
Lula e Silveira reativam conselho de minerais críticos em meio a interesse dos EUA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participam, nesta quinta-feira, da primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), órgão criado para ditar políticas públicas ao setor mineral. Recurso: TCU suspende decisão que obrigava governo a buscar centro da meta fiscal Tarifaço: Mauro Vieira e Marco Rubio buscam destravar agenda entre Lula e Trump após meses de impasse A inauguração do novo órgão acontece em meio ao interesse do governo americano na exploração de minerais críticos e estratégicos no Brasil. Do outro lado, o governo do presidente Lula avalia que o interesse dos americanos no setor pode ser uma oportunidade de barganha nas negociações sobre a retirada das tarifas impostas sobre a compra de produtos brasileiros. Em meio à crescente demanda dos minerais, o foco do Conselho será justamente definir uma estratégia de exploração desses recursos no Brasil. Crédito: Tesouro terá que abrir exceção para fazer empréstimo de até R$ 20 bi aos Correios Os chamados minerais críticos — como lítio, nióbio, cobre e terras raras — são insumos essenciais para a transição energética global e indústria de alta tecnologia. O tema tem se tornado um dos eixos centrais da disputa geopolítica entre Estados Unidos e China, e o Brasil é visto como um dos poucos países com potencial para ampliar a oferta desses recursos de forma sustentável. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil é dono de cerca de 10% das reservas mundiais desses insumos. A produção efetiva no país, no entanto, não passa de 0,09% da oferta global. Nesta quarta, o ministro de Minas e Energia declarou que vai se reunir com o governo do presidente Donald Trump para discutir o tema no fim deste mês. Durante audiência pública na Câmara, o ministro disse que foi convidado para se encontrar com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright. 'Impacto administrativo': INSS suspende pagamento bônus para reduzir fila de pedidos por falta de recursos Criado no final de 2022, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o CNPM ainda não tinha saída do papel desde então. Ao assumir em 2023, o governo do presidente Lula decidiu revisar a organização e atribuições do órgão. Segundo o decreto que estabelece a reativação do Conselho, o colegiado será composto por representantes de 16 ministérios, entre eles os de Relações Exteriores, Fazenda, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Indústria, Justiça, Integração e Casa Civil, além do Gabinete de Segurança Institucional. O órgão será presidido pelo ministro Alexandre Silveira. Além disso, também haverão representações dos municípios produtores de minério, universidades, especialistas do setor mineral e entidades da sociedade civil, com mandatos previstos por dois anos.