Rumo à COP30: Como a moda brasileira se posiciona na agenda climática

Rumo à COP30: Como a moda brasileira se posiciona na agenda climática

O real impacto do setor da moda no clima ainda é desconhecido devido à escassez de dados confiáveis. Mesmo assim, estima-se que o setor seja responsável por até 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para limitar o aquecimento global, todos os setores precisam reduzir suas emissões pela metade até 2030, e a moda não pode ficar de fora. O uso de combustíveis fósseis na moda está presente em grande parte da cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas, como poliéster, até o transporte, os processos de beneficiamento e a geração de energia. No entanto, para alcançar justiça climática, é necessário adotar uma visão sistêmica que considere também povos, territórios e ecossistemas. “Não considerar o setor da moda na agenda de descarbonização nacional é negligenciar uma parte crucial da cadeia de valor do Brasil, pois a ausência de visibilidade dessa pauta contribui para que a moda fique de fora das estratégias climáticas. Consequentemente, não há investimentos direcionados para a descarbonização, resiliência e adaptação do setor, o que agrava a vulnerabilidade dos trabalhadores, a maioria pertencente a grupos minorizados, explica a pesquisadora Isabella Luglio. Para a gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit, Camila Zelezoglo: "O sucesso da agenda climática depende da ampla participação e do compromisso efetivo de todos os atores da sociedade global. Neste ano, ao ser país sede da Conferência, o Brasil poderá consolidar o protagonismo na diplomacia climática. Nesse contexto, as empresas têm papel fundamental, pois são elas que colocam em prática as ações necessárias para o alcance das metas.” Neste cenário, aconteceu no Museu do Amanhã a quinta edição do Rio Ethical Fashion, fórum internacional que tem como objetivo ampliar o debate sobre sustentabilidade na moda e que, neste ano, teve a edição focada na COP30. Yamê Reis, idealizadora e fundadora do evento, afirma: “Nosso propósito é ampliar a consciência sobre os impactos da moda, criando conexões entre territórios, comunidades e diferentes formas de conhecimento. O REF é um espaço para convergir ideias, experiências e soluções. A moda necessita ter mais responsabilidade pelos impactos que provoca e ter um compromisso firme contra o desmatamento, que é a maior bandeira do Brasil na luta climática”. Carol Perlingiere, Yamê Reis, Nina Braga e Lilly Clark, fundadoras do Rio Ethical Fashion Divulgação/Rafael França O evento reuniu palestrantes de norte a sul do país, além de convidados internacionais. Isabella Luglio apresentou dados inéditos do próximo Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, projeto coordenado por ela, que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação no Brasil. A construção do relatório brasileiro foi inspirada na metodologia do What Fuels Fashion, que analisa a transparência climática de marcas com operação global. De acordo com a edição recém-lançada do relatório global, em vez de reduzir as emissões no ritmo que a ciência exige, as grandes marcas de moda estão demorando a agir, e sua demanda por combustíveis fósseis continua aumentando. Desde o cultivo das fibras até o acabamento dos tecidos, carvão, gás e biomassa alimentam quase todas as etapas da produção, gerando emissões tóxicas, calor em níveis inseguros para os trabalhadores e assim acelerando o colapso ambiental. Desta forma, o relatório que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação global revela uma pontuação extremamente baixa, com média de apenas 14%, o que mostra como poucas marcas divulgam planos concretos para eliminar o uso do carvão, eletrificar fábricas ou ampliar o uso de energia renovável. No Brasil, o cenário é outro, mesmo considerando que a matriz energética do Brasil seja relativamente mais limpa, principalmente quando comparada a países com grande volume de produção para marcas globais, há desafios como a conexão da produção de matérias-primas com desmatamento e exposição dos trabalhadores. Entender os riscos climáticos na saúde e segurança dos trabalhadores e colaboradores ao longo da cadeia de valor é fundamental para desenvolver estratégias de devida diligência, já que a ponta representa o elo mais vulnerável do setor. Isabella, em sua apresentação no evento, trouxe alguns dados inéditos do Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, que será lançado no dia 3 de novembro. Ela destacou que a pontuação média na seção de Transição Justa foi de apenas 9%, e reforçou que sem ação decisiva, as emissões da moda podem aumentar entre 30% e 50% até 2030, em vez de diminuir conforme alertado por cientistas. “A responsabilização climática começa com a transparência”, afirma. Assim, considerando a complexidade do setor, a colaboração é fundamental para o avanço de soluções. O Rio Ethical Fashion foi um exemplo de como diálogos entre marcas, sociedade civil e poder público podem ampliar o debate, fortalecer iniciativas já existentes e impulsionar mudanças. “A indústria têxtil e de moda, por sua vez, além de agir, pode ser inspiradora e transformadora de cultura. Em tempos de urgência, esse potencial não pode ser desperdiçado. Por isso, estamos felizes em dar mais um passo com a Liga de Descarbonização, um movimento de engajamento empresarial que resulta de anos de colaboração efetiva e encontra no setor um terreno cada vez mais fértil para o avanço", finaliza Camila Zelezoglo, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit. Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil. Quer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp? Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!

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O real impacto do setor da moda no clima ainda é desconhecido devido à escassez de dados confiáveis. Mesmo assim, estima-se que o setor seja responsável por até 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para limitar o aquecimento global, todos os setores precisam reduzir suas emissões pela metade até 2030, e a moda não pode ficar de fora. O uso de combustíveis fósseis na moda está presente em grande parte da cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas, como poliéster, até o transporte, os processos de beneficiamento e a geração de energia. No entanto, para alcançar justiça climática, é necessário adotar uma visão sistêmica que considere também povos, territórios e ecossistemas. “Não considerar o setor da moda na agenda de descarbonização nacional é negligenciar uma parte crucial da cadeia de valor do Brasil, pois a ausência de visibilidade dessa pauta contribui para que a moda fique de fora das estratégias climáticas. Consequentemente, não há investimentos direcionados para a descarbonização, resiliência e adaptação do setor, o que agrava a vulnerabilidade dos trabalhadores, a maioria pertencente a grupos minorizados, explica a pesquisadora Isabella Luglio. Para a gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit, Camila Zelezoglo: "O sucesso da agenda climática depende da ampla participação e do compromisso efetivo de todos os atores da sociedade global. Neste ano, ao ser país sede da Conferência, o Brasil poderá consolidar o protagonismo na diplomacia climática. Nesse contexto, as empresas têm papel fundamental, pois são elas que colocam em prática as ações necessárias para o alcance das metas.” Neste cenário, aconteceu no Museu do Amanhã a quinta edição do Rio Ethical Fashion, fórum internacional que tem como objetivo ampliar o debate sobre sustentabilidade na moda e que, neste ano, teve a edição focada na COP30. Yamê Reis, idealizadora e fundadora do evento, afirma: “Nosso propósito é ampliar a consciência sobre os impactos da moda, criando conexões entre territórios, comunidades e diferentes formas de conhecimento. O REF é um espaço para convergir ideias, experiências e soluções. A moda necessita ter mais responsabilidade pelos impactos que provoca e ter um compromisso firme contra o desmatamento, que é a maior bandeira do Brasil na luta climática”. Carol Perlingiere, Yamê Reis, Nina Braga e Lilly Clark, fundadoras do Rio Ethical Fashion Divulgação/Rafael França O evento reuniu palestrantes de norte a sul do país, além de convidados internacionais. Isabella Luglio apresentou dados inéditos do próximo Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, projeto coordenado por ela, que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação no Brasil. A construção do relatório brasileiro foi inspirada na metodologia do What Fuels Fashion, que analisa a transparência climática de marcas com operação global. De acordo com a edição recém-lançada do relatório global, em vez de reduzir as emissões no ritmo que a ciência exige, as grandes marcas de moda estão demorando a agir, e sua demanda por combustíveis fósseis continua aumentando. Desde o cultivo das fibras até o acabamento dos tecidos, carvão, gás e biomassa alimentam quase todas as etapas da produção, gerando emissões tóxicas, calor em níveis inseguros para os trabalhadores e assim acelerando o colapso ambiental. Desta forma, o relatório que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação global revela uma pontuação extremamente baixa, com média de apenas 14%, o que mostra como poucas marcas divulgam planos concretos para eliminar o uso do carvão, eletrificar fábricas ou ampliar o uso de energia renovável. No Brasil, o cenário é outro, mesmo considerando que a matriz energética do Brasil seja relativamente mais limpa, principalmente quando comparada a países com grande volume de produção para marcas globais, há desafios como a conexão da produção de matérias-primas com desmatamento e exposição dos trabalhadores. Entender os riscos climáticos na saúde e segurança dos trabalhadores e colaboradores ao longo da cadeia de valor é fundamental para desenvolver estratégias de devida diligência, já que a ponta representa o elo mais vulnerável do setor. Isabella, em sua apresentação no evento, trouxe alguns dados inéditos do Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, que será lançado no dia 3 de novembro. Ela destacou que a pontuação média na seção de Transição Justa foi de apenas 9%, e reforçou que sem ação decisiva, as emissões da moda podem aumentar entre 30% e 50% até 2030, em vez de diminuir conforme alertado por cientistas. “A responsabilização climática começa com a transparência”, afirma. Assim, considerando a complexidade do setor, a colaboração é fundamental para o avanço de soluções. O Rio Ethical Fashion foi um exemplo de como diálogos entre marcas, sociedade civil e poder público podem ampliar o debate, fortalecer iniciativas já existentes e impulsionar mudanças. “A indústria têxtil e de moda, por sua vez, além de agir, pode ser inspiradora e transformadora de cultura. Em tempos de urgência, esse potencial não pode ser desperdiçado. Por isso, estamos felizes em dar mais um passo com a Liga de Descarbonização, um movimento de engajamento empresarial que resulta de anos de colaboração efetiva e encontra no setor um terreno cada vez mais fértil para o avanço", finaliza Camila Zelezoglo, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit. Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil. Quer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp? Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!

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O real impacto do setor da moda no clima ainda é desconhecido devido à escassez de dados confiáveis. Mesmo assim, estima-se que o setor seja responsável por até 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para limitar o aquecimento global, todos os setores precisam reduzir suas emissões pela metade até 2030, e a moda não pode ficar de fora. O uso de combustíveis fósseis na moda está presente em grande parte da cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas, como poliéster, até o transporte, os processos de beneficiamento e a geração de energia. No entanto, para alcançar justiça climática, é necessário adotar uma visão sistêmica que considere também povos, territórios e ecossistemas. “Não considerar o setor da moda na agenda de descarbonização nacional é negligenciar uma parte crucial da cadeia de valor do Brasil, pois a ausência de visibilidade dessa pauta contribui para que a moda fique de fora das estratégias climáticas. Consequentemente, não há investimentos direcionados para a descarbonização, resiliência e adaptação do setor, o que agrava a vulnerabilidade dos trabalhadores, a maioria pertencente a grupos minorizados, explica a pesquisadora Isabella Luglio. Para a gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit, Camila Zelezoglo: "O sucesso da agenda climática depende da ampla participação e do compromisso efetivo de todos os atores da sociedade global. Neste ano, ao ser país sede da Conferência, o Brasil poderá consolidar o protagonismo na diplomacia climática. Nesse contexto, as empresas têm papel fundamental, pois são elas que colocam em prática as ações necessárias para o alcance das metas.” Neste cenário, aconteceu no Museu do Amanhã a quinta edição do Rio Ethical Fashion, fórum internacional que tem como objetivo ampliar o debate sobre sustentabilidade na moda e que, neste ano, teve a edição focada na COP30. Yamê Reis, idealizadora e fundadora do evento, afirma: “Nosso propósito é ampliar a consciência sobre os impactos da moda, criando conexões entre territórios, comunidades e diferentes formas de conhecimento. O REF é um espaço para convergir ideias, experiências e soluções. A moda necessita ter mais responsabilidade pelos impactos que provoca e ter um compromisso firme contra o desmatamento, que é a maior bandeira do Brasil na luta climática”. Carol Perlingiere, Yamê Reis, Nina Braga e Lilly Clark, fundadoras do Rio Ethical Fashion Divulgação/Rafael França O evento reuniu palestrantes de norte a sul do país, além de convidados internacionais. Isabella Luglio apresentou dados inéditos do próximo Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, projeto coordenado por ela, que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação no Brasil. A construção do relatório brasileiro foi inspirada na metodologia do What Fuels Fashion, que analisa a transparência climática de marcas com operação global. De acordo com a edição recém-lançada do relatório global, em vez de reduzir as emissões no ritmo que a ciência exige, as grandes marcas de moda estão demorando a agir, e sua demanda por combustíveis fósseis continua aumentando. Desde o cultivo das fibras até o acabamento dos tecidos, carvão, gás e biomassa alimentam quase todas as etapas da produção, gerando emissões tóxicas, calor em níveis inseguros para os trabalhadores e assim acelerando o colapso ambiental. Desta forma, o relatório que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação global revela uma pontuação extremamente baixa, com média de apenas 14%, o que mostra como poucas marcas divulgam planos concretos para eliminar o uso do carvão, eletrificar fábricas ou ampliar o uso de energia renovável. No Brasil, o cenário é outro, mesmo considerando que a matriz energética do Brasil seja relativamente mais limpa, principalmente quando comparada a países com grande volume de produção para marcas globais, há desafios como a conexão da produção de matérias-primas com desmatamento e exposição dos trabalhadores. Entender os riscos climáticos na saúde e segurança dos trabalhadores e colaboradores ao longo da cadeia de valor é fundamental para desenvolver estratégias de devida diligência, já que a ponta representa o elo mais vulnerável do setor. Isabella, em sua apresentação no evento, trouxe alguns dados inéditos do Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, que será lançado no dia 3 de novembro. Ela destacou que a pontuação média na seção de Transição Justa foi de apenas 9%, e reforçou que sem ação decisiva, as emissões da moda podem aumentar entre 30% e 50% até 2030, em vez de diminuir conforme alertado por cientistas. “A responsabilização climática começa com a transparência”, afirma. Assim, considerando a complexidade do setor, a colaboração é fundamental para o avanço de soluções. O Rio Ethical Fashion foi um exemplo de como diálogos entre marcas, sociedade civil e poder público podem ampliar o debate, fortalecer iniciativas já existentes e impulsionar mudanças. “A indústria têxtil e de moda, por sua vez, além de agir, pode ser inspiradora e transformadora de cultura. Em tempos de urgência, esse potencial não pode ser desperdiçado. Por isso, estamos felizes em dar mais um passo com a Liga de Descarbonização, um movimento de engajamento empresarial que resulta de anos de colaboração efetiva e encontra no setor um terreno cada vez mais fértil para o avanço", finaliza Camila Zelezoglo, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit. Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil. Quer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp? Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!

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O real impacto do setor da moda no clima ainda é desconhecido devido à escassez de dados confiáveis. Mesmo assim, estima-se que o setor seja responsável por até 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para limitar o aquecimento global, todos os setores precisam reduzir suas emissões pela metade até 2030, e a moda não pode ficar de fora. O uso de combustíveis fósseis na moda está presente em grande parte da cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas, como poliéster, até o transporte, os processos de beneficiamento e a geração de energia. No entanto, para alcançar justiça climática, é necessário adotar uma visão sistêmica que considere também povos, territórios e ecossistemas. “Não considerar o setor da moda na agenda de descarbonização nacional é negligenciar uma parte crucial da cadeia de valor do Brasil, pois a ausência de visibilidade dessa pauta contribui para que a moda fique de fora das estratégias climáticas. Consequentemente, não há investimentos direcionados para a descarbonização, resiliência e adaptação do setor, o que agrava a vulnerabilidade dos trabalhadores, a maioria pertencente a grupos minorizados, explica a pesquisadora Isabella Luglio. Para a gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit, Camila Zelezoglo: "O sucesso da agenda climática depende da ampla participação e do compromisso efetivo de todos os atores da sociedade global. Neste ano, ao ser país sede da Conferência, o Brasil poderá consolidar o protagonismo na diplomacia climática. Nesse contexto, as empresas têm papel fundamental, pois são elas que colocam em prática as ações necessárias para o alcance das metas.” Neste cenário, aconteceu no Museu do Amanhã a quinta edição do Rio Ethical Fashion, fórum internacional que tem como objetivo ampliar o debate sobre sustentabilidade na moda e que, neste ano, teve a edição focada na COP30. Yamê Reis, idealizadora e fundadora do evento, afirma: “Nosso propósito é ampliar a consciência sobre os impactos da moda, criando conexões entre territórios, comunidades e diferentes formas de conhecimento. O REF é um espaço para convergir ideias, experiências e soluções. A moda necessita ter mais responsabilidade pelos impactos que provoca e ter um compromisso firme contra o desmatamento, que é a maior bandeira do Brasil na luta climática”. Carol Perlingiere, Yamê Reis, Nina Braga e Lilly Clark, fundadoras do Rio Ethical Fashion Divulgação/Rafael França O evento reuniu palestrantes de norte a sul do país, além de convidados internacionais. Isabella Luglio apresentou dados inéditos do próximo Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, projeto coordenado por ela, que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação no Brasil. A construção do relatório brasileiro foi inspirada na metodologia do What Fuels Fashion, que analisa a transparência climática de marcas com operação global. De acordo com a edição recém-lançada do relatório global, em vez de reduzir as emissões no ritmo que a ciência exige, as grandes marcas de moda estão demorando a agir, e sua demanda por combustíveis fósseis continua aumentando. Desde o cultivo das fibras até o acabamento dos tecidos, carvão, gás e biomassa alimentam quase todas as etapas da produção, gerando emissões tóxicas, calor em níveis inseguros para os trabalhadores e assim acelerando o colapso ambiental. Desta forma, o relatório que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação global revela uma pontuação extremamente baixa, com média de apenas 14%, o que mostra como poucas marcas divulgam planos concretos para eliminar o uso do carvão, eletrificar fábricas ou ampliar o uso de energia renovável. No Brasil, o cenário é outro, mesmo considerando que a matriz energética do Brasil seja relativamente mais limpa, principalmente quando comparada a países com grande volume de produção para marcas globais, há desafios como a conexão da produção de matérias-primas com desmatamento e exposição dos trabalhadores. Entender os riscos climáticos na saúde e segurança dos trabalhadores e colaboradores ao longo da cadeia de valor é fundamental para desenvolver estratégias de devida diligência, já que a ponta representa o elo mais vulnerável do setor. Isabella, em sua apresentação no evento, trouxe alguns dados inéditos do Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, que será lançado no dia 3 de novembro. Ela destacou que a pontuação média na seção de Transição Justa foi de apenas 9%, e reforçou que sem ação decisiva, as emissões da moda podem aumentar entre 30% e 50% até 2030, em vez de diminuir conforme alertado por cientistas. “A responsabilização climática começa com a transparência”, afirma. Assim, considerando a complexidade do setor, a colaboração é fundamental para o avanço de soluções. O Rio Ethical Fashion foi um exemplo de como diálogos entre marcas, sociedade civil e poder público podem ampliar o debate, fortalecer iniciativas já existentes e impulsionar mudanças. “A indústria têxtil e de moda, por sua vez, além de agir, pode ser inspiradora e transformadora de cultura. Em tempos de urgência, esse potencial não pode ser desperdiçado. Por isso, estamos felizes em dar mais um passo com a Liga de Descarbonização, um movimento de engajamento empresarial que resulta de anos de colaboração efetiva e encontra no setor um terreno cada vez mais fértil para o avanço", finaliza Camila Zelezoglo, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit. Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil. Quer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp? Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!

Rumo à COP30: Como a moda brasileira se posiciona na agenda climática

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O real impacto do setor da moda no clima ainda é desconhecido devido à escassez de dados confiáveis. Mesmo assim, estima-se que o setor seja responsável por até 8% das emissões globais de gases de efeito estufa. Para limitar o aquecimento global, todos os setores precisam reduzir suas emissões pela metade até 2030, e a moda não pode ficar de fora. O uso de combustíveis fósseis na moda está presente em grande parte da cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas, como poliéster, até o transporte, os processos de beneficiamento e a geração de energia. No entanto, para alcançar justiça climática, é necessário adotar uma visão sistêmica que considere também povos, territórios e ecossistemas. “Não considerar o setor da moda na agenda de descarbonização nacional é negligenciar uma parte crucial da cadeia de valor do Brasil, pois a ausência de visibilidade dessa pauta contribui para que a moda fique de fora das estratégias climáticas. Consequentemente, não há investimentos direcionados para a descarbonização, resiliência e adaptação do setor, o que agrava a vulnerabilidade dos trabalhadores, a maioria pertencente a grupos minorizados, explica a pesquisadora Isabella Luglio. Para a gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit, Camila Zelezoglo: "O sucesso da agenda climática depende da ampla participação e do compromisso efetivo de todos os atores da sociedade global. Neste ano, ao ser país sede da Conferência, o Brasil poderá consolidar o protagonismo na diplomacia climática. Nesse contexto, as empresas têm papel fundamental, pois são elas que colocam em prática as ações necessárias para o alcance das metas.” Neste cenário, aconteceu no Museu do Amanhã a quinta edição do Rio Ethical Fashion, fórum internacional que tem como objetivo ampliar o debate sobre sustentabilidade na moda e que, neste ano, teve a edição focada na COP30. Yamê Reis, idealizadora e fundadora do evento, afirma: “Nosso propósito é ampliar a consciência sobre os impactos da moda, criando conexões entre territórios, comunidades e diferentes formas de conhecimento. O REF é um espaço para convergir ideias, experiências e soluções. A moda necessita ter mais responsabilidade pelos impactos que provoca e ter um compromisso firme contra o desmatamento, que é a maior bandeira do Brasil na luta climática”. Carol Perlingiere, Yamê Reis, Nina Braga e Lilly Clark, fundadoras do Rio Ethical Fashion Divulgação/Rafael França O evento reuniu palestrantes de norte a sul do país, além de convidados internacionais. Isabella Luglio apresentou dados inéditos do próximo Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, projeto coordenado por ela, que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação no Brasil. A construção do relatório brasileiro foi inspirada na metodologia do What Fuels Fashion, que analisa a transparência climática de marcas com operação global. De acordo com a edição recém-lançada do relatório global, em vez de reduzir as emissões no ritmo que a ciência exige, as grandes marcas de moda estão demorando a agir, e sua demanda por combustíveis fósseis continua aumentando. Desde o cultivo das fibras até o acabamento dos tecidos, carvão, gás e biomassa alimentam quase todas as etapas da produção, gerando emissões tóxicas, calor em níveis inseguros para os trabalhadores e assim acelerando o colapso ambiental. Desta forma, o relatório que analisa a transparência climática das maiores marcas com operação global revela uma pontuação extremamente baixa, com média de apenas 14%, o que mostra como poucas marcas divulgam planos concretos para eliminar o uso do carvão, eletrificar fábricas ou ampliar o uso de energia renovável. No Brasil, o cenário é outro, mesmo considerando que a matriz energética do Brasil seja relativamente mais limpa, principalmente quando comparada a países com grande volume de produção para marcas globais, há desafios como a conexão da produção de matérias-primas com desmatamento e exposição dos trabalhadores. Entender os riscos climáticos na saúde e segurança dos trabalhadores e colaboradores ao longo da cadeia de valor é fundamental para desenvolver estratégias de devida diligência, já que a ponta representa o elo mais vulnerável do setor. Isabella, em sua apresentação no evento, trouxe alguns dados inéditos do Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, que será lançado no dia 3 de novembro. Ela destacou que a pontuação média na seção de Transição Justa foi de apenas 9%, e reforçou que sem ação decisiva, as emissões da moda podem aumentar entre 30% e 50% até 2030, em vez de diminuir conforme alertado por cientistas. “A responsabilização climática começa com a transparência”, afirma. Assim, considerando a complexidade do setor, a colaboração é fundamental para o avanço de soluções. O Rio Ethical Fashion foi um exemplo de como diálogos entre marcas, sociedade civil e poder público podem ampliar o debate, fortalecer iniciativas já existentes e impulsionar mudanças. “A indústria têxtil e de moda, por sua vez, além de agir, pode ser inspiradora e transformadora de cultura. Em tempos de urgência, esse potencial não pode ser desperdiçado. Por isso, estamos felizes em dar mais um passo com a Liga de Descarbonização, um movimento de engajamento empresarial que resulta de anos de colaboração efetiva e encontra no setor um terreno cada vez mais fértil para o avanço", finaliza Camila Zelezoglo, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit. Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil. Quer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp? Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!

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No Brasil, o cenário é outro, mesmo considerando que a matriz energética do Brasil seja relativamente mais limpa, principalmente quando comparada a países com grande volume de produção para marcas globais, há desafios como a conexão da produção de matérias-primas com desmatamento e exposição dos trabalhadores. Entender os riscos climáticos na saúde e segurança dos trabalhadores e colaboradores ao longo da cadeia de valor é fundamental para desenvolver estratégias de devida diligência, já que a ponta representa o elo mais vulnerável do setor. Isabella, em sua apresentação no evento, trouxe alguns dados inéditos do Índice de Transparência da Moda, Edição Clima, que será lançado no dia 3 de novembro. Ela destacou que a pontuação média na seção de Transição Justa foi de apenas 9%, e reforçou que sem ação decisiva, as emissões da moda podem aumentar entre 30% e 50% até 2030, em vez de diminuir conforme alertado por cientistas. “A responsabilização climática começa com a transparência”, afirma. Assim, considerando a complexidade do setor, a colaboração é fundamental para o avanço de soluções. O Rio Ethical Fashion foi um exemplo de como diálogos entre marcas, sociedade civil e poder público podem ampliar o debate, fortalecer iniciativas já existentes e impulsionar mudanças. “A indústria têxtil e de moda, por sua vez, além de agir, pode ser inspiradora e transformadora de cultura. Em tempos de urgência, esse potencial não pode ser desperdiçado. Por isso, estamos felizes em dar mais um passo com a Liga de Descarbonização, um movimento de engajamento empresarial que resulta de anos de colaboração efetiva e encontra no setor um terreno cada vez mais fértil para o avanço", finaliza Camila Zelezoglo, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit. Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil. Quer participar do canal da Vogue Brasil no WhatsApp? Basta clicar neste link para participar do canal e receber as novidades em primeira mão. Assim que você entrar, o template comum de conversa do WhatsApp aparece na sua tela. A partir daí, é só esperar as notícias chegarem!

Trump confirma que se reunirá com o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul

Trump confirma que se reunirá com o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que se reunirá com seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante uma cúpula na Coreia do Sul, segundo trechos de uma entrevista concedida à Fox News divulgados nesta sexta-feira. Diplomacia: O que a reunião de Vieira e Rubio significa para a estratégia do Brasil contra o tarifaço? Comércio exterior: Etanol pode ser um ponto-chave para destravar negociação entre Lula e Trump sobre tarifaço. Veja por quê "Vamos nos reunir em algumas semanas (...) na Coreia do Sul com o presidente Xi", à margem da cúpula da Apec, disse Trump ao programa "Sunday Morning Futures", da Fox News. —Temos uma reunião separada — acrescentou o presidente, que deve chegar à Coreia do Sul no dia 29 deste mês para uma visita de dois dias. A cúpula da Apec será realizada de 31 de outubro a 1º de novembro. Initial plugin text Na semana passada, Trump ameaçou cancelar a reunião com Xi e aumentar as tarifas sobre os produtos chineses em 100% após Pequim impor novos controles às exportações de terras raras. O presidente americano classificou as medidas da China como "extremamente agressivas". Esta semana, no entanto, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que ainda esperava que Trump e Xi se encontrem, ao mesmo tempo em que alertou que todas as opções estão em aberto para retaliar contra a decisão da China de restringir exportações de terras raras. — Ele se reunirá com o presidente do Partido, Xi, na Coreia — acredito que esse encontro ainda está mantido — disse Bessent também em entrevista à Fox Business nesta segunda-feira. CNU 2025: calculadora do GLOBO mostra sua pontuação para cada cargo pela nota final ponderada Os mercados despencaram devido às novas tensões entre as maiores economias do mundo e Trump posteriormente adotou um tom mais conciliador. "Os Estados Unidos querem ajudar a China, não prejudicá-la", disse ele em sua rede Truth Social. O encontro entre Trump e Xi seria o primeiro desde que o magnata republicano retornou ao poder em janeiro. Nesta sexta-feira, Trump chegou a afirmar que que as tarifas elevadas ameaçadas contra a China não são sustentáveis, em meio ao aumento das tensões entre as duas maiores economias do mundo. — Não é sustentável — disse Trump em entrevista à Fox Business, em um trecho exibido na sexta-feira, ao ser questionado se as tarifas que ele ameaçou impor à China poderiam permanecer em vigor sem afetar significativamente a economia. — Mas esse é o número. Provavelmente não é, sabe, poderia continuar, mas eles me forçaram a fazer isso. O impasse tarifário entre Washington e Pequim elevou os impostos sobre produtos chineses nos Estados Unidos a até 145%, em uma escalada de medidas retaliatórias que gerou temores de uma recessão global e de uma interrupção no comércio entre as duas economias. Essas tarifas, no entanto, foram suspensas em uma série de tréguas de 90 dias — a mais recente delas deve expirar em 10 de novembro, a menos que seja novamente prorrogada. Initial plugin text

Veja o antes e o depois de praias e lagoas que foram aterradas no Rio

Veja o antes e o depois de praias e lagoas que foram aterradas no Rio

A cidade que transformou a palavra aterro em sinônimo da imensa área — 1,2 milhão de metros quadrados — pavimentada em cima do espelho d’água da Baía de Guanabara onde no dia 17 de outubro de 1965, há exatos 60 anos, foi inaugurado o Parque do Flamengo, se acostumou desde muito cedo a ver boa parte da sua linha de costa ser aterrada e redesenhada. Dados do Instituto Pereira Passados (IPP) mostram que apenas no período de 82 anos compreendido entre 1942 e 2024 o Rio avançou 16,55 quilômetros quadrados mar adentro, o equivalente a 2.318 campos de futebol como os do estádio do Maracanã. Como resultado dessa conta, algumas praias desapareceram e outras, como a de Copacabana e a do próprio Flamengo mudaram de figura. Impasse no Centro: Novas construções no Centro e no Porto esbarram em tombamentos históricos: no Castelo, um dos berços do Rio, projeto está emperrado há 11 anos De BRT a VLT: projeto que transforma corredores transporte é aprovado em primeira discussão pela Câmara do Rio Na época da construção do aterro, no ano de 1960, hpuve quem lamentasse na impressa o desaparecimento da antiga praia do Flamengo. Mas ela foi "restituída" aos cariocas ao fim das obras, nem mais distante do ponto original. Depois de amargar anos com a má fama de imprópria para banho, tem experiemtado melhora consistente da balneabilidade nos últimos anos. Uma atração e tanto a mais para o Parque do Flamengo. A vizinha Praia de Botafogo também passou pelo mesmo processo, sendo deslocada mar a dentro. Ela também apresenta melhoria nas condições de banho, mas ainda não atingiu o nível observado no Flamengo. Até a mais famosa praia do Brasil é fruto — na sua configuração atual — da intervenção do homem. Copacabana foi ampliada, e muito, entre o final dos anos 1960 e o início da década seguinte. Inaugurada em 1971, a obra alargou as pistas e deslocou a faixa de areia, que também foi aumentada, para longe do seu espaço original. Quem vê uma foto antiga do hotel Copacabana Palace, inaugurado em 1923, percebe que os hóspedes do centenário cinco estrelas ficavam praticamente com o pé na areia. De quebra, a orla ganhou uma exposição da mais fina arte concebida pelo paisagista Roberto Burle Marx. Além do ondulado calçadão de inspiração lisboeta, o pedaço exibe permanentemente os gigantescos mosaicos criados pelo artista para o canteiro central entre as pistas e a calçada junto aos prédios. Vistos do alto, os desenhos surgem a partir da mescla de pedras portuguesas pretas, brancas e vermelhas. Puro luxo sobre aterro. Galerias Relacionadas Na Zona Sul, a Lagoa Rodrigo de Freitas segue firme e forte, cartão-postal queridinho de turistas e cariocas. Mas encolheu bem, quase a metade. Comparando a área de espelho d’água traçada em 1809 pelo tenente-coronel Carlos José dos Reis Senna com a do ano passado são 46% a menos. Saiu de 4,1 para 2,2 quilômetros quadrados. A intensificação dos aterros ali se deu já no século XX, como mostra estudo elaborado pelo IPP tendo como base dados de 1928, 1942, 1975, 1999 e 2024. Ancoradouro na penha Outra curiosidade envolve o Santuário da Igreja de Nossa Senhora da Penha, que começou a ser construído em 1635. No século XIX, antes da chegada dos trens aos bairros, embarcações com romeiros partiam do Cais do Valongo, do Porto do Irajá e do Porto de Maria Angu tendo como destino um ancoradouro na base do templo. Na região de Manguinhos, quando a Avenida Brasil ainda não existia, o mar chegava bem próximo ao local onde fica a sede da Fundação Oswaldo Cruz. Quando o primeiro aterro surgiu, foi criado um aeroporto no lugar. Hoje, a área aterrada se estende quase até o Canal do Cunha e integra parte do complexo de favelas da Maré, abrigando, por exemplo, as vilas do João e dos Pinheiros. Lagoa Sobreposto ao mapa atual, o desenho de como era a Lagoa há 215 anos mostra que boa parte do Jockey Club do Brasil, do Baixo Gávea, da sede do Flamengo e dos prédios do conjunto conhecido como Selva de Pedra, além da sede náutica do Vasco da Gama, da Sociedade Hípica Brasileira, do campo de beisebol e das igrejas de Santa Margarida Maria e São José... tudo isso, e mais, está em terrenos conquistados por meio de aterros. — Desde o início da ocupação, modificar o espaço é uma forma de adaptação e o aterro é uma dessas transformações. No caso do Rio, os estudos de monitoramento do uso do solo mostram várias funções para esses aterros ao longo do tempo — explica o geógrafo Leandro Souza, gerente de Cartografia do IPP. — Se olharmos para a Zona Norte, no limite com a Baixada Fluminense, vemos uma série de aterros ao longo do século XX. Toda aquela área do Fundão, do Canal do Cunha, da Maré, parte do Mercado de São Sebastião, tudo isso foi aterrado em épocas diferentes, com finalidades distintas.

Cristo Redentor celebra 94 anos com novas obras de arte

Cristo Redentor celebra 94 anos com novas obras de arte

O Santuário do Cristo Redentor inaugura neste sábado (18), às 8h30m, duas obras de arte doadas pelo artista plástico Marco Velasquez. Na cerimônia, que integra o calendário comemorativo dos 94 anos do monumento, as peças serão abençoadas pelo reitor do Santuário, Padre Omar. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.