Artesão indígena é confundido com condenado por estupro e fica 11 dias preso por engano em RR: 'Humilhado e sem chão'

Artesão indígena é confundido com condenado por estupro e fica 11 dias preso por engano em RR: 'Humilhado e sem chão'

Artesão indígena é confundido com condenado por estupro e fica 11 dias preso por engano em O artesão indígena Wapichana Leonel José da Silva, de 52 anos, ficou 11 dias preso por engano após ser confundido com um homem condenado por estupro de vulnerável, em Boa Vista. O verdadeiro procurado tem o mesmo nome de Leonel e ainda não se sabe o paradeiro. Preso pela Polícia Civil, o artesão foi levado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), o maior presídio de Roraima. O erro da prisão foi reconhecido pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJ-RR) que determinou a liberdade. Agora, ele pretende processar o Estado em busca de reparação: "Ser tratado como criminoso foi uma das piores coisas que já vivi". O g1 procurou a Polícia Civil e não obteve resposta até a última atualização da reportagem. Em nota, o TJ-RR informou que ao identificar a inconsistência, "determinou a expedição imediata do alvará de soltura, cumprida em 27 de setembro de 2025". Além disso, "determinou o envio dos autos à Corregedoria-Geral de Justiça, para apuração administrativa e correção dos registros judiciais." O erro na prisão foi percebido pelas advogadas de Leonel após análise do processo. Um vídeo registrou o momento em que o artesão foi solto e recebido pelo filho mais velho, de 30 anos. (Veja o momento acima). Leonel foi preso no dia 17 de setembro no bairro Aracelis Souto Maior, zona Oeste de Boa Vista onde vive com a família. Ele foi solto no dia 28 de setembro deste ano. A prisão foi resultado de um erro de cadastro no sistema judicial. Documentos do processo mostram que o mandado de prisão foi expedido contra outro homem, também chamado Leonel José da Silva, conhecido como “Zé do Óleo”, condenado em 2013 pelo crime de estupro de vulnerável. O artesão não tem nenhuma relação com o caso. “Eu estava em casa, trabalhando na construção, quando os policiais entraram e já me algemaram. Nem quiseram ver minha identidade. Me trataram como criminoso”, contou Leonel ao g1. Leonel José da Silva, de 52 anos, é indígena Wapichana e foi preso por engano em Boa Vista Arquivo Pessoal Segundo ele, o mandado foi cumprido sem verificação de dados básicos, como RG e CPF. Leonel contou que foi levado sem que a família soubesse o que estava acontecendo. “Eu fiquei sem entender nada. Eles só perguntaram meu nome e disseram: ‘É ele’. Aí já mandaram eu tirar a camisa e me algemaram. Eu falava que era inocente, mas não quiseram me ouvir”, lembrou. De acordo com a decisão do habeas corpus, assinada pelo desembargador Erick Linhares, houve “prova inequívoca de que o paciente não é a pessoa processada e condenada no feito originário”. O magistrado destacou ainda que “a manutenção da custódia de pessoa inocente configura verdadeiro cárcere privado legitimado por falha estatal”. 11 dias de angústia Emocionado, Leonel relembra os momentos de terror e vergonha que viveu durante a prisão "injusta". O artesão é casado e pai de cinco filhos, com idades entre 17 e 30 anos. Ele também cuida da mãe, de 71 anos. Ele dele o sustento da família. “Meus filhos viram os policiais me levando, ficaram desesperados. Minha mulher chorava, não sabiam para onde eu tinha ido. Eu sou quem sustenta minha casa. Quando me levaram, ficou todo mundo perdido. Meu filho mais novo passou mal na escola, a mais velha pensou em largar a faculdade. Foi muito sofrimento”, disse. Durante os dias em que ficou preso, ele dividiu a cela com outros 10 detentos e relatou ter se sentido “humilhado e sem chão”. “Lá dentro, eu chorava pensando nos meus filhos. Eu sempre trabalhei, nunca fiz nada errado. Eu me senti humilhado e sem chão”, contou. Leonel é um dos fundadores da Associação Estadual Indígena Dunui Sannau, que atua na valorização da cultura e do artesanato Wapichana. Ele também trabalha como pedreiro e, no dia da prisão, fazia um serviço de construção ligado à própria associação. “Eu sou artesão, faço cerâmica, faço cultura. Sempre trabalhei para criar meus filhos e manter minha família. Nunca tive problema com Justiça. Por isso foi tão injusto o que aconteceu comigo”, contou. A associação divulgou uma nota pública em apoio ao artesão e afirmou que vai acompanhar o caso até que o Estado reconheça oficialmente o erro e repare os danos. Decisão judicial O habeas corpus que garantiu a liberdade de Leonel foi impetrado pelas advogadas Fernanda Félix Cordeiro e Luciane Xavier Cavalcante, que alegaram constrangimento ilegal. Segundo o pedido, o erro ficou comprovado por meio de divergências em todos os documentos oficiais: RG, CPF, filiação e data de nascimento. O Ministério Público de Roraima também se manifestou a favor da libertação, afirmando que o artesão “jamais foi denunciado, interrogado ou participou de qualquer ato da ação penal” e que sua prisão representava um “flagrante e patente constrangimento ilegal”. Na decisão que concedeu a liminar, o desembargador determinou a imediata expedição de alvará de soltura e encaminhou o caso à Corregedoria-Geral de Justiça para apuração administrativa. O magistrado também ordenou a correção dos registros judiciais para vincular o mandado ao verdadeiro condenado. Busca por reparação Leonel José da Silva, artesão em Boa Vista Arquivo Pessoal Depois de ser solto, Leonel reencontrou os filhos na saída da unidade prisional. “Quando me chamaram para sair, eu chorei. Meus filhos chegaram e me abraçaram. Foi um alívio, mas também uma dor muito grande lembrar de tudo o que eu passei”, contou emocionado. Ele afirma que agora busca justiça. “Quero limpar meu nome. Meu rosto e meu nome foram espalhados como se eu fosse um criminoso. Eu quero justiça e que o Estado reconheça o erro”, disse. Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

Viagem de 50 dias por 11 países: veja como é o motorhome que deve trazer brasileira em estado vegetativo dos EUA ao Brasil

Viagem de 50 dias por 11 países: veja como é o motorhome que deve trazer brasileira em estado vegetativo dos EUA ao Brasil

Brasileira sofre mal súbito nos EUA, fica em estado vegetativo e família tenta voltar Para realizar o trajeto de quase 7 mil km dos Estados Unidos até o Brasil com a esposa em estado vegetativo, o brasileiro Ubiratan Rodrigues, de 41 anos, planeja utilizar um motorhome adaptado que possa oferecer segurança, conforto e estrutura médica básica durante os cerca de 50 dias por 11 países. O objetivo é deixar Orlando e viajar até Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Zona da Mata no WhatsApp Conforme Ubiratan, a aquisição está prevista para o fim de outubro e ele já definiu o modelo ideal, que precisa atender a uma série de exigências técnicas e práticas para transportar Fabíola da Costa, de 32 anos, além dos três filhos do casal. O motorhome escolhido é de porte médio para que seja aceito nos trâmites logísticos da travessia do Panamá, onde o veículo deverá ser transportado em um contêiner lacrado, uma medida planejada para ter segurança contra furtos. O modelo tem estrutura semelhante a um pequeno apartamento sobre rodas e conta com: quarto com cama de casal, uma cama próximo ao volante que cabe duas pessoas; banheiro com chuveiro cozinha completa, equipada com pia, fogão, geladeira e micro-ondas armários para armazenamento de roupas, alimentos e equipamentos médicos sistema de ar-condicionado com controle de temperatura gerador de energia, que garante autonomia elétrica para os aparelhos médicos Em entrevista ao g1, Ubiratan revelou que o modelo do veículo tem um espaço que pode ser adaptável para uma segunda cama, onde será acomodada Fabíola. A estrutura será montada diretamente no chão, com a cama hospitalar fixada ao piso. Infográfico - Mulher em estado vegetativo deve voltar ao Brasil Arte/g1 Adaptações médicas e dinâmica de cuidados na estrada A prioridade de Ubiratan é garantir estabilidade, segurança e rotina de cuidados ao longo do percurso. A cama de Fabíola será fixada ao piso do motorhome, com o tronco levemente inclinado, de acordo com orientações médicas. O espaço também será adaptado para acomodar os equipamentos médicos portáteis já utilizados por ela em casa. Entre os principais equipamentos que devem acompanhar a viagem estão os aparelhos de oxigênio e de pressão, oxímetro, nebulizador, aspirador de secreções (sucção), sensor de temperatura, além da cadeira de rodas e o kit completo de higiene e medicamentos que já utiliza em casa. Ubiratan com a esposa Fabíola e dois dos filhos do casal antes dela sofrer o mal súbito Ubiratan Rodrigues/Arquivo pessoal Atualmente, o quadro de Fabíola é estável, por isso ela não utiliza ventilador mecânico, mas o ambiente do motorhome será preparado para eventuais intercorrências. Um desfibrilador não está disponível no momento, mas está entre os itens que o esposo da brasileira ainda pretende adquirir. Além da infraestrutura, o cuidado contínuo é uma parte essencial da rotina. “Eu que cuido dela 24 horas por dia. Dou banho, alimento, troco a fralda, esvazio a bolsa de colostomia, faço os exercícios físicos e respiratórios. E isso vai continuar sendo feito no motorhome”. Durante a viagem, Ubiratan pretende dirigir apenas durante o dia, parando antes do anoitecer para ter um tempo dedicado exclusivamente à esposa e ao filhos. Isso também deve prolongar a jornada, originalmente estimada em um mês, para cerca de 50 dias, considerando pausas, rotas perto de hospitais, repouso e procedimentos de cuidado. Tratamento já ultrapassou R$ 270 mil A jornada sobre rodas surgiu como alternativa à UTI aérea, cujo custo ultrapassa R$ 1 milhão. Em setembro de 2024, Fabíola sofreu um mal súbito em casa, em Orlando, onde vivia com o marido e os três filhos. Ela teve três paradas cardíacas e uma perfuração pulmonar durante a reanimação. A falta de oxigenação no cérebro causou danos severos e, desde então, ela está em estado vegetativo, embora responda a estímulos e se movimente. Brasileiro pretende viajar com esposa em estado vegetativo dos EUA ao Brasil em motorhome Ubiratan Rodrigues/Redes sociais Ubiratan largou o trabalho de caminhoneiro para se dedicar integralmente à esposa. No último ano, a família já gastou mais de R$ 270 mil com tratamento e equipamentos. O plano de saúde cobre apenas itens básicos, como vitaminas e alguns insumos, e o restante é mantido com ajuda de doações. Sem recursos para continuar o tratamento nos EUA, o casal viu no motorhome a única chance de retornar ao Brasil, receber apoio do SUS e ficar mais perto da família em Juiz de Fora. “A única saída viável hoje é essa. Nossa esperança está em voltar para casa. Estamos esgotados emocional e financeiramente. Não dá mais para esperar”. LEIA TAMBÉM Brasileiro que estava desaparecido no Peru morreu após cair em buraco, diz família Caso de estudante em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula completa 2 anos: 'Nada apaga nossa dor', diz pai VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

Eventos para ver último capítulo de Vale Tudo no Rio têm samba, bloco, concurso de fantasias e rodízio de petiscos

Eventos para ver último capítulo de Vale Tudo no Rio têm samba, bloco, concurso de fantasias e rodízio de petiscos

Bares, boates e outros espaços do Rio marcaram eventos nesta sexta-feira (17) para acompanhar o último capítulo de "Vale Tudo" e matar a curiosidade do público sobre quem matou Odete Roitman. Além da solução do mistério que está parando o Brasil (de novo), os eventos tem atrações como samba, concurso de fantasias, promoções em bebidas e petiscos e festas. Confira abaixo: Débora Bloco no Quintal da Lapa ‘Débora Bloco’ toma conta do Centro do Rio com homenagem à Odete Roitman Reprodução O Quintal da Lapa recebe uma noite especial para celebrar o último capítulo de Vale Tudo, com direito a telão de LED, samba, bloco, DJ e concurso de fantasias A programação começa às 19h30 com DJ tocando tudo, seguida da exibição do capítulo final. A festa continua com Samba da Alvorada, Débora Bloco na pista e o concurso. O DJ retorna nos intervalos para manter a energia até o fim. ️Quando? 17 de outubro (sexta-feira)⏰ Horário: Abertura às 19h30 | Exibição às 21hOnde? Quintal da Lapa – Rua do Lavradio, 75 (esquina com Av. Chile) – Centro, Rio de JaneiroQuanto? A partir de R$ 10 no Sympla Cine Botequim 2 O Cine Botequim 2, no Maracanã, também recebe uma noite especial com a transmissão do final da novela Vale Tudo com drinks da casa, muita animação e telão ligado. ️Quando? 17 de outubro (sexta-feira)⏰ Horário: A partir das 20hOnde? Cine Botequim 2 – Rua Dona Zulmira, 111 – Maracanã, Rio de Janeiro Cine Bartô Todas as unidades do Bartô passarão o último capítulo de Vale Tudo. Como atrações, a rede de bares terá Rodízio de Petiscos: de R$ 59,95 por R$ 42,95; Rodízio + Chopp Amstel: de R$ 119,95 por R$ 109,95; Rodízio + Open Drinks: de R$ 119,95 por R$ 89,95;Rodízio + Refil Refri: de R$ 89,95 por R$ 63,95 de 18h às 22h (veja as condições abaixo). ️Quando? 17 de outubro (sexta-feira)⏰ Horário: A partir das 18hOnde? Todas as unidades do Bartô. As reservas são obrigatórias e é preciso apresentar o QR Code do Clube Bartô pelo Switch Pass para garantir os valores promocionais Mais informações no Instagram da rede https://www.instagram.com/barto.galatico/ Cachambeer Initial plugin text O tradicional bar no Cachambi terá exibição do último capítulo com uma promoção de chopp e coxinha. Quem vier assistir no local poder beber chopp Brahma por R$ 6,50 e beliscar umas coxinhas por R$ 16,00 (3 coxinhas). As promoções são válidas apenas na sexta-feira (17), das 18h às 24h. ️Quando? 17 de outubro (sexta-feira)⏰ Horário: A partir das 18hOnde? R. Cachambi, 475 - lojas A e B - Cachambi Pink Flamingo A boate Pink Flamingo promove uma "Watch Party" sexta à noite para o último capítulo de Vale Tudo com a presença de Le Cocó (vencedor do Drag Race Espanha). ️Quando? 17 de outubro (sexta-feira)⏰ Horário: A partir das 18hOnde? Pink Flamingo - Rua Raul Pompéia, 102 - Copacabana Quanto? A partir de R$ 50 pelo link "Débora Bloco" antecipa o carnaval no Rio com homenagem à Odete Roitman

Indígenas relatam escolas cobertas de palha, sem paredes nem piso no AC: 'Chove mais dentro que fora'

Indígenas relatam escolas cobertas de palha, sem paredes nem piso no AC: 'Chove mais dentro que fora'

Escola Huni Kui Nia Ibu Isaka, no interior do Acre, tem condições precárias Professores e estudantes de uma escola indígena do município de Feijó, no interior do Acre, relatam situação precária na unidade que fica na Aldeia Belo Monte, da etnia Huni Kui, às margens do rio Envira. De acordo com a comunidade escolar do local, a Escola Estadual Indígena Nia Ibu Isaka funciona em um espaço improvisado, cedido pela própria comunidade. Em nota, a Secretaria de Estado e Educação (SEE), disse que a construção da Escola Indígena já está prevista no Plano de Contratações Anual (PCA) de 2026 e deve atender cerca de 68 estudantes do ensino médio. A secretaria informou que por conta período de chuvas, o cronograma logístico e de execução das construções pode ser alterado. (Confira mais abaixo a nota completa) Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Em vídeos enviados ao g1, é possível ver a estrutura desgastada de palha e madeira, no lugar improvisado onde também ocorrem festividades desta Terra Indígena (TI). A estudante Claudenira Mariano conta que as dificuldades já começam no acesso à escola, e reforça a reivindicação de que precisam de uma nova estrutura. "A gente mora um pouco distante. Para poder chegar à escola, a gente vem também pelo ramal. Às vezes quando chove, fica melado. E nós viemos, vez ou outra, enfrentando essa dificuldade. Nossa escola precisa de uma reforma. Ter uma escola de boa qualidade para a gente, aluno, professor, fazer nossos deveres, nossos trabalhos na sala de aula", avalia. Ainda nos vídeos, a comunidade relata que alguns estudantes levam até 40 minutos para retornar para uma das 12 aldeias da região. Os alunos já precisaram ser liberados em dias chuvosos devido a dificuldade de manter as aulas. “O espaço que usamos foi feito pela própria aldeia, de palha. Chove mais fora do que dentro, sobretudo por ser aberto, sem parede. Às vezes temos de liberar os alunos, porque voltar pra casa após a chuva é inviável”, conta o professor Vaulino Byxku Nunes Ferreira, que dá aulas de química, artes e biologia na unidade. Alunos denunciam estrutura de escola feita de palha e madeiras em Feijó, interior do Acre Logística difícil Sem teto e piso adequados, escola é invadida pela chuva Reprodução A unidade atende 64 alunos do ensino médio, todos indígenas, e conta com cinco professores, também indígenas, que percorrem longas distâncias diariamente. Assim, alunos e professores precisam atravessar igarapés, trilhas na mata fechada e igapós para chegar às aulas. Segundo o professor Vaulino, a escola foi criada em 2013 e, desde então, a construção de um prédio nunca saiu do papel. Conforme a SEE, a construção está prevista no Plano de Contratações Anual (PCA) de 2026. “Os alunos vêm de 12 aldeias diferentes. No inverno, o acesso só é possível de barco, e apenas no verão, é possível percorrer a pé. Muitos faltam não por vontade, mas pela dificuldade de chegar até aqui. Os que conseguiram concluir os estudos é porque são guerreiros mesmo”, acrescenta. O professor também ressalta que a escola tem um papel fundamental na preservação da cultura do povo Huni Kui no estado, mas com as condições atuais, o ensino enfrenta muitas dificuldades. “Antes, muitos jovens precisavam ir para a cidade estudar e enfrentavam preconceito. Aqui, eles aprendem sem deixar de lado quem são”, destaca. Escola conta com 64 alunos que vem de 12 de aldeias da região Vaulino Nunes Reclamações em outras unidades Nova estrutura improvisada onde passou a funcionar Estrutura a Escola Txana Huni Keneya Reprodução Na escola de ensino fundamental Txana Huni Keneya localizada na aldeia Novo Natal, também em Feijó, a situação dos 73 alunos registrados é ainda pior. O cacique Ivanildo afirmou que a comunidade também sofre com a falta de um espaço adequado desde 2017, quando foi fundada. "Temos apenas o nome da escola e o código, mas sem nada construído pelo estado desde então. Teve um temporal que derrubou tudo e tivemos de fazer um espaço improvisado no meio da mata e trabalhamos no chão mesmo", relata. Ivanildo explica ainda que a escola já funcionava em estrutura inadequada, e que a comunidade precisou improvisar um novo local em meio à mata após o anterior desabar. "Quando começa a trovejar, já liberamos os alunos. Por conta da área ser de mata fechada, aqui fica muito escuro", diz. Ainda conforme a secretaria, a construção de uma escola adequada na aldeia também está prevista no PCA do ano que vem, e que a proposta de utilizar o local de forma provisória veio da próopria comunidade. A escola que antes contava com sete professores, hoje tem apenas cinco. Além da estrutura física precária, a unidade também sofre com a falta de merenda escolar e de servidores de apoio. “Não temos merendeira. Tiramos do nosso próprio bolso pra ajudar alguém da aldeia a cozinhar para os alunos”, afirmou. O g1 apurou que o território Huni Kui em Feijó conta com seis escolas indígenas estaduais: Aldeia Paroá: Escola estadual fundamental Huni kuī sīã. Aldeia Novo Natal: Escola Txana Huni Keneya. Aldeia Belo Monte: Escola. Yube Tue Bena Keneya. Aldeia Belo Monte: Escola do ensino Médio. Huni kuī Nia Ibu Isaka. Aldeia São Francisco: Escola Francisco Barbosa Huni kuī Aldeia Pupunha: Escola Pupunha. "Estamos cansados de promessas. Queremos só um espaço digno para nossos alunos aprenderem”, critica Ivanildo. Nota da Secretaria de Educação Nota pública sobre a construção de escolas estaduais Indígenas, em Feijó O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE), informa que a construção da Escola Indígena de Ensino Médio Huni Kui Nia Ibu Isaka, localizada na comunidade Belo Monte, Terra Indígena Katukina Kaxinawá, município de Feijó, já está prevista no Plano de Contratações Anual (PCA) de 2026. Atualmente, as aulas da unidade são realizadas em um espaço cedido pela própria aldeia, e a autorização para a implantação foi formalizada por meio de carta de anuência assinada pela liderança José Francisco Nunes Situba Kaxinawá, representante da comunidade Belo Monte. O documento, datado de 5 de agosto de 2025, foi encaminhado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC). A escola será construída para atender 68 estudantes do ensino médio e mais 59 do ensino fundamental, oriundos de outra unidade da região, totalizando 127 matrículas. A nova unidade funcionará como escola pólo, ampliando o atendimento à população Huni Kui da região. O governo do Acre também informa que a Escola Indígena Txana Huni Keneya, na Aldeia Novo Natal, igualmente integra o PCA 2026. No início de setembro, um vendaval derrubou o shubuã que servia como espaço escolar da comunidade. De imediato, a SEE recebeu proposta da própria aldeia para utilização provisória de uma casa. Para não interromper o atendimento, já está em andamento a disponibilização de material para a adaptação do espaço até a conclusão da nova unidade escolar. A inclusão das duas obras no PCA 2026 considera o início do período de chuvas neste ano, fator que influencia diretamente o cronograma logístico e de execução de construções em áreas de difícil acesso da Amazônia acreana. Rio Branco, Acre, 15 de outubro de 2025. Aberson Carvalho Secretário de Educação e Cultura do Acre Reveja os telejornais do Acre