Com Fernanda Torres no júri, Festival de Cinema de Veneza começa hoje com foco em questões globais

Com Fernanda Torres no júri, Festival de Cinema de Veneza começa hoje com foco em questões globais

Ano passado, o Festival de Veneza deu boas-vindas ao erotismo e ao sexo, explorado em suas diferentes expressões nos filmes da programação, depois de anos de abstinência na tela grande — até Nicole Kidman saiu premiada por sua performance em “Babygirl”, thriller pontuado por encontros tórridos. Este ano, as fantasias e dramas envolvendo a sexualidade parecem ter cedido ao peso de questões bastante atuais, que afetam a sociedade de forma coletiva. É o que entende Alberto Barbera, diretor artístico da mostra italiana, a mais antiga do mundo (além de pontapé inicial da temporada do Oscar), que tem sua 82ª edição começando nesta quarta-feira (27) com a sessão de gala de “La grazia”, o novo longa-metragem do diretor italiano Paolo Sorrentino, diretor do premiado “A grande beleza (2013). Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Advogado, ex-procurador-geral de Alagoas e 'de direita com muito orgulho': saiba quem é o relator da CPI do INSS

Advogado, ex-procurador-geral de Alagoas e 'de direita com muito orgulho': saiba quem é o relator da CPI do INSS

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) voltada para investigar os desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou os trabalhos nesta terça-feira, com a definição do plano de trabalho e análise de requerimentos. O relator é o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), escolhido em contrariedade às indicações feitas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar está em seu primeiro mandato, e costuma dizer que é 'de direita com muito orgulho'. CPI do INSS: governo elege vice-presidente da comissão após revés na semana passada Mais CPI: investigação será dividida em seis eixos e vai até março de 2026, ano eleitoral; entenda Na manhã desta terça-feira, na primeira reunião como relator, Gaspar afirmou que seu trabalho não contará com uma "flecha apontada" para ninguém. De acordo com ele, embora cada parlamentar tenha preferências partidárias específicas, a relatoria da CPI não será pautada por interesses parciais. — Sou de direita com muito orgulho. Tenho uma história limpa, decente e de trabalho pela justiça. Tenho minhas preferências políticas, como os senhores e as senhoras as têm. Aqui não existe ninguém imparcial no âmbito político, vamos deixar isso bem claro. O que nós vamos medir é se nossas preferências políticas e divergências ideológicas irão atrapalhar o que realmente interessa: a busca da verdade diante dos fatos e documentos — frisou Gaspar. O deputado apresentou um plano de trabalho que prevê investigar fraudes desde 2015, período em que o país era comandando pela ex-presidente Dilma Rousseff. Apesar de protestos da base do governo, o documento foi aprovado. O relator defendeu a proposição alegando que "não tem partidário aqui (na CPI), todos serão investigados". Em um acordo construído com a oposição após a proposta de Gaspar, governistas firmaram um pacto para que Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja protegido de uma eventual convocação. Além disso, também houve um acerto que só vai permitir a votação de requerimentos em bloco em caso de convergência entre base e oposição. — O plano de trabalho que propomos prevê, desde o início, a oitiva de ministros da previdência e de presidentes do INSS dos governos Lula 3, Bolsonaro, Temer e Dilma 2 — disse o parlamentar. — No meu relatório não haverá protegidos, nem perseguidos. Estarei aqui para cumprir o rito da investigação. 'PT foi o grande responsável' Gaspar possui um histórico de ataques diretos ao governo em temas de alto impacto social. Criticou cortes no Bolsa Família e responsabilizou a gestão petista pela escalada da inflação, chamando o governo de “irresponsável” e “contraditório com os mais pobres”. Também votou contra o aumento do IOF e o reajuste da conta de luz, dizendo atuar em defesa “do bolso do cidadão”. Apesar de declarar que sua atuação na relatoria da CPI será pautada por "uma investigação técnica, transparente" e focada no "povo brasileiro", ele também já fez publicações atribuindo ao PT as fraudes que ocasionaram os desvios nos recursos das aposentadorias. "Essa comissão é necessária para investigar o roubo praticado nas contas de aposentados e pensionistas. O governo do PT foi o grande responsável por desviar mais de R$ 6 bi, e isso é crime de proporções gigantescas", escreveu, na semana passada, em uma de suas redes sociais. Initial plugin text Recentemente, em relação ao tarifaço imposto por Donald Trump aos produtos de exportação brasileiros, o deputado afirmou que a crise foi criada pelo presidente Lula. De acordo com ele, o petista teria agido com "arrogância, ideologia, militância e total despreparo" no que diz respeito às sanções. Além disso, o parlamentar também endossou críticas de supostos abusos praticados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo ministro Alexandre de Moraes. Entre as atuações na Câmara, o parlamentar é membro titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em Abril deste ano, ele foi escolhido relator do pedido na Câmara para suspender o processo penal em curso no Supremo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) pela trama golpista. Initial plugin text Carreira no Ministério Público Antes de atuar na política, Gaspar, que possui 55 anos, fez carreira no Judiciário. Ele se formou em direito em 1993, além de obter pós-graduação em direito público no ano de 1999 e ter trabalhado como professor universitário por mais de 10 anos. Em 1996, o parlamentar ingressou no Ministério Público de Alagoas (MP-AL), onde atuou por 24 anos. No MP-AL, ele atuou nas promotorias das cidades de Maravilha e Palmeira dos Índios, até chegar a 48ª Promotoria de Justiça da capital Maceió. Em 2016, ele foi eleito procurador-geral de Justiça do estado, reeleito por dois biênios, e saiu do cargo somente em 2020, quando pediu exoneração do órgão para se dedicar à vida política. Gaspar trabalhou no primeiro caso de maior repercussão em 1998, quando a ex-deputada federal Ceci Cunha foi assassinada no dia 16 de dezembro daquele ano, em Maceió. Ela foi morta a tiros junto de seu marido, seu irmão e uma prima. O crime foi um homicídio planejado por seu suplente, Talvane Albuquerque Neto, que queria assumir sua vaga na Câmara dos Deputados. Ele foi condenado a mais de 100 anos de prisão. A parlamentar é mãe do ex-senador e atual vice-prefeito de Maceió, Rodrigo Cunha (Podemos). Depois, entre 2010 e 2012, Gaspar também teve atuação de destaque quando Maceió enfrentou uma série de assassinatos de moradores de rua, com 73 mortes registradas. As autoridades locais suspeitavam que os crimes tinham sido praticados por grupos de extermínio, mas as investigações mostraram que os crimes foram motivados por dívidas de drogas. Sua experiência profissional também inclui a chefia da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) por dois períodos — de 2015 a 2016 e, posteriormente, de 2021 a 2022. Ele também presidiu o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), que é vinculado ao Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, e participou de conselhos de segurança e direitos humanos no estado de Alagoas. Em 2012, ele foi homenageado com a Medalha Mérito do Ministério Público, a maior honraria que a instituição pode conceder. Início na política Em 2022, Gaspar recebeu 102.039 votos para ser eleito deputado federal pela primeira vez. Ele foi o segundo mais votado do estado de Alagoas, atrás apenas de Arthur Lira (PP). Pouco antes, em 2020, o político já havia sido candidato à Prefeitura de Maceió (AL). No pleito municipal, o parlamentar concorreu contra JHC, candidato pelo partido PSB. Gaspar perdeu a disputa no segundo turno, alcançando 156.704 votos (41,36%). Seu rival — que já chegou a ser, por duas vezes consecutivas, o deputado federal mais votado de Alagoas — conquistou 222.147 (58,64%).

PF prende suspeito de apoiar facção que tomou garimpo na Guiana e forçou brasileiros a trabalhar 24h por dia

PF prende suspeito de apoiar facção que tomou garimpo na Guiana e forçou brasileiros a trabalhar 24h por dia

A Polícia Federal prendeu no último domingo um homem suspeito de participar da invasão e tomada de um garimpo ilegal na Guiana Francesa, ação criminosa ocorrida em abril do ano passado. Após integrantes da facção Família Terror do Amapá (FTA) tomarem controle do local, os brasileiros que nele trabalhavam passaram a ser submetidos a jornadas exaustivas, de até 24 horas, sob a mira de pistolas e fuzis. Vídeo: Cadela 'heroína' salva tartaruga em praia de Santa Catarina Crime: Empresário que matou gari em BH escreve carta e chama crime de 'acidente' Segundo a PF, Edinael Nascimento da Costa era o responsável por dar apoio logístico e operacional aos criminosos que invadiram o garimpo. As investigações apontam que cabia a Edinael o transporte de armas, entorpecentes, valores, produtos de higiene e alimentos. Ele também prestava ajuda aos criminosos em áreas de difícil acesso e realizava missões de resgate de armamentos entre o Brasil e os garimpos ilegais da Guiana Francesa. Edinael da Costa foi preso durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Com ele, os policiais federais encontraram uma arma de fogo de uso restrito, munições, 1,1kg de ouro bruto retirado do garimpo ilegal e um gerador comprado no Suriname, importado para o Brasil sem autorização. O suspeito foi levado para a delegacia da PF em Oiapoque e, em seguida, encaminhado para o sistema prisional. "Ele poderá responder pelos crimes de participação em organização criminosa, posse ilegal de arma de fogo e usurpação de bens da União", diz a corporação, em nota. Edinael havia sido preso em flagrante um ano antes durante uma operação da Polícia Civil do Amapá. Os agentes miravam "coiotes" que transportavam pessoas do Suriname para dentro do país em condições precárias e irregulares. A embarcação de Edinael e dos outros suspeitos estava superlotada, com 26 pessoas, entre brasileiros e cubanos, incluindo uma criança de 4 anos e outra de um ano. Os policiais também encontraram 20kg de mercúrio no barco. Polícia Federal prendeu suspeito de participar de grupo que invadiu garimpo na Guiana Francesa neste domingo (24/08) Divulgação/PF A PF do Amapá iniciou a investigação após receber denúncias e ter acesso a relatos em grupos de mensagens locais sobre a invasão armada ao garimpo na Guiana Francesa. Além de Edaniel da Costa, outras cinco pessoas já foram presas pelos policiais federais. Entre os que já foram presos estão Jair Mercês da Silva, Wemerson Mirelle Furtado e Aldemir Mourão Vilhena. No dia 26 de abril de 2024, os criminosos assumiram o controle do garimpo do Boulanger. Fortemente armados, eles fizeram os brasileiros que atuavam no local de reféns, segundo a PF. Os garimpeiros passaram a ser obrigados a trabalhar em jornadas de até 24 horas, sob a mira de fuzis e pistolas dos criminosos. Os investigadores suspeitam ainda que pelo menos seis brasileiros que teriam se recusado a garimpar para a facção acabaram mortos. A facção também chegou a tentar invadir outros garimpos na Guiana Francesa.

Rap, forró e outras surpresas no álbum ‘menos Cícero’ do carioca Cícero; leia a crítica

Rap, forró e outras surpresas no álbum ‘menos Cícero’ do carioca Cícero; leia a crítica

Desde que se lançou em carreira solo após o fim da banda Alice, no fim dos anos 2000, o carioca Cícero sempre fez um melancolindie com cheiro de chuva e café da tarde, estética que advém da sua voz baixinha e das canções introspectivas que versam quase sempre sobre o amor e as coisas da cidade. Foi assim desde o aclamado “Canções de apartamento” (2011), sua estreia, repleto de faixas que dão vontade de ligar para a ex, passando pelo não menos fleumático “A praia” (2015), culminando em “Cosmo” (2020). “Cícero correu pra que um Rubel pudesse andar”, disse alguém um dia desses. Após um hiato de cinco anos sem um disco de inéditas, ele lançou este mês “Uma onda em pedaços”. Talvez seja seu álbum menos Cícero, e isso é bom. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Vereadora de Campinas participa de missão que vai desafiar bloqueio de Israel para levar ajuda humanitária a Gaza

Vereadora de Campinas participa de missão que vai desafiar bloqueio de Israel para levar ajuda humanitária a Gaza

A vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, embarca nesta terça-feira (26) para a Espanha, onde participará da Global Sumud Flotilla, missão internacional que pretende furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza com dezenas de embarcações. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. A flotilha reunirá cerca de 300 ativistas de mais de 40 países e levará alimentos, medicamentos e outros itens humanitários aos palestinos. Entre os participantes confirmados estão Thiago Ávila, Greta Thunberg, parlamentares europeus e artistas como Susan Sarandon e Liam Cunningham. Ávila já participou de uma ação semelhante em junho, quando a embarcação "Madleen", que ele tripulava ao lado de Greta Thunberg e outros dez ativistas, foi interceptada pelo Exército de Israel, resultando na detenção de todos a bordo. Conti disse viajar com licença não remunerada da Câmara e que bancará os custos da missão. “Não há recurso público envolvido. É uma ação humanitária, completamente diferente das viagens de figuras da extrema-direita”, afirmou. A flotilha deve partir no domingo (31), da Espanha, e no dia 4 de setembro, da Tunísia, em direção à Faixa de Gaza. A vereadora ainda citou reconhecer os riscos da iniciativa diante dos bombardeios recentes em Gaza, mas afirmou que considera a ação necessária. Ela também disse não temer ataques políticos locais: “Se a extrema-direita tentar retaliação, terá que explicar por que é contra uma ação humanitária”. Quem é Thiago Ávila? Thiago de Ávila e Silva Oliveira tem 38 anos e nasceu na cidade de Brasília, em 1986. Ativista, ele já foi candidato a deputado federal pelo Psol, em 2022. Thiago ficou conhecido nas redes sociais com publicações sobre a expedição humanitária, que aconteceu um mês após outra embarcação com destino a Faixa de Gaza ter pegado fogo e emitido um sinal de socorro, supostamente depois de ter sido atingida por drones na costa de Malta. O brasileiro também estava a bordo na ocasião. O governo de Israel deportou Ávila e mais cinco ativistas, presos após serem detidos a bordo do veleiro "Madleen", interceptado por forças israelenses no Mar Mediterrâneo no último domingo. A embarcação fazia parte da Coalizão Flotilha Liberdade (FFC, na sigla em inglês) e transportava itens de ajuda humanitária destinados à Faixa de Gaza. Segundo os ativistas, alarmes soaram no convés quando embarcações navais israelenses se aproximaram do navio. Eles também relataram que drones lançaram uma substância branca que teria prejudicado o sistema de comunicação da flotilha e ferido algumas pessoas a bordo. Um vídeo publicado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel mostra um militar enviando uma mensagem de rádio à embarcação, dizendo que a “zona marítima ao largo da costa de Gaza está fechada”. O barco foi detido pela Marinha Israelense em águas internacionais do Mar Mediterrâneo a mais de 100km de distância de Gaza.

Com DM vazio, Fluminense terá força máxima contra o Bahia, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil

Com DM vazio, Fluminense terá força máxima contra o Bahia, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil

Sem jogadores suspensos e com o departamento médico vazio, Renato Gaúcho poderá escalar força máxima contra o Bahia amanhã, na Fonte Nova, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. O treinador — que na derrota de sábado para o Bragantino, pelo Brasileiro, optou por um time misto — terá a sua disposição retornos importantes. A começar pela defesa, que foi vazada em cinco dos últimos seis jogos. Os zagueiros Thiago Silva e Ignácio já treinam normalmente com o grupo desde a semana passada e foram preparados especialmente para voltar no torneio nacional. O capitão sofreu uma lesão grau dois na posterior da coxa direita no na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, no dia 2 de agosto. Já o camisa 4 teve uma contusão grau 2 no ligamento colateral medial do joelho direito, na derrota por 2 a 1 para o Palmeiras, em 23 de julho. Nas ausências dos defensores, restou Manoel para formar a dupla de zaga ao lado de Freytes, enquanto o moleque de Xerém Davi Schuindt chegou a ser titular em duas partidas do Brasileiro (Bahia e Fortaleza). Recém-contratado, Igor Rabello, ex-Atlético-MG, não jogar a Copa do Brasil e a Sul-Americana por já ter atuado nessas competições pelo Galo. Martinelli, Hércules e Nonato marcaram quatro dos oito gols do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes 1 - Megan Briggs / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP, 2 - Buda Mendes / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP e 3 - CHANDAN KHANNA / AFP Diante do Bragantino, Fuentes, Soteldo, Cano e Nonato retornaram de lesões. O volante pode retomar a parceria com Martinelli, suspenso no último jogo, e Hércules no meio-campo. O trio ficou marcado por fazer quatro dos oito gols do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes. O camisa 8 também balançou a rede na vitória sobre o América de Cali, da Colômbia, no jogo de volta das oitavas da Sul-Americana. Além do protagonismo no ataque, eles se destacam pela entrega na marcação.

Enviado da COP30 explica trabalho contra as fakes news e descreve como atua o negacionismo climático

Enviado da COP30 explica trabalho contra as fakes news e descreve como atua o negacionismo climático

A COP 30 possui 29 enviados especiais que ajudam a estreitar os diálogos entre a presidência do evento e os setores específicos para os quais foram indicados, como sindicatos, setor privado, direitos humanos, energia e saúde. Pela primeira vez, na edição de Belém, a conferência terá um nome dedicado à chamada integridade da informação, para produzir campanhas de conscientização sobre a agenda climática e o combate a fake news sobre o tema. Desaparecido desde 2019: MPF cobra Ministério Público do Acre para localizar acervo de Chico Mendes Além da hospedagem, COP em Belém sofre com escassez de mão de obra e já 'importa' profissionais O cargo é ocupado por Frederico Assis, mestre em História Social pela USP e ex-assessor de Fernando Haddad durante sua gestão na prefeitura de São Paulo e na campanha presidencial de 2018. Com experiência em inteligência política para sustentabilidade, comunicação estratégica e gestão de crise, Assis integrou a assessoria especial da Presidência da República após trabalhar no enfrentamento à desinformação na campanha de 2022, e é presidente do conselho da EBC. No evento, “Vozes pelo Clima: Mídia, Ciência e Educação no Combate à Desinformação”, parte da série “Climate Talks – Diálogos Climáticos Brasil-Alemanha”, promovido pela Embaixada da Alemanha no Brasil, Assis explicou que hoje o negacionismo climático atua muito mais no questionamento de soluções do que na negação da ciência, já que as mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes. Nesse cenário, ele aposta na interlocução com Big Techs, na promoção de informação confiável e na mobilização orgânica da população em prol dessa agenda. Qual a função dos enviados especiais? Cabe aos enviados especiais criar um canal de diálogo e fortalecer uma ponte entre os seus respectivos setores e a presidência da COP. Quase todos os temas estão contemplados na agenda de ação e muitos também serão trabalhados na negociação diplomática da Cúpula de Líderes. O tema da integridade da informação entrou pela primeira vez na agenda de ação, e a gente está num estágio de início de elaboração, envolvendo o governo, instituições multilaterais e sociedade civil internacional. Por que a COP terá um enviado especial de integridade da informação pela primeira vez? Esse tema é central, transversal e cada vez mais sensível. Todo o sucesso da agenda climática depende da garantia da promoção da integridade da informação. A COP tem quatro pilares: a Cúpula de Líderes, a negociação diplomática, a agenda de ação e a mobilização. Esse tema, por ser tão transversal, rebate nos outros pilares. O que sair, por exemplo, da negociação diplomática pode ser corroído, questionado, por narrativas informativas. Então a gente faz esse trabalho preventivo. E como funciona esse trabalho? Em primeiro lugar, manter diálogo constante com especialistas, acadêmicos e ativistas do campo da integridade da informação. Em segundo lugar, engajar as lideranças políticas, os movimentos sociais envolvidos com a causa, eventualmente pessoal da cultura, influenciadores, gente que fala com diversos públicos, né? Para manter esse tema aquecido no debate público de um lado, mas também para romper a bolha informacional e alcançar públicos diversos. Promover uma informação que seja confiável, mas também mostrar nesse sentido de educação midiática, inclusive, os riscos da desinformação num contexto mais abrangente. Como combater campanhas de desinformação? Eu tenho uma chave positiva que é a promoção da informação confiável e tem uma chave que é de combate a negacionismo e desinformação de maneira geral. Isso obviamente envolve campanhas de comunicação, ações de comunicação estratégicas, que a gente está atento. E como isso vai rebater depois que a negociação acontecer, como podem tentar manipular o que foi negociado e acordado. O diálogo com as Big Techs é importante? Pretendo manter contato com as Big Techs, e já há reuniões marcadas com elas. Por mais que elas estejam no centro do problema, por serem o desaguadouro dessas narrativas, obviamente eu pretendo manter uma interlocução porque são atores centrais. Ainda que seja para reduzir dano. Eu acho que nada vai acontecer se não houver mudanças estruturais. Eu trabalhei na campanha do presidente Lula fazendo esse tipo de trabalho, inclusive em 2022, mas agora é um outro tipo de trabalho. O negacionismo climático atua de forma diferente? O discurso negacionista hoje é menos o negacionismo científico, menos sobre as evidências, e mais sobre questionar as soluções. Ou seja, é de dizer: "Ah, as mudanças existem, mas talvez não tenha o que a gente fazer, ou talvez tenha o que fazer, mas os custos são muito altos". Então, é um discurso com muito mais nuances, de tal forma que isso gere inação, que a gente paralise a ação coletiva em prol de uma agenda climática. E isso é mais complexo? É um discurso até mais perigoso, porque, de fato, as pessoas perceberam que as mudanças climáticas existem, hoje estão na vida real das pessoas. Eu acho que, de maneira, vamos dizer assim, muito ardilosa, esses atores perceberam que o discurso tinha que ser moldado levando em conta uma compreensão geral de que as mudanças climáticas existem, mas gerando outros tipos de questionamento, que têm como principal objetivo paralisar a ação coletiva. É ideologia também, mas são interesses concretos políticos e econômicos. A quem interessa questionar as soluções para a agenda climática? A crise sobre hospedagem na COP 30 vem respingando no trabalho da integridade da informação? O que eu posso te dizer é que esse tipo de tema também vai ser sujeito a conteúdos desinformativos. Todo tema quente no debate público vira alvo de fake news, de manipulação. Então a gente está atento. Donald Trump tem a agenda climática como um de seus principais alvos. Isso impacta no trabalho para a COP? Sem dúvida que o impacto é enorme, porque estamos falando de uma superpotência. Mas como o próprio embaixador André Corrêa do Lago (presidente da COP 30) disse uma vez, não são os Estados Unidos que saíram do Acordo de Paris, é o governo americano. Então você ainda tem vários estados de peso, que têm um PIB enorme, que seguem no processo. E tem a sociedade civil, o PIB americano, que seguem fazendo contribuições para a agenda climática. Ser governo não é qualquer coisa, mas os Estados Unidos ainda participam do processo da COP. Existem países mais vulneráveis ao negacionismo climático? Os países do Sul Global são os mais afetados pelo negacionismo e desinformação climática. A gente tem isso no Horizonte. Por outro lado, a gente tem uma interlocução, especialmente nessa área, muito boa com países do Norte, especialmente europeus. Poderia citar a Alemanha, a França, o Reino Unido, entre outros. Você falou que as mudanças climáticas já estão “na vida real”, mas acredita que a população tem a exata consciência dos impactos das mudanças climáticas? O suficiente para botar atuarem no combate ao problema? As pessoas, a partir de uma conscientização, geram engajamento, e é nesse sentido que a gente quer mobilizar a sociedade brasileira e internacional. Promover informação confiável, porque não é só desmentir, é mostrar o que acontece, conscientizar cada vez mais. Isso passa inclusive por valorizar o jornalismo profissional, por projetos de educação midiática, mas acho que pode ter uma dinâmica orgânica, que as pessoas entendam a importância de pautar esses temas nas suas redes. A COP 30 promete incluir, como nunca, os povos indígenas. Os saberes tradicionais ajudam na integridade da informação? O Brasil tem muito que aprender ainda com os povos indígenas. A gente virou as costas para a Amazônia durante muito tempo, mas acho que isso está mudando. Acho que a COP de Belém é uma oportunidade única para isso. Climate Talks Parte da série “Climate Talks – Diálogos Climáticos Brasil-Alemanha”, o evento “Vozes pelo Clima: Mídia, Ciência e Educação no Combate à Desinformação” foi promovido pela Embaixada da Alemanha no Brasil, Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD Brasil), Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas da UFRJ, Consulado Geral da Alemanha no Rio de Janeiro e Centro Alemão de Ciência e Inovação - DWIH São Paulo.

Hospedagem na COP30: diárias em Belém recuam após pressão internacional, mas valor segue elevado

Hospedagem na COP30: diárias em Belém recuam após pressão internacional, mas valor segue elevado

Após os altos custos com hospedagem em Belém gerarem uma crise internacional para a organização da COP30 e mobilizarem os governos federal e estadual, os preços médios das diárias começaram a recuar, embora ainda seja possível encontrar unidades anunciadas por valores superiores a US$ 500 por dia (R$ 2,7 mil na cotação de terça-feira), segundo levantamento feito pelo GLOBO. Esse teto foi defendido pela Convenção do Clima da ONU para países em desenvolvimento e desenvolvidos em reunião com os representantes do Brasil na semana passada. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Queimadas dão trégua em 2025, mas mudanças climáticas e atuação conjunta de governos ainda são desafios

Queimadas dão trégua em 2025, mas mudanças climáticas e atuação conjunta de governos ainda são desafios

Um dos principais problemas ambientais do país nessa década, as queimadas deram uma trégua nos primeiros meses de 2025, mas ainda são motivo de preocupação, em especial no Cerrado, que concentra a maioria dos casos, já que o período de estiagem dura até outubro na maior parte do Centro-Oeste e Norte. O receio de uma crise semelhante à que atingiu diferentes biomas no ano passado já levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a convocar para amanhã uma reunião com governadores dos estados da Amazônia, Cerrado e Pantanal para alinhar estratégias que serão usadas nesta temporada de incêndios. Um desafio na prevenção ao fogo, segundo especialistas e a própria gestão federal, é a atuação integrada das diferentes esferas de governos. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Mesmo com recuo, veto a açaí pela COP30 acende alerta sobre risco de apagamento cultural

Mesmo com recuo, veto a açaí pela COP30 acende alerta sobre risco de apagamento cultural

A proibição do consumo de açaí e de outros ingredientes característicos da culinária amazônica, como maniçoba e tucupi, em restaurantes e quiosques credenciados na COP30 — posteriormente revertida após repercussão negativa — gera preocupação entre ativistas e profissionais da cultura paraense, que temem o apagamento de traços amazônicos no evento. A avaliação é que há contradição entre as diretrizes propostas pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OIE), que foi contratada pelo governo Lula para organizar a conferência, e as promessas do petista, que alega ter escolhido a cidade como sede para que o mundo conheça a realidade da região. Além da hospedagem: COP em Belém sofre com escassez de mão de obra e já 'importa' profissionais COP30: Ministério propõe disponibilizar 'agências flutuantes' da Previdência para servir como hospedagens em Belém O governo federal defende a escolha da capital paraense como sede da COP30, diante das críticas internacionais sobre a infraestrutura para receber o evento e dos valores cobrados pela rede hoteleira em Belém. Lula tem afirmado que gostaria que as delegações vejam a capital paraense “do jeito que ela é” e já enfatizou que não pretende “enfeitar” o município. Para o historiador Michel Pinho, que atuou como Secretário de Cultura de Belém entre 2020 e 2023, não é possível realizar um evento global sem necessariamente considerar a ancestralidade presente na Amazônia. — Se a biodiversidade é a marca do território moldado pela natureza, o elemento constitutivo da nossa cultura, no Pará e também na Amazônia, manifesta-se por meio da atribuição e da apropriação desses símbolos em nosso cotidiano. — afirma Pinho. — O açaí no dia a dia, o carimbó em nossa dança, a transformação da religiosidade católica em uma miscigenação intensa com a tradição cultural africana e, ainda, a constituição de elementos do nosso falar, muito específicos em relação ao território nacional, revelam essa identidade singular. No entendimento da pesquisadora de cultura alimentar amazônica Joanna Martins, é necessário que os organizadores do evento “se informem bem e se conectem aos fazedores de cultura locais e os incluam com muito respeito e escuta em seus projetos”. — O mais importante é não vir com fórmulas prontas e nem estereotipadas e, sim, construir conosco os projetos. Temos profissionais locais muito competentes para inserir nossa cultura nos eventos, da melhor forma — avalia. Da estética aos sabores Já a cozinheira e ativista paraense Tainá Marajoara diz ser necessário que a “Amazônia chegue por um todo” durante a COP. Para ela, a “estética amazônica, os sabores amazônicos, as criações amazônicas e tudo aquilo que compõe o conjunto de manifestações culturais do bioma” precisam estar no evento. — O Pará está dentro da Amazônia, da maior concentração de sociobiodiversidade do planeta. E não existe diversidade cultural sem diversidade biológica. Isso quer dizer que a nossa concentração de diversidade cultural também é gigantesca. Então, não dá para eleger uma ou outra expressão, ou manifestação cultural para estar na COP. Não dá para falar de uma cozinha na COP onde a nossa cultura esteja fora dela — conclui Marajoara. Procurado pelo GLOBO para comentar o tema, o governo do Pará não quis se manifestar.

Genial/Quaest: prisão e tarifaço de Trump afastam eleitor 'nem-nem' de Bolsonaro

Genial/Quaest: prisão e tarifaço de Trump afastam eleitor 'nem-nem' de Bolsonaro

Cruciais para a eleição presidencial do ano que vem, os eleitores ‘nem-nem’ — que não são lulistas ou bolsonaristas, tampouco de esquerda ou direita — passaram a impor resultados negativos a Jair Bolsonaro (PL) em diferentes pontos das pesquisas de opinião. A última sondagem Genial/Quaest evidencia como a articulação pelo tarifaço dos Estados Unidos e a prisão domiciliar de Bolsonaro determinada por Alexandre de Moraes fizeram os brasileiros alheios à polarização penderem mais para o lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de a maioria deles ainda desaprovar o governo. Genial/Quaest: veja como lulistas e bolsonaristas divergem nas opiniões sobre EUA, Israel, Rússia, China e Argentina Mais pesquisa: maioria acredita que Bolsonaro participou de tentativa de golpe; Sudeste e idosos puxam alta Uma pergunta sintomática do descolamento é se o eleitor tem mais medo da continuidade de Lula no Planalto ou da volta de Bolsonaro ao poder. Na comparação com o levantamento de julho, o temor do retorno do ex-presidente subiu oito pontos na faixa nem-nem, impulsionando os três pontos a mais no cenário geral. Hoje, 47% dos brasileiros repelem mais a volta de Bolsonaro, enquanto 39% consideram a continuidade do petista o pior a acontecer. Entre os nem-nem, o placar é de 46% a 25% — uma diferença de 21 pontos, três vezes maior que a registrada no mês anterior. A posição dos nem-nem segundo a Quaest Editoria de Arte Comparação de governos Outro tópico que ilustra como os últimos capítulos do bolsonarismo afugentaram esse eleitor é a comparação direta entre os governos Lula e Bolsonaro. O atual presidente vinha, desde março, levando a pior, mas virou o jogo em agosto, e muito por causa dos nem-nem. Nesse estrato que abarca três de cada dez pessoas da amostra da Quaest, o percentual dos que acham a gestão petista pior que a anterior caiu dez pontos (37% para 27%), enquanto a leitura de que é melhor cresceu quatro (33% para 37%). Completam a lista os que avaliam ambos os governos como iguais (32%). Quando entra em cena a prisão domiciliar de Bolsonaro, fica ainda mais evidente como o estrato rechaça os episódios recentes: 60% deles consideram a prisão justa, contra apenas 29% que a classificam como indevida. Trata-se de uma diferença maior do que a registrada no cenário total, de 55% a 39%. Initial plugin text Ainda na esteira das investigações contra Bolsonaro, os eleitores sem posicionamento definido passaram, ao longo deste ano, a ver mais as digitais do ex-presidente na trama golpista colocada em curso depois da eleição de 2022. Em dezembro do ano passado, 45% identificavam o envolvimento, até que o percentual passou para 52% em março e agora é de 58%, o que foi decisivo para a desvantagem de Bolsonaro no resultado geral: 52% a 36%. Somados à percepção de melhora na economia, os dados ajudam a explicar por que os nem-nem também deram a Lula um pouco mais de aprovação do que davam em julho. O percentual subiu quatro pontos e está hoje em 42%. Ainda é inferior à desaprovação de 53%, mas se trata da menor diferença do ano entre as respostas negativas e as positivas. No geral, o governo está com 46% de aprovação e 51% de desaprovação, melhor resultado desde janeiro. A retomada do viés favorável na curva das pesquisas é explicada pelo CEO da Quaest, Felipe Nunes, como consequência do arrefecimento no preço dos alimentos e da postura de Lula diante do tarifaço americano imposto por Trump, baseada na ideia de “soberania nacional”.

Lula prevê Tarcísio como adversário em 2026 e cobra lealdade de ministros do Centrão

Lula prevê Tarcísio como adversário em 2026 e cobra lealdade de ministros do Centrão

Com o principal adversário enfraquecido politicamente pela proximidade do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e a pouco mais de um ano da eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acentuou na terça-feira o tom eleitoral da gestão e cobrou ministros a saírem em defesa do governo. A estratégia consiste em comparações com a administração de Jair Bolsonaro, ponto vocalizado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, inclui a troca de slogan e passa pela definição das alianças, com a reclamação de Lula sobre o caminho aberto para auxiliares insatisfeitos deixarem o primeiro escalão, em recado ao Centrão. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Entenda porque o irmão de Lula ficou de fora da lista de convocados para a CPI do INSS

Entenda porque o irmão de Lula ficou de fora da lista de convocados para a CPI do INSS

A CPI do INSS aprovou, nesta terça-feira, convocações e convites para ouvir 55 pessoas. Governistas construíram um acordo com a oposição que deve blindar Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de uma convocação. A negociação ocorreu em troca de estender o escopo de investigação da comissão para o período que abrange o governo de Dilma Rousseff. Veja quem: CPI aprova ouvir 55 pessoas, como Careca do INSS, Lupi e ex-ministros da Previdência desde governo Dilma CPI do INSS: investigação será dividida em seis eixos e vai até março de 2026, ano eleitoral; entenda Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre possíveis fraudes. Ele não é investigado, e o sindicato nega irregularidades. O plano de trabalho proposto pelo comando do colegiado, que é de oposição, prevê que a linha do tempo da apuração comece em 2015, durante a gestão Dilma. Governistas resistiam à ideia, que foi aceita com uma condição: a votação de requerimentos em bloco na comissão só vai acontecer se houver consenso sobre todos os nomes analisados. Com isso, a base avalia que vai evitar que o nome de Frei Chico apareça ao lado de outros alvos, o que faria com que uma possível convocação tivesse que ser submetida individualmente aos parlamentares, o que aumenta a margem de articulação do governo para derrotar o pleito. Parlamentares da base afirmaram que esta foi a "grande vitória" dos aliados nesta terça-feira. — Enquanto nós não tivermos certeza de que houve participação, não faremos convocações. Especialmente no âmbito político. Não há previsão de que esse senhor [Frei Chico], ou outros ligados ao governo anterior, seja convidado sem as devidas provas — afirmou o presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após a sessão de ontem O Planalto busca conter danos políticos após a oposição conquistar o comando da comissão. A presidência ficou com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ambos críticos do governo.

Tarcísio entra na mira da esquerda e de Eduardo Bolsonaro

Tarcísio entra na mira da esquerda e de Eduardo Bolsonaro

Cortejado por caciques políticos para a disputa presidencial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) entrou na mira da esquerda e do deputado Eduardo Bolsonaro (SP) no PL. Ontem, Tarcísio trocou afagos com o ex-presidente Michel Temer (MDB) na abertura de evento da Associação Paulista de Municípios e também acenou aos prefeitos. Após a solenidade, o governador jogou futebol na Arena Pacaembu com os participantes do encontro, que teve o secretário estadual de governo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, como árbitro da partida. Vídeo: Partida entre Tarcísio e prefeitos paulistas tem gol de pênalti, Kassab árbitro e presença de Temer no pré-jogo Risco de fuga: PF sugere a Moraes monitoramento 24 horas por dia dentro da casa de Bolsonaro As articulações na direita e na centro-direita para viabilizar Tarcísio como sucessor de Jair Bolsonaro tem irritado a família do ex-presidente. Após o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarar que se o governador disputar o Palácio do Planalto em 2026 vai migrar para o partido, Eduardo Bolsonaro reagiu. Aliado do deputado nos Estados Unidos, Paulo Figueiredo relatou à coluna de Bela Megale, do GLOBO, que o filho do ex-presidente “tem 90% de chance de sair do PL”. — Essa chance aumenta se Tarcísio for para o PL. Caso isso ocorra, Eduardo deixará o partido e irá para outra legenda para ser candidato à Presidência— disse Figueiredo. Além de Valdemar, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), citou publicamente na terça-feira, pela primeira vez, a possibilidade de Tarcísio ser candidato à Presidência. — Vamos ampliar nossas bancadas de deputados estaduais, federais, senadores, reeleger e eleger governadores. E quem sabe? Se a conjuntura dos acontecimentos permitir, teremos um candidato a presidente da República. Não é, Tarcísio? —afirmou ao discursar em um evento de aniversário do partido. Kassab apita jogo com Tarcísio e prefeitos no Pacaembu, em SP Samuel Lima / O GLOBO Embate com Boulos Em outra frente, o governador entrou em um embate de vídeos nas redes sociais com a esquerda. O cerne da discussão é o escândalo bilionário revelado pela Operação Ícaro, que apura supostas fraudes envolvendo empresas e servidores da Fazenda paulista suspeitos de manipular processos de ressarcimento de ICMS retido por Substituição Tributária em benefício próprio ou de terceiros. O Diretório Nacional do PT postou um vídeo, no sábado, associando o suposto esquema de corrupção envolvendo a Ultrafarma e um fiscal da Secretaria da Fazenda de São Paulo ao governador. Antonio Donato, líder do PT na Assembleia Legislativa (Alesp), já havia feito um vídeo denunciando a “corrupção bilionária no governo Tarcísio”. Ontem, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) foi na mesma linha, também em vídeo: —Estamos diante de um dos maiores escândalos de corrupção da história de São Paulo. Até agora, Tarcísio de Freitas não falou nada sobre o assunto. Por que ele não quer se posicionar? Cerca de uma hora depois, o governador respondeu com sua própria peça: — Em São Paulo, não haverá espaço para impunidade. No vídeo, Tarcísio anunciou o afastamento de seis auditores fiscais suspeitos de envolvimento no caso e destacou a abertura de sete processos administrativos disciplinares. O governador informou ainda que o estado já instaurou 20 investigações preliminares para apurar a evolução patrimonial de servidores e que empresas ligadas ao esquema também serão investigadas. Ele prometeu auditoria para calcular os prejuízos e recuperar os recursos. Elogios de Temer Ontem, na abertura do evento com prefeitos, Tarcísio trocou afagos com Temer. Foi o segundo dia seguido que o governador fez elogios ao emedebista — na véspera, durante palestra a empresários, defendeu as medidas executadas pelo emedebista após o impeachment de Dilma Rousseff, como a reforma trabalhista. Temer costuma ser lembrado entre os bolsonaristas como o presidente que indicou o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem mesmo Eduardo Bolsonaro disse nas redes sociais que “o governo americano está sancionando o tirano transloucado que você indicou para a mais alta Corte do país”. Temer afirmou ontem que tanto Tarcísio quanto o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) são “exemplos” a serem seguidos para “pacificar e tranquilizar o país”. O governador devolveu a cortesia sugerindo que Temer, com quem trabalhou no governo federal no programa de parcerias com o setor privado, é um injustiçado da política brasileira. Kassab cumpriu a função de mestre de cerimônias e pediu duas vezes, uma na entrada e outra antes do discurso, que a plateia ficasse em pé para aplaudir o governador. Disse ainda que ele goza de muito prestígio no interior, apesar de ter sido recebido com menos entusiasmo no evento do que o ex-governador Rodrigo Garcia, que o antecedeu no cargo. Em seu discurso, Tarcísio prometeu liberar recursos para estâncias turísticas e estender o programa “Tabela SUS Paulista” para hospitais municipais. Ele também anunciou que entregará cerca de 300 máquinas e equipamentos para auxiliar na manutenção das estradas rurais e 200 ambulâncias e vans para a saúde. No jogo, o governador marcou um gol de pênalti e teve Nunes como companheiro de ataque. Tarcísio jogou na ala direita, com Nunes de centroavante. Seu time venceu por 2 a 1.