se aproveitavam da vulnerabilidade crescente da população Yanomami e usavam dinheiro, armas, bebidas alcóolicas e drogas para cooptar jovens Yanomami para o trabalho no garimpo, e explorar sexualmente as meninas. "Há inúmeros relatos de casos de meninas abusadas em troca de algum pagamento para si ou para suas famílias. Há também casos de meninas e mulheres que frequentam os garimpos para prostituir-se em troca de comida, em situações de evidente exploração", descreve o relatório. Modo de vida O estudo Infância e Juventude Yanomami: O que significa ser criança e os desafios urgentes na Terra Indígena Yanomami destaca que as pessoas com menos de 30 anos são cerca de 75% da população da terra indígena, proporção bastante superior à média de 42% da população brasileira. Isso significa que três em cada quatro Yanomami são crianças, adolescentes ou jovens e demonstra, na opinião dos pesquisadores, a importância de olhar para essa parcela da população que também apresenta diversidade entre si, com seis línguas diferentes, por exemplo. Apesar dos dados preocupantes, o relatório ressalva que esse período "não se reduz a privações e desafios", e é marcado também por "liberdade, autonomia e participação comunitária". "Na floresta, as crianças crescem com suas famílias – brincando, acompanhando seus pais na caça de animais, suas mães na colheita de alimentos, e observando as reuniões coletivas. Ouvir e entender os saberes Yanomami é estar mais próximo para encontrar, com eles, as respostas", destaca o documento. "Os Yanomami têm uma ideia de que crescer em comunidade é uma forma também da criança ser bem cuidada, então ela tem uma ampla rede de cuidado muito mais densa do que nós vemos no mundo ocidental. E a liberdade, a grande autonomia que as crianças têm e a livre circulação, são pontos muito específicos da infância Yanomami. Não têm ambientes que sejam proibidos o acesso às crianças e elas aprendem muito umas com as outras ou com os adultos, e estão envolvidas numa vida de comunidade", explica Ana Maria Machado. "Essa estrutura própria dos modos de vida Yanomami repousa sobre um equilíbrio fino que pode ser desestruturado a partir de diferentes influências principalmente do mundo não indígena.  A gente tem essa enorme população que cresce depois da demarcação da terra indígena, chamada no relatório de "geração terra demarcada", nesse contexto de transformações advindo do contato, com conflitos intergeracionais e adaptações às novidades que vem do mundo dos brancos, boas e ruins", complementa o também antropólogo Marcelo Moura, que divide a autoria do trabalho. "Os dois objetivos fundamentais do relatório são: primeiro, que seja uma referência atemporal e uma fonte de pesquisa de informação para aqueles que atuam juntos aos Yanomami e também que possa ajudar organizações, gestores, profissionais de todas as áreas a melhor entenderem as particularidades para trabalhar com e para essas populações (...) " conclui o chefe de emergências do UNICEF no Brasil, Gregory Bulit. O relatório aponta que a proteção territorial, contra o garimpo e quaisquer outras atividades que ameacem a floresta e o modo de vida indígena, é imprescindível para a proteção do povo Yanomami. Também conclama aos desenvolvedores de políticas públicas que trabalhem junto com as associações Yanomami e ouçam as crianças e adolescentes, "tentando entender seus anseios e desejos em um mundo de transformações rápidas e complexas". "É fundamental que a grande demanda desses jovens por escolarização, por acesso a novos conhecimentos como o uso de novas tecnologias, seja levada a sério, sobretudo como ferramentas na luta por respeito por sua dignidade, pela integridade de seu território e pelo direito de preservarem sua cultura e seus modos de vida. É preciso que lhes sejam garantidas água limpa, educação e assistência de saúde de qualidade e segurança, para que possam desenvolver-se em uma terra livre de invasores", recomenda o documento feito pelo Unicef em parceria com a Hutukara Associação Yanomami.

Moraes solta bolsonarista, ré primária e com nódulo na mama, presa pelo 8/1

Moraes solta bolsonarista, ré primária e com nódulo na mama, presa pelo 8/1

Alexandre de Moraes revogou a prisão preventiva de Alexsandra Aparecida da Silva, uma bolsonarista ré primária que convive com nódulo na mama e foi detida por participar de atos antidemocráticos referentes ao 8 de janeiro. Ela estava presa há cerca de dois meses e meio em Três Corações (MG). Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Exposição ao chumbo pode ter influenciado a evolução do cérebro humano; entenda

Exposição ao chumbo pode ter influenciado a evolução do cérebro humano; entenda

Fantástico mostra detalhes da pesquisa que ganhou o prêmio Nobel de Medicina de 2022 Uma nova pesquisa sugere que o ambiente tóxico em que viveram nossos ancestrais pode ter pressionado a evolução do cérebro humano. Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Ao longo de milhões de anos, a exposição ao chumbo foi comum entre diferentes espécies que antecederam o ser humano moderno. Com o tempo, isso pode ter favorecido indivíduos mais resistentes aos efeitos do metal, uma vantagem ligada a uma versão específica de um gene presente apenas no Homo sapiens. Essa diferença genética, apontam os cientistas, pode ter ajudado o cérebro humano a se desenvolver de forma mais complexa, abrindo espaço para habilidades como a fala, a comunicação e a cooperação, características que nos distinguem de outros hominídeos. “É isso que estamos propondo. Claro, é uma extrapolação dos dados experimentais, mas, até agora, ninguém tem evidências que contrariem essa hipótese. A ideia está colocada para ser testada e, se for o caso, refutada", afirma ao g1 o cientista brasileiro Alysson Muotri, um dos autores do estudo e professor de Pediatria e de Medicina Celular e Molecular da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA). "Enquanto isso não acontecer, ela permanece como uma das hipóteses que podem explicar o surgimento da linguagem humana", acrescenta. A pesquisa inédita analisou dentes fossilizados de diferentes espécies de grandes primatas — de Australopithecus e Homo primitivos a neandertais, além de grandes símios extintos como o gigantesco Gigantopithecus blacki. O estudo, publicado nesta quarta-feira (15) na revista "Science Advances", indica que nossos ancestrais já estavam expostos ao metal há pelo menos 2 milhões de anos, muito antes das atividades humanas passarem a disseminá-lo no ambiente. As pistas dessa convivência antiga foram encontradas em linhas microscópicas preservadas em dentes, parecidas com os anéis de uma árvore. ?ENTENDA: cada camada dos nossos dentes funciona como uma cápsula do tempo. À medida que o esmalte e a dentina se formam, eles registram o que estava no ambiente naquele momento, minerais, nutrientes e até metais como o chumbo. Como essas marcas permanecem intactas ao longo do tempo, os dentes acabam virando um registro fiel da vida de quem os teve. E foi justamente nessas faixas que os cientistas encontraram concentrações variáveis de chumbo, o que leva a crer que esses indivíduos passaram por exposições sucessivas ao metal. Ao todo, os fósseis vieram de três continentes: África, Ásia e Europa. Entre os achados mais impressionantes estão dentes de Gigantopithecus blacki, um macaco gigante que viveu na China há cerca de 1,8 milhão de anos. Nessas amostras, os pesquisadores identificaram sinais claros de contaminação intensa e repetida por chumbo: marcas que se repetem em diferentes fases do crescimento dental. O curioso é que esse mesmo padrão aparece em dentes de pessoas nascidas entre as décadas de 1940 e 1970, quando o metal ainda fazia parte do cotidiano: estava presente na gasolina, nas tintas de parede e até em encanamentos domésticos. “Paramos de usar chumbo no nosso dia a dia quando percebemos o quanto ele é tóxico, mas ninguém nunca havia estudado o chumbo na pré-história”, diz Muotri. Réplica de um crânio de neandertal e padrões de concentração de chumbo em um dente da espécie: as áreas em vermelho indicam níveis mais altos do metal. UC San Diego Health Sciences Muito antes das fábricas e dos carros, o metal, por exemplo, já fazia parte da rotina humana e chegou até a deixar marcas no Império Romano, quando era usado em aquedutos, utensílios e até no vinho. CHUMBO: como metal pesado tóxico afeta crianças no Brasil e no mundo décadas após proibição Estudos modernos apontam que essa contaminação afetou boa parte da população da época, mas agora, os fósseis revelam que essa relação tóxica é, na verdade, muito mais antiga do que se imaginava. Segundo o estudo, mesmo sem fábricas ou tubulações, a Terra já oferecia riscos naturais: erupções vulcânicas, poeira, solos e água que corria por cavernas podiam carregar chumbo em níveis elevados. A hipótese é que nossos ancestrais procuravam cavernas com nascentes internas, e a água contaminada acabava ingerida por famílias inteiras. O pesquisador Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego, investigou como a exposição ao chumbo pode ter influenciado a evolução do cérebro e da linguagem humana. Kyle Dykes/UC San Diego Health Sciences Minicérebros em laboratório Para investigar se essa exposição prolongada a substâncias tóxicas pode ter influenciado a evolução do cérebro humano, os cientistas também criaram em laboratório minúsculos “minicérebros”, ou organoides, produzidos a partir de células-tronco humanas. Esses modelos simulam estágios iniciais do desenvolvimento neural e foram cultivados com duas versões do mesmo gene: o NOVA1, que regula a formação das conexões entre neurônios. A versão “moderna”, presente em todos os Homo sapiens, difere da “arcaica”, exclusiva de neandertais e denisovanos, por apenas uma letra no DNA, uma alteração mínima, mas suficiente para mudar a forma como os neurônios se organizam. Essa diferença pode ter desempenhado um papel decisivo na maneira como o cérebro humano responde a toxinas e se adapta ao ambiente ao longo da história evolutiva. Os organoides foram então expostos a pequenas doses de chumbo. E o resultado surpreendeu: a versão antiga do gene mostrou-se muito mais vulnerável, afetando diretamente a expressão do FOXP2, o gene associado à fala e à linguagem, o mesmo que, quando sofre mutações, causa distúrbios da fala em crianças. Já a versão moderna do NOVA1 pareceu agir como um escudo, reduzindo o impacto do metal sobre as redes neurais. “A estrutura dos organoides era idêntica em tudo, exceto por aquela única variação genética, o que nos permitiu investigar se essa mutação específica entre nós e os neandertais poderia ter nos dado alguma vantagem”, explicou Muotri. Mapa e imagens mostram como os cientistas identificaram chumbo em dentes fósseis. O laser (B) revela faixas coloridas (C) que registram a contaminação ao longo da vida — como anéis de uma árvore. Joannes-Boyau et al./Science Advances “Se todos os humanos modernos compartilham essa mutação, em todas as partes do mundo, é sinal de que uma forte pressão evolutiva deve ter favorecido sua seleção em nossa espécie.” Os resultados levantam uma hipótese ousada: a exposição ao chumbo pode ter atuado, ao longo da evolução, como uma espécie de filtro natural, favorecendo indivíduos com maior resistência ao metal. Em outras palavras, o Homo sapiens teria herdado um ajuste genético capaz de proteger o cérebro e, de quebra, preservar duas das habilidades que nos tornaram únicos: a linguagem e a cooperação. Em termos evolutivos, isso significaria uma vantagem poderosa. A fala e a comunicação são consideradas chaves para o surgimento de sociedades complexas. “A linguagem é a nossa superpotência”, resumiu Muotri. “Ela nos permitiu organizar grupos, trocar ideias e construir civilizações. Talvez os neandertais tivessem pensamento abstrato, mas não conseguiam compartilhá-lo com a mesma eficiência.” O que são minicérebros? Luisa Rivas e Ana Moscatelli | Arte g1 VÍDEO: Entenda a pesquisa sobre colonização interplanetária de Muotri Primeiro cientista brasileiro no espaço conduzirá estudo sobre colonização interplanetária